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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
caminhando em bela alamenda na Pionner Square, no centro de Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos
Os primeiros brancos se estabeleceram na área onde hoje fica a cidade de Seattle por volta de 1850, pouco mais de meio século após o explorador George Vancouver passar por lá. Quem viu o grande explorador e seus estranhos barcos navegarem pelo Puget Sound (um braço do Oceano Pacífico) foi um jovem menino índio, ainda na sua terna infância. Apesar da pouca idade, nunca mais o pequeno Si’ahl esqueceu daquela imagem.
A única foto existente de Chief Seattle, um ano antes de sua morte, durante visita à cidade que já tinha o seu nome (no estado de Washington, nos EUA)
Agora, 50 anos mais tarde, Si’ahl era um dos principais chefes indígenas daquela região cheia de tribos e etnias distintas. Os colonizadores brancos ocidentalizaram seu nome para “Seattle” e mantinham com ele relações de amizade. Foi isso que fez com que “Chief Seattle” não aliasse seu povo às outras tribos indígenas (muitas delas, inimigas por várias gerações) na sua luta contra os invasores cara-pálidas. A aliança indígena perdeu a guerra e foram todos enviados às “reservations” criadas pelo governo branco para os índios. Para lá também seria enviado o povo de Chief Seattle, para compartir a mesma terra com seus inimigos milenares. Afinal, na mentalidade branca, os índios eram um povo só, e eles que se entendessem dentro das reservas. Novamente, os amigos brancos de Chief Seattle conseguiram impedir uma barbaridade dessas, mas de qualquer maneira, o seu povo também foi confinado em uma outa reserva. Já nessa época, em 1860, a região passou a ser chamada de Seattle, justa homenagem ao chefe índio que sempre procurou uma política de apaziguamento com os brancos. Em 1869 a cidade foi, enfim, reconhecida como tal. Manteve o nome, três anos após a morte do velho líder.
Pronta para abraçar um totem na Pinner Square, centro de Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos
Artista de rua no centro de Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos
A partir daí, começou a crescer e viver num sistema de ciclos, grandes booms seguidos de crises agudas. O primeiro boom veio da exploração da madeira. A mesma madeira usada para construir toda a cidade, que ardeu em chamas num grande incêndio em 1889. A cidade já vinha de uma crise, onde a minoria asiática (chineses) sofria com o forte racismo provocado pelos trabalhadores brancos desempregados. Mas a tragédia resultou em novo boom de construções, uma nova cidade refeita sobre os escombros da antiga. Aliás, uma das maiores atrações turísticas da Seattle de hoje é um tour subterrâneo pela cidade antiga, literalmente sob as praças e prédios da cidade nova. Esse novo boom não durou muito, pois a grande depressão de 1893 quase levou todo o país à bancarrota, a jovem cidade entre as mais atingidas pela crise econômica.
Capa de jornal com a histórica manchete da descoberta de ouro no Yukon (Museu da Klondike Gold Rush, em Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos)
Foi quando uma descoberta mais de mil quilômetros ao norte mudou para sempre a história de Seattle. Estou falando do ouro de Klondike, lá no Yukon, que gerou a mais famosa corrida do ouro da história. Já tratei da Klondike Gold Rush em outros posts, quando passamos por Dawson e pelo litoral sul do Alaska. Mas aqui, em visita ao museu, vimos a mesma história de um ângulo diferente.
A cidade soube se aproveitar da corrida do ouro! (Museu da Klondike Gold Rush, em Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos)
A cidade vivia em plena crise econômica. Boatos esparsos de uma grande descoberta de ouro circulavam. Foi quando um navio vindo do Alaska anunciou sua chegada. Um repórter mais proativo pagou um barco mais rápido para levá-lo até o navio antes que ele aportasse. Ali, ele entrevistou mineiros, constatou a veracidade da descoberta e, na manhã seguinte, seu jornal estampava, em letras garrafais: “GOLD! GOLD! GOLD!”. No dia seguinte, eram os jornais de todo o país. Foi o bastante para que se esgotassem todas as passagens possíveis em barcos seguindo para o norte. Foi, literalmente, uma questão de horas.
