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Arquitetura Bichos cachoeira Caverna cidade Estrada história Lago Mergulho Montanha Parque Patagônia Praia trilha vulcão
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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Arquitetura típica de uma das comunidades ribeirinhas na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Talvez a grande sacada do Márcio Ayres no valoroso processo de criação da Reserva do Mamirauá tenha sido a decisão de não transformá-la em um Parque Nacional, mas sim em algo que não existia até então, uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável. Pode parecer uma simples uma questão de semântica, mas não é. As duas entidades guardam uma diferença fundamental entre si: a presença humana na área em questão.
Completamente alagado na época das cheias, o campo de futebol de uma das comunidades ribeirinhas na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Visita à comunidade ribeirinha na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Parques Nacionais preconizam a desapropriação e expulsão de antigos moradores da área a ser preservada enquanto Reservas de Desenvolvimento Sustentável até estimulam a sua presença, desde que em convívio harmônico e saudável com a natureza da região. A ideia é muito simples: quando se quer criar uma área de preservação como um parque em uma área que já é ocupada, o processo de desocupação é custoso e desgastante. Não sem razão, moradores se unem contra o projeto, tentando sabotá-lo de todas as maneiras. Perde o estado, perdem os moradores e, principalmente, perde a natureza que não tem nada a ver com a briga. Na formação de uma Reserva, a ideia é trazer os moradores para o lado da preservação, mostrando as vantagens que poderão ter em manter seu estilo de vida e, ao mesmo tempo, aumentar seus ganhos com atividades relacionadas, por exemplo, ao turismo.
Escola de uma das comunidades ribeirinhas na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Um dos habitantes locais nos recebe na escola de uma das comunidades ribeirinhas na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Isso foi feito em Mamirauá pela primeira vez no país, deu certo, tornou-se um novo paradigma e continua a servir de exemplo para a criação de reservas espalhadas por todo o Brasil. Os agradecimentos devem ir não somente ao criador da ideia, mas também aos moradores locais, que a encamparam e fizeram de Mamirauá um exemplo nacional e internacional.
Nosso guia nos mostra crânios de jacaré durante visita à comunidade localizada na Reserva de Mamirauá, perto de Tefé, no Amazonas
Caminhando sobre palafitas em uma das comunidades ribeirinhas na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Para quem visita a Reserva de Mamirauá, essa é sempre uma das possibilidades de passeio: ir até uma das muitas comunidades dentro da reserva para aprender como vivem seus moradores. Empresta um lado humano no meio daquela natureza toda e, na nossa opinião, é um dos pontos altos da temporada na reserva.
Prédio histórico em Tefé, no Amazonas
Igreja matriz de Tefé, no Amazonas
Na verdade, nosso contato com a civilização na região começa muito antes, quando chegamos à Tefé, a principal cidade do Médio Solimões. Construída na beira de um “lago” do rio Solimões, é um importante e centenário porto na rota entre Manaus e o Perú. Na nossa passagem na ida, seguimos diretamente do aeroporto para o cais, mas na volta, ao fim da temporada, passamos boas horas explorando a cidade.
Visita ao movimentado mercado de Tefé, no Amazonas
Ao lado do rio, o mercado de Tefé, no Amazonas
Além de uns poucos prédios históricos e da praça da igreja, a grande atração é visitar o mercado, sempre movimentado e muito sortido de peixes e frutas amazônicas. Para nós já foi bem interessante, mas foi ainda mais para nossos novos amigos gringos conhecidos durante a temporada em Mamirauá. Se já é exótico para nós, imagina para eles...
Frutas a venda no mercado de Tefé, no Amazonas
Frutas a venda no mercado de Tefé, no Amazonas
Ficamos sabendo também da história do lixão perto do aeroporto, o que não foi mesmo uma boa ideia. Lixão atrai urubus e urubus não se dão bem com aviões. Resultado: o aeroporto ficou fechado por quase um ano, trazendo evidentes prejuízos à cidade e também à Mamirauá, já que é por via aérea que chegavam (e chegam) a maioria dos turistas. A Pousada Uacari ficou quase deserta durante esse período e só agora começa a se recuperar. Pior para as comunidades locais que é para quem é revertido os ganhos conseguidos na Pousada, além dos empregos que ali são criados quando há mais demanda. Enfim, vivendo e aprendendo e a cidade e a pousada recuperam agora os seus turistas, com o aeroporto livre da ameaça dos urubus.
