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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuÃna é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
A catedral de Puebla, no México
Levantamos cedo ontem e, depois de um saudável suco de laranja natural na feira que toma conta da praça principal de Amecameca todos os dias, fui acompanhar a Ana, Val e Gera até a rodoviária. Eles pegaram o ônibus para a Cidade do México. As meninas seguem para dois dias intensos de turismo na capital federal enquanto o Gera foi cuidar de burocracias e responsabilidades, além de rever a esposa. O plano era que ele fosse me reencontrar no dia seguinte (hoje!) em Puebla para, juntos, irmos ao refúgio de montanhistas no Orizaba.
Suco de laranja natural de café da manhã em Amecameca, no México
Quanto a mim, fui cuidar da Fiona, enquanto descanso um pouco para ganhar energias para a escalada que me espera. Essas próximas 60 horas seriam a minha mais longa separação da Ana nesses 1000dias de viagem. Será que eu saberia viver sozinho, hehehe.
Pegando ônibus de Amecameca para Cidade do México
Confesso que a viagem para Puebla foi bem esquisita, um enorme vazio no banco ao lado na Fiona. Entrando na cidade, também senti muita falta de alguém me ensinado as ruas a seguir e me ajudando a encontrar um hotel. Enfim, a sorte estava do meu lado e, no caminho para o centro, já passei em um quarteirão cheio de lojas que fazem alinhamento de automóveis. Seria o meu compromisso para hoje cedinho! Depois, carro estacionado, não demorei a encontrar um ótimo hotel, num prédio histórico e charmoso, a menos de duas quadras da praça central da cidade.
A catedral de Puebla, no México
Puebla é uma das mais tradicionais cidades mexicanas e foi, até o final do século XIX, a segunda maior cidade do paÃs. Foi fundada pelos primeiros colonizadores espanhóis, ainda em 1520, com o objetivo de suplantar em tamanho e poder a vizinha Cholula, um centro nativo de grande importância religiosa. Toda a região já tinha tradição em produção de cerâmica, mesmo antes da chegada dos europeus. Com a introdução de novas ferramentas e materiais pelos espanhóis, a tradição continuou e se incrementou e Puebla manteve uma grande importância econômica na época colonial e inÃcio da vida republicana.
Interior de igreja em Puebla, no México
Também foi aqui o local de importantes batalhas durante a invasão francesa para instaurar uma monarquia no paÃs, durante a década de 60 do século XIX. O exército de Napoleão III, considerado então o mais forte do mundo, atacou frontalmente a cidade em 5 de Maio de 1862. O exército republicano mexicano, contando com apenas um terço das forças atacantes, resistiu bravamente, num dos raros exemplos de vitórias nacionais contra forças estrangeiras. Até hoje a data é celebrada pelo exército e pela nação. Mas um dos fatores que explicam a derrota francesa na batalha foi que boa parte dos soldados estava atacada com uma forte disenteria. Aparentemente, a comida picante do paÃs não havia lhes caÃdo bem... De qualquer maneira, um ano mais tarde os franceses voltaram, agora sem dor de barriga, e conquistaram a cidade, que permaneceu sobre o controle das forças monarquistas de Maximiliano até quase o fim da guerra, em 1867.
Apresentação de palhaços reúne muita gente na praça central de Puebla, no México
Fim de tarde em Puebla, no México
Desde então, a vida se acalmou bastante em Puebla. Hoje, o movimento maior vem dos turistas e dos artistas locais que disputam um lugar no Zocalo para sua apresentações sempre concorridas, principalmente nos finais de tarde. A praça é muito agradável, cheia de árvores e ladeada por grandes prédios. O mais belo deles é a vistosa catedral, uma das maiores do paÃs.
Caminhando pela praça central de Puebla, no México
Minha tarde de ontem foi toda de passeios e caminhadas pelo charmoso centro histórico e pelo movimentado centro comercial. O jantar foi mesmo no hotel que, com seu pé direito alto e murais pintados no teto, já merece ser visitado mesmo que não se hospede por lá. Gostei tanto de lá que já deixei quartos reservados para nós quando me reencontrar com a Ana e Valéria, após a subida ao Pico Orizaba.
