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Olá Rodrigo, estou planejando ir ao Atacama em moto por março/abril, da...
JEFFREY (24/01)
Olá. lindas as fotos e o texto. estou querendo ir também conhecer. em q...
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Liana (23/01)
Oi, Rodrigo! Gostaria de saber se você lembra onde contratou o guia Cris...
Bela vista do lago Atitlán em San Pedro la Laguna, na Guatemala
A região da Laguna de Atitlán já é povoada há milênios de anos. Os mayas construíram várias cidades ao redor do lago e algumas, inclusive, foram engolidas pelas águas e estão sendo redescobertas na atualidade por mergulhadores. Hoje, são os descendentes desse povo pré-hispânico que formam a maioria da população das vilas e cidades que cercam o lago. Aliás, são poucos os lugares em que passamos em que a língua e a cultura indígena são tão fortes. Em San Marcos, percebe-se facilmente, entre a população local (e não os imigrados), que o espanhol é a segunda língua, muitas vezes falada com certa dificuldade.
Embarcando para cruzar a Laguna Atitlán de San Marcos para San Pedro, na Guatemala
A serenidade do lago esconde os apuros que esse povo já passou. Não bastasse as intempéries da natureza, sob a forma de erupções, terremotos e furacões, os descendentes dos mayas também sofreram uma violenta perseguição do governo nos anos da guerra suja, especialmente na década de 80. Os indígenas eram vistos como aliados das guerrilhas de esquerda e sofreram diversos massacres, compondo boa parte dos mais de 100 mil mortos das décadas de 50 à 80. E aqui em Atitlán, onde sua cultura é tão forte e presente, foi um dos lugares mais afetados.
Chegando à San Pedro La Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala
Hoje, observando o cenário magnífico que compõem o lago e seus vulcões, é quase impossível imaginar outra coisa que não paz, amor e sentimentos congêneres. É esta beleza que atraiu o segundo contingente da população que aqui vive ou transita: a dos estrangeiros. Muitos vieram e resolveram ficar. Tem pousadas, restaurantes, agências ou oferecem serviços variados, dos mais místicos aos mais concretos. Hippies descobriram Panajachel há mais de 30 anos e a transformaram na maior cidade do lago. Conhecida pelo apelido de “Pana”, a cidade é uma meca turística e é a que oferece melhor estrutura. Por isso mesmo, perdeu bastante do seu caráter maya ou guatemalteco e virou cidade internacional.
Venda de artesanato em San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala
Isso fez que os viajantes procurassem alternativas e a escolhida foi San Pedro La Laguna, aos pés do vulcão San Pedro e bem em frente aonde ficamos, em San Marcos. A consequência foi que também ela inchou, deixando de ser um “pueblo” e virando uma cidade. Atualmente, é a preferida dos turistas mais jovens, principalmente pela vida noturna que oferece, além de soar mais alternativa que Pana.
Rua movimentada do centro de San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala
Foi para lá que fomos hoje. As cidades e vilas do lago são ligadas constantemente por pequenas lanchas que vivem a singrar a laguna Atitlán. Entre San Marcos e San Pedro, por exemplo, a cada vinte minutos sai uma lancha. São dez minutos para cruzar o lago, um programa obrigatório para quem vem à Atitlán. Os mais energéticos podem fazer o mesmo caminho de caiaque, mas aí será mais de uma hora, certamente.
A cheia do lago Atitlán faz estragos em San Pedro la Laguna, na Guatemala
A cidade está dividida na sua área comercial, muito movimentada e cheia de locais, e na área turística, pequenas e estreitas vielas cheias de pousadas e restaurantes. A gente chegou no cais semi-alagado pela cheia do lago e seguimos logo para o alto da cidade, onde está a área comercial, com suas feiras, trânsito complicado e população indígena. Depois, voltamos para a orla do lago para admirar os hotéis alagados e abandonados e também as ruazinhas simpáticas cheias de restaurantes de comida natural e saborosa.
Venda de máscaras típicas em San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala
Ao contrário da nossa pequena San Marcos, em San Pedro vão vários os restaurantes com decks virados para o lago. Difícil é escolher em qual comer. De noite, imaginamos, deve bombar. Hoje de tarde, estava bem tranquilo. Comemos e tomamos uma deliciosa Brahva Extra, mesmo logo da nossa Brahma Extra. Aqui, por algum motivo mercadológico, mudaram um pouco o nome da cerveja.
Brahva Extra: qualquer semelhança NÃO é coincidência! (San Pedro la Laguna, no lago Atitlán, na Guatemala)
Voltamos para a nossa San Marcos no fim da tarde, cruzando mais uma vez aquele lago maravilhoso. Voltamos duplamente felizes: primeiro por termos conhecido San Pedro e termos passado uma tarde bem gostosa por lá. Segundo porque agora estávamos mais certos do que nunca de que tínhamos feito a escolha correta quando decidimos ficar em San Marcos. Muito mais a nossa cara. Aliás, para quem gosta da Ilha do mel, no Paraná, San marcos é o lugar para se ficar em Atitlán!
No deck de um dos muitos restaurantes na beirada do lago Atitlán em San Pedro la Laguna, na Guatemala
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