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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
A Fiona enfrenta a lama nos piores trechos da BR-319, logo após a cidade de Realidade, já não muito distante do asfalto e da cidade de Humaitá, no Amazonas
Ao primeiro raio de sol, acampados lá na torre da Embratel do km 500, eu e a Ana despertamos. Eu tinha dormido muito bem na minha rede, mas a Ana reclamou ter ficado meio preocupada com os bichos, afinal, estávamos em plena Floresta Amazônica. A área da torre é cercada, mas nada que impeça a entrada de cobras ou aranhas. Mas, enfim, nada aconteceu e nem tenho notícia de que tenha passado algo com os outros aventureiros que passam por aqui.
A torre da Embratel no km 500, onde montamos acampamento, na BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
Recolhemos nossas coisas, fizemos um rápido café da manhã e pé na estrada outra vez. Hoje era o último, cerca de 100 km de terra até chegarmos ao asfalto, que começa um pouco antes de Humaitá, Depois, mais duas confortáveis horas até Porto Velho. Estávamos perto!
A bela paisasem da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
A bela paisasem da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
Nesse trecho final de terra, as fazendas já são cada vez mais comuns, pastos e gado no lugar da floresta, que fica bem mais afastada. Exceto nos pontos onde cruzamos igarapés, onde a mata aparece linda e exuberante. Algumas dessas fazendas são pontos de referência, como a dos “Catarinos” (adivinha de onde vieram...), que passamos ontem no final de tarde, e a dos “goianos”. É... essa é uma terra de imigrantes. De imigrantes teimosos!
Logo depois da cidade de Realidade, a Fiona enfrenta os piores trechos da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
Enfrentamos nossos primeiros trechos de barro ainda antes de chegarmos ao próximo e importante ponto de referência: a cidade de Realidade. Pequena, mas depois de dois dias sem ver quase ninguém, parece uma metrópole. Aí, encontramos um recém aberto posto de combustível. A Fiona já estava no osso, mas conseguiu cruzar toda a estrada sem usarmos o galão extra! Que carro valente que ela é!
Logo depois da cidade de Realidade, a Fiona enfrenta os piores trechos da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
Logo depois da cidade de Realidade, a Fiona enfrenta os piores trechos da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
Pois foi exatamente depois de Realidade que ela teria de provar mesmo sua valentia. Os trechos mais escabrosos da BR-319 são justamente entre Realidade e o asfalto que não está longe. Talvez pelo maior movimento desse trecho da estrada, é aqui que ela se acaba em barro e lama. Os trechos que tinha visto na internet, com vários carros e caminhões atolados em um mar de lama eram todos aqui. Caminhões cavam valas gigantes, formando o famoso “facão”. Tão alto que fica impossível para carros menores. Botar uma roda em cima do facão também não adianta, pois logo escorrega e cai nas valas. O negócio é inventar novos caminhos, alargando a estrada. Mas os caminhões começam a passar por lá também e o lamaçal só aumenta. É o caos, em trechos com mais de cem metros de comprimento. Na época da chuva, chegam a ter centenas de metros...
Logo depois da cidade de Realidade, a Fiona enfrenta os piores trechos da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
Bom, felizmente a época das chuvas terminou há alguns meses e a coisa não está tão feia assim. Mas bastou uma chuva forte dois dias atrás para ele se complicar um pouco. Tração acionada, mão firme na direção, fomos vencendo esses trechos. Na verdade, parecem mais feios do que são, pelo menos a bordo da nossa Fiona. Tudo parecia ir bem até que vimos uma confusão mais à frente: um caminhão atolado, vindo em sentido contrário e obstruindo totalmente a passagem. Muita gente na caçamba e mais um tanto tentando empurrar, cavando e se sujando no barro.
Muito barro, mas nada segura a Fiona na travessia da BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia
A Fiona enfrenta a lama nos piores trechos da BR-319, logo após a cidade de Realidade, já não muito distante do asfalto e da cidade de Humaitá, no Amazonas
Esperamos um pouco, mais de longe, mas percebemos que de lá ele não sairia. Aproximamo-nos e logo pediram nossa ajuda. Primeiro com uma corda, mas nossa força não fez nem cócegas. Teria de ser no guincho mesmo. O caminhão até começou a se mover um pouco, mas era a Fiona que era puxada, deslizando sobre a lama. Botamos pedras enormes para calçá-la, guincho a força máxima, muita gente empurrando e ajudando e, enfim, tiramos o caminhão de lá. Uma hora de trabalho, suor e sujeira. Mas saiu de lá. Tão entretidos que estávamos que nem tiramos fotos, infelizmente. Mas filmamos! Um dia, com calma, a Ana vai editar o vídeo e vamos postar. Aí sim, vai dar para se ter uma noção do “tamanho” do problema, hehehe...
