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SHUFFLE Há 1 ano: Argentina Há 2 anos: Argentina

Vila Velha

Brasil, Paraná, Ponta Grossa


O tempo mudou hoje! Ainda está frio, mas o céu azul muda a cara de tudo. Continuamos andando com nossos afazeres pré-viagem por aqui, mas conseguimos tirar algumas horas para ir conhecer o Parque de Vila Velha, uma das principais atrações turísticas do Paraná. Fica no município de Ponta Grossa, a cerca de uma hora de carro daqui, em direção ao interior.


Eu, tão viajador, já morando no Paraná há mais de sete anos, ainda não conhecia. Uma vergonha! A Ana já havia estado lá algumas vezes, mas já há bastante tempo. Quando eu cheguei no Paraná, em 2002, nos primeiros seis meses, viajava quase todos os finais de semana, para conhecer as praias, parques, cachoeiras e cidades históricas aqui perto. Mas este parque, naquela época, estava fechado. E assim ficou por dois anos. Quando reabriu, estava cheio de regras para visitação. Isso me deixou meio irritado e fui sempre adiando uma ida para lá.


Finalmente, hoje foi esse dia. O parque está muito bem estruturado. Aventura, absolutamente nenhuma. Mas não se pode reclamar dos visuais. Incríveis. É só dar 400 milhões de anos para a natureza e, com certeza, ela vai nos presentear com algo. Nesse caso, enormes torres de arenito, com formas variadas, fruto do trabalho de geleiras (pois é, geleiras por aqui!), água e muito vento. As torres formam labirintos, mas não se pode mais caminhar entre elas. Há uma trilha demarcada, de cimento, que devemos percorrer, sempre acompanhados de um monitor. É o preço que se paga pelo vandalismo anterior à reforma do parque quando, em poucos anos, as pessoas estavam destruindo o que a natureza havia feito com aquela paciência toda. As torres tinham sobrevivido aos dinossauros, mas não sobreviveriam a nós. Que beleza...


O caminho de cimento nos leva à várias das formações. Além da mais famosa de todas, a "Taça", fiquei muito impressionado com outra, a "Garrafa de Coca-Cola". Incrível, a semelhança. Difícil acreditar que é natural. Bom, tirando as pichações que sobraram dos tempos dos vândalos e o tal caminho de cimento, tudo é natural sim. Algumas coisas com 400 milhões de anos (as torres) e outras com 10 anos (o mato nativo que cresceu novamente onde antes se caminhava). A Ana, que conheceu o parque quando havia mais liberdade de deslocamento, ficou meio decepcionada. Mas entende a necessidade de se controlar o acesso dos vândalos.


Além das "torres", o parque também tem as "furnas". São fenômenos geológicos em que a água se infiltra pelo solo, cria grandes cavernas, o piso fica oco e acaba desabando sobre essa cavernas. Assim, são enormes buracos no solo, parcialmente preenchidos pela água. A mais bonita delas, Furnas I, tem mais de 100 metros de profundidade, 50 deles inundados, formando um lago de águas escuras lindo de se ver, lá de cima. O buraco, em formato circular, paredes quase verticais, deve ter uma diâmetro de uns 60 metros. Nadar, nem pensar, infelizmente. Primeiro, porque é proibido. Segundo, porque não há como chegar lá embaixo, exceto pulando. O elevador que lá existe está fechado há 10 anos. Por fim, a água é gelada. A monitora disse que estava a 8 graus. Fiquei meio desconfiado. Talvez não fosse assim, tão gelada, mas que é bem fria, isso dá para sentir lá de cima.

Visão da Furna I, em Vila Velha - Paraná

Visão da Furna I, em Vila Velha - Paraná


A vantagem que tivemos indo lá hoje, plena quinta-feira, dia de trabalho para pessoas normais, é que só havíamos nós. Nos dias mais cheios, chega a dar mil pessoas. Soma-se a isso o caminho de cimento e certamente eu estaria bem decepcionado. Mas, sendo a visita VIP, foi ótimo. Primeiro, poder esticar as pernas, sair da cidade e chegar perto da natureza novamente. E depois, estar num lugar tão distinto como Vila Velha. Valeu!

Brasil, Paraná, Ponta Grossa, trilha, Parque

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