0
Arquitetura Bichos cachoeira Caverna cidade Estrada história Lago Mergulho Montanha Parque Patagônia Praia trilha vulcão
Alaska Anguila Antártida Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Falkland Galápagos Geórgia Do Sul Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Islândia Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Uruguai Venezuela
Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Totens de pedra milenares de cultura há muito desaparecida, em San Agustín, na Colômbia
Nessa viagem dos 1000dias, por estarmos no nosso próprio carro e completamente livres para poder escolher nossos destinos, quando e onde quisermos, raros são os lugares não interessantes que passamos. Ao contrário, em mais de 500 dias na estrada, dá para contar nos dedos as cidades ou locais que não valeram à pena. A maioria absoluta de lugares e dias que tivemos foram memoráveis, seja pela beleza cênica, cultural, de aventura ou de festa. Mas, mesmo sendo quase todos eles especiais, mesmo num "grupo" assim, alguns lugares ainda chamam mais a atenção do que os outros. São ainda mais especiais. Um desses locais nós conhecemos hoje. A mágica San Agustín, no sul da Colômbia.
Uma das cachoeiras ao lado da estrada entre Popayan e San Agustín, na Colômbia
E, pelo visto, essa não é uma impressão apenas nossa. Já há mais de dois mil anos que uma antiga e misteriosa civilização escolheu a área de San Agustín como o local de descanso dos seus entes queridos. Centenas de tumbas foram feitas ali, sempre adornadas com incríveis tótens de pedra, alguns com mais de 5 metros de altura, outros com poucos centímetros, representando figuras humanas, animais e também uma mistura entre elas, pessoas com manchas de jaguar ou com feições de águia. Essas estátuas começaram a ser redescobertas há pouco mais de um século e, desde então, milhares foram desenterradas e levadas para museus ou, melhor ainda, recolocadas no mesmo local onde foram encontradas. Um verdadeiro paraíso para arqueólogos profissionais e amadores que ficam ali tentando decifrar os mistérios e encantos desse povo desaparecido.
Fiona atravessa ponte sobre desfiladeiro enquanto, embaixo, pessoas descem seus caiaques de rapel para navegar no rio lá embaixo (na estrada entre Popayan e San Agustín, na Colômbia
Para se chegar lá, um dos mais impressionantes pontos turísticos do país, não é muito longe de Popayan, pouco menos de 150 km. Mas boa parte da estrada ainda é de terra, o que torna a viagem muito mais longa. Se meter numa estrada dessa no interior da Colômbia foi o teste final para afastarmos aquela idéia pré-concebida de que seria perigoso viajar por aqui. Que nada! As paisagens são magníficas, existe sempre movimento na estrada e, de tempos em tempos, lá estão postos do exército para nos assegurar que estamos seguros. Cada vez mais, aquela mensagem da propaganda institucional do país faz sentido para nós: "Viaje na Colômbia! O único perigo é não querer mais ir embora!"
Toten de pedra em San Agustín, na Colômbia
Bom, viajamos seguros por esta estrada, passamos por cachoeiras e atravessamos canyons, negociamos com caminhões e tratores (trechos do caminho estão sendo pavimentados) nossa passagem, saudamos e fomos saudados por jovens soldados, vencemos ladeiras e trechos enlameados e enfim, chegamos à San Agustín.
Tumbas com mais de 1000 anos em San Agustín, na Colômbia
Aí, aproveitando as últimas horas do dia, fomos diretamente ao Parque Arqueológico, local onde se encontram boa parte dos mais incríveis achados arqueológicos da região. Com pouco tempo, saltamos o museu e seguimos diretamente para as trilhas que nos levam às tumbas e, principalmente, às impressionantes estátuas de pedra, todos ainda no seu local de origem, em meio a uma belíssima paisagem. Aliás, essa é a descrição do local na wikipedia: "envolvido por uma paisagem selvagem e espetacular, está de pé o maior grupo de monumentos religiosos e esculturas megalíticas da América do Sul. Deuses e animais míticos são habilmente representados em estilos que variam da abstração ao realismo"
Totens de pedra milenares de cultura há muito desaparecida, em San Agustín, na Colômbia
Passear por entre essas esculturas é incrível. Em vários pontos, parecia que eu estava no meio de uma aventura de "Tintin e o Ídolo Roubado" (me entende quem teve a sorte de ler Tinitin na infância!). Imaginar esses lugares há mil anos repletos de pessoas, artífices e caciques é um delicioso exercício para a mente.
