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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Chegando à base das torres, a mais de 800 metros de altitude, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
A noite passou rápida no nosso refúgio na Hosteria Las Torres, parque Nacional Torres del Paine, sul do Chile. Certamente, era a ansiedade de começarmos a caminhar em uma das trilhas de trekking mais conhecidas do mundo, o famoso “W”. Esta é apenas uma das trilhas a percorrer as belezas de Torres del Paine, não é a mais curta nem a mais longa, mas sem dúvida alguma é a mais concorridas delas.
O dia amanheceu bem mais bonito para o início de nossa caminhada no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Ao lado do refúgio, um turista observa as torres de pedra do Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O Torres del Paine tem realmente um extenso circuito de trilhas que corta todo o parque. A maioria desses caminhos, sempre muito bem marcados, pode ser percorrida sem guias, mas a administração do parque tenta desestimular que eles sejam feitos solo. Em caso de acidente, um amigo para buscar rapidamente por ajuda pode ser fundamental em um local onde o clima muda de forma tão inesperada. Mas agora, na alta estação, se os turistas seguirem as regras de horário das trilhas (pois é, as trilhas tem horários de abertura e fechamento por aqui!), dificilmente vai passar muito tempo sem encontrar outros caminhantes na trilha. Mas, de qualquer maneira, nunca é bom dar chance para o azar...
Nossa rota de hoje, o Acampamento Chileno e a base Las Torres, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Nosso principal objetivo do dia, as famosas torres de granito no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Como eu já disse, muita gente vem para cá para fazer o W. Mas há também aqueles que só vêm para um day-tour, trazidos por alguma agência de Puerto Natales ou Punta Arenas. E há aqueles que preferem fazer trilhas de apenas um dia. Pode ser alguma das mais curtas, que existem espalhadas pelo parque, ou então alguma das pernas do W, indo até as Torres e retornando ou apenas fazendo a caminhada até o imponente glaciar Grey. Por fim, há aqueles mais valentes, que optam pelo O ao invés do W. O “O” dá a volta em todo o maciço Paine e inclui o W, que fica apenas na parte sul do maciço. Esse grande circuito requer mais tempo, algo em torno de uma semana. Ele vem ganhando popularidade nos últimos tempos, principalmente porque na parte norte as trilhas são muito mais vazias e o contato com a natureza parece ser mais intenso. Mas ninguém discorda que os trechos mais bonitos da caminhada estão mesmo no já tradicional W.
Mapa do famoso circuito W no parque Torres del Paine, no sul do Chile. No 1o dia (em azul), saímos da Hospedaria Las Torres, seguimos até o Mirador Las Torres, regressamos pelo mesmo caminho e continuamos até o Acampamento Los Cuernos. Total: 30 km
Uma hora de caminhada, visão da parte baixa do Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Nós já viemos decididos por fazer o W, principalmente por causa do tempo. Queremos encontrar um primo que estará em Pucón no dia 12 de Janeiro e estamos com um planejamento bem corrido (para variar...). Então, ainda na Argentina compramos comida para ficarmos acampados por três dias. Agora que chegamos aqui deu uma coceira danada de fazer o circuito maior, o tal do O. Mas vamos ficar só na vontade mesmo, pela falta de tempo e pela comida. Comprar víveres aqui no parque é bem caro, melhor trazer de fora mesmo. E foi assim, decididos a fazer o W, que acordamos hoje e demos de cara com um céu muito mais animador que o de ontem, várias manchas de azul entre as nuvens. Um estímulo a mais para começarmos a caminhar!
A caminho das Torres, chegada ao Valle Ascencio, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O valle Ascencio, caminho para as famosas torres de granito que dão nome ao Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
A maioria das pessoas que vem fazer esse circuito já vem com tudo programado. Especialmente os pontos de parada e as vagas nos refúgios. As agências de turismo já vendem esse pacote, programação completa e quartos reservados. Ontem, só conseguimos um lugar no refúgio por um golpe de sorte. Nos campings, que é onde pretendemos ficar, é mais fácil encontrar lugar e menos necessário fazer a reserva. Só é aconselhável chegar cedo no dia para encontrar lugar. Para quem faz a volta inteira do O, lá no norte não há problemas de espaço, mas os refúgios e campings são muito mais rústicos.
Pouco antes do Acampamento Chileno, atravessando o rio Ascencio, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O rio Ascencio, nosso caminho para a base das torres, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Fazer um percurso em forma de W quer dizer que vamos passar por vários pedaços da trilha duas vezes, na ida e na volta. É aí que entra o planejamento logístico, imaginar uma maneira de carregar menos peso, pelo menos nesses trechos que passaremos duas vezes. Estamos levando barraca, dois sleepings, mudas de roupa, material de cozinha e comida para todos esses dias, além de água para algumas horas (não é difícil encontrar água no caminho!). Ou seja, as mochilas não estão leves.
Turistas lancham no Acampamento Chileno, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Chegada ao Acampamento Chileno, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Para esse primeiro dia de caminhada, optamos por deixar quase todo o peso na Fiona, estacionada no refúgio Las Torres. Caminhamos até a laguna na base das torres, voltamos aqui, pegamos o peso todo e vamos até nosso próximo ponto de dormir, o camping Los Cuernos. Assim, fazemos 19 quilômetros com pouco peso e 11 quilômetros com carga total. Mas isso implicou que tivéssemos de voltar um quilômetro a mais para encontrar a Fiona. Enquanto enfrentávamos a dura subida até a laguna, sem peso, tivemos certeza que a decisão tinha sido correta!
Muita gente na laguna na base das torres, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
As torres de granito que fazem a fama do Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Com a luz do sol, a bela cor da laguna na base das torres, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Bem, então assim foi. Saímos todo lampeiros, tempo bom e pouco peso, do refúgio localizado a 120 metros de altitude. Um quilômetro para o oeste sem subir ou descer e chegamos à bifurcação. Em frente, quase 11 quilômetros até o refúgio Cuernos. Para a direita, sentido norte, o caminho para as torres. E aí começava a subida, mais precisamente dois quilômetros de subida até chegarmos perto dos 500 metros de altitude. A vista ficou linda nas nossas costas, os vários lagos do parque aparecendo no nosso campo de visão. Lá em cima, chegamos ao Valle Ascencio e a caminhada ficou bem mais agradável, seguindo sempre perto do rio. Agora, já mais descíamos do que subíamos e, com algo perto de 5 km de caminhada, chegamos ao Acampamento Chileno. Pausa para descanso, água e lanche. Algumas pessoas preferem posar por aqui, um lugar bem menor e mais simpático que o refúgio lá de baixo onde passamos a noite e ideal para quem quiser chegar cedinho à laguna na base das torres.
Chegando à base das torres, a mais de 800 metros de altitude, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
A Ana observa as imponentes torres de granito do Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Depois do merecido descanso, mais 3 quilômetros até o Acampamento Torres, uma leve subida sempre embaixo da copa das árvores de um bosque até os 550 metos de altitude. Não há refúgio aqui, apenas um local rústico de camping. E é aqui que começa a pirambeira de quase dois quilômetros e mais de 300 metros de desnível para chegarmos ao ponto alto da caminhada, sentido literal e figurado.
As águas azuis do Lago Sarmiento vistas da base das torres, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
As águas esverdeadas do lago Nordenskjold, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Vamos fazendo um ziguezague em terreno rochoso, pedras e areia bem solta. Uma fila enorme de pessoas, a maior que encontramos nesse parque. Excursões de velhinhos, de escoteiros, de mochileiros e por aí vai. Imprimindo um ritmo mais forte, fomos abrindo caminho no ziguezague que parecia não terminar nunca até que, de repente, eis que surge a pequena lagoa e as enormes torres de granito erguendo-se 1,5 quilômetros cima de nós.
