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claudia (24/09)
Minha Canoa, minha querida Canoa Quebrada, da Casa de Dona Bahia, da lind...
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Alguém saberia dizer qual o valor da hospedagem nessa pousada São Mateu...
Admirados com a beleza hipnótica da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
A humanidade está há muito pouco tempo sobre a Terra. A nossa espécie tem uns 250 mil anos de idade. Comparando com a idade geológica do planeta, isso é o mesmo que nada, cerca de 0,06% do tempo total. Se pensarmos, então, apenas no período em que conhecemos a nossa história, cerca de 5 mil anos, aí é que percebemos o quanto somos novos por aqui.
Grand Prismatic Pool escondida por seus próprios vapores, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Isso quer dizer que, enquanto espécie, não vivenciamos quase nada do que pode se passar no nosso planeta. A criação de grandes cadeias de montanhas, a separação e colisão de continentes, mudanças radicais climáticas, colisões com outros corpos celestes, tudo isso só conhecemos por registros geológicos e teorias criadas por cientistas, e não como testemunhas.
A fabulosa Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Pois bem, um dos principais eventos geológicos na Terra são as erupções vulcânicas. Ao mesmo tempo em que destroem tudo por perto, são elas também que constroem novas ilhas, novas planícies, novas penínsulas. É a maneira do planeta se renovar. Esse é um evento bem normal na história do planeta, ocorre o tempo todo e até nós, humanos, presenciamos isso no decorrer de nossas ínfimas vidas.
A fabulosa Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Mas existem as erupções e as “super erupções”. Essas sim são raras, porém colossais e devastadoras. Nada que tenhamos visto por aqui nos últimos 50 mil anos chegou perto do que poderíamos classificar como uma super erupção. Pinatubo, Krakatoa, Santa Helena, Vesúvio, todos eles tiveram suas erupções, mas as proporções são realmente outras. Para se ter uma ideia, a força de um super vulcão é mais de 1000 (Mil!) vezes maior do que a desses vulcões que conhecemos.
Enorme piscina de água azul e fervente, na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
A única vez que a humanidade viu algo próximo foi há 70 mil anos, quando o vulcão do Lake Toba, em Sumatra, explodiu. O resultado foi a quase extinção total da espécie humana. Das muitas dezenas de milhares de indivíduos que existiam então, na África e talvez Ásia, sobraram apenas poucas dezenas de pessoas. Provavelmente, em apenas um grupo, que durante anos sobreviveu a invernos mais fortes, luminosidade solar prejudicada por espessas nuvens e escassez de alimentos. Esse é o evento conhecido como “gargalho genético” e o anônimo líder desse grupo, que conseguiu evitar a extinção da nossa raça, é a pessoa mais importante que já existiu na nossa história pois, sem ele, não teríamos sequer existido, gregos, romanos, egípcios, judeus, índios, chineses ou quem quer que seja...
Terraços de calcita na área da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Toda essa história para contar que o parque de Yellowstone está localizado sobre o mais bem estudado super vulcão do planeta. Registros nas rochas mostram que ele entrou em (super) erupção, pela primeira vez, há 2,1 milhões de anos. Desde então, outras duas mega erupções, a intervalos mais ou menos regulares de 650 mil anos. Não demora muito para fazermos a conta e percebermos que está na hora de mais uma. Mas, será que vai mesmo? A quantidade de gêiseres e fontes termais por aqui nos indica que há algo muito vivo abaixo de nós. Cientistas afirmam que sim, que ele explodirá novamente. Pode ser daqui a seis meses, 60 anos ou 60 mil anos. É tudo uma questão de “quando”, e não de “se”.
Visitando a Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
A explosão mandaria um bom pedaço dos Estados Unidos pelos ares. O que sobrasse, ficaria um bom tempo sem ver a luz do sol. O evento não seria catastrófico, mas cataclísmico. Tudo para, umas poucas centenas de anos depois (uma piscada geológica), a natureza “reconstruir” paisagens tão maravilhosas como as que vimos hoje, aqui no parque. Se, para essa renovação, tiverem de morrer algumas centenas de milhares de pessoas, o vulcão não dá, sinceramente, a menor bola.
As cores sempre vivas da Grand Prismatic Pool, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Bom, a gente tratou de aproveitar esse breve período em que ele cochila para conhecer o cenário maravilhoso que ele possibilitou que exista, exatamente sobre suas ventas. Começamos pela incrível e hipnótica Grand Prismatic Pool. Tínhamos estado lá ontem de tarde, mas hoje subimos um morro vizinho, de onde se tem a melhor vista do lago mágico. Lá de baixo, os vapores que ela mesmo emite praticamente a cobrem. Mas de cima, podemos ver sobre eles. O cenário é espetacular! Não parece real, mas algo saído do cinema para mostrar uma paisagem alienígena. Mas, ela é tão real como eu e você. Que coisa incrível!
Sapphire Pool, na área da Grand Prismatic, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Descemos e fomos vê-la de perto novamente. Apesar do lago ficar mesmo escondido entre os vapores, tudo o que está a sua volta não fica. Os líquidos que vazam da Prismatic Pool criam grandes terraços de calcita e alimentam um sem números de seres microscópicos, que se alimentam das substâncias químicas trazidas das entranhas da terra. São esses pequenos micróbios que pintam a paisagem com cores fortes e vivas, amarelo, laranja, vermelho, marrom, verde, azul, um verdadeiro arco-íris.
