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Desembarque! - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Desembarque!

Falkland, Steeple Jason

O primeiro grupo a seguir para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

O primeiro grupo a seguir para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Finalmente, a hora do desembarque! De certa maneira, era agora que essa nossa viagem estava começando! Dois mil quilômetros desde Buenos Aires, três noites em mar aberto e hoje bem cedo despertamos com o canto de milhares de pássaros ao redor do nosso barco. Não era preciso ser um gênio para concluir que estávamos perto de terra firme. Com efeito, foi só abrir a janela da nossa cabine e lá estava, as montanhas escarpadas de alguma ilha, uma visão meio estranha para nossos olhos que haviam se acostumado a só ver água até o horizonte.

Milhares de petrels e de outras espécies de pássaros nos recebem em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

Milhares de petrels e de outras espécies de pássaros nos recebem em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Ancorado ao lado de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

Ancorado ao lado de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


O café da manhã foi uma hora mais cedo do que o normal. Afinal, tínhamos um longo dia pela frente: dois desembarques, duas longas caminhadas em terra firme, duas pequenas ilhas na região noroeste do arquipélago das Malvinas. Todos ansiosos no café para a primeira operação de desembarque nessa viagem, para nosso primeiro uso dos zodiacs, do nosso primeiro encontro com pinguins em terra firme.

Nosso roteiro pelos mares do sul entre Falkland, Geórgia do Sul, Península Antártica e Ushuaia

Nosso roteiro pelos mares do sul entre Falkland, Geórgia do Sul, Península Antártica e Ushuaia


Com o Sea Spirit ao fundo, temos nosso primeiro contato com pinguins gentoo, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

Com o Sea Spirit ao fundo, temos nosso primeiro contato com pinguins gentoo, em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Falando em pinguins, ontem todos os passageiros do Sea Spirit foram divididos em dois grupos, os Rockhoppers e os Macaronis. Os nomes podem parecer estranhos (e são mesmo!), mas são as denominações de duas das várias espécies de pinguins que vamos encontrar durante essas 3 semanas de viagem. Pois bem, Macaronis e Rockhoppers, ontem de tarde, passaram separadamente pelo processo de desinfecção das roupas que iríamos usar no desembarque, parte do procedimento de biossegurança adotado pelas empresas que trazem turistas a esta região do globo. Os guias montaram uma verdadeira operação de guerra nos saguões do navio, com direito até a aspirador, e nós levávamos nossas roupas e equipamentos para lá, para serem examinados e aspirados. O principal foco eram os velcros, onde terra e sementes de outros continentes podem estar agarrados. Uma hora de trabalho e todo mundo estava “seguro”.

O primeiro grupo a seguir para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

O primeiro grupo a seguir para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Um zodiac volta para o Sea Spirit para levar mais passageiros a Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas (foto de Jeff Orlowski)

Um zodiac volta para o Sea Spirit para levar mais passageiros a Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas (foto de Jeff Orlowski)


Hoje, na hora de desembarque, outra vez nos dividimos nos dois grupos. Primeiro saem os rockhoppers e depois os macaronis. No próximo desembarque, a ordem é invertida e assim continuamos até o final da viagem. Tudo para evitar tumulto na fila de desembarque. Já na hora de voltarmos ao Sea Spirit, aí é por ordem de chegada. Quem estiver cansado, com frio, enfadado ou com saudade do conforto da nossa casa sobre o mar, volta logo. Para quem quiser aproveitar até os últimos segundos, sempre haverá um zodiac para nos trazer de volta.