A caminho do acampamento Los Cuernos, caminhando ao lado do lago Nordenskjold, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
A caminho do acampamento Los Cuernos, caminhando ao lado do lago Nordenskjold, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Uma vista e tanto! Quando chegamos, já havia muita gente por lá, mas não foi difícil encontrarmos um cantinho só para nós e tirarmos fotos que mostram o lugar completamente deserto, do jeitinho que gostaríamos de tê-lo encontrado. No céu, nuvens e sol travavam uma dura batalha e nos 90 minutos que passamos lá em cima, tivemos de tudo. Quando o sol batia, a lagoa ficava esverdeada e bem mais bonita. Mas as torres, esses sentinelas gigantes, as “agulhas de Cleópatra”, elas são lindas e imponentes sob qualquer luz. São um desafio a qualquer alpinista e, estando ai, tão perto, é muito fácil entender o fascínio que elas exercem sobre eles. Para nós, aqui de baixo já está muito bom!
Uma ponte nos ajuda a atravessar um rio de degelo no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O belo lago Nordenskjold, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
A caminho do acampamento Los Cuernos, enfrentando trilha em meio à vegetação densa, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Hora de seguirmos em frente, ou melhor, para baixo, ou melhor ainda, para trás. Bem rapidamente já estávamos no Acampamento Torres e, um pouco depois, no Acampamento Chileno. Nova pausa para um descanso e pé na trilha novamente. Sem peso nas costas, parece que podemos voar. E assim vamos, voando para baixo, até aquela primeira bifurcação. Aí, um quilômetro para trás até a Fiona, onde fazemos as arrumações finais, as sempre melosas despedidas e partimos rumo ao refúgio e camping Cuernos.
A caminho do Acampamento Los Cuernos, observando o lago Nordenskjold, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
O belo lago Nordenskjold, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
São cerca de 12 quilômetros de muito sobe e desce, a altitude saindo dos 120 metros, chegando várias vezes aos 250 metros, mas terminando abaixo dos 100 metros, muito perto do nível do lago Nordenskjold. Aliás, caminhamos sempre com ele a nossa esquerda, uma visão de encher os olhos. A esta hora, muito pouca gente está fazendo esse trecho e nós caminhamos sozinhos quase o tempo todo. Foi bom, para compensar o congestionamento na subida para a base das torres.
Los Cuernos, conjunto de montanhas do Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Muita neve e gelo nas partes mais altas do Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Caminhamos sempre no meio de muita vegetação e vários trechos meio encharcados pela chuva recente. De vez em quando, temos de cruzar leitos de rios de degelo, muita pedra e nem tanta água. Ao longe, a neve começa a parecer no alto das montanhas e, à nossa direita, as montanhas conhecidas como Cuernos, tão belas e vistosas como as torres. Muito vento também, o que não nos deixa passar calor dentro de nossas casacos e jaquetas.
O interior aquecido do refúgio no Acampamento Los Cuernos, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Dormimos na barraca, mas aproveitamos o refúgio quentinho do Acampamento Los Cuernos para jantarmos e tomarmos um bom vinho, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Por fim, cansados e felizes, chegamos ao refúgio, também menor e bem mais simpático que a hosteria da noite anterior. Não há muita gente por aqui e logo arrumamos um lugar para nossa barraca. Casa montada, rostos lavados no riacho e roupas trocadas, vamos ao refúgio aquecido para nosso jantar, habilmente cozinhado pela Ana. Estamos cansados, mas nada que nos impeça de saborear um merecido e delicioso vinho chileno. Ele vai nos ajudar a dormir e esquecer as dores adquiridas durante o dia. Agora, é concentrar na próxima etapa e sonhar com os anjos!
Dormimos na barraca, mas aproveitamos o refúgio quentinho do Acampamento Los Cuernos para jantarmos e tomarmos um bom vinho, no Parque Nacional Torres del Paine, no sul do Chile
Maravilha!!! Também quero ir!!!!
Resposta:
Tem de ir mesmo, Carmem!
Vc vai adorar!
Estava esperando ansiosamente pelo relato do parque Torres del Paine. Parabéns pelo texto, fotos e detalhes compartilhados.
É mto bom embarcar nessa aventura junto com vcs... um grande abraço!
Enaile
Resposta:
Oi Enaile
Que bom que vc gosta dos relatos. Espero que eles possam te ajudar a planejar a sua viagem para lá. Só posso te garantir uma coisa: ao vivo é ainda muito mais legal!!!
Um grande abraço para vc também
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