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Chegando à Baja California

México, Cabo Pulmo, La Paz Baja California

Chegando ao porto perto de La Paz, na Baja California, no México

Chegando ao porto perto de La Paz, na Baja California, no México


Quase todas os aventureiros que fazem a rota de ponta à ponta pela América preferem passar pela Baja California. Nós não fomos diferentes. A razão está na beleza extrema dessa enorme e estreita península que se estende por mais de 1000 km de norte a sul, separando o Oceano Pacífico do Mar de Cortez. Além disso, ela também é considerada um dos lugares mais seguros do México, principalmente na sua porção sul. Nos dias que o país atravessa atualmente, isso é, sem dúvida, uma grande vantagem! Mas nesse quesito, segurança, nossa experiência pessoal até agora tem sido ótima, sem nenhum problema. Tanto que, na volta, nossa ideia é passar pelo meio do continente mesmo, que também tem suas belezas e encantos.


Nosso longo caminho na Baja California

Mas agora, na “subida”, queríamos mesmo a famosa Baja California. Para chegar aqui, embarcamos ontem num ferry em Mazatlán que leva 17 horas para chegar em La Paz. Ao chegar na península, ao invés de subir diretamente para Tijuana, já na fronteira com os EUA, resolvemos primeiro seguir no sentido contrário, para o sul. Queríamos chegar à Cabo Pulmo, melhor ponto de mergulho no Mar de Cortez. Vamos deixar os agitados resorts na ponta da península, Cabo San Lucas o mais famoso deles, para quando voltarmos para cá, mais velhinhos, acompanhados dos netos. A ideia é voltar à La Paz e daqui seguir para a costa do Oceano Pacífico, onde queremos ver baleias. Depois, sempre seguindo para o norte pela autoestrada que atravessa toda a península, vamos para Loreto, onde está a mais bonita missão jesuítica do estado. Um pouco mais à frente está San Ignacio, base para explorar o Deserto Vizcayno e algumas das mais impressionantes pinturas rupestres do mundo. Finalmente, uma longa viagem até Tijuana. Imaginamos que todo o percurso leve uns 10 dias, talvez.

O sol nasce esplendoroso, na nossa viagem de ferry para a Baja California, no México

O sol nasce esplendoroso, na nossa viagem de ferry para a Baja California, no México


Hoje cedinho, ainda no ferry, a Ana levantou para tirar fotos do sol nascendo, esplendoroso. Depois, ainda tivemos tempo de assistir mais um filme antes que o ferry se aproximasse de terra firme e aportasse. Tivemos então de esperar que os caminhões desembarcassem para podermos tirar a Fiona e enfrentar nova revista do carro, com cão farejador outra vez Era quase meio-dia quando, finalmente, estávamos os três, livres, rodando na Baja California. Viva!

Primeira visão da Baja California, no México

Primeira visão da Baja California, no México


Dirigimos os quase 20 km até La Paz já admirados com a beleza da orla e do relevo, algo meio assim, extraterreno. Lá chegando, fomos nos informar sobre os passeios que saem para a Ilha Espíritu Santo, um dos locais mais bonitos da região. Informados, resolvemos deixar o passeio para quando voltássemos de Cabo Pulmo, para onde resolvemos seguir ainda hoje.

Hospital da Fiona em La Paz, na Baja California, no México

Hospital da Fiona em La Paz, na Baja California, no México


Mas antes de partir, ainda fomos resolver um problema que já nos afligia desde a Cidade do México. O pneu traseiro direito da Fiona teimava em esvaziar, bem lentamente. Viemos calibrando ele constantemente, mas alguma hora tínhamos de ver isso. E foi lá, em La Paz. O borracheiro rapidamente localizou um maldito parafuso, enorme, encravado na pobre Fiona, Rapidamente extirpamos o invasor e a Fiona ficou nova em folha! Aproveitamos também para destravar o cadeado que prende o pneu estepe, que de tão sujo, já não funcionava há uns 30 mil km. Se tivéssemos um pneu furado nesse período, teríamos passado um belo perrengue...

O parafuso que estava alojado no pneu da Fiona, retirado em La Paz, na Baja California, no México

O parafuso que estava alojado no pneu da Fiona, retirado em La Paz, na Baja California, no México


Assim, com cinco pneus em plenas condições, seguimos para o sul, até Cabo Pulmo. A primeira viagem pela Baja, a gente nunca esquece! Paisagem grandiosa, enormes espaços, céu azul, mundão grande sem fronteiras! A parte final, já se aproximando do parque nacional, é de terra e areia. Sentimo-nos ainda mais isolados no meio daquela vastidão, o mar agora bem perto de nós, carros, casas e pessoas totalmente fora da nossa vista.

Parada em mirante na estrada que nos leva ao sul da Baja California, no México

Parada em mirante na estrada que nos leva ao sul da Baja California, no México


Finalmente, chegamos ao pequeno povoado de Cabo Pulmo, uma mistura de Itaúnas, no Espírito Santo com Cabo Polônio, no Uruguai, mas numa escala 10 vezes menor. Seis da tarde, hora de tudo fechar, corremos na agência de mergulhos para marcar o nosso para amanhã cedo. Depois, rodamos pelas 3 pousadas da vila para decidir aonde ficar.

Estrada corta o sul da Baja California, no México, a caminho do Cabo Pulmo

Estrada corta o sul da Baja California, no México, a caminho do Cabo Pulmo


Aí, já escuro, pudemos aproveitar a noite estrelada e o vento fresco no rosto. Mas fomos dormir cedo, pois a noite no ferry não tinha sido das melhores. Mas estávamos super felizes de estarmos não só na Baja, mas também naquele lugar mágico, isolado da civilização, com cara de nordeste do Brasil, barulho do mar ali nos nossos ouvidos. Já fazia muito tempo que não viajávamos para um lugar tão pequeno. Estávamos com saudades!

Chegamos ao Mar de Cortez, no Cabo Pulmo, sul da Baja California, no México

Chegamos ao Mar de Cortez, no Cabo Pulmo, sul da Baja California, no México

México, Cabo Pulmo, La Paz Baja California, Baja California

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Queulat

Chile, Coyhaique, La Junta

A incrível visão do Vetisquero Colgante e das cachoeiras que nascem nessa geleira, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

A incrível visão do Vetisquero Colgante e das cachoeiras que nascem nessa geleira, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


Nossa viagem pela Carretera Austral até Coyhaique, além de todas as belezas descritas nos posts, foi também de muita poeira. Na verdade, poeira para quem fica para trás, o que raramente era o caso da Fiona, uma das grandes vantagens de se estar em um carro alto. Entre os que ficavam para trás, poucos carros, pois esses eram mercadoria rara nesse trecho sul da Carretera. Muito mais comuns eram os valentes ciclistas. É claro que ao cruzar com eles, no mesmo sentido ou vindo na direção oposta, nós diminuíamos a marcha para levantar o mínimo possível de pó. Mas os outros carros não pareciam se importar muito...

Uma grande obra de engenharia liga Puerto Aysen, o principal porto nessa região do sul do Chile, com as cidades da Carretera Austral

Uma grande obra de engenharia liga Puerto Aysen, o principal porto nessa região do sul do Chile, com as cidades da Carretera Austral


Uma grande obra de engenharia liga Puerto Aysen, o principal porto nessa região do sul do Chile, com as cidades da Carretera Austral

Uma grande obra de engenharia liga Puerto Aysen, o principal porto nessa região do sul do Chile, com as cidades da Carretera Austral


São muitas as diferenças, vantagens e desvantagens entre viajar por aqui de bicicleta ou de Fiona. Entre as grandes vantagens do carro, além do conforto, está o maior raio de ação e exploração, principalmente quando o tempo é uma variável importante. Por exemplo, quando encontramos uma estrada lateral e ficamos curiosos para ver o que há no fim dela, podemos nos dar ao luxo de perder uma hora indo até lá e voltando. Se estivéssemos de bicicleta, poderia ser um dia para ir e outro para voltar... Com o tempo apertado, nem pensar!

Pequenos barcos em marina de Puerto Aysen, o principal porto nessa região do sul do Chile

Pequenos barcos em marina de Puerto Aysen, o principal porto nessa região do sul do Chile


Navio da Navimaq, a empresa que faz a ligação entre as cidades costeiras do sul do Chile (em Puerto Aysen, o principal porto nessa região do sul do Chile)

Navio da Navimaq, a empresa que faz a ligação entre as cidades costeiras do sul do Chile (em Puerto Aysen, o principal porto nessa região do sul do Chile)


Foi o que aconteceu no início da nossa jornada de hoje. Daqui para o norte, o asfalto já é bem mais comum, mais de um terço de todo o percurso até Puerto Montt. Isso quer dizer que, a bordo da Fiona, ficamos ainda mais ágeis. Então, apesar das centenas de quilômetros e passeios que tínhamos planejado para o dia, ainda resolvemos fazer um detour e dirigir até Puerto Aysen, já bem fora da Carretera Austral e principal porto da região. A estrada que liga a cidade a Coyhaique é bem mais antiga que a própria Carretera Austral e já é toda asfaltada. Ela até inclui uma das maiores pontes de todo o país e que atravessa o rio que dá nome a toda essa região: o rio Aysén.