Voltando da praia para pegar mais uma leva de passageiros para desembarcar em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas

Voltando da praia para pegar mais uma leva de passageiros para desembarcar em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas


O Dave orienta seus passageiros no zodiac enquanto os leva para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

O Dave orienta seus passageiros no zodiac enquanto os leva para Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Pois bem, os rockhoppers se organizam em uma fila, todo mundo com suas botas, bem agasalhado e com os coletes também. Com o mar tranquilo, um zodiac cheio chega a levar 12 passageiros e o guia que também é piloto. O primeiro zodiac a seguir para terra firme vai apenas com guias e marinheiros. Eles dão uma primeira olhada no terreno e colocam umas bandeirinhas que servem para nos mostrar aonde ir e, especialmente, aonde não ir. O território proibido é onde estão os animais. Como regra, podemos chegar até a uns 5 metros de distância deles. Aí podemos ficar, fotografar e até esperar que eles mesmos se aproximem de nós. A curiosidade deles é aceita e benvinda. A nossa sim, tem um limite.

No zodiac indo para a praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas

No zodiac indo para a praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas


No zodiac indo para a praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas

No zodiac indo para a praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas


Enfim, somente quando a equipe de terra dá o okay, os passageiros começam a desembarcar. Todos pisamos no pequeno tanque que mata 98% das bactérias na bota e nos acomodamos no zodiac estacionado na popa do Sea Spirit. Três ou quatro zodiacs participam da operação, nos deixam em terra firme e voltam correndo para pegar mais uma leva de passageiros. Em 20-30 minutos todos estamos lá. Nessa primeira vez, ainda no início do caminho, nosso guia-piloto dá as instruções básicas sobre não ficar em pé com o zodiac em movimento e quando e como pedir para tirar alguma foto.

Esperando a chegada de mais um zodiac repleto de passageiros na praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas

Esperando a chegada de mais um zodiac repleto de passageiros na praia de Dyke Bay, em Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas


Um zodiac desembarca seus passageiros em Dyke Bay, praia de Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas

Um zodiac desembarca seus passageiros em Dyke Bay, praia de Carcass Island, no noroeste das Ilhas Malvinas


Quando chegamos em terra, geralmente em alguma praia ou pequena enseada, lá está a Cheli, a líder da expedição, para receber nosso barco, nos ajudar a sair, geralmente ainda com água no tornozelo e dar as instruções sobre como proceder em terra. Aqui nas Malvinas, geralmente é tranquilo. Mas quando chegarmos à Geórgia do Sul, muitas vezes o desembarque é feito no meio do território de leões-marinhos ou elefantes-marinhos. Aí, temos de ser rápidos para atravessar seu território e chegar numa área mais segura.

Grupo prepara-se para voltar ao Sea Spirit em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas

Grupo prepara-se para voltar ao Sea Spirit em Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas


Nosso roteiro e pontos de parada em Falkland (Ilhas Malvinas)

Nosso roteiro e pontos de parada em Falkland (Ilhas Malvinas)


Hoje houve dois desembarques, ambos em pequenas ilhas na região noroeste do arquipélago. Pela manhã foi em Steeple Jason e de tarde foi em Carcass Island. Foi mais do que o suficiente para nos acostumarmos com os procedimentos de embarque e desembarque e com os zodiacs. Amanhã será a vez de visitarmos Port Stanley, a capital da ilha. Mas aí, o desembarque é feito em um porto mesmo e saímos todos pela porta principal do navio. Depois, seguimos para a Geórgia do Sul e aí sim, retomamos os desembarques com os zodiacs. Quanto aos caiaques, bem, são dois os requisitos para sairmos com eles. Primeiro, que o mar esteja tranquilo, o que era o caso de hoje. Em segundo, que o programa e a visão do mar seja igual ou mais interessante que o programa e visão em terra. Não era o caso dos dois desembarques de hoje, onde o mais interessante estava em terra mesmo. Amanhã, em Port Stanley, será a mesma coisa. Então, a nossa estreia remando em mares gelados fica adiada mais alguns dias, até a Geórgia.

Depois do passeio no frio da ilha de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas, um chá quente a bordo do Sea Spirit

Depois do passeio no frio da ilha de Steeple Jason, no noroeste das Ilhas Malvinas, um chá quente a bordo do Sea Spirit

Falkland, Steeple Jason, Sea Spirit

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