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Tocando tambor e reverenciando a natureza no alto de "El Quemado", na região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Um dia de céu azul, com poucas nuvens no céu, maravilhoso! Uma cavalgada nas montanhas ao redor de Real era uma forma de nos sentirmos mais íntimos daquela terra tão cheia de história e com tantas belezas naturais.
Cavalos prontos para nossa cavalgada na região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Saímos cedo pela manhã para uma cavalgada com Refúgio, um guia local, homem sabido e muito comunicativo. Ele foi nos explicando sobre a vida, os causos e os tempos áureos da cidade minera, que chegou a ser a mais rica reserva de prata da Nova Espanha.
Com o nosso guia durante cavalgada na região de Real de Catorze, Pueblo Mágico ao norte do México
Cavalgada na região de Real de Catorze, Pueblo Mágico ao norte do México
O recorrido sai da pequena cidade em direção ao Pueblo Fanstasmo, antigo povoado espanhol com palacetes e mansões riquíssimas da época da mineração. O povoado foi abandonado quando o preço da prata despencou e ficaram aqui as paredes em ruínas, testemunhas de um passado não muito antigo.
Chegando à Ciudad Fantasma, perto de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Explorando a Ciudad Fantasma, próxima de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Desfrutando cada luz e cor da paisagem com as passadas firmes e um pouco cansadas dos valentes Cacauate, Chiflado e Campeón, decidimos ampliar o nosso olhar e continuar em uma volta mais longa ao redor das montanhas da Sierra de Catorce. Fizemos o recorrido passando pelo alto dos montes por onde um dia floresceu a fazenda de Ventura Ruíz, fazendeiro e minerador mexicano que se tornou um símbolo da justiça entre os seus trabalhadores. Ele não enriqueceu e foi dos poucos a não ter mão de obra escrava em suas minas. “Nesta fazenda todos ganhavam!” diz Refúgio com orgulho do seu paisano mexicano.
Ruínas da Ciudad Fantasma, próxima de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Aos poucos as cores da terra, dos cactos e do céu começam a se avivar e a nossa visão fica mais potente do que nunca. Passamos a olhar o mundo em alta definição, com todos os detalhes, da menor rama do deserto ao mais distante cerro, tudo está nítido como nunca.
Planta do deserto na região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Sentimos o vento intensamente, refrescando nosso suor do sol do deserto, enquanto cavalgamos acelerados rumo ao Cerro Quemado. O cerro de longe tem o formato de um elefante, segundo Refúgio, um dos motivos pelo qual muitos indianos peregrinam até aqui ao monte sagrado Huichol, para seus rituais e meditações.
Cavalos aguardam enquanto seus clientes sobem o El Quemado, montanha sagrada próxima de Real de Catorze, Pueblo Mágico ao norte do México
Cavalgada nas montanhas ao redor de Real de Catorze, Pueblo Mágico ao norte do México
O Quemado é o centro do mundo na cultura Huichol, o lugar onde nasceu Tatewari, o grande ancestral Fogo. É um centro místico e cerimonial a leste do território wixarika que atrai milhares de peregrinos indígenas que andam quilômetros e quilômetros como faziam, já há centenas de anos, os seus ancestrais.
Caminhando pelas montanhas da região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Deixamos os nossos cavalos, Refúgio e subimos caminhando lentamente ao alto do Quemado. Passamos por uma grande mandala de pedras, com oferendas no centro. Lá do alto temos uma visão ampla do Wirikuta, o Deserto de Chihuahuan, lugar onde os wixarikas encontram os seus cactos sagrados, o hikuri, ou peyote, utilizado para guiá-los em seu caminho e aprendizados. Embora encontrado em todo o deserto, de Coahuila até San Luis Potosi, o peyote encontrado aqui no Wirikuta é o mais desejado para as suas cerimônias.
El Quemado, a montanha sagrada na região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Um colorido cactus nas montanhas de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
O peyote é um cacto que cresce lentamente no Deserto de Chihuahuan, nos estados de Coahuila, Nuevo León, Tamaulipas e San Luis Potosí. Ele é utilizado por tribos indígenas norte-americanas a mais de 5.500 anos para usos medicinais e ritualísticos. As suas propriedades curativas estão relacionadas a tratamentos para reumatismo, diabetes, cegueira, gripes, doenças de pele e como analgésico para dores de dente, parto e outras.
O famoso peyote, espécie de cactus comum no região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
O seu princípio ativo é a mezcalina, também presente em outras plantas espinhosas do deserto como o maguey e o agave, por exemplo. Com o formato de uma cabeça de alho, o seu crescimento é muito lento, o que faz com que a substância fique mais concentrada em seus gomos. A mezcalina é conhecida também por suas propriedades psicoativas e é utilizada pelos indígenas como um instrumento de ampliação de consciência, induzindo a estados meditativos de profunda introspecção. Os indígenas da região amazônica utilizam o Ayuaska, planta com diferente princípio ativo, porém com efeitos muito parecidos. Conhecemos a história de um morador da região, um xamã (pajé) que utiliza o peyote há mais de 30 anos, ele já tinha ouvido falar do Ayuaska e mais jovem teve a oportunidade de prová-la. Segundo ele os efeitos e as experiências espirituais “San distintas, mas igualiiiitas, igualitas, igualitas.”
Conversando com nosso guia nas montanhas de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
O uso do peyote é visto com certa cautela, medo e as vezes preconceito por outras comunidades, pois acredita-se que por ter propriedades psicotrópicas, ele seria considerado uma droga. A realidade é que existem várias formas de classificação destas substâncias, desde as drogas farmacêuticas, até as drogas ilícitas. A principal questão no meu ponto de vista é: ela causa dependência química? Pesquisas de uso prolongado do cacto já foram realizadas com os índios Navajo nos Estados Unidos e o resultado afirma que além de não causar dependência, ela não causa déficits neurológicos nos seus usuários. Estes usuários, na realidade, mostram inclusive que os efeitos do uso do peyote são positivos para a saúde psicológica e mental.
