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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
O maravilhoso mergulho noturno com arraias manta, em Kona, na Big Island, no Havaí
Depois do passeio pela região da Green Sand Beach, chegamos à Kona com tempo contadíssimo para nossos compromissos. Um engarrafamento na entrada sul da cidade quase colocou nossa apertada programação a perder, mas no final deu tudo certo. Passamos rapidamente pelo nosso excelente Bed & Breakfast, com uma vista maravilhosa do litoral, deixamos a bagagem por lá e seguimos diretamente para a empresa de mergulho, no lado norte de Kona.
Ainda chegamos a tempo de fazer o check-in para o mergulho com as arraias, mas tivemos a triste notícia de que nosso mergulho com as criaturas abissais seria cancelado. Éramos os únicos clientes e o barco só sai com um mínimo de três mergulhadores. Após muito conversar com instrutores da empresa e sobre os aspectos que tornam esse mergulho tão especial, possibilidade única no mundo, resolvemos “bancar” o terceiro mergulhador. Comovidos com a nossa insistência, o pessoal da Big Island Divers aumentou ainda mais o nosso desconto (iríamos fazer os dois mergulhos com eles) e o tal “terceiro mergulhador” até que saiu barato. Melhor assim: nossos dois mergulhos ficavam dessa maneira garantidos, o segundo deles praticamente particular.
A caminho do nosso mergulho com as arraias manta, em Kona, na Big Island, no Havaí
Pois é, apenas nós dois no segundo mergulho, mas barco lotado para o primeiro. Não só o nosso barco, mas vários outros que se encaminhavam para o mesmo lugar, a baía das arraias mantas. Todos os dias, são dezenas de pessoas mergulhando e fazendo snorkel com esses graciosos animais da família dos tubarões, a maior espécie de arraias que habita os oceanos. Pior, todos caem na água no mesmo horário, um pouco depois de escurecer.
Lindo entardecer no barco a caminho do mergulho com as arraias manta, em Kona, na Big Island, no Havaí
Ao saber de toda essa multidão, fiquei meio decepcionado. Como quase todos os mergulhadores, não gosto de muvuca lá embaixo. Quanto mais gente, mais sujeira e menos peixes. Essa costuma ser a regra. Mas não nesse caso! Bastaram alguns minutos lá embaixo para eu aprender que esse é mesmo um mergulho diferente. Inclusive pelo fato que mais gente por ali só torna o mergulho ainda mais interessante!
A caminho do nosso mergulho com as arraias manta, em Kona, na Big Island, no Havaí
Tudo funciona da seguinte maneira: praticamente 75% das pessoas que vão ali só fazem snorkel. Eles ficam reunidos ao redor de boias apontando suas lanternas para baixo, imóveis. Nós, os mergulhadores, mergulhamos a uma profundidade de cerca de 12 metros, num grande campo de areia. Ali, encontramos alguma pedra, seguramos nela e ficamos imóveis também, lanternas apontadas para cima. Tantas luzes assim, no fundo e na superfície, fazem o mar parecer uma discoteca. Mas o melhor vem em seguida! As luzes das lanternas atraem os minúsculos seres marinhos, o plâncton. Atrás do plâncton vêm as enormes arraias. Batendo suas asas, elas nadam entre nós, em busca do alimento fácil que se reúne sobre nossas lanternas.
Lindo entardecer no barco a caminho do mergulho com as arraias manta, em Kona, na Big Island, no Havaí
E assim passamos meia hora lá embaixo, admirando esses animais maravilhosos. Eles dão verdadeiras rasantes sobre nós e, em seguida, já de ponta cabeça, atacam os plânctons do “andar de cima”, nas luzes das lanternas dos que fazem snorkel. Num verdadeiro balé subaquático, as arraias se alimentam ao mesmo tempo em que se desviam com perfeição de nós e das outras arraias. Um sentido apurado para o campo elétrico emitido por todos os seres vivos as faz desviar de nós com perfeição, ao mesmo tempo que podemos admirá-las bem de perto. Apesar da enorme boca, são absolutamente inofensivas.
Nessa noite, eram sete delas, nadando para lá e para cá. Para nós, que não as conhecíamos, pareciam dezenas, tamanho o alvoroço que faziam. Mas nosso instrutor é especialista em reconhecê-las. Cada uma delas tem suas manchas dorsais características, como se fosse uma impressão digital. São pouco menos de cem arraias na população local e nosso instrutor conhece quase todas elas, inclusive pelo nome. E eu que achei que elas migravam, que nada! Pelo menos essas daqui da Big Island, talvez contentes com a refeição fácil de todas as noites, daqui não saem. E não deixam a notícia correr os oceanos, para evitar a concorrência, hehehe! A gente até que tentou fotografar esse espetáculo, mas fotografia submarina noturna em movimento não é nossa especialidade. Fizemos filmagens também, que ficaram bem melhores, Mas ainda não tivemos tempo de fazer uma edição básica (um dia...). Então, melhor do que mil palavras, coloquei uma filme da internet. Só posso dizer que nossa sessão foi ainda mais legal que essa retratada pelo filme, pois havia mais arraias.