Mantimentos obrigatórios para quem quisesse entrar no Canadá durante a corrida do ouro (Museu da Klondike Gold Rush, em Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos)
O resultado dessa corrida, já falei em outros posts. Apenas uma minoria da minoria conseguiu fazer dinheiro com ouro. Mas vários o fizeram prestando serviços ou vendendo mercadorias para aqueles que buscavam o metal dourado. E quem mais capitalizou com essa febre foi a própria cidade de Seattle, propagandeando país afora a cidade como o destino inicial para o Alaska, o ponto onde se comprariam mantimentos e se fariam os preparativos. Foi o início de um novo boom econômico.
Poucos garimpeiros se deram bem na corrida do ouro (Museu da Klondike Gold Rush, em Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos)
A febre passou, mas a cidade já estava revitalizada, pronta para os novos ciclos que viriam. Por exemplo, uma longa greve nos portos tiraram de Seattle boa parte do fluxo comercial que passava por ali, levando para o rival porto de Los Angeles. Nova crise! Do mar para o ar, foi aqui que nasceu e cresceu a maior empresa de aviação do país e do mundo, a Boeing. Tão grande e tão forte que passou a influenciar a economia da cidade. Quando estava bem, toda a cidade ia bem, quando estava mal, toda a cidade estava mal. Nós ainda vamos lá na fábrica da Boeing para aprender e contar um pouco dessa história...
A roda gigante na orla de Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos
Foi para fugir um pouco dessa dependência de uma só indústria que a cidade tudo investiu numa grande feira no início da década de 60. A Space Needle foi construída justamente aí, atraindo milhões de visitantes apenas no seu primeiro ano de existência. Desde então, a indústria do turismo não parou mais de crescer...
Museu de Artes de Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos
Quem, aos onze anos, como prêmio de um concurso de ciências, pôde almoçar no restaurante giratório no alto da Space Needle foi um promissor garoto da cidade. Seu nome, Bill Gates, e a empresa que fundaria mais tarde, a Microsoft, ajudaria também a ampliar o espectro econômico da cidade, da aviação para o software.
REI, quase uma instituição em Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos
Compras na REI, loja de Outdoors em Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos
Não com a mesma força econômica, mas certamente com influência para mudar a imagem que se tem de Seattle, é a indústria e as atividades relacionadas à aventura, ou outdoors. Localizada próxima à diversos parques nacionais e regiões selvagens, Seattle é uma meca das pessoas que gostam de montanhismo, cross-country e outras aventuras. Não é a toa que também nasceu na cidade uma das melhores cadeias de lojas nesse setor, a REI. Foi uma de suas lojas que nos fez sair do hotel em dia de intensa chuva. Não só para comprar uma barraca nova, mas para conhecer essa verdadeira instituição. A loja tem até cachoeira e guarda-florestal. Um show!
Propaganda no Duke Restaurant, na orla do Lake Union, um dos lagos de Seattle, no estado de Washington, noroeste dos Estados Unidos
Show também foi o nosso jantar celebrando nossa vinda à terra natal do Nirvana e do Pearl Jam, bandas que simbolizam a cultura jovial e independente da cidade. Na beira do Lake Union, no Duke Restaurant, especializado em salmões pescados pelo próprio dono no Alaska, comemos uma de suas criações: salmão ao molho de blackberries e queijo de cabra. Foi de dar água na boca! E isso foi apenas o início de nossas andanças pela cidade...
Delicioso salmão ao molho de black berries e queijo de cabra, no Duke Restaurant, na orla do Lake Union, um dos lagos de Seattle, no estado de Washington, noroeste dos Estados Unidos
Ótimo post , os pontos da história são bem legais . Será que vcs conseguem vistar uma reserva indígena?
Resposta:
Olá Rubens
Na verdade, nós visitamos algumas. Lá na península de Olympia, por exemplo, La Push é uma reserva!
Mas, para falar a verdade, não são muito diferentes não. Pelo menos, essas daqui não tem um grande cassino funcionando, que é o que ocorre com várias outras, pelo país inteiro
Abs
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