Cada vez mais pertos do início da Carretera Austral, em Puerto Montt, no sul do Chile

Cada vez mais pertos do início da Carretera Austral, em Puerto Montt, no sul do Chile


Na Carretera Austral, no sul do Chile, a primeira placa a mostrar a distância para Santiago e as cidades do norte. Nós já estivemos nas três últimas da lista!

Na Carretera Austral, no sul do Chile, a primeira placa a mostrar a distância para Santiago e as cidades do norte. Nós já estivemos nas três últimas da lista!


Puerto Aysén foi a principal cidade aqui da patagônia norte chilena por mais de meio século, mas acabou superada por Coyhaique e até perdeu o título de capital para ela na década de 70. O assoreamento do porto, que teve de ser deslocado para a boca do fiorde, também não ajudou. Hoje, é o turismo, principalmente ligado à Laguna de San Rafael, uma das principais forças econômicas da cidade. A outra é a indústria salmoneira que se instalou recentemente na cidade. Para nós, foi um rápido e interessante passeio, possibilitado pelo asfalto e pelas rodas ágeis da Fiona.

Carretera Austral ao norte de Coyhaique. Asfalto e cada vez mais verde e umidade

Carretera Austral ao norte de Coyhaique. Asfalto e cada vez mais verde e umidade




Nossa próxima “escala”, agora já de volta à Carretera Austral, foi o Lago Las Torres, uma Reserva Nacional. Aí, encontramos uma área ao lado da estrada que nos serviu de mirante para o lago e também para “lancharmos” o nosso almoço, numa espécie de piquenique. Estávamos apenas nos preparando para a principal atração do dia: o Parque Nacional Queulat.

Um dos muitos rios ao longo da Carretera Austral ao norte de Coyhaique, no sul do Chile

Um dos muitos rios ao longo da Carretera Austral ao norte de Coyhaique, no sul do Chile


O belo lago Las Torres, na Carretera Austral, ao norte de Coyhaique. Foi em um mirante com vista para esse lago que lanchamos durante a viagem de hoje pelo sul do Chile

O belo lago Las Torres, na Carretera Austral, ao norte de Coyhaique. Foi em um mirante com vista para esse lago que lanchamos durante a viagem de hoje pelo sul do Chile


O asfalto da estrada termina justamente antes de chegarmos a este belo parque. Não por dificuldades técnicas da estrada, mas para ajudar na conservação dessa linda área de florestas, lagos e geleiras. A vegetação é simplesmente exuberante, resultado de uma das maiores precipitações pluviométricas do país. Para quem já viajou pelas areias do Deserto de Atacama, realmente é difícil acreditar que estamos no mesmo país.

Nossa primeira visão do Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

Nossa primeira visão do Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


Um dos muitos riachos no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

Um dos muitos riachos no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


Apesar da grande área, o parque tem poucas trilhas para facilitar o seu acesso. A ideia é mesmo a preservação e não o turismo. Nossa ideia original era fazer pelo menos duas das trilhas, mas desanimamos um pouco quando chegamos à cabeceira de uma delas, ao lado da estrada. Uma trilha através da mata úmida segue o Rio de Las Cascadas e 30 minutos de caminhada nos levam a um local cheio de cachoeiras. Mas quando chegamos à trilha, várias vans lotadas de turistas disputavam espaço para estacionar. Mal acostumados que estamos em ver muita natureza e pouca gente, aquilo foi um choque para nós e resolvemos seguir adiante. A principal atração do parque era a trilha seguinte e para lá nos dirigimos.

Enorme ponte pênsil em trilha no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

Enorme ponte pênsil em trilha no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


Enorme ponte pênsil em trilha no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

Enorme ponte pênsil em trilha no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


O rio que nasce no Vetisquero colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

O rio que nasce no Vetisquero colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


O estranho é que, nessa segunda trilha, justamente a mais popular do parque, quase não havia ninguém. Ou tivemos sorte aqui ou azar na anterior. Enfim, deixamos a Fiona no estacionamento e saímos a esticar as pernas e respirar ar puro. Entro rios e florestas.

Tempo para descanso em trilha do Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

Tempo para descanso em trilha do Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


Flores na densa vegetação do Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

Flores na densa vegetação do Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


A trilha leva a um mirante para o chamado “Ventisquero Colgante”, ou “geleira pendurada”. Não muito tempo atrás, essa geleira descia um enorme paredão, mas ela vem retrocedendo a olhos vistos e hoje boa parte da parede de rocha já está exposta. O gelo pode estar lá encima, mas a água derretida continua descendo, formando duas belíssimas cachoeiras. No meio daquela mata toda, o cenário é típico de filmes como “O Senhor dos Anéis”, uma grandiosidade de tirar o fôlego.

A enorme cachoeira que nasce no Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

A enorme cachoeira que nasce no Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


Mirante do Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

Mirante do Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


Do ponto onde estacionamos o carro, uma trilha de 200 metros leva a um mirante para se observar esse espetáculo. Até aí segue boa parte dos turistas. Mas há uma trilha mais longa, pouco mais de 3 km de extensão, que cruza o rio numa enorme ponte pênsil e sobe a encosta do outro lado, dá uma volta em um morro e nos leva até um mirante muito mais próximo do espetáculo. Até lá fomos e ficamos uma boa meia hora nos extasiando com aquele cenário maravilhoso, quase inacreditável, diante dos nossos olhos. Foi mais do que o suficiente para esquecermos por completo a tal trilha das cachoeiras que havíamos deixado para trás...

Três quilômetros de trilhas nos levam a esse belo mirante para o Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

Três quilômetros de trilhas nos levam a esse belo mirante para o Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


A geleira conhecida como Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

A geleira conhecida como Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile


Dia quase completo, seguimos viagem até a pequena La Junta, que apesar de não aparecer no GoogleMaps, existe e nem é tão pequena assim. Tem esse nome porque fica numa encruzilhada de estradas e é famosa aqui no país por ainda manter um belo monumento em homenagem ao antigo ditador Augusto Pinochet, principal responsável pela construção da Carretera Austral. Amanhã, teremos mais um longo dia. Mas ao invés de rios, florestas e geleiras, o que nos espera são termas de água quente e um dos vulcões mais ativos do país.

Três quilômetros de trilhas nos levam a esse belo mirante para o Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

Três quilômetros de trilhas nos levam a esse belo mirante para o Vetisquero Colgante, no Parque Nacional Queulat, na Carretera Austral, no sul do Chile

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Viajando para Oiapoque

Brasil, Amapá, Macapá, Oiapoque

Muitos igarapés e bela paisagem no trecho asfaltado da viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Muitos igarapés e bela paisagem no trecho asfaltado da viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


Depois de dois dias de tempo bom em Macapá, esta noite o tempo virou e choveu muito. De manhã cedo ainda chovia, atrapalhando-nos na arrumação da Fiona e atrasando nossa saída. Mas, na primeira janelinha de tempo bom, aproveitamos para zarpar. Uma hora mais tarde que o planejado e desejável, mas zarpamos.
A longa estrada entre Macapá e Oiapoque está sendo asfaltada. Por enquanto, são cerca de 350 km de asfalto, 160 km de terra e outros 50 km de asfalto. O primeiro trecho da viagem foi bem tranquilo. No início, a Ana dormia ao meu lado enquanto eu observava as longas planícies do estado, cortadas aqui e ali por igarapés, matas de carnaúba e algumas fazendas de eucalipto. O asfalto está bom, muito pouco movimento na pista e dá para "desenvolver" bem.

Muitos igarapés e bela paisagem no trecho asfaltado da viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Muitos igarapés e bela paisagem no trecho asfaltado da viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


Foi uma pena estarmos com pressa (para não viajarmos de noite) e o tempo estar tão nublado. Vários igarapés mereciam uma parada para um banho, se houvesse sol. Outro ponto muito interessante é a região de Calçoene, onde termina o trecho asfaltado. Ali há impressionantes descobertas arqueológicas ainda muito pouco estudadas e quase nada propagandeadas. O pouco que sei é que são ruínas de um antigo povo da região, círculos de pedras que podem ser a nossa Stonehege. Ainda não tivemos tempo de pesquisar na internet, mas assim que puder eu faço e escrevo mais sobre esse misterioso povo.

Além do asfalto, são 160 km de terra e barro na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Além do asfalto, são 160 km de terra e barro na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


Em Calçoene começam os intermináveis 160 km de terra e muito, muito barro. Estrada cheia de buracos, não dá para se empolgar muito no pedal não. O segredo é ter uma paciência de Jó, dirigir a 40 ou 50 km/h e ficar admirando a densa mata à nossa volta, onde vimos macacos e tucanos. Cruzamos também territórios indígenas e muitas aldeias. Aldeias com cara de vilas, não de aldeias! O governo está esperando a próxima estação seca para asfaltar esse trecho, ao mesmo tempo em que pretende terminar a ponte que está sendo construída ligando o Brasil à Guiana Francesa.

Muito barro na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Muito barro na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


Bom, horas de paciência depois, chegamos novamente ao asfalto. Aí foi rapidinho. Junto com a noite, estávamos chegando à cidade de Oiapoque, onde o Brasil começa (ou acaba, dependendo do sentido da viagem). Com um restinho de luz, ainda deu para ver, lá do outro lado do rio, a misteriosa Guiana Francesa, uma densa mata envolta em neblina.