Mais uma cachoeira de águas geladas no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Além disso, outras piscinas, menores mas não menos bonitas, pontuam a área. Passarelas nos levam através de todo esse cenário e painéis explicativos nos ensinam o que se passa por lá. Uma verdadeira aula prática de geologia e biologia.
Fontes de águas termais se encontram com o enorme Yellowstone Lake, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Maravilhosa piscina transparente e azulada, de água fervente, ao lado do Yellowstone Lake, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Partimos então para explorar outras áreas do parque, que ainda não havíamos visto ontem. No caminho, pelas estradas, basta ver carros parados e já sabemos do que se trata: grandes animais na pista ou perto dela. Hoje tivemos a oportunidade de ver veados, elks, bisões, águias e até um coiote, bem de longe.
Maravilhosa piscina transparente e esverdeada, de água fervente, ao lado do Yellowstone Lake, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Tão próximas e tão distintas (as duas fervem!), próximas oa Yellowstone Lake, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
A vegetação do parque se divide entre florestas de pinheiros e savanas, grandes campos abertos. Tudo entrecortado por rios, formam um cartão postal a cada curva. As florestas são a melhor pista de como o ecossistema daqui é dinâmico. Várias delas foram queimadas por incêndios, dentro do processo natural de renovação, e novas árvores, ainda pequenas, crescem por entre os troncos mortos da antiga geração.
A águia reina soberana nos céus do Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Um furtivo coiote no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
É nas savanas que se pode ver com mais facilidade a fauna do parque. O mais incrível são as grandes manadas de bisões. Vê-los ali nos ajuda a imaginar como eram as grandes planícies americanas antes da chegada do homem branco. Era a visão que tinham os antigos “moradores”, os índios, que por 100 séculos conviveram em equilíbrio com os bisões, lobos e ursos.
Um veado passeia tranquilamente pelas estradas movimentadas do Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Por falar nesses grandes predadores, ainda não foi hoje o “grande encontro”. Mas a esperança é a última que morre! Os lobos, por sinal, haviam sido extintos por aqui, devido à incansável caça dos rancheiros, preocupados com seus rebanhos. O animal foi reintroduzido há pouco mais de uma década e, rapidamente, se adaptou ao seu antigo ambiente, para alegria de turistas e ecologistas e tristeza de rancheiros, veados, bisões e elks, que achavam que tinham se livrado de seus inimigos para sempre. Que nada! Em Yellowstone, o “para sempre” nunca é para sempre!
O bisão selvagem, um dos símbolos do Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Passamos também por outras cachoeiras, fontes termais, um dos maiores lagos de altitude do mundo, o Lake Yellowstone e vários conjuntos de piscinas coloridas e termais. Ao final, já estão até virando corriqueiras para nós: “Olha! Uma piscina verde transparente maravilhosa ali!” – um de nós exclama. “Outra? Que preguiça...” – o outro responde. Hehehe
Manada de bisões no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Até a relva, com suas cores fortes, é linda no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Já era o final da tarde quando chegamos a outro dos cenários que faz de Yellowstone um lugar tão conhecido no mundo: o fantástico “Grand Canyon of Yellowstone”. Foi aí que aprendi a razão do nome da região. O nome do parque vem do rio, esse que forma o Grand Canyon (não confundir com aquele do rio Colorado!!!). E o nome do rio vem exatamente desse trecho, onde o canyon foi cavado sobre um solo amarelo. Não é “amarelado”, é amarelo mesmo!
Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Os americanos fizeram estradas e trilhas que nos levam a diversos mirantes sobre o canyon. Sem dúvida, foi um dos mais belos cenários que já vi na minha vida. O canyon é bem fundo, mas de 300 metros de profundidade, inteiramente cavado desde a última era glacial, há 15 mil anos. É incrível imaginar que tudo tenha sido feito em tão pouco tempo, mas o solo vulcânico, rico em sulfatos (por isso é amarelo), não resistiu à força das águas. Duas enormes cachoeiras, a Lower Falls e a Upper Falls complementam o cenário perfeito.
Parece um quadro, mas é o inacreditável Grand Canyon de Yellowstone, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
Ao mesmo tempo em que aproveitávamos o horário com a luz mais bonita do dia, corríamos contra o tempo para ver o máximo possível, antes que escurecesse. Foi assim que descemos em disparada as dezenas de degraus até o ponto onde a Lower Falls desaba no vazio, e aceleramos a Fiona até o mirante que tem inspirado pintores e fotógrafos por várias gerações.
As impressionantes Lower Falls do Grand Canyon de Yellowstone, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
O nosso dia de hoje foi simplesmente fantástico. Chegamos a ficar até sem fôlego, tanto o corpo como a alma. A natureza realmente caprichou por aqui. E pensar que tudo isso, algum dia, vai se evaporar na explosão de uma super vulcão. O mesmo que destruiu o que havia aqui antes, mas lançou as bases para a nova paisagem que hoje vemos por aqui. Como será que era antes? Como será que ficará depois? Quem pode dizer, com tantas erupções e glaciações nos separando do passado e do futuro... Na dúvida, o melhor mesmo é aproveitar o presente. E que presente!
As impressionantes Lower Falls do Grand Canyon de Yellowstone, no Yellowstone National Park, em Wyoming, nos Estados Unidos
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