Chegando ao Pìco Orizaba, montanha mais alta do México
O Pico Orizaba visto do refúgio de montanhistas, no México
Hoje cedo, foi a hora de finalmente alinhar a Fiona. Por aqui, o alinhamento é feito da mesma maneira que no Brasil, sem a frescura de computadores pré-programados como nos Estados Unidos. Enfim, pode ser feito, mesmo com um carro que não existe no mercado local. O que o mecânico descobriu, também, foi que um dos suportes da suspensão da Fiona estava em estado precário. Depois de 125 mil km, muitos dos quais em estradas bem esburacadas, não posso reclamar. Para meu alÃvio e felicidade, essa peça havia por aqui e pôde ser trocada. Nossa Fiona está pronta para enfrentar a América Central novamente!
Refúgio de montanhistas no Pico Orizaba, no México
De volta ao hotel, lá estava o Gera, recém-chegado da capital. Juntos, numa Fiona redondinha, fomos para Tiachichuca, uma pequena cidade quase aos pés do Pico Orizaba. Daà partem as expedições para conquistar a maior montanha mexicana. Nós fomos diretamente ao ponto de encontro marcado com o Piotr, um polonês radicado no México e que será nosso guia para a empreitada de amanhã. O Piotr é o dono da empresa Mexico Extreme e leva clientes a qualquer montanha no México. Ele estava em um dos centros de apoio à alpinistas que existe na cidade e aà checamos os equipamentos e alugamos o que faltava. Ainda descolei um delicioso almoço mexicano, com muito feijão e abacate, deixamos a Fiona guardada e, num carro alugado, seguimos para a montanha.
Fim de tarde no refúgio do Pico Orizaba, a maior montanha mexicana (foto de Geraldo Ozorio)
Até poderÃamos ir de Fiona mesmo, mas agora que ela acabou de ser alinhada, resolvi poupá-la dessa. A gente segue por uma estrada bem rústica montanha cima, ziguezagueando pelas encostas mais baixas do Pico Orizaba até os 4.200 metros de altitude, onde está o refúgio. Vai ser o lugar da nossa curta noite, já que por volta da uma da madrugada vamos nos levantar para o ataque ao cume.
Refúgio de montanhistas no Pico Orizaba, no México
A gente chegou lá no final da tarde e finalmente pudemos ver o Orizaba que, até então, se escondia atrás das nuvens. Imponente e glorioso, por baixo de uma vasta capa de gelo, seu cume cerca de 1.400 metros acima de nós. Só deu tempo de eu dar uma pequena caminhada para tirar umas fotos e logo escureceu. Em seguida, o Piotr preparou um lanche reforçado para começarmos a acumular energia para o esforço que nos espera.
Prontos para dormir no refúgio de montanhistas, na véspera da tentativa de subir o Pico Orizaba, no México
O refúgio não é grande, mas bem maior que aquele lá do Izta. Além de nós, apenas outros 3 alpinistas para dividir conosco enormes triliches. O frio começou a apertar e logo estávamos dentro dos nossos sacos de dormir, tentando aproveitar ao máximo das poucas horas de descanso. Mas nossa tranquilidade não demorou muito, pois duas horas mais tarde chegou ali uma tropa de elite do exército mexicano, cerca de quarenta soldados em seus exercÃcios cotidianos. Armados até os dentes, mas muito simpáticos, ocuparam o resto dos triliches e todo o assoalho do refúgio. Meia hora de balbúrdia total. Se nós já ficamos impressionados com aquilo tudo, imagina os três jovens montanhistas americanos que ali estavam, em sua primeira viagem internacional. Não entenderam nada, hehehe. Bom, se os soldados nos acordaram agora, já deixamos avisados para eles que em poucas horas será a nossa vez de despertá-los. Com o maior cuidado, claro! Afinal, estamos em minoria! Em compensação, perdidos no meio de uma montanha no México, nunca dormimos uma noite tão segura em nossas vidas! Tinha até sentinelas, um do lado de dentro e outro no frio lá fora. O mesmo frio que vamos encarar daqui a três horas!
Soldados dormem no refúgio do Pico orizaba, a maior montanha mexicana (foto de Geraldo Ozorio)
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