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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Caminhando pela magnífica praia Les Salines, em Sainte Anne, no sul de Martinica
Depois de descoberta por Colombo e ter as frágeis tentativas de ocupação por parte dos espanhóis repelidas pelos índios Caribs, a ilha teve de esperar outros 130 anos para que os europeus tentassem novamente. Dessa vez, foram os franceses, que chegaram decididos a colonizar a ilha e se instalaram no norte, fundando a cidade que seria a capital de Martinica até 1902, St. Pierre. Menos de duas décadas mais tarde, os colonizadores já haviam atravessado a ilha de norte a sul e construído um forte numa enorme baía na costa sudoeste, o que viria a se transformar em Fort-de-France, a atual capital de Martinica. No processo, foram derrubando as florestas para fazer espaço para suas plantations de cana-de-açúcar, tocadas à mão-de-obra negra escrava. Os Caribs até tentaram resistir, mas os que não foram mortos, fugiram para a vizinha Dominica.
Despedida de Roseau e de Dominica, no Caribe
Firmemente instalados na ilha, os franceses só viram sua supremacia ameaçada no perído entre a Revolução Francesa e as Guerras Napoleônicas, quando os ingleses ocuparam a ilha por diversas vezes. Para os proprietários das plantations, foi até um bom negócio, pois passaram a ter acesso ao rico mercado inglês e de suas colônias.
Deck superior do ferry entre Dominica e Martinica
É dessa época a mais famosa personagem da história de Martinica. A jovem Maria Josefina era filha de um grande aristocrata local. Depois de um rápido casamento com um rico oficial do exército, quando teve duas filhas, a bela moça se engraçou com um desconhecido militar francês, sete anos mais novo do que ela, que estava servindo em Martinica. Seu nome: Napoleão Bonaparte.
Chegando em Fort-de-France, capital da Martinica, a mais urbanizada ilha do leste do Caribe
Pois é, o tal Napoleão logo começou a se destacar como líder militar durante várias campanhas já no governo revolucionário. Ao fim, foi ele que acabou por botar ordem na casa, depois que a Revolução Francesa se deteriorou em desordem e matanças intermináveis. Nuna esqueceu seu primeiro amor e com ela se casou, em 1804, tornando-se Imperador da França e fazendo de Maria Josefina a imperatriz.
Loja de rede francesa em Sainte Anne, no sul de Martinica
Consta que foi por influência dela que Napoleão reinstituiu a escravidão nas ilhas francesas do Caribe, que havia sido abolida durante o governo revolucionário. Ela estava defendendo os interesses de sua família, grande proprietária de terras. É por isso que sua figura não é muito popular na Martinica, cuja população é composta, na sua maioria, por descendentes de escravos. Pois é, já é difícil se imaginar escravo. Agora, se imaginar escravo que ganha a sua liberdade para, anos depois, ser re-escravizado, isso é mais difícil ainda...
Com nossos amigos suecos, Maria e Douglas, em Fort-de-France, capital da Martinica
Josefina também perdeu sua popularidade com o líder francês. Depois de cinco anos sem conseguir lhe dar um descendente, o casamento terminou em divórcio. Mas, ironia do destino, a filha do primeiro casamento de Josefina acabou se casando com o irmão de Napoleão. Eles sim tiveram filhos e foi um deles que, quatro décadas mais tarde, seria coroado imperador com o título de Napoleão III (by the way, nunca houve um “Segundo”!).
Com nossos amigos suecos, Maria e Douglas, na pousada deles em Anse Mitan, ao sul de Fort-de-France, na Martinica
O fim definitivo da escravidão, nos anos de 1840, trouxeram dificuldades para a economia da ilha. Mas Martinica nunca deixou de ser a mais desenvolvida economia do leste do Caribe. Hoje, é mais urbanizada ilha da região e, tecnicamente, é um departamento francês, assim como Guadalupe e qualquer outro na França continental. Elege seus deputados, senador e vota para presidente. Enfim, aqui é a França, aqui é a Europa.
