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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
O Denali aparece soberano no horizonte (Denali National Park, no Alaska)
Todo mundo sabe que o Everest é a maior montanha do mundo. Mas... será mesmo? O que faz duma montanha a mais alta do mundo? A partir de que ponto devemos fazer a medida de sua altura? A resposta pode parecer óbvia, mas não é.
Dia de sol e céu azul no Denali National Park, no Alaska
Por exemplo, há cerca de duas décadas, medições feitas por satélite afirmavam que o K2, no Paquistão, era mais alto que o Everest. Aparentemente, até o satélite se confunde, pois as novas medições nunca foram validadas e o Everest jamais perdeu o seu trono. Mas não é apenas o K2 que está na disputa. Muita gente afirma que a maior montanha do mundo é o vulcão Mauna Kea, no Havaí. Apesar de ter “apenas” 4.200 metros acima do nível do mar, tem outros 6 mil para baixo, até o ponto onde efetivamente começa a montanha, de onde começou a subir, há cerca de 2 milhões de anos. Isso lhe dá, no total, 10.200 metros de altura, quase 1,5 quilômetro mais alto que o Everest.
Observando a vastidão do Denali National Park, no Alaska
Outro pretendente ao título de mais alta montanha é o Chimborazo, no Equador, montanha que tive a honra de subir, durante esses 1000dias. O truque lá é dizer que o cume do Chimborazo é o ponto da Terra mais longe do centro do planeta. Isso porque a Terra é mais gordinha ao longo do Equador do que em latitudes mais altas, onde está o Everest.
A estrada nos leva para na direção do Mt. McKinley, no Denali National Park, no Alaska
Por fim, chegamos aonde eu queria chegar: e o Denali, no Alaska? Pois é, ele também é um pretendente a este título de maior montanha do mundo! E eu, que já estive pertinho do Everest, do Aconcágua (a mais alta das Américas), do Chimborazo e que ainda vou lá no Mauna Kea, posso dizer: visualmente, foi o Denali que mais me impressionou! A razão disso é que ela é a que mais se eleva em relação ao terreno que a cerca, portanto a que mais se destaca, para quem a vê de longe, como parte de uma paisagem maior. No Everest, a montanha se ergue pouco menos de 4 quilômetros em relação ao campo base, um pouco mais do que se ergue o Aconcágua e o mesmo que o Chimborazo. O Mauna Kea também, para quem o vê de longe, se ergue seus 4,2 quilômetros acima do mar, que é o que podemos ver.
A montanha, ao vivo e no painel explicativo, no Denali National Park, no Alaska
Já o Denali, está assentado em um terreno com pouco mais de 500 metros de altitude. E a montanha chega aos 6.700 metros de altitude. Ou seja, são mais de seis quilômetros de desnível! É impressionante! A primeira vez que o vemos, ele está a mais de 100 quilômetros de distância, mesmo assim, parece já muito mais alto que outras montanhas que estão ali, pertinho de nós. É até difícil acreditar que ele ainda está tão longe assim. Mas depois, vamos chegando mais perto, e mais perto e mais perto e a imagem da montanha colossal vai crescendo sem parar, até ocupar todo o nosso horizonte. Uma coisa incrível!
O monte Denali, no Denali National Park, no Alaska
A gente pôde se aproximar porque estávamos num passeio com o ônibus do parque, a única maneira de percorrer a estrada que entra no Denali National Park. Vou falar mais desse passeio no post seguinte, mas o fato é que pudemos ir até a cerca de 30 km da montanha e eu fiquei realmente boquiaberto. Tivemos muita sorte com o tempo, sol e céu azul numa paisagem branquinha coberta pela neve fresca. Cenário deslumbrante! Tivemos sorte também com a nossa guia, apaixonada pela história do Alaska e do Denali e que foi enriquecendo nossa jornada com um monte de histórias.
O ponto mais próximo que chegamos do Denali, ainda a 30 km de distância, no Denali National Park, no Alaska
Foram vários casos, mas os que mais me interessaram foram aqueles sobre os alpinistas que tentaram subir o Denali, há pouco mais de 100 anos. Entre eles, destaca-se Frederick Cook, um verdadeiro trambiqueiro, embora também fosse um grande explorador. Nossa simpática guia nos explicou que, na virada dos séc. XIX para XX, a “profissão” de explorador era a mais glamorosa que existia. Os grandes exploradores eram o equivalente às estrelas de cinema de hoje. Jornais e revistas cobriam suas aventuras e desventuras, que eram seguidas por milhões de ávidos leitores. Foi uma época onde surgiram nomes inesquecíveis como Amundsen, Scott, Peary, Shackleton, entre outros. E entre esses outros, estava Cook.
