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Chegando ao Pacífico! - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Chegando ao Pacífico!

Chile, Iquique

Finalmente, chegando ao Oceano Pacífico (em Iquique, no norte do Chile)

Finalmente, chegando ao Oceano Pacífico (em Iquique, no norte do Chile)


De volta ao Chile e às lindas paisagens montanhosas, desérticas e nevadas. Novamente acima dos 4 mil metros, altitude que nós três já tiramos de letra, fomos seguindo em direção ao oeste, rumo à cidade de Iquique e ao Oceano Pacífico. A estrada vai descendo lenta e continuamente, sempre acima de uma crista de montanha. Dos dois lados, profundos vales, ou "cuestas", como chamam por aqui. Quase não há verde na paisagem, apenas o marrom amarelado do solo desértico. De tempos em tempos, lá embaixo das cuestas, um oásis chama a atenção. O verde fica ainda mais bonito quando está no meio de um deserto!

Um pequeno oásis verde no meio do deserto, a caminho de Iquique - Chile

Um pequeno oásis verde no meio do deserto, a caminho de Iquique - Chile


O mapa do nosso caminho da fronteira boliviana até Iquique - Chile

O mapa do nosso caminho da fronteira boliviana até Iquique - Chile


Finalmente a nossa crista de montanha também chega ao nível do deserto, a parte norte do famoso Atacama. Ali estamos a pouco mais de mil metros de altitude. Estamos quase chegando na Ruta Panamericana, que no Chile é conhecida como Ruta 5. Mas, um pouco antes de chegar, fazemos um pequena parada. Estamos ao lado do maior geoglifo de aparência humana do mundo, o "Gigante do Atacama", ou "Gigante de TaraPaca". Uma figura com mais de 80 metros de comprimento desenhada numa pequena colina no meio do deserto. Além dessa enorme figura, há várias outras, linhas e formas geométricas. Mas é o gigante que mais impressiona. A técnica de "desenho" é retirar as pedras do deserto, deixar aquelas linhas apenas com areia. Isso faz com que aquela área fique bem diferente das áreas vizinhas, cheias de pedra. Visto bem de perto, quase não se percebe a diferença, mas de longe o efeito é bem claro. Muito legal! Técnica similar às linhas de Nazca, que pretendemos visitar em alguns dias, um pouco mais ao norte, no Peru. Por aqui, estima-se que a gigantesca figura tenha sido algum shamã poderoso e as figuras teriam significação religiosa.

Placa informativa sobre o Gigante do Atacama, região de Iquique

Placa informativa sobre o Gigante do Atacama, região de Iquique


O famoso Gigante do Atacama, desenho com mais de 80 metros no deserto do Atacama, região de Iquique - Chile

O famoso Gigante do Atacama, desenho com mais de 80 metros no deserto do Atacama, região de Iquique - Chile


Batemos nossas fotos, fizemos nossas próprias especulações e seguimos em frente. Finalmente chegamos à estrada que vai nos levar até o Alaska! Só que seguimos em direção contrária, para o sul. Aí, bem na "esquina" com a outra estrada que nos levaria até o mar, para Iquique, fizemos nova parada. Foi na cidade fantasma de Humberstone, patrimônio histórico mundial da Unesco. Uma verdadeira cidade do faroeste em pleno deserto do Atacama!

O antigo mercado e sua torre do relógio, em Humberstone, próximo à Iquique - Chile

O antigo mercado e sua torre do relógio, em Humberstone, próximo à Iquique - Chile


Na verdade não é bem isso, mas bem que parece! Humberstone foi uma rica e movimentada cidade mineira, da época de ouro da exploração do Salitre. Essa exloração enriqueceu muita gente, teve sua fase áurea no início do séc XX e foi o principal motivo da sangrenta Guerra do Pacífico, de que falo no próximo post. Humberstone era uma "oficina salitreira" que, para funcionar, formou uma cidade ao seu redor, tudo parte da grande companhia de capital britânico. Funcionou de 1870 ao início da década de 60 e chegou a ter 3 mil habitantes. Depois, literalmente fechou as portas e a cidade. E lá ficaram centenas de casas, teatro, escolas, igreja, praça, planta industrial, hotel e até uma piscina pública feita com o casco de um navio naufragado.