Diversas pontes na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Diversas pontes na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


A gente se instalou no Hotel Floresta, de frente ao rio e bem próximo ao monumento da cidade. Logo fomos assuntar e descobrimos que faz meses, talvez anos, que não passam carros brasileiros para o lado de lá. Os que passam, tem de voltar. E essa brincadeira sai caro: 200 euros por trecho, se a balsa só tiver um carro, o que normalmente é o que ocorre.

Território indígena na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP

Território indígena na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP


O pessoal daqui só está esperando para ver o que vai acontecer quando a magnífica ponte que está sendo construída estiver pronta. Aqui dizem que ela será só para os carros guianenses virem para cá, e não o contrario. Bom, esse papo todo obviamente nos deixou bastante preocupados. A minha noite de hoje certamente será menos tranquila que a de ontem, quando tudo parecia certo. Bom, é esperar para ver...

Chegando perto da fronteira! (na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP)

Chegando perto da fronteira! (na viagem entre Macapá e Oiapoque - AP)

Brasil, Amapá, Macapá, Oiapoque,

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Hello!

Bahamas, New Providence - Nassau

Arara no lobby do hotel em Nassau

Arara no lobby do hotel em Nassau


Hello! É assim que somos saudados todas as vezes que entramos no nosso hotel, o Towne. E também quando saímos. Na verdade, sempre que transitamos pelo lobby do hotel, seja em busca de cerveja, de internet ou simplesmente passando por lá. No começo, sempre respondíamos. Agora, não caímos mais no conto da arara. Afinal, é uma linda arara, azul e amarela, cores da bandeira, mascote do hotel, que sempre nos saúda.

E foi assim hoje, às 07:30 da manhã, quando chegamos para o café da manhã. A Ana chegou 2 minutos depois de mim. Foi o bastante para ela ter de entrar na fila para se servir. Logo depois de mim, chegou parte do grupo de 20 americanas, todas elas negras, grandes, gordas (há exceções) e muito simpáticas, estudantes de enfermagem que participam de algum programa de intercâmbio com os hospitais daqui. Confortavelmente sentado comendo meu café da manhã, foi divertido ver a minha linda esposa bem polaca no meio daquela fila das afroamericanas. Contraste maior não poderia haver.

É muito gostoso viajar com a Ana. Sociável e bonita como ela é, estamos sempre conhecendo pessoas novas. Apesar dela reclamar da sua desenvoltura com o inglês e com o seu vocabulário, isso não a impede de socializar por aí. Jamais perde uma chance. E isso vai tornando a viagem muito mais rica e saborosa. Além disso, ela também é pau para toda obra, tanto para as mais diversas atividades (mergulhar, caminhar, lagartear, mamar, trabalhar, etc...) como para resolver problemas (pedir informações, carregar peso, negociar preços, etc...). E a beleza e simpatia dela sempre ajudam, é claro! Não poderia ter companheiro de viagem melhor!

Bom,o café da manhã cedo era porque fomos mergulhar novamente com a Stuart Cove, a maior operação de mergulho que já conheci. Seus ônibus rosas cruzam a cidade em busca dos clientes e depois, os trazem de volta. A base deles está do outro lado de New Providence e isso serve para conhecermos as outras partes da ilha. No extenso caminho (meia hora), passamos pelos suburbios de classe média, cheio de casas coloridas e com colunas à frente. Arquitetura bem simpática. Prédios mais altos, apenas os grandes hoteis em Paradise Island e Cable Beach.


Os mergulhos de hoje foram excelentes, mar sempre cristalino, visibilidade de uns 30 metros. No primeiro, mergulhamos beirando o abismo da Língua do Oceano novamente. Um barranco extremamente íngrime que vai até 6 mil metros de profundidade. É uma sensação de estarmos voando no vazio. Dá uma vontade louca de descer, descer, descer. Mas só vamos até os 35 m. Chegamos à beira do que já foram enormes penhascos antigamente, quando o nível do mar era mais baixo, na época das eras glaciais. Fiquei viajando imaginando um canyon com 6 km de profundidade logo abaixo de mim. Por coincidência, ontem, li uma notícia relatando que cientistas britânicos, através de um submarino robô, descobriram os mais profundos vulcões até hoje. Estão a 5,5 km de profundidade. E adivinhem aonde? Justamente aqui, na Língua do Oceano!!! A água está a 450 graus celcius, suficiente para derreter chumbo, mas não para ferver, naquela enorme pressão. É um oásis de vida naquela profundidade, cheio de moluscos, artrópodes e vermes tubulares, todos vivendo dos nutrientes do vulcão. Inalcançável para nós, mas não na imaginação. Muito menos para mim, nadando "ali do lado". Que planeta incrível!

O segundo mergulho foi num naufrágio perfeito, pequeno mas cheio de penetrações. Água extremamente limpa. Foi uma diversão!!! Pena que não tinha fotógrafos... E ainda estamos sem nossa máquina subaquática. Que pena!

Bem, amanhã seguimos para Eleuthera, para conhecer um pouco mais desse incrível país. Mal posso esperar. E, enquanto escrevo, a Ana, do outro lado do sun deck aonde estamos, no nosso hotel, está novamente cercada pelas enfermeiras americanas. Eu que já estava achando a Ana bem queimada de sol... está tão branquinha agora! He he he. Que diversidade de pessoas. Que mundo legal!

Ana no sun deck do hotel em Nassau, ao lado das enfermeiras  americanas

Ana no sun deck do hotel em Nassau, ao lado das enfermeiras americanas


E, dois andares abaixo, ouço a arara saudar novos (ou antigos) hóspedes. "Hello!!"

Bahamas, New Providence - Nassau, Mergulho

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Icebergs, Fiordes e Geleiras

Geórgia Do Sul, Drygalski Fjord

Um belo iceberg proveniente das gigantescas plataformas de gelo da Antártida cruza nosso caminho na entrada do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Um belo iceberg proveniente das gigantescas plataformas de gelo da Antártida cruza nosso caminho na entrada do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


A tarde de hoje foi a nossa última nas costas da Geórgia do Sul, essa incrível ilha perdida no meio das imensidões geladas do Atlântico meridional. Depois de tantos desembarques ao longo da costa norte da ilha, agora foi a vez de ficarmos admirando a paisagem de dentro do conforto do Sea Spirit, enquanto o barco percorria toda a extensão do Drygalski Fjord, o maior fiorde da Geórgia do Sul.

Nosso roteiro e pontos de parada na Geórgia do Sul

Nosso roteiro e pontos de parada na Geórgia do Sul


Navegando no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Navegando no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Navegando por entre as montanhas e geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Navegando por entre as montanhas e geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Fiordes são formações geológicas deixadas para trás pelas grandes geleiras das épocas glaciais. Esses enormes e poderosos rios de gelo abriram caminho por entre as montanhas, formando vales profundos em forma de “U” na sua rota para o mar. Naquela época, com tanta água na forma de gelo no norte, sul e grandes montanhas do planeta, o nível dos oceanos era bem mais baixo do que é hoje. Com o clima se aquecendo, as geleiras foram derretendo e o nível dos mares subindo, passando a ocupar os enormes vales formados pelos rios de gelo que retrocediam. Essas formações são muito comuns nas costas do Noruega, Groelândia, Islândia e Chile, mas também são encontradas em menor número no Canadá, Dinamarca, Alaska, Nova Zelândia e aqui, na pequena Geórgia do Sul. O Drygalski é o maior deles, um estreito e comprido braço de mar ladeado por altas montanhas, penhascos e inúmeras geleiras reminiscentes daquela antiga e gigantesca geleira que abriu caminho por entre essas montanhas na última era glacial. O cenário é simplesmente grandioso e espetacular.

O primeiro iceberg tabular, vindo diretamente da Antártida, a gente nunca esquece! (pouco antes de entramos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul)

O primeiro iceberg tabular, vindo diretamente da Antártida, a gente nunca esquece! (pouco antes de entramos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul)


Os passageiros do Sea Spirit correm a fotografar os primeiros icebergs da nossa viagem, pouco antes de entrarmos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Os passageiros do Sea Spirit correm a fotografar os primeiros icebergs da nossa viagem, pouco antes de entrarmos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Mas antes de entramos nesse fiorde, tivemos um outro encontro não menos emocionante. Pela primeira vez nessa viagem, encontramos os gigantescos icebergs vindos diretamente das grandes plataformas de gelo da Antártida. São os chamados icebergs “tabulares”, em formato de mesa, com centenas de metros de lado formando um grande platô no seu topo. Eles são diferentes (e muito maiores!) do que qualquer outro iceberg que já tenhamos visto, aqui na Geórgia do Sul e mesmo ao redor da Groelândia, por onde também viajamos nesses 1000dias.