A neve já cobre quase todas as montanhas no Denali National Park, no Alaska
Na época, o maior objetivo dos exploradores eram as regiões polares, ainda desconhecidas. As montanhas ocupavam um distante segundo lugar, entre seus objetivos. Cook, que era médico, esteve em duas expedições polares, ainda nos últimos anos do séc XIX. Ao Polo Norte, esteve junto com Peary e, ao Polo Sul, esteve junto com Amundsen. Esse último foi-lhe grato e fiel por toda a sua vida, pois foram os conhecimentos médicos de Cook que ajudaram a manter viva toda a tripulação do barco em que também estava Amundsen, durante o inverno em que ficaram presos ao gelo, próximos ao continente antártico.
O ponto mais próximo que chegamos do Denali, ainda a 30 km de distância, no Denali National Park, no Alaska
Foi nessa viagem também que, de passagem pela Terra do Fogo, ficou amigo de Thomas Bridges, missionário inglês que produziu o primeiro dicionário da língua local. Ele morreu logo depois e Cook ficou com seus manuscritos. De volta à civilização, tentou publicá-los como se fossem seus trabalhos. Era apenas o início de uma longa carreira de controvérsias...
Rota de subida mais usada do Denali. Os alpinistas chegam de avião à uma geleira próxima e daí começam a subida (Denali National Park, no Alaska)
Já no início do séc. XX, o aventureiro Cook desejava ser o primeiro homem a chegar ao Polo Norte. Era uma expedição custosa e Cook precisava de patrocínio. Para isso, resolveu fazer algo mais “fácil e barato”, para alavancar sua fama e, com isso, atrair investidores. Decidiu que subiria a mais alta montanha da América do Norte, até então algo não conseguido. Em 1903 chegou ao Alaska e, depois de alguns meses de tentativas, tornou-se o primeiro homem a circunavegar a montanha, um grande feito. Mas não conseguiu encontrar uma rota para subi-la.
Apesar de parecerem próximos, os picos norte e sul da montanha estão a 5 km de distância um do outro (Denali National Park, no Alaska)
Três anos mais tarde, voltou à carga, dessa vez com uma expedição mais bem planejada. Mesmo assim, meses tentando e nada. Quando desistiram e se aproximavam do litoral para embarcar e voltar para casa, Cook teve um ímpeto, deixou seus companheiros por lá, foi acompanhado apenas de um tratador de cavalos e sumiu continente adentro. Duas semanas mais tarde retornou com uma foto, mapas e a história da conquista da montanha. Apesar da desconfiança dos seus companheiros, sua conquista foi aclamada mundo afora e ele, recebido com honras e desfile em Nova York. Sua fama abafou completamente as vozes daqueles que diziam ser impossível ter subido a montanha em tão pouco tempo.
Visita ao Denali National Park, no Alaska
Cook pode, então, juntar seu dinheiro para seguir ao objetivo que tanto almejava: o Polo Norte. De maneira secreta, para surpreender seu agora rival, Robert Peary, partiu no final de 1907 e, em Abril do ano seguinte, chegou lá. Ou, pelo menos, diz que sim. Quase um ano antes de Peary, que também afirmava ter sido o primeiro. O problema para Cook é que agora, ele enfrentava uma voz discordante com muita fama também. Peary e seus seguidores trataram de desqualificar seu rival, apresentando uma série de dúvidas sobre a viagem de Cook. Não só isso, deram força também àqueles que duvidavam da conquista do Denali. Pois é, com relação à montanha, seus detratores descobriram que os mapas de Cook não o levaram ao alto do Denali, mas a uma montanha de pouco mais de 3 km de altura, hoje conhecida como Fake Peak (pico falso). Foram capazes de produzir uma fotografia exatamente como a que Cook tinha tirado. Sua história caiu por terra. E com ela, sua reputação. Também a conquista do Polo Norte foi desacreditada.
Caminhando um pouco no parque e aproveitando a vista magnífica do Denali National Park, no Alaska
Cook desistiu da vida de aventureiro e foi trabalhar na indústria petrolífera. Anos mais tarde, foi preso, acusado de propaganda enganosa, por superestimar, em cartas à investidores, as reservas de óleo de sua companhia. Recebeu uma pena duríssima para esse tipo de crime, sendo condenado a muitos anos de prisão. A ironia é que, ao final, com novas descobertas, a quantidade de óleo era até maior que aquela que ele havia atestado. O grande Amundsen (que morreu em 28) o visitou várias vezes na prisão, onde esteve até 1940, quando recebeu o perdão presidencial de Roosevelt. Morreu poucos meses mais tarde, esquecido do público, em casa.
Bela foto da bandeira ameicana com o Denali ao fundo, no Denali National Park, no Alaska
Alheio a tudo isso, lá está o Denali. Continua crescendo, ano a ano para, quem sabe um dia, assumir definitivamente o título de montanha mais alto do mundo. Em tempo: o Aconcágua e o Chimborazo podem estar diminuindo de tamanho, mas o Everest, o K2 e o Mauna Kea continuam a crescer também...
