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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Depois de 23 anos, voltando à Machu Picchu, no Peru
Era madrugada ainda quando nosso despertador tocou no quarto de hotel em Aguas Calientes. Quatro da manhã! Tínhamos deixado quase tudo pronto ainda na noite de ontem e, vencida a inevitável preguiça, não demoramos a chegar às ruas desertas e silenciosas da pequena cidade. Seriam uns 30 minutos de caminhada descendo até o rio e seguindo a estrada até a entrada do parque de Machu Picchu, onde estão os portões de acesso para a trilha que sobe a montanha e nos leva até as mais famosas ruínas arqueológicas do continente.
Chegando ao alto do Primero Paso, a mais de 4 mil metros, na trilha Inca, a caminho de Machu Picchu, no Peru, em 1990
Vinte e três anos antes, tive o prazer de percorrer toda a trilha inca original, pouco mais de 40 quilômetros iniciando-se no km 82 da ferrovia Ollantaytambo-Aguas Calientes, ultrapassando montanhas com mais de 4.000 metros e chegando à cidadela Inca, 3 dias mais tarde, aos 2.500 metros de altitude. Nauqle época, não era preciso agendar nada, podíamos fazer a trilha sem guias e mal encontrávamos outras pessoas no caminho. Bem diferente da situação atual, onde entram 500 pessoas por dia na trilha, todos em grupos obrigatoriamente guiados e, para os quais, é necessário um agendamento com seis meses de antecedência. É o preço que pagamos pelo desenvolvimento do turismo na região. Hoje, se não houvesse regras estritas de acesso, com certeza o caminho estaria completamente deteriorado. A natureza agradece!
De madrugada, nas ruas de Aguas Calientes, prontos para caminhar até Machu Picchu, no Peru
Enfim, já que não pudemos fazer o caminho original novamente, o mínimo que nos propusemos foi subir a pé até Machu Picchu, desde Aguas calientes, no fundo do vale. A outra opção, escolhida por 90% dos 2.500 visitantes diários, é subir de micro-ônibus, num serviço que se inicia também nas primeiras horas da manhã. O primeiro ônibus chega lá encima pouco antes das seis, hora em que se abrem os portões do sítio arqueológico.
A fila para entrar na trilha para Machu Picchu, no Peru, já está grande antes mesmo das 5 da manhã
O fundo do vale está numa altitude próxima dos 2 mil metros, pouco mais de 400 metros abaixo de Machu Picchu, no alto de uma das inúmeras montanhas da região. Subir isso demora, em média, perto de uma hora. Assim, para quem inicia o caminho às cinco, deve chegar lá encima junto com os primeiros ônibus. Só que há sempre uma fila na entrada e uma burocracia a ser vencida, então, sempre começamos a trilha depois disso. O tempo restante passa a ser uma corrida para se chegar lá antes dos ônibus e das multidões. Para complicar um pouco a vida de quem sobe a pé, esta hora ainda está escuro, principalmente dentro do bosque pelo qual caminhamos, na sombra das árvores. Uma lanterna é fundamental!
Cinco da manhã, entrando na trilha para Machu Picchu, no Peru
Quando saímos do nosso hotel, não vimos ninguém nas ruas. Seria cedo demais? Que nada! Bastou caminharmos um pouco para percebermos pessoas vindas de todos os lados, todas indo para o rio. Aos poucos, eram dezenas delas e, depois, já chegando nos portões, mais de uma centena. Quinze minutos antes das cinco da manhã, chegamos e pegamos nosso lugar na fila. À frente, umas sessenta pessoas. Atrás, aos poucos, talvez o dobro disso. Todos animados para o início da caminhada.
O dia começa a nascer na subida para Machu Picchu, no Peru
Finalmente, portões abertos, começamos a passar vagarosamente, os guardas checando entradas e passaportes. Chegou a nossa vez, documentos conferidos, cruzamos a ponte sobre o rio. Nada mais nos separava do início da subida. Mas ainda paramos ao lado da placa para uma última e histórica foto.
Seis da manhã e a fila para entrar nas ruínas Machu Picchu, no Peru, já está enorme
Agora sim, pé na trilha, respiração pausada e fé no coração. Como já havíamos combinado, deixei a Ana e o Gustavo para trás, para seguir no meu próprio ritmo. Quem me conhece, saberá que estava curtindo aquela situação ao máximo, uma saudável e inofensiva competição para começar o dia. A trilha é, basicamente, uma longa escadaria pela mata, cerca de 1.700 degraus intercalados por poucos trechos planos, onde o caminho de quem sobre a pé cruza com a estrada dos ônibus. Na verdade, são os únicos pontos de ultrapassagem. Nos degraus, estreitos, só passamos quem está parado para descansar.