Avistando os primeiros grandes icebergs da viagem, pouco antes de entrar no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Avistando os primeiros grandes icebergs da viagem, pouco antes de entrar no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Blocos de gelo provenientes das geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Blocos de gelo provenientes das geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Blocos de gelo se soltam das geleiras aqui da Geórgia do Sul (e também na Islândia, Groelândia e Alaska) formando pequenos icebergs que já conhecíamos. Claro, alguns deles são bem grandes também e um deles chegou mesmo a afundar o Titanic. Mas tamanho é relativo e o que nos parecia grande antes, agora, comparado a esses colossais icebergs tabulares, viraram pequenos “cubos de gelo”. Aqueles tem um formato mais quebrado, pontiagudo. Esses, vindos diretamente da Antártida, são mais quadrados. Os maiores, formados quando um grande pedaço de plataforma de gelo se rompe, chegam a ter o tamanho de estados como Alagoas e Sergipe. Enfim, são mesmo colossais. Assim que se desprendem do gelo continental, as correntes marinhas os levam lentamente para o norte. Aos poucos, vão derretendo e se partindo em icebergs menores. Existe uma linha imaginária no Atlântico Sul (na verdade, ao redor de todo o continente antártico) que marca o ponto máximo aonde essas enormes massas de gelo chegam antes de derreter completamente. A Geórgia do Sul se encontra dentro dos limites dessa linha imaginária e por isso já começamos a vê-los por aqui enquanto as Falkland situam-se ao norte dessa linha.

A vistosa parede de gelo de um iceberg que flutua a frente do Sea Spirit, pouco antes de entrarmos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

A vistosa parede de gelo de um iceberg que flutua a frente do Sea Spirit, pouco antes de entrarmos no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


A paisagem geleda e montanhosa do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

A paisagem geleda e montanhosa do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Navegando no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Navegando no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


O que vimos hoje foi o mesmo que viram os primeiros navegadores e exploradores dessa região há poucos séculos atrás. Ao se depararem com esses enormes icebergs, logo concluíram que só poderiam vir de alguma enorme massa de terra mais ao sul. Muito provavelmente, um novo continente! Por isso, muito antes de qualquer pessoa ver a Antártida com seus próprios olhos, a existência do continente já era conhecida (ou deduzida...). Com pistas desse tamanho, não é de se admirar! E olha que passaram-se mais de dois séculos entre os primeiros encontros com os icebergs tabulares e o momento em que, finalmente, alguém encontrou a verdadeira “terra firme” do último continente.

Uma das muitas geleiras ao longo do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Uma das muitas geleiras ao longo do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Mais uma das geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Mais uma das geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Geleiras e montanhas do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Geleiras e montanhas do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Enfim, muitos icebergs tabulares e a história da exploração da Antártida nos esperam nos próximos dias. Hoje foi só para abrir o apetite! A atração principal dessa tarde foi mesmo a navegação pelo Drygalki Fjord. Logo na entrada do fiorde, um zodiac levou para terra firme dois dos nossos guias enquanto nós continuávamos nossa navegação. Os guias foram fazer um trabalho científico de observação de animais em uma baía mais isolada. É uma espécie de favor que fazem aos pesquisadores dessa ilha, algo muito comum entre cientistas e as companhias de turismo, unindo o útil ao agradável. Na volta, após irmos até o fim do fiorde e voltarmos, recolhemos eles de volta, já com seus preciosos dados para serem enviados às bases científicas aqui da Geórgia do Sul.

Uma imponente geleira do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Uma imponente geleira do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Blocos de gelo se desprendem de geleira no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Blocos de gelo se desprendem de geleira no Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Uma das inúmeras geleiras ao longo do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Uma das inúmeras geleiras ao longo do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Quanto a nós, navegamos tranquilamente por esse fotogênico braço de mar. A quantidade de pequenas geleiras no seu entorno realmente impressiona. Digo “pequenas” só porque estou comparando-as com a geleira inicial, aquela que deu origem ao fiorde por onde hoje navegamos. Porque, se esquecermos do tamanho colossal desta, essas outras que vimos hoje também são enormes. Descem das altíssimas montanhas ao fundo trazendo consigo milhões de toneladas de gelo e rocha arrancada das montanhas. Isso mesmo, ainda hoje essas geleiras continuam a abrir caminho e formar novos vales, moldando a geologia do local.

Observando o final do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Observando o final do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Admirando a beleza grandiosa do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Admirando a beleza grandiosa do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Navegando por entre as montanhas e geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Navegando por entre as montanhas e geleiras do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


O fiorde não é largo e o Sea Spirit está sempre próximo dos penhascos e geleiras, ora de um lado do antigo vale, ora do outro. Cada geleira, cada visão, cada cenário mais impressionante que o anterior. Por fim, chegamos ao fim do fiorde, o ponto para onde retrocedeu a antiga geleira formadora de toda essa maravilha. Ainda hoje, ela continua bem maior do que as geleiras laterais, suas antigas “afluentes”. Aí o Sea Spirit para, faz meia volta, nos dá um tempo para nossas fotos e momentos de admiração e veneração e inicia o longo caminho de retorno.

Com a Kim na piscina de água quente do Sea Spirit, deixando a gelada Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Com a Kim na piscina de água quente do Sea Spirit, deixando a gelada Gold Harbour, na Geórgia do Sul


Com a Kin e o Brian na piscina de água quente do Sea Spirit, deixando para trás a gelada Gold Harbour, na Geórgia do Sul

Com a Kin e o Brian na piscina de água quente do Sea Spirit, deixando para trás a gelada Gold Harbour, na Geórgia do Sul


No caminho de volta, aproveitamos para admirar a paisagem de “outro ângulo”: de dentro da nossa piscina de água quente! A situação era quase surreal: circundados por montanhas geladas e cachoeiras de gelo que despencavam de dezenas de metros sobre uma mar com águas de 2 graus de temperatura, lá estávamos nós em nossos trajes de banho e ao ar livre, mais felizes do que nunca, uma lata de cerveja em uma mão e uma máquina fotográfica em outra. A tática era ficarmos até o pescoço dentro da água quente e alternar corridas ao convés gelado para tirarmos fotos, com mergulhos de cabeça para reaquecermos nossas faces geladas. Foi uma delícia, assistida pelos incrédulos velhinhos que formam a maioria dos nossos colegas de viagem. Enfim, quem está na chuva é para se molhar e lá estávamos nós, mais molhados do que nunca. Uma despedida à altura dos dias inesquecíveis que passamos nessa fantástica ilha chamada Geórgia do Sul!

Aproveitando a piscina de água quente no convés do Sea Spirit enquanto navegamos nos ares gelados do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Aproveitando a piscina de água quente no convés do Sea Spirit enquanto navegamos nos ares gelados do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul


Aproveitando a piscina de água quente no convés do Sea Spirit enquanto navegamos nos ares gelados do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Aproveitando a piscina de água quente no convés do Sea Spirit enquanto navegamos nos ares gelados do Drygalski Fjord, na Geórgia do Sul

Geórgia Do Sul, Drygalski Fjord, Fiorde, geleira, Iceberg, Sea Spirit

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De Volta ao Brasil, ao Ceará e à Família

Brasil, Distrito Federal, Brasília, Ceará, Fortaleza, Chile, Santiago, Fortim

Jangada preparada para sair ao mar no Pontal do Maceió, em Fortim, no litoral do Ceará

Jangada preparada para sair ao mar no Pontal do Maceió, em Fortim, no litoral do Ceará


Já há muitos meses que minha família vem planejando celebrar em grande estilo o aniversário de minha mãe. Afinal, não é todo dia que se faz 80 anos de idade. Seria também mais uma grande chance de conseguirmos reunir toda a família de uma só vez. Com os filhos grandes, casados e com seus próprios filhos, isso tem sido cada vez mais difícil de conseguir. Ainda mais que uma irmã mora no exterior e outro irmão só recentemente voltou a morar no Brasil. Para falar a verdade, na atual configuração, não me lembro se um encontro completo já tenha ocorrido. Somos cinco filhos (mais um que está lá no céu), quatro dos quais casados, e cinco netos e a última grande chance de reunião havia sido no aniversário de 80 anos do meu pai, em junho passado (post aqui), mas uma cunhada, a Íris, teve de ir trabalhar nos EUA bem naqueles dias e a reunião não foi completa. Agora, tínhamos uma nova chance de ouro e não podíamos deixá-la escapar.

Família reunida para jantar no hotel de Fortim, litoral do Ceará

Família reunida para jantar no hotel de Fortim, litoral do Ceará


Para falar a verdade, um dos motivos que também complicaram uma reunião completa da família foi o nosso projeto dos 1000dias. Afinal, estamos longe de casa há quase quatro anos! Teoricamente, nossa viagem deveria ter terminado em Dezembro de 2012 (quando completamos 1.000 dias de viagem), mas não terminamos e continuamos sendo um empecilho para a reunião da família. Assim, no aniversário do meu pai, como já estávamos na “prorrogação” dos 1000dias, não tínhamos desculpas para não comparecer e voamos lá de Roraima para Ribeirão Preto para participar da festa. Naquela época, a gente também se comprometeu a não faltar no aniversário de minha mãe. Na verdade, até imaginamos que talvez a viagem já tivesse terminado até lá, mas não terminou. De qualquer maneira, compromisso é compromisso e assim que foi definido o local onde seria a celebração, tratamos de nos programar de estar lá. E assim foi. Festa marcada para o litoral do Ceará, fizemos nossas contas, vimos que estaríamos entre Chile e Argentina e tratamos logo de comprar as passagens de avião de Santiago a Fortaleza. Feito isso, foi só calibramos nosso roteiro para chegarmos à capital chilena na época certa. Nossos 1000dias terão mais um intervalo, mais umas “férias das férias”, mas logo retornamos e retomamos a parte final de nossa viagem.