O colossal Denali ainda está a 30 km de distância! (Denali National Park, no Alaska)
Olá Rodrigo, parabéns pelo projeto e pelas fotos, sempre belas imagens.
Quanto ao seu artigo, ele aborda um ponto de vista mais turístico, que é a proeminência de uma montanha e o que realmente impressiona a primeira vista a um turista, mas quando falamos do ponto mais alto da terra ou a montanha mais alta da terra como na verdade o Everest é conhecido e de fato é, tudo que foi abordado cai por terra quando falamos de ar rarefeito. O Monte Saint Elias, o Denali, o Chimborazo e até o Aconcágua nunca devem ser comparado com o Everest pelo fato do AR RAREFEITO, é isso que diferencia as altas montanhas do Himalaia do resto do mundo, o Denali você chega de avião e apesar de ser uma montanha muito fria, você consegue escalar tranquilamente sem uso de oxigênio suplementar. O cume do Denali é mais baixo que o Acampamento 2 do Everest, ou seja, o Denali é 2.652m mais baixo que o Everest. E a zona da morte começa mesmo acima dos 8.000m.
Resposta:
Oi Elias
Realmente, com relação ao ar rarefeito, não se pode comparar o Denali com as montanhas do Himalaia e do Karakouran. Mesmo com condições climáticas ainda mais adversas, depois de aclimatado, pode-se subir o Denali sem o auxílio de oxigênio suplementar, o que é uma coisa muito mais difícl nas montanhas acima de 8 mil metros. Mas nos dois casos, é o clima que vai dizer se vc pode ou não pode subir a montanha.
Hoje em dia, infelizmente, a maior dificuldade de subir o Everest, não é o oxigênio suplementar ou o ar rarefeito. Com a estrutura que as expedições fornecem, como carregadores, longo processo de aclimatação, garrafas de oxigênio, comida quentinha e até chuveiro aquecido no campo base, o maior problema é o congestionamento nos chamados "gargalos" onde, mesmo estando acima dos 8 mil metros, vc pode ser forçado a esperar mais de uma hora na fila para passar por alguma passagem mais estreita. São dezenas e dezenas de pessoas subindo (ou tentando subir) no mesmo dia, todos tentando aproveitar a curta janela de bom tempo que dura a temporada;
Tecnicamente, é o K2 a mais difícil das montanhas de 8 mil, mesmo sendo mais baixo que o Everest
Outra coisa a ser lembrada é que não apenas a altitude, mas também a latitude influencia na quantidade de oxigênio no ar que respiramos. Na região do Everest, que não está numa latitude tão alta, encontramos florestas a quase 4 mil metros de altitude. Na região do Aconcágua,nessa mesma altitude, só encontramos pequenas moitas, e olhe lá... Por isso dizem que os 7 mil metros de altitude do Aconcágua equivaleriam a mais de 7.500 metros (com relação ao ar que respiramos) lá no Everest. No Denali, numa latitude maior ainda, esses efeitos são ainda mais pronunciados
Enfim, esse é um assunto fascinante, principalmente parq quem gosta de montanhas. De qq maneira, eu que já estive nas três, posso dizer: Pelo menos para mim, a montanha que mais me impressionou, visualmente, foi o Denali. Mais do que ela, só a Parede Sul do Lotse, vista do alto do Island Peak. Chegar aos 6 mil metros e ver uma parede de dois quilômetros de altura na sua frente é realmente de tirar o fôlego...
Abs
prezados
Tenho acompanhado a muito tempo sua viagem no blog mas so agora tive coragem de comentar. Voces postaram centenas,se nao milhares de fotos lindissimas. Me inspiraram a ir nos Lencois Maranhenses, Delta do Parnaiba, Sete Cidades no Piaui, e lendo o relato e vendo as fotos de voces estou me preparando para ir a Chapada Diamantina. Moro em Maceio Alagoas vos desejo sucesso nessa jornada que da asas a nossa imaginacao
Resposta:
Olá Sotero
Legal que vc teve a "coragem" de comentar, hehehe. Não sabe o bem que faz para nós receber comentários e feedback nos posts. faz a gente nos sentir mais perto de casa e dos amigos!
Joia também que vc viajou para todos esses lugares. Tenho certeza que vai ADORAR a Chapada Diamantina, um verdadeiro paraíso no meio da Bahia;
Recomendo que vc também vá conhecer a foz do São Francisco e a região de Piranhas, as duas pertinho de Maceió. Um pouquinho mais longe, mas não tanto, tem a Serra do Catimbau, em Pernambuco, a Laje do Pai Mateus, na Paraíba e a Serra da Capivara, no Piauí. A região Nordeste é mesmo um lugar incrível! Nós AMAMOS o sertão!
Abraços, boa viagem e continue mandando notícias!
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