Seis da manhã, ainda completamente vazia, Machu Picchu, no Peru
O sol começa a bater nas montanhas mais altas próximas à Machu Picchu, no Peru
Então, o segredo para ganhar posições é não parar, subir, subir e subir. As pessoas vão parando para respirar um pouco e a gente continua. Faz aquele comprimento com os olhos e seguimos. Outra tática, se há alguém mais “teimoso” à frente, que não quer parar, é começar a bufar no seu cangote, fazer pressão, para que ele tenha de acelerar seu ritmo. Assim, ele cansa e terá de parar mais adiante.
Machu Picchu, no Peru, ainda antes do sol e dos turistas chegarem às ruínas
Machu Picchu, no Peru, ainda antes do sol e dos turistas chegarem às ruínas
E assim fui seguindo, diversão garantida. Fui passando as pessoas mais lentas, me aproximando das mais rápidas. Por fim, quase já não via ou ouvia ninguém. Apenas poucas vozes acima, sempre um estimulo para acelerar mais um pouco. Quase lá no alto, uma surpresa: há muito já não ultrapassava mulheres, mas ainda encontrei uma última valente, compenetrada em subir. Poucos minutos depois, umas últimas vozes. Tínhamos chegado! À minha frente, dois argentinos, um recém-chegado e outro, seu amigo, ali já há uns dois minutos. Há três entradas para as ruínas e três filas se formaram, eu na frente de uma delas, feliz da vida. Mais feliz ainda estava o argentino, um dos primeiros na fila lá embaixo. E ainda mais feliz que o argentino, aquela última mulher que havia passado, uma belga. Ela disse que queria ser a primeira mulher lá encima. E foi!
O sol começa a bater nas ruínas de Machu Picchu, no Peru
Registrando o nascer-do-sol em Machu Picchu, no Peru
As filas cresceu rapidamente, principalmente quando chegaram os primeiros ônibus, cinco minutos antes da abertura dos portões. Quando ainda estávamos na trilha e começamos a ouvir o motor dos ônibus lá embaixo, foi mais um estímulo para o esforço final. Eu filmava a divertida e animada multidão que se formava atrás de mim e procurava a Ana e o Gustavo, para ver se não conseguiriam entrar comigo. Mas os portões abriram um pouco antes deles chegarem, infelizmente.
O sol nasce em Machu Picchu, no Peru
Multidão de turistas observam o nascer-do-sol em Machu Picchu, no Peru
Por falar em portões abertos, um último golpe de sorte. A atendente da minha fila foi a mais ágil e fui o primeiro turista do dia a entrar em Machu Picchu. Sem pestanejar, acelerei novamente, para a derradeira subida até os pontos mais altos da cidade. Dali, pude ver uma Machu icchu ainda completamente vazia, sem turistas e também sem a luz direta do sol. Cercada de montanhas mais altas, a cidade fica na sombra até depois das sete da manhã.
Com o Gustavo, nas ruínas incas de Machu Picchu, no Peru
Enfim, emocionado, tirei todas as fotos que quis. Depois, lá do alto, já acompanhado de dezenas de outros felizardos, acompanhei o sol nascer atrás de montanhas nevadas e, depois, começar a inundar as ruínas com sua luz e calor. Um espetáculo! Já a Ana e o Gustavo, seguiram primeiro para a parte baixa da cidade, onde estão as ruínas principais. Puderam percorrê-las tranquilamente, quase sem ninguém. Finalmente, depois do sol nascer, conseguimos nos encontrar e celebrar nossa chegada a este ícone da América do Sul.
O sol começa a iluminar as ruínas de Machu Picchu, no Peru
Observando o nascer-do-sol em Machu Picchu, no Peru
E eu só me lembrava da outra vez que aqui cheguei, vindo do alto, pela trilha Inca. Daquela vez, dormimos no último acampamento antes da cidade e começamos a caminhar bem cedo também. O sol nascia e eu e meu primo Haroldo chegamos a Inti Punku, o ponto de onde se avista as ruínas pela primeira vez. O sol começava a iluminar Machu Picchu e foi uma visão emocionante. Naquela época, os portões para quem vinha de Aguas Calientes só abriam às 8 da manhã, de modo que também estávamos entre os primeiros a chegar. Hoje, tinha de manter a tradição. Mission acomplished!
Um beijo abençoado (e apaixonado!) em Machu Picchu, no Peru
Com o primo Haroldo, chegando à Machu Picchu, depois de 3 dias na trilha Inca, no Peru, em 1990 (a mochila ainda é a mesma que viajo hoje!!!)
Maravilhoso!!!!!!!!!!!!E que fotos!!!!!!!!!
Resposta:
Oi Mabel
Machu Picchu é mesmo sensacional! Vale todos os esforços! E naquele lugar, basta apontar para qualquer lado que as fotos vão sair boas, hehehe
Abs
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