A piscina pública de Humberstone, feita com casco de navio naufragado (próximo à Iquique - Chile)

A piscina pública de Humberstone, feita com casco de navio naufragado (próximo à Iquique - Chile)


Caminhar por suas ruas desertas, entrar em suas casas abandonadas e ouvir o barulho do vento batendo nas antigas portas e janelas é uma experiência e tanto! Imaginar tudo aquilo cheio de gente, o teatro que trazia artistas de renome internacional, as salas de aulas ainda cheia de mesas, observar os balanços onde brincaram crianças durante décadas faz de Humberstone uma das maiores atrações do norte do Chile. A mineração do salitre pode ter entrado em decadência, substituída por outros produtos mais baratos, mas o seu legado histórico e arquitetônico, perfeitamente corporificados em Humberstone são um tesouro de valor inestimável que nos faz pensar e refletir sobre como tudo que nos parece eterno é, na verdade, apenas uma pequena piscada no tempo, algo temporário e fugaz, uma mera curiosidade histórica para habitantes do futuro.

O grande teatro de Humberstone, próximo à Iquique - Chile

O grande teatro de Humberstone, próximo à Iquique - Chile


Antiga sala de aulas em Humberstone, próximo à Iquique - Chile

Antiga sala de aulas em Humberstone, próximo à Iquique - Chile


Bom, era hora de seguir viagem e chegar finalmente ao Oceano Pacífico. Bastou nos aproximarmos da costa e o tempo mudou. Como é normal nessa época do ano em quase toda a costa do norte do Chile ao Peru, um intenso nevoeiro tomou conta do céu. Chegamos à Iquique sob pesadas nuvens, um ar acizentado que tornava esse oceano ainda mais misterioso para nós, brasileiros, acostumados com o Atlântico. A chegada na cidade impressiona. Do alto de uma enorme encosta com mais de 600 metros de altura vemos a cidade lá embaixo, espremida entre o mar e a montanha. E ainda tem uma duna gigantesca, com uns 300 metros de altura, empurrando a cidade ainda mais contra o mar. Do alto dessa encosta se atiram pessoas, devidamete aparatadas com um parapente. Iquique é um dos melhores lugares do mundo para a prática desse esporte, mesmo em dias nublados como hoje!

Primeira visão do Oceano Pacífico, em Iquique, no norte do Chile

Primeira visão do Oceano Pacífico, em Iquique, no norte do Chile


A gente desceu em direção à cidade e encontramos um hotel a duas quadras do mar, no bairro de Playa Brava, bem perto de onde rola a vida noturna de Iquique, a poucos quilômetros do centro histórico. Devidamente instalados, enfrentamos o frio e o vento e fomos ver o Pacífico mais de perto, esse marzão que, de alguma maneira, nos parece maior e mais "profundo" que o Atlântico. A praia estava vazia mas o fim de tarde estava lindo, alguns raios de sol conseguindo cruzar as nuvens. Botar o pé na água fria foi emocionante! Finalmente chegamos ao mar que vai nos acompanhar durante tanto tempo, daqui para frente. Agora, é torcer para o sol aparecer a nos animar a dar um mergulho nas águas frias e limpas do Oceano Pacífico!

Finalmente, chegando ao Oceano Pacífico (em Iquique, no norte do Chile)

Finalmente, chegando ao Oceano Pacífico (em Iquique, no norte do Chile)

Chile, Iquique, Atacama, gigante, tarapaca, Humberstone

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O Norte Atacameño

Comentários (1)

Participe da nossa viagem, comente!
  • 30/08/2011 | 20:26 por mario sergio silveira

    Pô Rodrigo, que força foi aquela pro Evo?
    Não podemos dar mídia presses caras. Sempre fotos muito lindas.Estou com saudades de vocês, vamos nos ver pelo Skype? Abraço na Ana.

    Resposta:
    hehehe
    Política de boa vizinhança! Principalmente dentro do território dele, né?

    Vamos nos encontrar no skype sim! Por aqui, muita correria...

    Abs

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