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Marco ( Marquinho ) (08/06)
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Henrique Faria (30/03)
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Adi Barbosa (23/03)
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Quadro mostrando família de nativos em sua habitação, no Museu de Anchorage, no Alaska
Anchorage, a capital econômica do Alasca, nem precisa rivalizar politicamente com Juneau, a capital oficial do 49° Estado Americano. Com seus mais de 380 mil habitantes, na cidade e zona metropolitana, Anchorage é maior cidade da América do Norte acima do 60° paralelo, enfim, ela é maior, mais importante e ponto.
Entrando no Museu de Anchorage, no Alaska
Um lugar com todos os luxos de uma grande cidade e a poucos quilômetros de uma imensa área natural que oferece trekkings, caminhadas no gelo, caiaque e toda a variedade de atividades de aventura que você imaginar. Nós estávamos ansiosos pela nossa passagem por Anchorage, que também é a porta de entrada da Península do Kenai. É aqui que a maioria dos turistas organizam tours para os glaciares, encontros com ursos e todo um mundo novo nos parques nacionais do sul do Alasca.
Representação do Denali, em quadro do Museu de Anchorage, no Alaska
Um fator, no entanto, é imprescindível para que possamos aproveitar todas estas atividades ao ar livre: o clima. Estamos em um período de mudança de estação, o curto espaço entre o verão para o inverno, e nesta região toda a transição é chuvosa. A chuva começou já na descida do Denali e se estende até Homer, cidade mais ao sul na Península do Kenai, e a previsão não é melhorar. Assim tivemos que adaptar as nossas expectativas, planos e aproveitamos para mergulhar um pouco mais na cultura dos povos do norte.
Esquimó em suas vestimentas típicas, no Museu de Anchorage, no Alaska
Embora loirinha, de origem meio italiana, meio portuguesa, eu sinto uma ligação muito forte com os povos indígenas mais antigos no nosso continente, talvez algo de outras vidas. A curiosidade começou quando passei pela Bolívia e o Perú em 2005 e só aumentou durante os 1000 dias, quando viemos conhecendo o degrade de culturas que se desenvolveu em cada região da América. Aqui essa curiosidade ficou ainda mais aguçada, pois as nações indígenas que vivem hoje no Alasca são os descendentes mais próximos dos primeiros homens e mulheres que cruzaram o Estreito de Bering.
Painéis informativos no Museu de Anchorage, no Alaska
A teoria mais aceita afirma que há 15 mil anos estas populações mongóis cruzaram da Sibéria à América lutando para sobreviver durante a última grande era glacial. Desde então cada tribo desenvolveu sua língua, cultura e tecnologias próprias para sobreviver nestas terras tão frias. Caça, pesca, diferentes tipos de casas, roupas de peles de animais e alimentação.
Ao todo são 11 diferentes etnias que podem ser divididas em 5 grandes grupos: os Inupiak no norte, Yup´ik no sudoeste, Athabascans no centro, os Unangax e Alutiiq na Península do Alasca e nas Aleutas, e os Eyak, Tinglíts, Haída e Tsimshiam no afastado sudeste. Lembrando que este povo ainda se espalhou pelos vizinhos dos Northwestern Territorries, Yukon e ao sul nas Ilhas de Haida Gwaii, os três pertencentes ao Canadá. 5,2% da população do Alasca falam 11 diferentes línguas, sendo destes mais de 22 dialetos, pertencentes a duas principais famílias linguísticas: Eskimo-Aleut e Na-Dene.
Arte esquimó no Museu de Anchorage, no Alaska
O Museu de História e Cultura de Anchorage é um dos melhores lugares para aprendermos mais sobre essa cultura, com uma quantidade infinita de informações. No primeiro andar do museu encontramos obras de arte de diferentes artistas que remontam a história das primeiras expedições europeias que chegaram por estas bandas. Todas as expedições possuíam um desenhista e naturalista contratatos e ele era o responsável por registrar as cenas mais importantes da expedição, animais, plantas e a cultura do povo que encontravam. Esta sala foi a minha preferida, pois os desenhos hiper-realistas e muito bem feitos ilustravam o estilo de vida dos Tinglíts no final do século XVIII. Grandes exploradores movidos pela curiosidade e a sede por outro, pele e riquezas dos novos reinos do além mar.
