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FLONA Tapajós - Blog da Ana - 1000 dias

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FLONA Tapajós

Brasil, Pará, Santarém, Alter do Chão

Gigante entre as gigantes, pé de Samaúma na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Gigante entre as gigantes, pé de Samaúma na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


A Floresta Nacional do Tapajós é uma unidade de conservação criada em 1974 com o objetivo principal de preservar os recursos naturais encontrados nesta região, sejam eles minerais, animais ou vegetais. A FLONA Tapajós possui 554 mil hectares de Floresta Amazônica e fica localizado entre o Rio Tapajós e a BR 163, famosa Cuiabá- Santarém. Além do trabalho de preservação o ICM-Bio estimula pesquisas científicas sobre este bioma e desenvolve um trabalho de manejo sustentável da floresta junto às populações tradicionais da área de reserva.

Placa indicativa da trilha na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Placa indicativa da trilha na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


As maiorias destas comunidades localizam-se às margens do Rio Tapajós, tendo acesso por barco ou estrada. As mais procuradas para visitação são as comunidades ao norte do parque, São Domingos, Maguari e Jamaraquá, que já possuem serviço de guias locais. A reserva foi aberta à visitação já como parte do plano de desenvolvimento sustentável da comunidade, que abriu trilhas para suas principais atrações e treinou mateiros locais para a recepção dos turistas.

Portaria da FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Portaria da FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


Nós fomos conhecer a comunidade de São Domingos. O Seu Luiz é o coordenador do projeto de visitação desta vila, porém estava em outra atividade. A partir do contato com o guarda-parque na sede do ICM-Bio, pagamos a taxa de 5 reais por pessoa e contatou o Seu Chico, nosso guia.

Instruções para queimadas na área da FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Instruções para queimadas na área da FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


Seu Chico conhece muito bem a mata, participou da abertura do planejamento e abertura da trilha. Disse que levaram em torno de 10 dias para abrir a trilha que possui 14km de extensão, passa por duas áreas distintas de floresta e diversas árvores centenárias e gigantescas.

Caminhando na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Caminhando na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


A primeira hora de caminhada é pela parte baixa e de solo mais arenoso. Ali encontramos muitas seringueiras e a vegetação típica da floresta úmida, porém em tamanhos menores. Como o solo possui menos nutrientes a própria matéria orgânica gerada pela floresta é que a mantém viva. Esta região é habitada pela população ribeirinha há anos, parte desta área já é de floresta secundária mesclada com árvores plantadas para o extrativismo. As seringueiras que vimos aqui foram plantadas pelo tio de Chico há mais de 80 anos, quando era criança. Ele, seus filhos e netos sobrevivem da extração do látex das mesmas árvores, incrível!

Seringueira com cicatrizes, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Seringueira com cicatrizes, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


A partir da segunda hora de caminhada chegamos à floresta primária, solo riquíssimo e embora seja menos densa, suas árvores são imensas e frondosas. A primeira gigante que vemos é uma árvore de piquiá, madeira boa para movelaria , além de possuir um óleo bom para massagem e queimaduras.

Guarúba, uma das gigantes da floresta, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Guarúba, uma das gigantes da floresta, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


Continuamos andando, tentando absorver o máximo de conhecimento possível que o Chico tem a nos passar. Ele nos contou sobre o inventário de madeira que está fazendo para a cooperativa de movelaria da comunidade. Foram mais de 2 mil árvores inventariadas com o acompanhamento de um técnico do ICM-Bio, para que sejam retiradas 80, sendo em torno de 5 unidades por ano. Eles definem quais podem ser retiradas, madeiras de lei como cedro e ipê, quantas de cada qualidade e em que período. Um belo trabalho.

Guariúba, enorme árvore na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Guariúba, enorme árvore na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


Seguimos maravilhados pela trilha, vimos a Carapanaúba, árvore de onde se extrai o remédio da malária, Guaruba, outra das árvores gigantes, com mais de 50m de altura. Ainda assim ela não chega aos pés do Tauarí, árvore de raízes imensas e aqui encontramos 5 delas, uma ao lado da outra, e elas estão se unindo, formando uma única parede de madeira.

Dois pés de Tauarí fundidos, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Dois pés de Tauarí fundidos, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


A trilha é circular, começa atrás da sede da portaria da FLONA e termina atrás da igreja da vila. O ponto central da trilha é a principal atração, descoberta apenas 6 meses depois que a trilha estava em uso, uma Samaúma gigante, com 50m de altura e raízes colossais. Ao lado dela fica uma cabana de palha de coco coruá, usada no período de seca para excursões que dormem uma noite no meio da floresta.

Gigantesco tronco de Samaúma, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Gigantesco tronco de Samaúma, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


A partir daí, 7 km se foram e 7 km ainda estão por vir. Vimos ainda guariúbas, árvore de raízes vermelhas, cedros, apuís abraçadeiras e muitos babaçus. Demos a grande sorte de encontrar com um bando de bugios gritadores fazendo um barulho ensurdecedor. Estávamos ao lado deles, mas estavam muito no alto nas árvores, não conseguimos avistá-los. Para fechar a experiência amazônica faltavam apenas duas coisas, um temporal dentro da floresta úmida e uma cobra. O primeiro não demorou a começar, foi mais de uma hora embaixo de chuva. Para fechar uma caninana, cobra não venenosa, daquele tipo constritora, que esmaga suas presas. Ela tinha uns 3 metros e estava bem no meio da trilha, morta. Confesso que deu um alívio, mas foi bacana vê-la de pertinho.

Uma Caninana de quase três metros, morta, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Uma Caninana de quase três metros, morta, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


Chegamos na igreja, a chuva tinha acabado de se dissipar. Caminhamos pela principal rua da comunidade até o carro e logo nos avisaram de um bicho preguiça que estava com seu filhote ali por perto. O Seu Luiz fez questão de nos receber na sua casa, revisar os nomes das árvores que conhecemos com Chiquinho, saber se havíamos gostado e sido bem recebidos. Nos deu um panfleto da Flona e nos vendeu o artesanato que está desenvolvendo com sementes, palhas e plantas da floresta. Além de nos mostrar o couro da sucuri de 6 m que ele encontrou por ali.

Couro de sucuri de cinco metros, na casa do Seu Luiz, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Couro de sucuri de cinco metros, na casa do Seu Luiz, na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA


É a Floresta Amazônica às margens do Rio Tapajós. Não encontramos apenas as espécies nativas, como pudemos conhecer de perto a cultura desta comunidade, quase tão nativa quanto a floresta.

Couro de sucuri na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Couro de sucuri na FLONA, comunidade de São Domingo, região de Alter do Chão - PA

Brasil, Pará, Santarém, Alter do Chão, Rio Amazonas, Rio Tapajós, FLONA, Tapajós, Floresta Nacional

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Blog do Rodrigo Banda de Carimbó se apresentando em Alter do Chão - PA

Do Tapajós ao Carimbó

Comentários (1)

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  • 10/05/2011 | 01:56 por Gustavo Imbiriba

    Lindas as fotos! Tentem voltar em setembro para o Festival do Sairé, é muito bom! Além do que os bancos de areia das praias estarão formados! Abração!

    Resposta:
    Oi Gustavo! Nós voltaremos sem dúvida nenhuma, só teremos que nos programar com antecedência, né? Me disseram que os hotéis ficam lotados 3 meses antes! O Seu Camargo já me angariou para a torcida do Boto-Cinza, já sei até as músicas deles! hahaha! Vc torce para qual? Beijos! Ana

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