Tudo explicado, vamos à história. Acordamos anteontem de manhã ainda em Rengo, na casa de nossos amigos Andrea e Pablo. Daí dirigimos para Santiago, diretamente para a casa da Maria Ester, a mãe do Pablo. De tanto que passamos por aqui, já somos amigos e a Fiona já até sabe o caminho para chegar à casa dela. Foi aqui que também deixamos a Fiona quando voamos para a Ilha de Páscoa, em outubro do ano passado. A diferença é que, daquela vez, não abandonamos a Fiona no Chile, pois a Ilha de Páscoa também é território chileno e, portanto, nós não estávamos saindo do país. Agora sim, vamos ao Brasil enquanto nosso carro permanece no Chile e esse “pequeno detalhe” tem implicações burocráticas.

Nossa rota de avião entre Santiago, no Chile, e Fortaleza, no Ceará, fazendo escala na capital Brasília

Nossa rota de avião entre Santiago, no Chile, e Fortaleza, no Ceará, fazendo escala na capital Brasília


Sobrevoando o centro-oeste do Brasil, no voo entre Brasília e Fortaleza, no Ceará

Sobrevoando o centro-oeste do Brasil, no voo entre Brasília e Fortaleza, no Ceará


Como regra geral, países “não gostam” que nós cheguemos até eles de carro e saiamos de outra maneira, deixando o carro para trás. Enxergam aí a possibilidade de algum trambique, que tenhamos, por exemplo, vendido ilegalmente o automóvel. Por isso, pelo menos em países mais organizados, eles mantêm em seus computadores a informação de como e onde cada turista entro no país. Na hora da saída, checam para ver se não há nada errado. Pode ser a duração da estadia, se não ficamos mais tempo do que o permitido, ou se não estamos deixando um carro para trás. Durante nossos 1000dias, passamos diversas vezes por essa situação, pelo dilema de seguir ou não a burocracia e “burrocracia” de seguir estritamente as regras e procedimentos de cada país sobre como deixar um carro para trás, nem que seja temporariamente (como era sempre o nosso caso!).

O balcão de salgados não deixa dúvidas, estamos no Brasil! (escala no aeroporto de Brasília, rumo a fortaleza, no Ceará)

O balcão de salgados não deixa dúvidas, estamos no Brasil! (escala no aeroporto de Brasília, rumo a fortaleza, no Ceará)


O balcão de doces não deixa dúvidas, estamos no Brasil! (escala no aeroporto de Brasília, rumo a fortaleza, no Ceará)

O balcão de doces não deixa dúvidas, estamos no Brasil! (escala no aeroporto de Brasília, rumo a fortaleza, no Ceará)


Os EUA, por exemplo, são um raro caso que não cria embaraços. Por três vezes deixamos a Fiona por lá, uma quando fomos às Bermudas, outra quando viajamos para a Islândia e Groelândia e outra quando fizemos uma de nossas incursões às ilhas caribenhas. Nem uma burocracia ou papel para preencher. Simplesmente, aparecemos no aeroporto e pagamos nosso voo, enquanto a Fiona ficava na garagem do amigo Marcelo, em Miami, ou na casa da prima Anita, em Princeton. Houve também os casos do México, Suriname e Colômbia, onde ignoramos solenemente as regras e simplesmente pegamos nossos voos para o Caribe, a Fiona ficando na casa de algum amigo ou no estacionamento de um hotel. No aeroporto, ninguém conferiu nada, nem na ida nem na volta, e não tivemos problemas. Foi assim também na Argentina, quando embarcamos para a Antártida.

Revistas em português! Já estamos no Brasil, escala em Brasília, rumo a Fortaleza

Revistas em português! Já estamos no Brasil, escala em Brasília, rumo a Fortaleza


Sobrevoando o centro-oeste do Brasil, no voo entre Brasília e Fortaleza, no Ceará

Sobrevoando o centro-oeste do Brasil, no voo entre Brasília e Fortaleza, no Ceará


Aonde não foi assim, foi no Panamá. De lá nós iríamos voar para a República Dominicana e nossa ideia era fazer como já havíamos feito todas as vezes anteriores: ignorar as regras. Mas um despachante com quem estávamos em contato para nos auxiliar na tarefa de atravessar o carro de volta à América do Sul nos aconselhou muito a seguir os procedimentos burocráticos, sob pena de não nos deixarem embarcar no aeroporto. Aí, decidimos seguir as regras e foi um parto, como relatado nesse post. Tivemos de deixar o carro em um “porto seco”, pagar um bom preço, preencher muitos papéis e perder bastante tempo. Fora isso, deu tudo certo e pudemos viajar tranquilos.


Muito sol na praia do Pontal do Maceió, em Fortim, no litoral do Ceará

Muito sol na praia do Pontal do Maceió, em Fortim, no litoral do Ceará


Agora, aqui no Chile, tratamos de descobrir os procedimentos também. Não queríamos nos arriscar a sermos barrados no aeroporto, perdermos o voo, a festa da minha mãe e a chance de, finalmente, reunir toda a família. Eram riscos demais! Felizmente, a complicação aqui no Chile é muito menor do que no Panamá. Só precisávamos ir até a polícia de fronteira e assinar um termo de responsabilidade dizendo que o carro ficaria com um chileno de confiança no país. O tal “chileno de confiança” também deveria estar presente e assinar o mesmo termo. Na volta, seria necessária apenas a nossa presença para dar baixa nesse documento. A polícia de fronteira mais perto de nós era no próprio aeroporto e nós resolvemos conceder essa “honra” de guardião da Fiona para a Maria Ester. Sempre muito simpática e solícita, ela aceitou a incumbência e o trabalho. “Trabalho” porque ela teve de ir até o aeroporto anteontem de tarde conosco, para fazer a burocracia. Nós viajamos de Rengo até a casa dela, tomamos uma água e, agora todos juntos, fomos até o aeroporto. Ali assinamos os papéis e voltamos de Fiona para a casa dela, garagem velha conhecida do nosso carro. Aqui a Fiona ficará até voltarmos do Brasil, no dia 2 de fevereiro, daqui a uma semana.

Reencontro com pais e tios no hotel em Fortim, litoral do Ceará

Reencontro com pais e tios no hotel em Fortim, litoral do Ceará


Passeando na maré baixa na praia de Pontal do Maceió, em Fortim, litoral do Ceará

Passeando na maré baixa na praia de Pontal do Maceió, em Fortim, litoral do Ceará


Ontem bem cedo, céu ainda escuro, um táxi veio nos pegar na casa da Maria Ester para nos levar ao aeroporto. Ali, embarcamos sem problemas, termo de compromisso e passaportes mostrados ao oficial da aduana. A TAM e a LAN se juntaram recentemente e os voos entre os dois países têm muitas promoções. A gente conseguiu uns preços bem razoáveis, principalmente porque compramos com bastante antecipação. Nosso itinerário para Fortaleza fazia uma escala em Brasília, local onde pisamos nossos pés em solo pátrio pela primeira vez desde que fomos ao casamento da Laura e do Rafa na Ilha do Mel, há 45 dias.

A praia de Pontal do Maceió, em Fortim, litoral do Ceará

A praia de Pontal do Maceió, em Fortim, litoral do Ceará


Barcos em suas 'garagens' na praia de Pontal do Maceió, em Fortim, litoral do Ceará

Barcos em suas "garagens" na praia de Pontal do Maceió, em Fortim, litoral do Ceará


Deu tempo de passear no aeroporto e avaliar as obras de modernização com vistas a Copa do Mundo, daqui a poucos meses. Muita coisa para se fazer ainda, mas as placas informativas em inglês já estão em todo canto. Espero que não façamos feio com os gringos! Mas, falando em línguas, foi passeando na banca de jornais e nas lojas de comida que nos fez perceber que estávamos realmente em nosso país. No princípio, os olhos até estranham todos aqueles jornais, revistas e livros escritos em português. Depois, é o estômago que se assanha quando vê os balcões de doces e salgados à mostra. Não tem nada parecido em todos os outros aeroportos que conhecemos nesses 1000dias. E para mim, como bom mineiro, ver pães de queijo à venda é sempre um colírio para os olhos e um estimulante irresistível para água na boca.

A Ana muito preocupada da vida no hotel em Fortim, litoral do Ceará

A Ana muito preocupada da vida no hotel em Fortim, litoral do Ceará


A Bebel aproveita o sol na piscina do hotel em Fortim, litoral do Ceará

A Bebel aproveita o sol na piscina do hotel em Fortim, litoral do Ceará


Logo já estávamos no avião novamente. Algumas horas depois e já pousávamos no aeroporto de Fortaleza, também em obras de modernização para a Copa do Mundo. Mas aqui meus interesses eram outros! Aí mesmo no aeroporto, já encontramos meus pais, que também chegavam em horário parecido vindos de São Paulo. A boa notícia é que eles confirmaram que vão mesmo nos encontrar no Uruguai daqui a 17 dias e viajar conosco por lá. Tanto insisti que, finalmente, já no finalzinho do 2º tempo da prorrogação, eles decidiram ter também sua participação nos 1000dias. Que ótimo!

Encontro com a cunhada Íris no hotel em Fortim, litoral do Ceará

Encontro com a cunhada Íris no hotel em Fortim, litoral do Ceará


A Ana com os padrinhos do Rodrigo no hotel em Fortim, no litoral do Ceará

A Ana com os padrinhos do Rodrigo no hotel em Fortim, no litoral do Ceará


De carro alugado, seguimos da capital cearense para a cidade de Fortim, no litoral leste do estado, perto de Canoa Quebrada. Aí fica nosso hotel, na praia conhecida como Pontal do Maceió. Será nossa casa pelos próximos 7 dias, na companhia maravilhosa de toda a família. Além dos pais, irmãos, cunhados e sobrinhos, também vieram um primo (o Haroldo, aquele do vulcão Villarrica, em Pucón), meus padrinhos de batizado e casamento e outro casal de tios. Assim, o hotel está quase cheio só de familiares. Melhor impossível!

Maré baixa na praia de Pontal do Maceió, em Fortim, litoral do Ceará

Maré baixa na praia de Pontal do Maceió, em Fortim, litoral do Ceará


Sobrinho e cunhados prestigiando o encontro para celebração de aniversário da mãe do Rodrigo, em Fortim, no litoral do Ceará

Sobrinho e cunhados prestigiando o encontro para celebração de aniversário da mãe do Rodrigo, em Fortim, no litoral do Ceará


Ainda mais quando, no dia seguinte, com a luz do sol, percebemos realmente aonde estávamos. Uma praia maravilhosa, com aquelas jangadas típicas do Ceará, era o cenário. A bela piscina do hotel seria o ponto de encontro durante todas as tardes. E para quem seguiu nossa viagem e nossos posts desde o início, vai reconhecer vários rostos nas fotos desse e dos próximos relatos. Além do Haroldo, aqui está a sobrinha e afilhada Bebel, que viajou conosco no nordeste dos EUA, o sobrinho Leo a sua namorada Karen, que estiveram conosco em Itaúnas, no Espírito Santo, a família do irmão Pedro, que nos recebeu no Rio e esteve conosco em Visconde de Mauá, e as famílias das irmãs Lalau e Guto, que estiveram conosco em Poços de Caldas, São Carlos e Ribeirão Preto. Tem também o tio Carlos e a Gogóia, pais do Chico, que viajou conosco na Chapada dos Veadeiros e interior de Goiás. Enfim, como se diz por aí, está tudo em família e a semana nesse paraíso promete!

Família reunida para jantar no hotel de Fortim, litoral do Ceará

Família reunida para jantar no hotel de Fortim, litoral do Ceará

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Chegamos ao Canadá, à Quebec, à Montreal...

Canadá, Montreal

Artista de rua tenta faturar seu ganha-pão em Montreal, no Canadá

Artista de rua tenta faturar seu ganha-pão em Montreal, no Canadá


Não demorou muito, hoje pela manhã, a chegarmos à fronteira dos Estados Unidos e Canadá. Afinal, tínhamos dormido pertinho dali, já pensando em poder chegar cedo à Montreal e ainda aproveitar o dia. Quando apareceu a placa dos 5 km, deu até um friozinho na barriga. O Canadá foi o último país que eu consegui o visto (para a Ana, italiana, é muito mais fácil...). Já sem emprego, sem passagens aéreas, sem reservas de hotel ou cursos de língua, tive de fazer um verdadeiro dossiê da viagem e do projeto para eles. Acho que gostaram, pois ganhei um visto de múltiplas entradas. Melhor, impossível, pois vamos entrar e sair do país algumas vezes mesmo!

Aproximando-se da fronteira. O Canadá é logo ali!

Aproximando-se da fronteira. O Canadá é logo ali!


Mesmo com o visto em mãos, o friozinho na barriga veio. Era a ansiedade de passar numa fronteira terrestre depois de tanto tempo. A última vez foi há pouco mais de 4 meses, passando do México para os EUA (aquele bendito dia em que cruzamos a fronteira 5 vezes!). Desde a nossa primeira fronteira terrestre, do Brasil para a Guiana Francesa, em Março de 2011, a Fiona não ficava tanto tempo no mesmo país.

Chegando à Montreal, no Canadá

Chegando à Montreal, no Canadá


Bom, na verdade, acabou sendo a fronteira mais rápida e eficiente de todas as que cruzamos. Nenhuma burocracia, ninguém enchendo o saco querendo vender algum produto ou “facilidade”, nem um papelzinho para preenchermos. A oficial, de dentro de seu guichê, olhou os passaportes, mostrou-se surpresa com a procedência do carro e nos deu os parabéns e as boas-vindas. Muito legal! Civilizado como deveria ser em todas as fronteiras. Viva o Canadá!

Canadá e suas províncias

Canadá e suas províncias


Pois é, chegamos ao Canadá, o país mais ao norte da América continental. Difícil de acreditar até onde a nossa Fiona nos trouxe. Parabéns para ela também! Além de ser o mais setentrional do continente, o país também é o maior das Américas, com quase 10 milhões de quilômetros quadrados. Com esse espaço todo e uma população de apenas 30 milhões de habitantes, um sexto da população brasileira. Quase toda ela está na parte sul do país, nas grandes cidades próximas à fronteira americana. Quase metade da população vive nas cinco maiores cidades, principalmente em Toronto e Montreal.

Caminhando pelas charmosas ruas centrais de Montreal, no Canadá

Caminhando pelas charmosas ruas centrais de Montreal, no Canadá


Meu conhecimento de geografia e história canadense tem aumentado de maneira exponencial nesses últimos dias. Por exemplo, finalmente ficou claro para mim que Quebec, além de uma cidade, é um estado também (na verdade, província, que é como chamam os estados aqui). E uma estado bem grande, quase do tamanho do nosso Amazonas. A capital é Montreal que, com quase 4 milhões de habitantes, é a segunda maior cidade do país.

Rua da Old Montreal, no Canadá

Rua da Old Montreal, no Canadá


Esse era o nosso destino hoje: Montreal, capital de Quebec. Ontem de noite, através do milagroso PriceLine, já tínhamos reservado um hotel na cidade para nós, pelas próximas três noites. Assim, depois de deixarmos a fronteira para trás, rapidamente a Fiona já nos levou pelos 40 km restantes de viagem, pelas estradas e depois ruas da grande cidade. Mas chegamos cedo demais para o check-in. Então, deixamos o carro com malas na garagem e partimos para o centro, agora já com mapas da cidade e do eficiente sistema de metrô.

Fachada do Mercado Central de Montreal, no Canadá

Fachada do Mercado Central de Montreal, no Canadá


A primeira providência foi desenferrujar o meu francês, já que essa é a língua mais falada por aqui. A região de Quebec foi colonizada por franceses e, embora tenha passado para o domínio inglês em 1764, a cultura francófila, incluindo a língua, permaneceu muito forte. Certamente ainda vou falar sobre isso nos próximos posts, mas o Canadá é um país “binacional”, com duas línguas oficiais. E aqui na região de Quebec, o francês é o predominante.

Fim de tarde na orla fluvial de Montreal, no Canadá

Fim de tarde na orla fluvial de Montreal, no Canadá


Nós seguimos de metrô até o centro histórico e aí passamos o dia. Caminhamos pelas ruas cheias de restaurantes charmosos, pelos parques onde os canadenses celebram continuamente o verão (outro assunto para algum post, com certeza!), pelos monumentos e prédios importantes como igrejas, o mercado e a prefeitura.

Basílica de Notre-Dame, na Place d'Armes, em Montreal, no Canadá

Basílica de Notre-Dame, na Place d'Armes, em Montreal, no Canadá


É na Place d’Armes onde estão os mais belos prédios, como o centenário Banco de Montreal e, principalmente, a basílica de Notre-Dame. Ela já é imponente por fora, mas é seu interior que mais impressiona. O altar muito bem cuidado e cheio de cores prende os nossos olhos assim que entramos pela igreja. De tão belo, não parece real. Fico só imaginando como deve ter sido o concerto que Pavarotti deu em seu interior. Deve ter sido memorável!

O esplendoroso interior da Basílica de Notre-Dame, em Montreal, no Canadá

O esplendoroso interior da Basílica de Notre-Dame, em Montreal, no Canadá


O fabuloso altar da Basílica de Notre-Dame, em Montreal, no Canadá

O fabuloso altar da Basílica de Notre-Dame, em Montreal, no Canadá


O almoço já foi saboreando queijos e vinhos. Pois é, não é só a língua que ficou francesa não! A comida também lembra muito a da velha Gália. Uma delícia! Nessa época do ano, com temperaturas agradáveis, todos os restaurantes tem varandas e terraços e eles ficam sempre lotados. Com a decoração florida, o clima é totalmente parisiense!

O charme da cidade antiga no centro de Montreal, no Canadá

O charme da cidade antiga no centro de Montreal, no Canadá


Depois de batermos muita perna, ao final do dia (o que é bem tarde por aqui!) voltamos ao nosso hotel para, finalmente, nos instalarmos. Começamos apenas a arranhar esse gigantesco país, começando por esse enorme estado, talvez o mais interessante do Canadá, no aspecto cultural. Nessa nossa primeira passagem pelo país, vamos nos concentrar em Quebeq e Ontário. Mesmo nesses dois estados, veremos apenas a parte sul, mas é onde está concentrada boa parte da população e infraestrutura existentes. No próximo post falo um pouco mais do nosso roteiro pelas cidades, interior e parques nacionais dessa região que já estamos aprendendo a amar: Quebec.

