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Pinguins (do Norte e do Sul) - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Pinguins (do Norte e do Sul)

Geórgia Do Sul, Salisbury Plain

Pinguins rei confraternizam em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei confraternizam em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


“Por que ursos polares não comem pinguins?”. Essa pergunta envolvendo os dois animais símbolo das regiões polares da Terra já deixou muita gente pensativa. É aí que descobrimos o quão pouco a maioria das pessoas sabe sobre a fauna do nosso planeta. Mas alguns poucos mais bem informados darão logo a resposta: “Porque eles nunca se encontram! Afinal, um deles vive no polo norte e o outro, no polo sul!”.

Pinguins rei caminham juntos em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei caminham juntos em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo!

Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo!


Essa resposta, parcialmente correta, nos remete a outro fato. Sim, os ursos polares vivem no polo norte e nas regiões cercanas. Mas os pinguins, embora a maioria deles realmente viva nos mares dos sul e continente antártico, são mais espalhados. Alguns chegam mesmo a viver no hemisfério norte do planeta. Isso porque há uma espécie dessas simpáticas aves que vive em Galápagos e esse arquipélago está justamente sobre a linha do Equador. São quase que “pinguins tropicais”. O “quase” é pelo fato do mar ao redor de Galápagos, mesmo se localizando na região equatorial, ser bem frio, devido às correntes marítimas que trazem para aí as águas geladas do sul.

Um pinguim rei descansa deitado nos campos gramados de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Um pinguim rei descansa deitado nos campos gramados de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Um beijo de pinguins em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Um beijo de pinguins em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Pinguins rei caminham em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei caminham em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


A próxima pergunta é: e porque esses dois animais não vivem nos dois polos, já que tem climas tão parecidos? Simplesmente porque cada espécie evoluiu separadamente em algum dos polos e não teve como migrar para o outro polo, já que teria de atravessar milhares de quilômetros com insuportável clima equatorial. Provavelmente, se o homem levasse alguns ursos polares para a Antártida eles se adaptariam bem, mas felizmente esse experimento nunca foi feito. Digo “infelizmente” porque esse experimento seria trágico para algumas das espécies que passariam a ser a comida desse predador alienígena. Em compensação, a experiência de levar pinguins para o ártico já foi feita e eles não duraram mais que 15 anos. Pinguins estão umbilicalmente ligados à colônia onde nasceram, onde voltam para se reproduzir. Essa mudança tão drástica de polo a polo dificultou muito a reprodução entre eles e a espécie simplesmente não vingou por lá.

Pinguins rei caminham em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei caminham em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Desenho do Great Auk, o 'pinguim' do hemisfério norte, ave que foi extinta pelo homem e que vivia na região norte do planeta

Desenho do Great Auk, o "pinguim" do hemisfério norte, ave que foi extinta pelo homem e que vivia na região norte do planeta


Um pinguim rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Um pinguim rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Enfim, ursos polares são do norte e pinguins são do sul. O que pouca gente sabe hoje é que já houve, sim, um “pinguim do norte”. Na verdade, a palavra “pinguim” foi criada para dar nome a este pássaro no séc. XV. Depois, quando os primeiros navegadores europeus chegaram ao sul do planeta, ao avistarem pinguins verdadeiros pela primeira vez, resolveram chamá-los de “pinguins” também, pois acharam tratar-se da mesma espécie ou de algo muito parecido. Passaram-se alguns séculos e os pesquisadores descobriram que um pinguim não tinha nada a ver com o outro. Foi apenas a adaptação a um meio ambiente parecido que os fez ficarem parecidos também, a chamada “evolução convergente”. O pinguim “original”, o do norte, acabou ficando conhecido como “Great Auk” (em português, “Arau Gigante”), enquanto os pinguins do sul, esses sim permaneceram como únicos e verdadeiros pinguins.

Um pinguim rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Um pinguim rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Um pinguim rei estica o pescoço em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Um pinguim rei estica o pescoço em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


A história da extinção do Great Auk é uma das mais tristes da história moderna. O nome “pinguim” vem do galês e quer dizer “cabeça branca”. Portugueses e espanhóis adotaram esse nome para o Great Auk, que já era conhecido dos povos nórdicos há milhares de anos. Na verdade, ele já fazia parte do cardápio dos neandertais há 100 mil anos e eles aparecem em pinturas rupestres nas cavernas da Espanha e da França. Sempre foram presas fáceis dos seres humanos, pois como os pinguins do sul, eles não voavam e se reproduziam em terra firme. Como mesmo andar desengonçado dos pinguins, sempre foram alvos fáceis. Por isso, deixaram de existir colônias no continente, permanecendo apenas em ilhas isoladas aonde o homem demorou a chegar.