Depois desse inesquecível mergulho, o barco voltou para a marina, onde todos os outros passageiros desceram. Aí, apenas conosco e o instrutor, ele rumou para alto mar, para nosso próximo mergulho. Alto mar, no Havaí, significa apenas 3 milhas. Aì, a profundidade do mar já é abissal, chegando aos três mil metros! Afinal, a ilha em que estamos é apenas a ponta de uma enorme montanha submarina. É por isso que esse tipo de mergulho não pode ser feito no continente, cercado pela plataforma continental, sempre rasa. É preciso estar sobre grandes profundidades, pois é de lá que vem os seres vivos que queremos observar. Todas as noites, na maior migração de matéria orgânica existente no planeta, cem milhões de toneladas de seres vivos nadam das produndezas escuras para perto da superfície, onde se encontram para se alimentar e procriar. Antes do sol nascer, voltam lá para baixo.
Mergulhando com seres luminescentes abissais, em Kona, na Big Island, no Havaí
São esses os seres que queremos ver. Completamente diferentes dos que conhecemos, de dia ou de noite, nos corais. Ou, se comparados com o que vemos em terra, aí sim estamos em outro mundo! Como bem definiu um pesquisador, o mundo extraterrestre mais perto de nós não está em alguma estrela distante, mas bem aqui no nosso quintal, a poucos metros de nós, escondidos sob as águas dos oceanos. Se pensarmos bem, em terra, somos todos parentes próximos. Um crocodilo, um macaco, um sapo ou uma gavião, todos tem cabeça, tronco e quatro patas (ou duas patas e duas asas, no caso dos pássaros). Sinal que que somos muito próximos! Os peixes são um pouco mais diferentes, mas lá está a coluna vertebral que nos une a todos. Mesmo insetos, com suas muitas patas, olhos e boca, cérebro, também nos são familiares. Mas, como definir uma água-viva? Ou qualquer outra daquelas incríveis criaturas que vemos flutuando pelas águas escuras que nos rodeiam?
O estranho mergulho funciona de um modo diferente do que estamos habituados. O barco nos leva para um local de grande profundidade, o que no Havaí é bem perto da costa. Aí, ele desliga os motores e simplesmente segue junto com a corrente, silenciosamente. Os mergulhadores são presos a cordas nas extremidades do barco, um em cada canto. A corda tem um peso, para ficar esticada para baixo. Todos temos nossas lanternas e ficamos variando nossa profundidade entre 10 e 15 metros, sempre ao redor de nossas respectivas cordas. Iluminando para um lado e para o outro, logo achamos esses seres de outro planeta, ou bioluminescentes ou com grande capacidade de refletir luz (no caso, a luz de nossa lanternas). Normalmente, são seres pequenos, com até 15 centímetros. Mas podem se reunir em grandes colônias, chegando a atingir vários metros.
Ficamos ali, por uns quarenta minutos, em meio à escuridão total do oceano, apenas nossas lanternas a iluminar estreitas faixas de água, observando esses exóticos animais que dividem conosco o mesmo planeta. Como se locomovem sem membros? Como enxergam sem olhos? Como tomam decisões sem cérebros? Que mundo estranho! E tão perto de nós! Talvez, 0,1% da população humana já tenha feito algum mergulho e observado peixes em seu habitat. É uma minoria absoluta que passou a saber que o mundo é muito maior que nosso quintal. Pois bem, dentro dessa minoria, talvez outros 0,1% tenham feito esse mergulho noturno com seres abissais. É bom lembrar que a superfície da Terra tem ¾ de sua área coberta pelos Oceanos, a enorme maioria disso em grandes profundidades. Esse planeta em que vivemos não é nosso, é deles! Dos seres abissais. E apenas 0,1% de 0,1% das pessoas já deu uma olhadinha nos verdadeiros terráqueos. É... temos todos muito o que aprender... Por falar em aprender, nossas fotos dos verdadeiros terráqueos ficaram um desastre. Os filmes, nem tanto. Mas, de novo, precisam daquela ediçãozinha básica. Enquanto isso, outro vídeo do YouTube, pelo menos para ajudar a ter uma ideia do que vimos hoje. Sem dúvida nenhuma, o mais estranho mergulho que já fizemos. Inesquecível!
Lodi, nenhum comentário sobre o Luc Van Lierde em Kona?
Abraços,
Pedro
Resposta:
Oi Petruskas
Pois é, faltou inspiração para falar desse gigante. Não queria fazer apenas um texto pro-forma. Mas, andando pela estrada onde els correm e pedalam, fiquei imaginando quando eles se cruzam por ali. Ou então, como deve ser legal vc ser um amador bem esforçado e, ainda no trecho de ida da maratona, cruzar um desses caras na volta. Vontade de estender o tapete vermelho e prestar reverências.
Uma pessoa de lá nos descreveu como é o clima na cidade, a partir de um mês antes até a véspera e, depois, no dia do evento. Agora que já conheço os caminhos de Kona e lugares para ficar e passear, pontos para ver a prova, a vontade de estar aqui num Iron Man só aumentou. Pode ser como atleta ou como observador, com certeza viria ao menos uma semana antes.
Quem sabe, um dia...
Um grande abraço
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