Descansando e namorando em parque em frente ao Mercado Central de Montreal, no Canadá

Descansando e namorando em parque em frente ao Mercado Central de Montreal, no Canadá

Canadá, Montreal,

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A Região das Redwoods e dos Tsunamis

Estados Unidos, Califórnia, Crescent City

Fim de tarde em mirante para ver baleias cinzentas no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Fim de tarde em mirante para ver baleias cinzentas no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


O dia de hoje foi devotado à exploração do Redwood National Park. Na verdade, há mais de um parque por ali, um nacional e diversos estaduais. Áreas protegidas por distintas esferas de governo com o intuito de salvaguardar a rica e emblemática natureza da costa norte da Califórnia. Como o próprio nome sugere, o foco principal do parque são as redwoods, as mais altas árvores do planeta, ultrapassando com folga a marca dos 100 metros de altura. Elas são parentes da sequoias, que crescem em altitudes mais elevadas, são mais “volumosas”, mas não tão altas. Mas nem só de redwoods vive o parque e a região. Assim, vou deixar as árvores e as belíssimas fotos que tiramos para o próximo post e falar aqui das outras atrações.

Chegando novamente ao Oceano Pacífico, em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Chegando novamente ao Oceano Pacífico, em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


A sede administrativa do parque fica na cidade de Crescent City, onde dormimos ontem de noite. Além das árvores, há outra coisa “bem grande” que traz fama à cidade: tsunamis! Aparentemente, o perfil do solo marinho da região é perfeito para essa grandes ondas, quase que como um funil por onde elas ficam ainda maiores e mais destrutivas. Prova disso está no fato que, somente entre 1933 e 2011, doze tsunamis atingiram Crescent City, alguns menores, com ondas de pouco mais de um metro de altura, mas quatro deles com grande poder destrutivo.

Litoral em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Litoral em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


O maior deles, sem dúvida, foi aquele de 27 de Março de 1964, alguma horas depois que o segundo maior terremoto medido da história abalou o Alaska, com uma inacreditável magnitude de 9,2. Como não poderia deixar de ser, o terremoto iniciou o maior tsunami em tempos históricos da costa oeste americana. Pouco mais de quatro horas depois, quatro gigantescas ondas espaçadas por poucos minutos varreram a cidade, causando grande destruição e matando cerca de 15 pessoas. Desde então a cidade se preparou para “conviver” com eles, declarando-se “tsunami-ready”. O grande teste veio em 2011, após o terremoto que abalou o Japão, do outro lado do Pacífico. A cidade foi rapidamente evacuada, mas 35 barcos ancorados no porto não puderam ser salvos. Apenas uma pessoa morreu.

Feliz com o sol e o mar em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Feliz com o sol e o mar em Crescent City, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Bom, hoje pela manhã, o mar parecia mais calmo do que nunca! Com o sol brilhando, eu e a Ana estávamos felicíssimos de encontrar o mar novamente. Ainda mais estando na Califórnia, até parecia que a água estava mais quente, hehehe. Efeito psicológico, claro! Nós tiramos nossas fotos e iniciamos o longo dia de explorações.

Fim de tarde numa linda praia no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Fim de tarde numa linda praia no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Os parques nacional e estaduais se estendem ao longo da costa e para o sul nós seguimos, passando por diversos deles, dirigindo por pequenas estradas de terra e parando, aqui e ali, para fazer umas trilhas. Além das matas, ficamos também impressionados com a beleza do litoral. Estivemos em uma praia para assistir ao pôr-do-sol e em um mirante onde, a partir desse mês de novembro, pode-se observar as baleias cinzentas na sua rota do Alaska para a Baja California. Acho que elas estão atrasadas este ano, pois a gente não viu nenhuma. Mas o visual lá de cima estava maravilhoso!

Encontro do rio com o mar no litoral do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Encontro do rio com o mar no litoral do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Seguimos nossa caminho para o sul, encontrando e reencontrando outras pessoas que faziam o mesmo roteiro. Depois de duas ou três paradas, já estávamos todos amigos, hehehe! A Fiona, como sempre, sendo o maior chamariz, todos interessados naquele carro inexistente nos EUA, com motor a diesel. A Toyota não sabe o que está perdendo por aqui... Ou sabe?

Encontro do rio com o mar no litoral do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Encontro do rio com o mar no litoral do Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Por falar em amigos, depois de umas tuitadas da Ana ao longo do dia, recebemos uma mensagem de um casal americano que também viaja as américas, o pessoal do http://lostworldexpedition.com/. Tínhamos trocado algumas mensagens há duas semanas e eu jurava que eles estavam no Chile. Pois é, não estavam! O carro deles, sim, mas eles estão aqui na Califórnia, na cidade de Arkata, bem pertinho de onde estávamos. Coincidência tão grande merecia até uma mudança de programação! Assim, resolvemos dormir nessa cidade, que já estava no nosso roteiro, mas que nem pararíamos. Acabamos nos desencontrando de noite, mas de amanhã cedo esse encontro não passa!

Elks machos no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Elks machos no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Elks machos treinam suas habilidades de luta no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Elks machos treinam suas habilidades de luta no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos


Antes de chegarmos lá, ainda tivemos a chance de ver uma manada de elks, aqueles animais que parecem as renas do Papai Noel. Ao lado da estrada, dois deles brincavam de brigar, seus longos chifres enganchados uns nos outros. Parecia até cena de documentário do Discovery Channel. Paramos e fomos fotografar de perto. Muito legal! Foi só depois disso que vimos a placa dizendo para não nos aproximarmos a pé dos animais, pois eles podem ser perigosos. Acho que estavam tão entretidos entre eles mesmos que não ligaram para aquela loira bonita tirando fotos da brincadeira, hehehe!

Apenas depois de tirar as fotos dos elks, a Ana viu essa placa no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Apenas depois de tirar as fotos dos elks, a Ana viu essa placa no Redwood National Park, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos

Estados Unidos, Califórnia, Crescent City, Parque, Redwood National Park, tsunami

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Transamazônica, Dia 1

Brasil, Pará, Alter do Chão, Transamazônica

Trecho da Transamazônica que mostra uma paisagem já sem florestas - PA

Trecho da Transamazônica que mostra uma paisagem já sem florestas - PA


Finalmente, chegou o dia da Transamazônica. Quer dizer, o primeiro deles. Imaginamos que serão três, se tivermos bom tempo. Com mal tempo, aí pode ser muito mais...

Pequeno barco no Rio Tapajós pela manhã, em Alter do Chão - PA

Pequeno barco no Rio Tapajós pela manhã, em Alter do Chão - PA


Mas antes da Transamazônica, ainda tínhamos de vencer alguns obstáculos. O primeiro, e provavelmente o mais difícil, foi deixar Alter do Chão. O dia hoje nasceu esplendoroso. Pouco antes das oito, abri nossa varanda e dei com um cenário cinematográfico. Parecia aquelas fotos de rios no Vietnã ou Cambodja. Uma tênue neblina pairava sobre o Rio Tapajós, que estava completamente calmo, sem marolas. Um enorme espelho, num cenário meio místico e enevoado. No meio de tudo, barcos coloridos flutuavam entre a água e as núvens, seus reflexos reproduções perfeitas no espelho d'água. Maravilhoso!

Dia amanhece ensolarado em Alter do Chão - PA

Dia amanhece ensolarado em Alter do Chão - PA


O céu estava azul e logo a neblina se dissipou. A vontade era passar mais um dia por ali, nadando e não fazendo mais nada, além de observar encantado aquela natureza. Mas tínhamos de ir, sabíamos. Felizmente, como que para nos ajudar a deixar a cidade, começaram a chegar pessoas vindas de Santarém para passar o domingo na cidade. Aquela calma mágica da manhã logo se perdeu, substituída pelo barulho dos motores das lanchas que levavam esses turistas para a praia, do outro lado da Ilha do Amor. Era o sinal para partirmos!

Dirigindo na Transtapajós, na região de ALter do Chão - PA

Dirigindo na Transtapajós, na região de ALter do Chão - PA


Aí, viajamos pela Transtapajós até outra estrada famosa que corta a região, a Cuiabá-Santarém, em processo de asfaltamento. O trecho asfaltado, um pouco mais de 100 km, está um tapete e pudemos desenvolver bastante. Do nosso lado direito, a FLONA, cheia de memórias fresquinhas do passeio de ontem. Depois, um trecho de terra, em obras de asfaltamento pelo Exército Brasileiro.

Em Rurópolis, entroncamento da Cuiabá-Santarém e Transamazônica - PA

Em Rurópolis, entroncamento da Cuiabá-Santarém e Transamazônica - PA


Finalmente, chegamos em Rurópolis, entroncamento desta estrada com a Transamazônica. Muitas vezes, tinha visto e antevisto esse ponto no mapa. Agora, estávamos lá, a infinita e histórica rodovia bem à nossa frente, com placas indicativas das distâncias em quilômetros. Nós já tínhamos andado na Transamazônica em vários dos seus trechos nordestinos, mas lá "não conta". Transamazônica mesmo, só vale seus trechos no Pará e na Amzônia. Pelo menos na nossa imaginação, hehehe! E nesses trechos, era nossa primeira vez!