Praia de Grande Anse, no sudoeste de Martinica
Nós saímos ontem cedinho de Roseau, na Dominica, de ferry. Ainda tivemos um tempo para fotografar a capital dominicana e logo já víamos a ilha do mar, suas cidades espremidas entre as montanhas e o oceano. Algum tempo depois, já chegávamos à costa de Martinica, onde duas coisas logo chamaram a atenção: o infame Mt Pelée, o vulcão responsável pela grande tragédia de 1902 (trato disso no próximo post) e a grande urbanização da ilha.
Tempo de relaxar e ler sobre o país, na praia de Grande Anse, no sudoeste da Martinica
Desembarcados, no processo de encontrar uma locadora de automóveis, todas fechadas para almoço, ficamos amigos de outro casal que também procurava seu carro. São os simpáticos suecos Douglas e Maria. Ele é um imigrante da República dos Camarões e ela tem a aparência mais sueca possível, com uma certa influência norueguesa, para ficar ainda mais loira. Enfim, formam um casal muito interessante. Recém casados, em lua-de-mel, estamos curiosos para ver os filhos!
A bela igreja de Anse D'Arlet, no sudoeste da Martinica
Quando as locadoras abriram, não quiseram alugar um carro para eles, já que o Douglas não tem carteira e a Maria tem menos de dois anos de direção. Assim, oferecemos uma carona para eles até a pousada que já tinham reservado, numa grande península do outro lado da baía onde está Fort-de-France. Aí nos despedimos e nós continuamos dando a volta na tal península, passando pelas simpáticas Grande Anse e Anse D’Arlet, duas pequenas e pitorescas vilas em frente ao mar.
Nosso trajeto em Martinica
Mas resolvemos seguir viagem até Sainte-Anne, a cidade mais ao sul de Martinica, já na faixa central da ilha. Ali está a praia considerada a mais bonita do país, Les Salines. Depois de uma grande dificuldade em achar local para dormir (os hotéis simplesmente deixam de funcionar na época de baixa estação!), uma simpática senhora a quem pedíamos informações (meu francês já está tinindo!) simplesmente pegou o seu carro e nos guiou até um hotel que ela sabia que estava funcionando. Merci Beucoup!
Um delicioso recanto na estrada pouco antes de chegar em Le Marin, no sul de Martinica
A bela praia Les Salines, em Sainte Anne, no sul de Martinica
Hoje passamos o dia desfrutando dessa praia maravilhosa, uma longa faixa de areias brancas ladeada por uma coluna de árvores e coqueiros, e em frente a um mar azul típico do Caribe. Ali pertinho, a famosa “Diamond Rock”.
A famosa "Diamond Rock", usada como "navio" pelos ingleses, em suas guerras contra Napoleão (sul da Martinica)
Essa ilha, na verdade um grande rochedo a poucos quilômetros da costa, foi tomada por ingleses na época napoleônica. Aí instalaram uma base e menos de duas centenas de marujos a fizeram inexpugnável. Tratavam-na, mesmo oficialmente, como um navio, o “unsinkable HMS Diamond Rock”. De lá, ficavam atacando os navios comerciais franceses que tentavam transitar por aquela movimentada costa. Depois de muitas tentativas infrutíferas de desalojá-los, um comandante francês teve a brilhante ideia: fez chegar à ilha alguns barris do exelente rum produzido em Martinica. Na mesma noite, estavam todos bêbados e não conseguiram resistir ao ataque francês. O “navio” não foi afundado, mas ao menos, foi conquistado!
Vendedora de praia com estilo, em Sainte Anne, no sul de Martinica
Tarde preguiçosa na praia Les Salines, em Sainte Anne, no sul de Martinica
Bom, como ia dizendo, nós passamos um dia delicioso na praia, ora caminhando, ora nadando, ora não fazendo absolutamente nada, numa das muitas sombras na praia. Uma delícia! Aproveitamos também para trabalhar e tentar botar um pouco o site em dia, tarefa nada fácil! Muito bem acompanhados de queijos e vinho nacionais, sempre inspiradores, trabalhamos nos nossos respectivos computadores, para relatar o passado e planejar o futuro. Amanhã, seguimos para St. Pierre, no norte, aos pés do Mt. Pelée. E nossa passagem para Sta Lúcia também já está comprada. Vamos no dia 17.
Hora de trabalhar, com ajuda de queijos e vinhos, em Sainte Anne, no sul de Martinica
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