0
arqueologia cachoeira Caribe cidade histórica Estrada mar Mergulho Montanha parque nacional Praia Rio roteiro Trekking trilha
Alaska Anguila Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Galápagos Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Venezuela
Maurício Furlan (13/08)
Boa tarde Ana tudo bem? Estou me programando para uma viagem e quero conh...
Xalaco (03/07)
Oi! Parabéns pelo site. Desde pequeno meu pai me chamava de Xalaco! Meu ...
Marco ( Marquinho ) (08/06)
olá boa noite meu nome é marco codinome marquinho hoje com 45 anos tec....
Henrique Faria (30/03)
Excelente seu blog. Coisa rara na Net, escrito com capricho, como a nossa...
Adi Barbosa (23/03)
Parabéns pela viagem a nossa cidade. São Thomé das Letras, especialmen...
A Ana se esgueira nas estreitas passagens da caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
Desde que entramos neste universo dos mergulhos em cavernas estamos aprendendo uma nova geografia do mundo. Afinal, onde podemos encontrar cavernas inundas? Elas se espalham no mundo, na Europa estão no Reino Unido, Itália, Alemanha, Áustria, Portugal, Espanha, Suíça, além da Austrália, Nova Zelândia, Tailândia, Timor Oeste e aqui na América estão localizadas na Flórida, na Península do Yucatán no México e inclusive no Brasil, embora estas não estejam liberadas para mergulhadores. Acontece que nas nossas andanças pelo Caribe, assuntamos daqui, perguntamos de lá e descobrimos que também existem algumas ilhas de formação calcária que desenvolveram sistemas de cavernas. Nas glaciações elas secavam e formavam belos espeleotemas e quando o clima aquecia, voltavam a ficar inundadas. A Ilha de Grand Bahama e Andros, nas Bahamas é uma delas e a segunda ilha que já começou a ser explorada é Hispaniola, mais precisamente dentro da República Dominicana!
Formações submersas na bela caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
Não são muitas as operadoras de mergulho que são especializadas em mergulho técnico de cavernas, portanto foi fácil chegarmos ao Denis, um francês que é um dos pioneiros nas explorações dos sistemas inundados do país. A Golden Arrow está baseada em Santo Domingo e além de levar mergulhadores para os parques nacionais marinhos em toda a costa, do sul até Boca Chica, próximo à Punta Cana, ele tem ao seu alcance algumas das mais lindas cavernas do país.
Mergulhando na caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
A região mais rica em cavernas decoradas é a distante Pedernales, quase na fronteira com o Haiti. Há tempos eu tinha este nome na cabeça, mas para ir até lá precisaríamos de muito tempo e um planejamento específico, já que a infraestrutura é quase nula. Não tínhamos muito tempo e decidimos explorar, então, uma das cavernas mais conhecidas a apenas 45 minutos do centro de Santo Domingo, a Cueva La Taina!
Início de mergulho, com tanques duplos e stage para descompressão, na caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
A La Taina é uma caverna bem completa, com uma linda área de cavern bem decorada e dois túneis principais. O túnel da esquerda é curto, mais raso, porém mais decorado. O túnel à direita segue em uma sucessão de salões e restrições, com algumas partes decoradas no início até os 12m, cruzando haloclinas alucinantes e finalmente despencando em profundidade até os 42m!
O tradicional sinal de aviso no início de todas as cavernas, em La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
As haloclinas são, na minha opinião, a parte mais incrível deste mergulho! Ela está entre os 12 e 16m e como cruzamos esta profundidade pelo menos 4 vezes durante o mergulho, subindo e descendo nos túneis da La Taina, temos uma experiência incrível com este fenômeno natural. Uma haloclina ocorre quando se dá o encontro de água salgada e água doce, assim que descemos abaixo do nível do mar a água salgada passa a ser dominante dentro da caverna e o encontro com a água doce as deixa em um equilíbrio sensível, com linhas bem tênues marcadas nesta profundidade. Uma vez que atravessamos essa camada, as águas tentam se misturar e como água e óleo turvam a água, nos deixando com a visibilidade próxima a zero. Quando chegamos ao ponto da haloclina e a vemos de longe, sem movimentá-la, com a ajuda de nossas lanternas conseguimos ver a água listrada, separada em várias camadas que refletem a luz de um jeito tão mágico, quase comparável com o acender das luzes da aurora boreal no horizonte! Espetacular!!!
A Ana se esgueira nas estreitas passagens da caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
Programamos um mergulho técnico descompressivo, o nosso primeiro deste tipo dentro de uma caverna. Por isso resolvemos ir acompanhados de um instrutor, Ramón, um dominicano apaixonado pelas cavernas subaquáticas. Tanque duplo nas costas e um cilindro de Nitrox 75 mistura rica em oxigênio, para acelerar a nossa parada de descompressão no final do mergulho.
Com o nosso guia, mergulhando na caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
A caverna está localizada em uma propriedade particular nos arredores da cidade e possui uma escada de acesso e um assistente para ajudar a descer os equipamentos. O Ramón foi liderando o mergulho e o Rodrigo foi fechando o grupo, enquanto eu filmava com a Go Pro, ele podia contar com a nossa iluminação à frente para tentar tirar algumas fotos com nossa maquininha sub.
Preparando-se para mergulhar na caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
O plano inicial seria ir até o final da linha principal e fazer o loop que nos levaria aos 42m, porém no ponto do loop, aos 35m, Ramón alcançou o terço de consumo de ar e como manda o regulamento, chamou o mergulho. Demos meia volta e retornamos, novamente passando pelas haloclinas, paramos aos 12m para recolher nossas garrafas de deco e subimos lentamente até os 8m para descompressão. Terminamos o mergulho com 73 minutos dentro d´água, em um mergulho lindo, tranquilo e muito especial! Só me deixou com mais vontade de explorar as outras cavernas da região! Teremos que voltar com planos para Pedernales e aqui mesmo na La Taina, para fazer o segundo túnel mais decorado. Enquanto isso vamos torcendo para as nossas cavernas abrirem lá no Brasil!
Formações submersas na bela caverna La Taina, em Santo Domingo, capital da República Dominicana
2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet