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Nosso inesquecível mergulho no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Chegou o dia do mergulho final do nosso curso, aquele em que o Luis vai avaliar se estamos prontos para receber nosso “diploma” de “full cave diver”. Teríamos de demonstrar que estamos prontos para entrar em uma caverna cabeada sem um guia, depois de fazer o devido planejamento do mergulho e todos os testes nos equipamentos. Teríamos de mostrar que nossas habilidades em colocar e retirar nossos cabos, assim como as flechas direcionais e cookies estão tinindo e, não só isso, que entendemos os sinais que já foram colocados nos túneis, indicando bifurcações, jumps ou que outros mergulhadores também estão mergulhando por ali. Precisaríamos mostrar que sabemos até onde seguir, até onde nosso limite de ar permite e quando é a hora de voltar. Enfim, tudo aquilo que temos praticado nesses últimos dias.
No último dia, o Luis mergulha conosco com seu equipamento de fotografia, em Tulum, no Yucatán, sul do México
Fazendo a amarra inicial do mergulho no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Mergulhando no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Para realizar esse mergulho final, ele escolheu um dos mais belos cenotes da região, bastante decorado e com mais de 200 km de túneis catalogados. É o Gran Cenote e o circuito que estava planejado era de cerca de um quilômetro. Alguns jumps, uma bifurcação em T e até um pequeno cenote no caminho, além de um trecho circular passando por salões bem decorados. Enfim, o melhor lugar para fazer um mergulho, oportunidade de fechar o curso com chave de ouro. Para melhorar ainda mais, o Luis desceu com seu equipamento de fotografia, para registrar tudo.
Fazendo a amarra de um jump no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Colocando a amarra de um jump no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Colocando a amarra de um jump no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Mergulhamos como se ele não existisse. Ele seguia com suas luzes apagadas, pelo menos quendo não estava tirando suas fotos. É o que chamamos de “mergulhador fantasma”. Antes do início do mergulho, decidimos que a Ana seria a número 1 da dupla, ou seja, iria na frente, fazendo as amarras e marcações. Na volta, eu venho na frente e ela vem recolhendo os carretéis, setas e cookies. Não foi difícil decidirmos por essa “configuração”, já que a habilidade dela em marrar coisas, abaixo e acima d’água e nitidamente maior que a minha, hehehe.
Mergulhando pelos túneis e formações do Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Mergulhando pelas galerias do Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Minha preocupação era apenas ajudar a iluminar o caminho, fazer a navegação correta conforme o planejamento, sem errar de túnel ou de jump e manter uma boa flutuabilidade. Numa caverna, essa é uma habilidade fundamental. Qualquer toque no chão pode levantar uma nuvem de poeira que reduzirá bastante a visibilidade. Qualquer toque no teto pode danificar alguma frágil formação. E se sairmos de perto do cabo, onde poucos mergulhadores passaram, pode haver resíduos no teto que serão “derrubados” por nossas bolhas, a chamada percolação, de novo atrapalhando a visibilidade.
Colocando a amarra de um jump no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Mergulhando pelos túneis e formações do Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
O incrível mergulho de quase um quilômetro pelo Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Por causa da longa distância do circuito, não sabíamos se seria possível termina-lo ou se teríamos de voltar antes. É claro que queríamos fazer tudo, especialmente o looping no final, pelas partes mais decoradas. Mas, ao mesmo tempo, não podíamos acelerar muito, transformar o mergulho em um “mission dive”, o que tínhamos feito dois dias antes, quando o Luis chamou nossa atenção. Então, era tudo uma questão de equilíbrio, velocidade correta, respiração pausada e agilidade nas amarras.
Algumas das belas formações no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Algumas das belas formações no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Pois assim entramos na caverna, concentrados e resolutos. Ainda na zona de cavern (com luz), a Ana amarrou nosso cabo principal e o levou até a parte escura, onde o amarrou no cabo principal da caverna. Daí em diante, fomos até os jumps, onde a Ana colocava o cookie de marcação, a seta direcional e o cabo auxiliar, fazendo a amarra do cabo que seguíamos até o cabo do túnel secundário. Dois jumps e um T mais tarde, chegamos ao looping e, no meio dele, passamos pelo pequeno cenote, a luz do sol e a água azul sempre benvindos aos nossos olhos.
Passagem mais estreita do mergulho no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Passagem mais estreita do mergulho no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
A Ana fez tudo com perfeição e conseguiu chegar ao ponto final encima da hora! Pudemos realizar o magnífico percurso por inteiro e com louvor. Depois, foi só retornar tranquilamente, agora eu liderando, até a saída da caverna, mais de uma hora após termos entrado. Nossa colação de grau foi perfeita, segundo o Luís!
O incrível mergulho de quase um quilômetro pelo Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Nosso inesquecível mergulho no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Nessa mesma noite, já estávamos com nossa carteirinha nova! Foram cinco dias maravilhosos, dez mergulhos inesquecíveis, imagens que nunca mais esqueceremos, um mundo conhecido por tão poucas pessoas, uma verdadeira obra-prima da natureza que tivermos a sorte, o empenho e a técnica de conhecer. Mal podemos esperar para entrar em uma caverna alagada novamente. Só não sabemos aonde vai ser...
Mergulhando pelas galerias do Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Recolhendo a corda no final de mergulho no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
Enquanto esse dia não chega, só podemos agradecer ao Luis Leal, nosso instrutor e amigo aqui no Yucatán, ao Tony Flaris, que mergulhou conosco na Flórida, ao Dib, que mergulhou com a gente em Mariana e, claro, ao Reinaldo e á Carol, nossos queridos amigos (e instrutores também!), da Acquanauta de Curitiba, com quem aprendemos tanto nessa maravilhosa arte que é mergulhar, em cavernas ou no mar, com tanques ou no pulmão mesmo. Um saudoso abraço para todos eles!
Chegando à zona de cavern no Gran Cenote, na região de Tulum, no Yucatán, sul do México (foto de Luis Leal)
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