Em Tefé, no Amazonas, com o grupo que passou conosco os cinco dias na Reserva Mamirauá
Mas, de volta à nossa estadia na reserva, fomos todo o grupo em visita a uma das comunidades que, em revezamento, recebem os turistas que vão passar temporadas por lá. As casas, claros, são todas construídas sobre palafitas, para lidar com os seis meses de cheia. Durante a seca, a comunidade pode ficar a quilômetros da fonte de água mais próxima, mas agora, durante a cheia, a água cobre quase tudo, como o campo de futebol, o bar e as roças. Foi mesmo de canoa que passeamos entre as casas, fomos até a escola e observamos uma espécie de curral flutuante, onde ficam as vacas nesse período do ano.
Um pequeno curral flutuante, que funciona durante a cheia do rio, em comunidade localizada na Reserva de Mamirauá, perto de Tefé, no Amazonas
Um pequeno curral flutuante, que funciona durante a cheia do rio, em comunidade localizada na Reserva de Mamirauá, perto de Tefé, no Amazonas
Chegando à comunidade, fomos recebidos por um de seus moradores, que passou a ser o nosso guia. Ele nos levou até a escola onde pudemos “desembarcar” e caminhar sobre as palafitas que unem as construções. Dentro das salas de aula, a sensação é de estramos em tantas outras das milhares de salas de aula espalhadas pelo interior do Brasil, desenhos de crianças colados pelas paredes, anotações no quadro negro, cartolinas para se ensinar a ler e escrever. Enfim, vida normal aqui também, mesmo que a água suba 13 metros durante o ano!
Visitando a escola de uma das comunidades ribeirinhas na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Visitando a escola de uma das comunidades ribeirinhas na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Durante a nossa visita, a agradável companhia de crianças que, entre uma brincadeira e outra, ao longe, nos olhavam com curiosidade. Nessa época do ano, não se brinca de futebol, mas de canoa e de natação. A maior piscina do mundo está ali, em frente de casa, e com esse calor, é bem tentadora. Por aqui, aprende-se a nadar tão cedo como se aprende a andar. Uma exigência da natureza.
Menina se diverte em canoa durante nossa visita à comunidade localizada na Reserva de Mamirauá, perto de Tefé, no Amazonas
Garoto nos observa durante visita a uma das comunidades ribeirinhas na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
Por fim, depois de muita conversa para se aprender como se vive em um ambiente como esse, a passagem pela loja da comunidade, mais uma oportunidade de renda para quem aqui vive. E nós vamos embora com a certeza de que são infinitas as maneiras de se viver nesse mundão que todos compartilhamos. Tolos aqueles que acham que o seu modo de vida é o “normal”. As lindas meninas aqui do Mamirauá acham muito mais “normal” compartir sem medo um rio com piranhas e jacarés do que ir passear num shopping. Quem vai dizer que não é?
De barco, chegando de volta à Tefé, no Amazonas
Porto de Tefé, no Amazonas
E assim se encerra essa série de posts sobre a Reserva do Mamirauá, nossa casa durante essa semana, onde tanto vimos e aprendemos. Partimos com saudades e com a certeza de um dia voltar. Aliás, falando em partir, ainda bem que urubus e barcos também convivem muito bem. Assim, não tivemos problemas em pegar um deles rumo à Manaus, lá no porto de Tefé, onde não faltam desses simpáticos pássaros negros. Com a ajuda das nossas redes compradas em Tefé mesmo, serão quase 40 horas de viagem. Novas e autênticas experiências amazônicas nos aguardam...
Fim de tarde na Reserva do Mamirauá, região de Tefé, no Amazonas
eu achei muito as suas fotos gostaria de compartilhar
Resposta:
Olá Fatima
Pode compartilhar sim! Será uma honra para nós!
é uma pena mais continue suas viagens e não deixe de postar beleza.
Resposta:
Olá Wilson
Foi uma pena sim, deixar esse lugar maravilhoso que é o Mamirauá. Mas a viagem continuous muito tempo, e conhecemos muitos outros lugares pelo nosso continente. Assim, continuamos a postar histórias e fotos de todos esses lugares!
Um abraço
não sei como é sua viagem por essas comunidades mais se der procure ir no catuá principalmente na comunidade de santa luzia do bóia faça um video com as pessoas que la vicem e seus costumes e coloque pra vermos você vai gostar um abraço e valeu. fica perto de tefé e uma reserva extrativista
Resposta:
Olá Lindon
Obrigado pela sugestão! Infelizmente, já saímos da região, mas fica a dica para quem for para lá. Só posso dizer que, para nós, foi uma experiência incrível ter estado na região do Mamiraua e a visita que fizemos à comunidade foi um dos pontos altos dessa viagem!
Um grande abraço
Muito legal o post!!! Estive uma vez em Manaus , tive vontade de aventurar-me num passeio pela floresta mas estava com o pé engessado e ficou só nos planos.
Como nosso Brasil é rico em "diferentes mundos".
Abraços
Resposta:
OI Mabel
Então, na sua próxima vez na Amzônia, vá ao Mamirauá! Vale muito a pena!
Um grande abraço
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