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Robério (19/10)
Robério (19/10)
Robério (19/10)
Robério (19/10)
Naylane (05/10)
Olá, Adorei seu relato. Gostaria de saber, por gentileza, qual foi a emp...
Na trilha de Butze Rapids, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
Prince Rupert entrou no nosso roteiro pela costa do Pacífico enquanto pesquisávamos sobre as Ilhas Gwaii Hannas, antigas Quenn Charlotte Islands. Nestas ilhas vive a comunidade indígena da etnia Haida, um dos 3 principais grupos indígenas desta região. Conhecidos por sua valentia, força e habilidade com o mar, os Haidas vivem neste arquipélago a aproximadamente 70km da costa do Canadá. O meu primeiro contato com a história deles foi em um dos museus em Ottawa, através das pinturas da reconhecia artista canadense Emily Carr. Seus totens e a sua cultura foram tema de vários quadros da artista plástica, que viajava para estas distantes ilhas desde o final do século XIX para retratar uma cultura que estava aos poucos sendo apagada do mapa.
Caminhada em rio próximo à Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
Os Haidas andam na moda e um dos principais motivos é a discussão atual sobre a construção de um oleoduto que passaria no entorno de suas reservas. Ainda que várias das comunidades indígenas por todo o Canadá tenham sido obrigadas a absorver a cultura do colonizador, poucas etnias conseguiram passar quase imunes ao período da reforma e os Haidas estão entre elas. Justamente por sua localização geográfica retirada eles conseguiram manter muito de sua cultura e sua arte quase intocadas. Outro grande atrativo deste arquipélago é o Parque Nacional Haida Gwaii, que além de sítios históricos, também preserva milhares de quilômetros de praias, ilhas e florestas intocadas.
Máscara Haida no Northern BC Museum, em Prince Rupert, na British Columbia, oeste do Canadá
Nosso primeiro plano era utilizar Prince Rupert como base para explorarmos as Haida Gwaiis, porém os preços e os horários dos ferries, mais esporádicos nesta época do ano, acabaram nos desanimando. As ilhas são um dos destinos mais caros do Canadá, que além de serem o destino da moda, precisam importar quase tudo da mainland. Além do ferry, vôos diários ligam a ilha ao continente, porém estes são ainda mais caros. O tempo para conseguir explorar bem a região e o parque nacional, ainda mais distante e isolado, seria de pelo menos uma semana, que somados aos intervalos dos ferries nos resultariam em quase 10 dias a mais no nosso cronograma.
Placas de distância em Prince Rupert, na British Columbia, oeste do Canadá
Ainda em Prince Rupert, conversamos com alguns agentes turísticos, que “entre nós” assumiram que o que veríamos lá não seria assim tão diferente do que conseguimos ver por aqui. É claro, cada cultura é única, mas infelizmente não somos especialistas para conseguir interpretar e absorver as grandes diferenças entre os Tinglíts, os Tsimshians e os Haidas, que aos leigos possuem mais semelhanças do que particularidades. Ainda assim, quanto mais viajamos por estas terras, maior é a minha curiosidade sobre estas primeiras nações americanas. As Haida Gwaii ainda não foram riscadas da minha lista de viagens, quem sabe apenas postergadas.
Monumento aos navegadores, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
Assim, decidimos ficar e aproveitar os quase 3 dias de espera entre um ferry e outro aqui mesmo na região. Os nossos primeiros dias de sol nesta costa nos revelaram paisagens e uma beleza ainda desconhecida, mesmo depois de uma semana na Inside Passage. Chegamos a Prince Rupert e fomos direto para a Cow Bay, o centro histórico assim chamado por ser o local de uma antiga fazenda de gado.
A histórica Cow Bay, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
A charmosa cidade portuária logo nos chamou a atenção: como aqui, em um lugar tão distante dos grandes centros, no litoral isolado da British Columbia, viemos encontrar uma cidade tão viva e interessante? A variedade hotéis, inns e B&B mostram que não somos apenas nós que pensamos isso. A cidade é bem espalhada entre os dois principais portos, ao longo da faixa litorânea da Kaien Island. Restaurantes, bistrôs, cafés e pubs estão concentrados na Cow Bay, além de uma agência de turismo especializada em Whale e Bear Watching Tours. Eles já haviam fechado o calendário de trabalhos desta temporada, mas foram excepcionais em nos dar informações e orientar em outras atividades locais. Ficamos hospedados no Eagle Bluff, um bed and breakfast na beira da baía, vizinho à marina da Cow Bay.
Nosso charmoso B&B em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
O simpát?ico e tradicional pub no cais de Cow Bay, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
Ficamos apaixonados pelo Cowppucinos Café, café onde batemos ponto todos os dias para um café da manhã tardio com sanduíches em bagels fresquinhos, preparados na hora, sobremesas caseiras de comer ajoelhados, além de um ambiente super despretensioso frequentado por todos os tipos de locais que imaginar, do policial à vovó, dos jovens descolados aos engravatados na sua hora do café. As paredes do café são forradas de fotos de vacas de todos os cantos do mundo, até uma vaca brasileira encontramos por lá!
O Cowpuccino's, nosso café preferido em Prince Rupert, na British Columbia, oeste do Canadá
Caminhar pelas ruas da Cow Bay com uma linda vista da baía já está entre os meus programas prediletos na área, mas ainda incluímos como principais atrações o Museu de Northern BC, a Butze Rapids Trail e a imperdível Metlakatla Wilderness Trail.
Visita ao Northern BC Museum, em Prince Rupert, na British Columbia, oeste do Canadá
O grande casa de madeira onde está localizado o Museum of Northern British Columbia já é uma atração por si só. Construído no mesmo estilo das antigas casas das comunidades indígenas da costa pacífica, ele possui artefatos arqueológicos, peças de arte regional, vários painéis explicativos sobre a história da região e a cultura Tsimshian, além de máscaras, totens e artefatos tradicionais desta comunidade. A vista da última sala para a baía é linda e até a gift shop do museu é de tirar o chapéu, com peças de artes e souvenirs com traçados indígenas feitos pelas mulheres das comunidades vizinhas, até eu tive que me render.
Arte Haida no Northern BC Museum, em Prince Rupert, na British Columbia, oeste do Canadá
A Butze Rapids é uma trilha de 5km localizada a poucos quilômetros do centro da cidade, em uma paisagem maravilhosa em meio à floresta úmida. A maior curiosidade deste caminho está nas corredeiras que ligam o Skeena River ao mar. A região sofre uma das maiores marés do mundo, variando mais de um metro por hora! Em determinado momento do dia, o fluxo de água naturalmente do rio para o mar, inverte e nós chegamos lá na hora certa para ver o rio “parar” e inverter o sentido, tamanha a força da maré! O lugar é lindo, a trilha é tranquila e é a opção para os esportistas da cidade para uma caminhada, corrida ou um passeio casual em nos raros dias ensolarados.
Na trilha de Butze Rapids, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
Os famosos Butze Rapids, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá. O sentido das corredeiras varia com a maré
Além destas atividades, uma que não tive tempo de fazer, mas que recomendo muito é um caiaque com o pessoal da Skeena Kayak Tours. Foi difícil arrancar o Rodrigo das trilhas e do conforto do nossa pousada para remar pelas águas da baía. Porém estas águas são repletas de alimentos, no porto já podemos ver dezenas de pássaros, leões marinhos e focas e algumas pessoas me disseram que com sorte, alguns encontros fortuitos com baleias e até orcas podem acontecer! Não custa tentar!
Na trilha de Butze Rapids, em Prince Rupert, na British columbia, oeste do Canadá
O nosso maior destaque fica para a Metlakatla Wilderness Trail, que de tão bacana mereceu um capitulo a parte, é só clicar no link ou ver o próximo post.
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