Em Rurópolis, entroncamento da Cuiabá-Santarém e Transamazônica - PA

Em Rurópolis, entroncamento da Cuiabá-Santarém e Transamazônica - PA


Perguntamos no posto as condições da rodovia e eles não souberam nos dizer. Apenas disseram que fazia tempo que não viam gente vir de lá. Hmmm... Aí, fomos na rodoviária de Rurópolis perguntar. Era logo ali do lado e não custava nada, né? O cara da empresa de ônibus nos disse que a rodovia tinha estado muito ruim em alguns trechos críticos, mas que havia sido arrumada nesses dias. Beleza!

E assim, seguimos bem mais tranquilos. E não é que ela estava muito melhor que o trecho de terra da Cuiabá-Santarém? Em alguns trechos, cheguei a arriscar 100 km/h! Em outros, com mais buracos, seguia mais prudentemente. E assim fomos seguindo estrada à frente, com poucos carros e muitas motos fazendo tráfego local. Se tivéssemos saído realmente às sete da manhã, teria dado tempo de chegar em Altamira, a maior cidade no caminho e localizada aproximadamente na metade do trecho paraense da rodovia. Mas essas quase três horas de "atraso" na partida fizeram falta e achamos melhor parar em Medicilândia.

Trecho da Transamazônica que mostra uma paisagem já sem florestas - PA

Trecho da Transamazônica que mostra uma paisagem já sem florestas - PA


O nome dessa cidade não é uma homenagem a ciência dos médicos, mas ao general-presidente que idealizou e mandou construir a rodovia, no início da década de 70. O projeto pode ter dado errado e saído do rumo imaginado, mas o fato é que a rodovia aí está, como estão também as dezenas de milhares de pessoas trazidas para o projeto de colonização da região que ela corta. Algumas das cidades imaginadas por Médici vingaram, entre elas essa, que lhe homanegeia em nome. E eu, que nunca fui fã desse general, não por causa da rodovia mas pelo seu pouco apreço pela liberdade de expressão, acabei por dormir aqui, pensando nele, em seus megaprojetos e no triste período de repressão política do seu governo. Coisas do destino, coisas da Transamazônica...

Grupo de meninos nos saudam, na Transamazônica - PA

Grupo de meninos nos saudam, na Transamazônica - PA


A Ana conversou bastante com o dono da pousada, um gaúcho que veio para cá na época da construção da rodovia, e com o seu filho, que cresceu por aqui. Conversas muito interessantes, com gente que viu e vê de perto a realidade desse pedaço de Brasil esquecido de todos nós. Histórias e pontos de vista muito interesantes, as vezes meio polêmicos, sobre ambientalistas, Chico Mendes, governo federal, etc... Também deram para nós muitos dados sobre a economia local. Por exemplo, o município é um dos maiores produtores de cacau do Brasil e do mundo. E cacau da melhor qualidade! Por fim, também nos disseram que amanhã a estrada deve ser mais complicada. Ok, vamos ver se São Pedro continuará cooperando...

Brasil, Pará, Alter do Chão, Transamazônica,

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A Mãe de Todas

Bermuda, Hamilton, San George

Orla de San George, em Bermuda

Orla de San George, em Bermuda


Quem diria que a mais antiga cidade britânica na América está em Bermudas? Pois é, esse valoroso título cabe à pequena e tranquila St. George, na ponta leste da ilha e primeira capital de Bermuda. Fundada em 1612 por colonizadores a caminho da Virginia, a cidade permaneceu como a mais importante da ilha até 1812, quando a capital foi transferida para Hamilton. Talvez por isso tenha sido possível manter sua arquitetura centenária intacta e fazer dela a charmosa cidade que conhecemos hoje.

A costa sul de Bermuda

A costa sul de Bermuda


Para chegar até lá, foi um longo e delicioso caminho de scooter (ver post anterior!). Escolhemos a rota mais cênica e longa, passando pela costa sul e ao largo das maiores baías internas da ilha. No caminho, totalmente urbanizado, uma infinidade de marinas e campos de golfe, as maiores áreas verdes de Bermuda. Ótimas oportunidades para fotos, aqueles campos de grama verdinha a aparada como um tapete ao lado de um mar com uma cor que os olhos não querem acreditar...

Campos de golfe: paisagens comuns em Bermuda

Campos de golfe: paisagens comuns em Bermuda


Chegamos à St. George, mas deixamos para conhece-la no fim de tarde. Antes, queríamos ir até a praia famosa dessa parte da ilha, chamada Tobacco Bay. Fica pertinho de St. George e, no caminho, ainda passamos por outra das atrações turísticas de Bermuda, uma enorme igreja inacabada e centenária.

A incrível cor do mar de Bermuda

A incrível cor do mar de Bermuda


Fotografada a igreja, seguimos para a praia. Na verdade, uma enorme piscina natural, protegida por corais e paredes de pedra do mar aberto, mais adiante. Aí passamos algumas horas, nos refrescando do sol africano que fazia, fazendo snorkel por entre as pedras ou simplesmente deitados na sombra do guarda-sol. Pois é, estava tão quente que eu até tirei a mão do bolso para alugar um guarda-sol, coisa que raramente faço... Mas hoje, estava valendo a pena sim, afe!

Campos de golfe: paisagens comuns em Bermuda

Campos de golfe: paisagens comuns em Bermuda


De volta à St. George, agora sim arrumamos um local seguro para deixar nosso camelo e passear um pouco pelas ruas calçadas de pedras ou pelas praças arejadas. Até há poucos anos, navios-cruzeiro também aportavam por aqui. Mas o governo resolveu investir em Dockyards, do outro lado do país, e os navios não podem mais parar aqui. Mau negócio para os turistas, com certeza! Não há nível de comparação entre um lugar e outro. Mau negócio para os comerciantes daqui também, que agora vivem às moscas. Bom negócio para nós, que podemos perambular tranquilamente por uma cidade muito mais autêntica sem a companhia de hordas de turistas.

A 'igreja incompleta', uma das principais atrações em San George, a mais antiga cidade inglesa das Américas

A "igreja incompleta", uma das principais atrações em San George, a mais antiga cidade inglesa das Américas


Escolhemos um bom restaurante para almoçar, o White Horse, e aproveitamos a tranquilidade de sua varanda sobre o mar para deixar a vida passar, devagarzinho e ao sabor de uma deliciosa brisa. Devidamente alimentados no estômago e no espírito, fomos dar mais uma volta pela rua central, até encontramos um bar com a TV ligada, mostrando a abertura das Olimpíadas. O primeiro nome de St. George foi “Nova Londres”, mas não pegou. Hoje, a milhares de quilômetros de distância, a gente se emocionou vendo o desfile de abertura das diversas delegações.

Chegando na belíssima Tobacco Bay, em San George, norte de Bermuda

Chegando na belíssima Tobacco Bay, em San George, norte de Bermuda


Pois é, parte da emoção vinha do fato de que várias daquelas delegações eram de países que conhecemos nessa viagem e, com os quais, agora mantemos vínculos emocionais. Países que, até as Olimpíadas passadas, mal sabíamos aonde eram. Mas agora, ao ver os valentes representantes de San Vincent, Dominica, El Salvador, Paraguai, Jamaica, Equador, St. Kitts, enfim, todos eles nos remetem à ótimas lembranças e amigos que fizemos por lá. Realmente, foi uma sensação incrível ver todos eles ali. Muito legal!

As águas cristalinas de Tobacco Bay, em San George, norte de Bermuda

As águas cristalinas de Tobacco Bay, em San George, norte de Bermuda


Nadando em Tobacco Bay, em San George, norte de Bermuda

Nadando em Tobacco Bay, em San George, norte de Bermuda


O tempo foi passando e, quando vimos, a noite se aproximava. Saímos acelerados, assistindo a um magnífico pôr-do-sol do alto da nossa scooter. Voltamos pela costa norte, outro belo visual, principalmente porque era dali que se podia ver o astro-rei.

Lugar do nosso almoço de fim de tarde em San George, em Bermuda

Lugar do nosso almoço de fim de tarde em San George, em Bermuda


Já bem no escuro, chegamos à Spanish Point, bem na ponta de península onde está Hamilton. Infelizmente, chegamos tarde para aproveitar o magnífico visual de lá, mas Bermuda nos preparava outra surpresa. Lá conhecemos uma turma de pescadores que celebravam o fim de mais uma jornada de trabalho, com música, cerveja e muita animação. Simplesmente adoraram o fato de sermos brasileiros e lá ficamos por mais de uma hora contando e ouvindo histórias. Como a Ana bem disse, que ótimo foi conhecer gente de verdade, além dos mauricinhos que víamos andando pelas ruas de Hamilton. Pois é, Bermuda também tem povão e, como em todos os lugares, o povão é feliz com a vida, sempre que tem um motivo para comemorar (e sempre tem!).

Fim de tarde em San George, em Bermuda, visto da nossa scooter à caminho de Hamilton

Fim de tarde em San George, em Bermuda, visto da nossa scooter à caminho de Hamilton


Foi um final de dia memorável de um dia espetacular, nosso último por aqui. Amanhã, voamos de volta para os EUA e, de lá, rumo ao Canadá. Já estava na hora...

Novos amigos, em Spanish Point, à oeste de Hamilton, nas Bermudas

Novos amigos, em Spanish Point, à oeste de Hamilton, nas Bermudas

Bermuda, Hamilton, San George, ilha, Praia, Spanish Point, Tobbaco Bay

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