No ponto mais alto do incrível Parque Arqueológico de San Agustín, na Colômbia
O passeio teve dois pontos altos. O primeiro, foi alto mesmo! Chegamos ao ponto mais elevado do parque, de onde se tem uma vista incrível de toda a região, muito verde, muita mata, dezenas de colinas ao nosso redor. Tinha bom gosto esse povo! Aí, mesmo para um darwinista convicto como eu, sente-se uma estranha energia no lugar, algo que nos faz querer admirar e respeitar aquilo que vemos e também o que não vemos, apenas sentimos. Também aí há tótens de pedra, fitando impassivamente o horizonte com uma paciência milenar. Parecem desprezar os visitantes que aí chegam, pois sabem que eles passarão rapidamente. São o horizonte a a paisagem que miram os seus verdadeiros companheiros.
Visitando o interessantíssimo Parque Arqueológico de San Agustín, na Colômbia
O outro ponto alto foi a última trilha que fizemos, pelo bosque das esculturas. Com o parque já fechando, naquela meia luz típica do dia que termina e da noite que começa, éramos os únicos que estávamos ali. Pelo menos, os únicos vivos, hehehe. Nesse bosque, ao longo de uma trilha circular, foram colocadas esculturas que haviam sido retiradas de seus lugares de origem e levados para casas de particulares, praças de cidades ou a mercados internacionais. Recuperadas, ajudaram a compor esse bosque que hoje ficou meio mágico. Conforme eu e a Ana caminhávamos e a noite ía caindo, parecia que éramos observados. A gente ouvia barulhos, sentia presenças estranhas e, ao mesmo tempo, víamos aquelas estátuas que, durante tanto tempo adoradas por milhares de pessoas de um povo há muito desaparecido, pareciam nos olhar também!. Eu estava adorando isso, querendo aproveitar cada minuto por ali. Mas a Ana, com suas convicções, achou que era hora de sairmos. Nunca mais vou esquecer a sensação! Foi muito jóia!
Escultura com formas de águia, no Parque Arqueológico de San Agustín, na Colômbia
Já no escuro, era hora de voltarmos à cidade e encontramos um hotel para dormir. Mas, primeiro, o mais importante, o estômago. Fomos a um restaurante que nos foi indicado, comemos e, ao sair em direção ao carro, fomos abordados por um grupo de três pessoas, interessadas no que liam e viam na Fiona. Eram o Carlos, a Marcela e o Jaime. Todos colombianos, o Carlos é biólogo aposentado morando nos EUA e em visita à sua sobrinha querida, a Marcela, professora de artes casada com o historiador Jaime, moradores de Bogotá. Ficaram super interessados na nossa viagem e nos deram verdadeiras aulas sobre a história e a vida na Colômbia. Mas, mais do que isso, foi o nosso primeiro contato com a simpatia e a hospitalidade colombiana, algo que envolve rapidamente quem viaja por esse país.
Visitando o Parque Arqueológico de San Agustín, na Colômbia
O nosso papo durou horas, sempre regado com boa cerveja e já era meia noite quando resolvemos ir dormir, ainda sem hotel. Resolvemos isso indo para o hotel deles, justo em frente ao restaurante. Amanhã tem mais San Agustín: vamos fazer um passeio à cavalo pela região, visitar mais totens de pedra espalhados por fazendas na área. Depois, ainda queremos chegar até Cali. E lá em Bogotá, já temos amigos para visitar!
Com os novos amigos colombianos em San Agustín, na Colômbia
amei me ajudou muito!!
Resposta:
Oi Glee
Que bom que gostou e que te ajudou!!!
Um abs
2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet