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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Indicações na trilha para o The Quill, em Statia - Caribe
Tem lugar onde a gente toma um café e depois vai caminhar na praça. Em outros, damos um pulo na praia. Coisa normal, do cotidiano. Praças, praias e, por aqui, vulcões, coisas do dia a dia, todo mundo acostumado...
Início da trilha para a subida do The Quill, em Statia - Caribe
Aqui no Caribe, principalmente nesta região, as ilhas são todas de origem vulcânica e o progenitor, em muitos casos, ainda está lá, cheio de saúde, meio dorminhoco. Ninguém se assusta. Assim era em Montserrat, uma pequena e pacata ilha muito parecida com essas que temos visitado (ainda vamos lá, numa outra temporada caribenha dentro desses 1000dias!). Por gerações e gerações o vulcão era só parte da paisagem, um ponto de referência. Até que, um belo dia, no final da década de 90, acordou e mudou para sempre a vida de todos. Acabou com a capital da ilha, expulsou quase toda a população do país e voltou a dormir. Simples assim. De nada adiantou toda a tecnologia do séc. XX, cientistas do mundo inteiro, canais de TV, etc... Numa hora dessa, voltamos a ser o que sempre fomos perto das grandes forças: formiguinhas indefesas.
A floresta no fundo da cratera do The Quill, em Statia - Caribe
Bom, aqui em Statia, felizmente, o The Quill anda dormindo profundamente nos últimos quinze séculos. O bastante para uma densa floresta se desenvolver nas encostas da montanha e, principalmente, no fundo da cratera. Ali, um microclima particular se encarrega de criar muita umidade, quase 3 mil mm de chuva por ano que, aliado à terra fértil, sustenta árvores grandes e pesadas. Do lado de fora, faz tempo que o homem branco devastou a floresta e agora ela cresce novamente, de pouquinho em pouquinho.
Cratera do The Quill, em Statia - Caribe
Pois então, eu e a Ana tomamos calmamente nosso café e seguimos em direção ao The Quill, palavra que vem do holandês e significa algo como "pinico". Uma longa rua asfaltada segue diretamente para as encostas do vulcão e nos leva para o início da trilha. Esta nos leva gentilmente através da mata renovada da montanha, ganhando altitude aos poucos. No caminho, pequenas lagartixas e o carangueijo ermitão, uma espécie engraçada que carrega sua casa nas costas. Quando ele se sente ameaçado, se espreme nela e vira uma bola. Os menores, parecem uma bola de pinqueponque. Os maiores, de tênis. Neste formato, simplesmente rolam montanha abaixo, tentando escapar. Muito engraçados!
Equilibrando-se sobre a cratera do The Quill, duzentos metros abaixo de nós! (em Statia - Caribe)
Sempre na sombra, seguimos até a parte mais baixa da crista do vulcão, a uns 430 metros de altura. Aí, a primeira vista da grandiosa caldeira. Como já disse antes, não é uma caldeira vermelha, de fogo, mas verde, de mata. O cenário deveria ser bem diferente há dois mil anos!
No alto do The Quill vive um galo! (em Statia - Caribe)
Além da beleza do cenário, algo mais nos chamou a atenção! O guardião da cratera nos esperava: um orgulhoso e vistoso galo de penas vermelhas. Não sei se ficou ali esperando alguma comida ou apenas nos vigiando, mas não parou de nos observar, desfilando suas belas penas entre nós. Sujeito engraçado!
Uma das dezenas de cobras que vimos na caminhada ao The Quill, em Statia - Caribe
Deste ponto saem três trilhas: a primeira, mais curtinha, para um mirante; a segunda para o fundo da cratera; e a terceira para o ponto mais alto da crista, chamado Mazinga, com exatos 600 metros de altura. Por esta última seguimos, ávidos por chegar ao ponto mais alto da ilha. Mas o nosso ritmo teve de diminuir bastante. Primeiro porque a trilha ficou bem mais rústica, serpenteando entre pedras e árvores na estreita crista. Mas principalmente pela enorme quantidade de cobras malhadas, com pouco mais de um metro de comprimento, não venenosas. A Ana foi se apavorando com elas quase tanto quanto elas conosco. Devemos ter visto umas cinquenta. Ao final, para mim, já eram como minhocas. Mas não para a Ana, que não conseguia se acostumar. Enfim...
A neblina encobre a Ana, na encosta do cume falso do The Quill, em Statia - Caribe
Pouco antes de chegar, o tempo fechou, muita neblina. Chegamos ao ponto onde havia a placa do tal de Mazinga e verificamos que se podia subir mais. A trilha ficou mais rústica ainda. Mas, na crista estreita, não tem como errar. Abrindo caminho nas folhagens, chegamos ao que parecia ser o pico, uma grande pedra se destacando do resto. Mas, eis que a neblina abriu um pouco e verifiquei que ainda havia outro ponto mais alto, um cocurucho à frente. A Ana resolveu ficar e eu segui, questão de orgulho. Dez minutos mais tarde, chegava aos 600 metros de altura. Junto comigo chegou uma mensasem de celular do primo Haroldo, que viaja pela região de Chamonix, na França. Naquele mesmo momento, estava a 3.600 metros de altura, dizia a mensagem. Isso é que é coincidência!!!
Incrível figueira na cratera do The Quill, em Statia - Caribe
Voltei para a Ana, enfrentamos as cobras novamente e voltamos ao ponto inicial, agora para descer para a cratera. Fica a 280 metros de altura e tem árvores gigantes, verdadeiras maravilhas da natureza, dignas de contemplação e adoração! Árvores que já existiam quando escravos fugidos das plantations usavam a cratera como esconderijo. Aliás, que dureza ser escravo numa ilha pequena... Fugir para onde???
Belo fim de tarde em Oranjestad, em Statia - Caribe
Voltamos para a crista e de lá para a cidade, em tempo para admirar o belo fim de tarde. E com muita fome! Afinal, um passeio pelo vulcão pede um bom jantar, não? Amanhã, despedida do mar, da ilha e de volta a Siint Maarten. Nossa temporada caribenha se aproxima do fim. Chega de sol, praias e... vulcões.
O orgulhoso guardião do The Quill, em Statia - Caribe
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