caminhão atolado bloqueia a estrada, logo depois da cidade de Humaitá. Uma hora de trabalho e muita força da Fiona para tirá-lo de lá (BR-319, estrada que liga Manaus à Porto Velho, em Rondônia)
Mas, enfim, para alegria nossa e das dezenas de passageiros, o caminhão seguiu viagem. Mal sabiam que encontrariam trechos ainda piores mais à frente. Nós, ao contrário, já tínhamos passado pelo pior. Uma hora mais tarde e chegávamos ao asfalto. A viagem começou a render mais, até chegarmos a outro trecho de terra, esse, em construção. Novamente, é o Exército construindo, asfaltando a ponta de cá da estrada, assim como os vimos do lado de lá. Será que um dia vão se encontrar?
Chegando á Humaitá, no Amazonas
A praça central de Humaitá, no Amazonas
Asfalto novamente e chegamos à Humaitá, a maior cidade ao sul do estado do Amazonas. Pelas dificuldades de comunicação, são muito mais ligados à Rondônia, claro! A cidade fica na beira do rio Madeira, um dos mais caudalosos afluentes do rio Amazonas. É aqui também que a BR-319 encontra outra rodovia famosa, a Transamazônica. Se quiséssemos seguir para Santarém, era só atravessar o rio de balsa e pegar a estrada do lado de lá. Aparentemente, ela está em melhores condições que a BR-319. Nos nossos 1000dias, nós até fizemos a Transamazônica, mas foi de Santarém para lá. Com certeza, foi muito mais tranquilo que esses últimos três dias.
Crianças brincam na orla do Rio Madeira, em Humaitá, no Amazonas
O caudaloso Rio Madeira, em Humaitá, no Amazonas
Nós fomos conhecer Humaitá, achamos um restaurante na orla do rio e almoçamos. Dali, deu bem para observar porque o Madeira tem o nome que tem. São centenas de toras e troncos descendo o rio, trazidos pela corrente. Quando chove, o Madeira invade a floresta e traz com ele muitas árvores. Por isso as balsas não gostam muito de subir o rio na época das cheias. Fica meio perigoso, muito “trânsito” no rio.
Almoço na beira do Rio Madeira, em Humaitá, no Amazonas
fazendo jus ao nome, muitas toras de madeira no Rio Madeira, em Humaitá, no Amazonas
Alimentados, voltamos à estrada, agora para percorrer 200 km em ótimo estado. Não demorou muito e entramos em Rondônia, mais um estado na nossa coleção. Agora, só faltam o Acre e os Mato Grossos. Estamos quase lá!. Por fim, chegamos à capital, Porto Velho, mas uma última barreia nos esperava: o mesmo Rio Madeira.
Fila da balsa para atravessar o Rio Madeira e chegar à Porto Velho, a capital de Rondônia
Estão construindo uma ponte sobre ele, que já está quase pronta. Falta apenas a saída dela do lado norte do rio. Então, temos de usar a velha e confiável balsa. Aproveitamos o percurso para admirar e fotografar a ponte nova e também para perguntar aos outros motoristas o melhor caminho para chegarmos ao endereço do meu xará Rodrigo. Isso mesmo, teremos um lar aqui em Porto Velho, sempre muito melhor do que um hotel. Chegar a um lar depois de três dias na selva e de uma epopeia de 800 km, não tem preço!
Na balsa sobre o Rio Madeira, chegando à Porto Velho, em Rondônia, e admirando a ponte quase pronta que vai atravessar o enorme rio
Valeu Rodrigo!
É bom saber que nosso exército estar construindo estradas. Sempre imaginei isso. Servi o exército em 77, vejo uma grande saída para mão de obra e profissionalização dos nossos jovens. É preciso construir e criar alguma coisa para profissionalizar os jovens.
Espero que com essas viagens possa aprender para ensinar aos brasileiros a valorizar o que têm.
Resposta:
Oi José
Outro lugar que encontramos o exército e onde estão fazendo um trabalho maravilhoso foi no Haiti. Muito legal a base, a principal das forças da ONU naquele país.
Quanto às viagens,é impressionante a quantidade de lugares interessantes nesse país. Iria precisar de outros 1000dias para ver tudo, hehehe
Um abraço
Em 1981 passei por esses trechos. O sofrimento era o mesmo. Veja que situação, ainda hoje são os mesmos problemas. Quando é que alguém vai olhar para essa região?
Resposta:
Oi Jose
Então, parece que agora vai, o Exército trabalhando nas duas pontas. Mas, sinceramente, tb tenho minhas dúvidas.
Um abs
PQP!
Resposta:
Oi Ribens
Hehehe, seu comentário é um bom resumo do aperto dessa estrada!
Um abs
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