O famoso peyote, espécie de cactus comum no região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Chegamos ao topo do Cerro Quemado e encontramos um grupo terminando seu ritual, entregando suas oferendas e emanando uma forte energia através da música batucada paulatinamente, entrando em comunhão as vibrações místicas da natureza pura e linda deste centro energético da Terra.
Labirinto místico de pedras na montanha sagrada da região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Oferenda à natureza no alto da montanha El quemado, na região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Fechamos nossos olhos e meditamos por um momento. A introspecção profunda é natural, embalados pelos tambores, vemos dentro e fora, a beleza da vida. Fica claro o medo que nós humanos temos de nos perdermos da mente ao nos entregarmos ao conhecimento espiritual. O ser humano vive aprisionado em um mundo material, raso e irreal com medo de ver o que já lhe é familiar, mas que aqui, se torna quase inconcebível.
Prestando reverência à montanha sagrada de El Quemado, na região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Esta experiência aconteceu de forma natural, nós não fomos atrás dela, ela veio até nós. Fomos presenteados com uma experiência incrível de transcendência do espírito, onde conseguimos apurar os nossos sentidos e estar mais conscientes da capacidade desperdiçada, mental, sensorial e energeticamente, pelo ser humano.
A pequena capela no alto da montanha sagrada El Quemado, na região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Retornamos aos nossos cavalos, certos de que este foi um dos dias mais incríveis da nossa viagem. Refúgio nos explica que a montanha apenas se revela desta forma aos que estão em sintonia com a energia do lugar, com a natureza e as vibrações positivas, de puro amor pela vida e pelo mundo.
Cavalos e guias esperam seus clientes sob a lua e um céu azul, aos pés de El Quemado, na região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Regressamos lentamente à cidade, passando por plantações de nopales, aveia, arroz e outros produtos do rico deserto mexicano. Novamente me sinto no sertão nordestino, um lugar que aos olhos dos urbanóides é pobre e sem vida, mas que sem precisar cavar muito encontramos alimentos, uma rica cultura e natureza.
Chegando de cavalgada à Real de Catorze, Pueblo Mágico ao norte do México
De volta à nossa pousada encontramos o ambiente ideal para descansar as pernas e cadeiras das 5 horas de cavalgada. O sol nos aquecia carinhosamente nas cadeiras de balanço, com vista para a cidade de pedras, a arena de rinha de galos e a foto do Pancho Vila.
Aproveitando a luz do sol que entrava pela janela do nosso quarto, no fim de tarde em Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
Esta tarde chegou à cidade o Walter, fotógrafo argentino, que vive no Canadá e revisita a sua segunda pátria, o México. Ele está retornando de uma viagem de 3 meses do Canadá à América Central de carro, um mergulho na cultura Maya. Nos encontramos na varanda da pousada, vendo a vida passar, cavalgadas, artesãs e muitas histórias de viajantes.
Com o Walter, amgo argentino que fizemos em Real de Catorze, Pueblo Mágico ao norte do México
Luz mágica de fim de tarde no quarto de nosso hotel em Real de Catorze, Pueblo Mágico ao norte do México
Mais tarde conhecemos Mercedes, nossa anfitriã na Pousada Angel y el Corazón. Mercedes também chegava de uma cavalgada e nos contou sobre as vida no povoado de uma perspectiva diferente, de quem andou o mundo depois de ter saído da Argentina com os pais exilados, e escolheu essa boa energia de Real de Catorce para construir o seu lar. Uma luta nada fácil para quem quer recursos e educação de qualidade para os filhos, mas ela é das poucas que resistiu e se manteve firme, certa de suas escolhas.
Vaso com pequenos cactus no nosso hotel em Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
A noite ainda nos reservava um momento ainda mais especial, o encontro com a turma da resistência, escritores, fotógrafos, chefs de cozinha, mexicanos, italianos, argentinos e espanhóis. Um grupo de amigos apaixonados pela vida, por Real de Catorce, que sonham e constroem um mundo melhor. Arie, Luiz, Franchesco, Triciel e Mercedes, acompanhados pelos filhos e filhas deste sonho com nomes como Jade, Luna, Arco-Íris, acompanhados pela criatividade que lhes é peculiar. A noite fria foi regada a vinho, mezcal, boas botanas, assuntos interessantíssimos e inflamados, declamações de poesias de Altazor, de Vicente Huidobro, e finalizada por uma reunião em torno da fogueira. Um mundo mágico com o qual me identifico, quase um sonho... Será que foi mesmo real?
Cavalos esperam seus clientes sob a lua e um céu azul, aos pés de El Quemado, na região de Real de Catorce, pueblo mágico no norte do México
ADOREI!
sucessos para vocês ANO Maravilhoso !!!!
Resposta:
Obrigada Cleo! Sempre bom te ver por aqui, sua torcida e fiel companhia são sempre um incentivo para nós! Beijos!
Olá minha gente ,como vai todos ,um grande beijos e
Ana e Rodrigo todas as viagens ,as fotos ficaram lindas preciso encontrar tempo para ler ,cuide se da saúde de vocês ta ok ,meu Arthur me consome mas estou firme e forte .beijos boa noite ,ou boa madrugada!!!kkkkkkk.........
Resposta:
Oi Cleo! Aqui na madrugada tb respondendo os comentários (atrasada!). Seu Arthur deve estar um meninão já! Siga forte que logo logo será ele que estará cuidando de você! Beijos e espero te ver mais por aqui! Beijos!
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