Quadro mostrando os primeiros exploradores do Ártico, no Museu de Anchorage, no Alaska
Ainda no primeiro andar uma exposição dos principais artistas alascans com óleos sobre tela que registram paisagens icônicas do estado, como o Denali, as montanhas amarelas e vermelhas dos meses de outono ou cenas cotidianas dos caçadores athabascans e pescadores tinglíts. Através da arte vamos conhecendo as práticas do povo como a técnica de caça do caribou, encurralando a manada em um lago para os caçadores, em suas canoas, arpoarem os animais menos ágeis neste ambiente. Do caribou eles utilizam tudo, os chifres para talhar colheres e ferramentas, a pele para botas, o revestimento dos intestinos para tecer capas de chuva impermeáveis.
Roupa impermeável feita com intestino de Caribou, no Museu de Anchorage, no Alaska
Estas ferramentas, vestimentas decoradas e utensílios podem ser vistos em uma exposição feita em parceria com o Instituto Smothsonian e chefes das 11 etnias que enviaram as peças ao museu, compreendendo que é importante informar e preservar a população para que a cultura possa ser respeitada e preservada.
Quadro com as belas paisagens do Alaska, no Museu de Anchorage, no Alaska
Ainda no segundo andar há uma extensa exposição sobre a história do Alasca explorada de cabo a rabo pelo meu curioso marido, que tem uma ótima memória para fatos históricos. A história do Alasca-Russo e da Segunda Guerra Mundial, quando os japoneses invadiram duas ilhas das Aleutas, mais detalhes no Blog do Rodrigo.
O principal governador russo do Alaska, no Museu de Anchorage, no Alaska
Nós até agora só cruzamos a região central, chegamos bem próximos da área dos Inupiaks, mas infelizmente nem chegaremos perto das Aleutas ou do território Yup´ik. Esse roteiro ficará para a nossa Expedição Ártica. O final da nossa viagem será conhecendo melhor as terras dos povos Tinglíts e Haídas na nossa passagem pela Inside Passage na Alaska Maritime Highway.
VIAJANTES DE ENCONTRAM
Com o Jorge e a Meli, ao lado da "casa" deles, a simpática Lunita, em Anchorage, no Alaska
Na nossa segunda noite na cidade finalmente conseguimos encontrar os nossos amigos viajantes Kombianos - Colombianos em Kombi! Eles estão há 4 anos na estrada, começaram o roteiro pelos países vizinhos, Bolívia e Perú, desceram à Argentina, Chile, viajaram 4 meses pelo Brasil e depois de retornar a casa decidiram sair novamente rumo ao Alasca. No início cada trecho da viagem tinha um tempo definido, mas depois de 2 anos na estrada decidiram: “não teremos mais prazos!” Meli é médica e Jorge é advogado, o filho de Jorge já veio visitá-los inúmeras vezes e eles também já retornaram à Colômbia outras tantas. Ao que tudo indica a vida deles será na estrada! Sem planos de longo prazo, apenas uma coisa está decidida, os filhos nascerão na estrada! Agora passarão um mês ou dois em Vancouver e estão começando a aventar a possibilidade de cruzar para o Japão e para a Rússia. Que delícia!
Encontro com os colombianos Jprge e Meli, em Anchorage, no Alaska
Nós vínhamos nos acompanhando mais de perto ultimamente para ver onde conseguiríamos nos encontrar. Já nos conhecíamos através dos grupos de “viajeros latinos”, composto principalmente pelos nossos hermanos argentinos. Eles vestem o espírito de Che Guevara e colocam o pé na estrada mesmo!
A famosa "Lunita", carro que os colombianos estão viajando pela América (em Anchorage, no Alaska)
Meli e Jorge estão hospedados na casa de um casal de amigos, Robert e Janet, que nos convidaram para um jantar muito especial. Robert é americano e Janet conterrânea dos kombianos, de Cali, mas já vive há anos aqui no Alasca. Robert é fotógrafo e já viajou muito pelos confins do Alasca e Bering.
Encontro com os colombianos Jprge e Meli, na casa do Robert e da Janeth, em Anchorage, no Alaska
Foi um verdadeiro encontro de almas viajantes, todos com histórias ótimas de suas aventuras! Difícil foi ir embora... Fica a promessa do reencontro no Brasil e pelas estradas da América.
Viajeros de Sur America (foto de Rob Stapleton, em Anchorage - Alaska)
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