Um pinguim rei observa a vastidão de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Um pinguim rei observa a vastidão de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo!

Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo!


Até o séc. XVI imagina-se que haviam mais de um milhão deles, espalhados em colônias ao redor do Atlântico Norte, da Grã-Bretanha ao Canadá, passando por Noruega, Islândia e Groelândia. Com a ocupação humana desses territórios, a espécie começou a diminuir. Ainda mais quando as suas penas passaram a ser usadas para fazer travesseiros. Relatos da época dizem que seus caçadores nem perdiam seu tempo matando-os. Eles simplesmente arrancavam as penas das aves e as largavam, dorso sangrando, para morrerem de frio e dos ferimentos das penas arrancadas. A selvageria foi tanta que até mesmo os governos da época (final do séc. XVIII) resolveram proibir a prática.

Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo!

Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo!


Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo!

Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo!


Mas as aves continuaram a ser mortas como alimento, além dos ovos também serem muito apreciados pelos baleeiros que viviam naquelas paisagens geladas. Em pequenas ilhas do Canadá onde não havia madeira, os baleeiros usavam os próprios Auks para fazer fogo, já que sua gordura rica em óleo era inflamável. Armavam uma fogueira com dois Auks queimando embaixo enquanto cozinhavam outros dois Auks na panela acima.

os coloridos e fotogênicos pinguins rei, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

os coloridos e fotogênicos pinguins rei, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


os coloridos e fotogênicos pinguins rei, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

os coloridos e fotogênicos pinguins rei, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


De costas, um grupo de pinguins rei caminha em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

De costas, um grupo de pinguins rei caminha em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


E assim, a espécie se encaminhava para a extinção em meados do séc. XIX. O golpe final, por incrível que pareça, veio de museus, zoológicos e colecionadores particulares. Com a espécie quase sumindo, todos queriam o “último exemplar” para preservação, com os preços subindo cada vez mais. Os últimos ovos e últimos exemplares foram levados para esses “salvadores”. Em Julho de 1844 a última ave foi morta no note do Reino Unido, quase ao mesmo tempo em que a última colônia da ave na Islândia terminou com a captura e morte do último casal que teve seu último ovo esmigalhado pelas botas dos captores. Estava escrita mais uma página negra da nossa própria espécie, que extinguiu mais uma espécie com milhões de anos de história para fazer travesseiros e coleções de ovos...

Pinguins rei parecem posar para fotografia em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei parecem posar para fotografia em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Pinguins rei saem do mar em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei saem do mar em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Com o fim dos Auks, sobraram os pinguins aqui do sul. Que sorte tiveram eles de só topar com a espécie humana nos últimos séculos, senão é bem capaz de também não estarem mais entre nós. Chegaram a ser caçados em grande número no final do séc. XIX, mas hoje são protegidos, embora ainda morram nas grandes redes de pesca. Aqui em Salisbury Plain encontramos a segunda maior colônia de pinguins rei do mundo, com cerca de 200 mil casais. É justamente o pinguim rei que ocupa o mesmo nicho ecológico que ocupava o Great Auk nas terras frias do norte.

Pinguins rei entram no mar em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei entram no mar em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Um pinguim sai do mar entre as ondas em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Vladimir Seliverstov)

Um pinguim sai do mar entre as ondas em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Vladimir Seliverstov)


Eles têm um tamanho parecido, mas o pinguim rei é mais belo pelas manchas amarelas no colarinho e nas laterais da cabeça. Quase sempre caminham em grupo, formando uma ordeira fila. Não tem nenhum medo de nós, seres humanos. Ao contrário, são até curiosos, aproximando-se para nos observar melhor.

Pinguins rei nadam no mar gelado de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Vladimir Seliverstov)

Pinguins rei nadam no mar gelado de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Vladimir Seliverstov)


Pinguins rei saem do mar em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Vladimir Seliverstov)

Pinguins rei saem do mar em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Vladimir Seliverstov)


A pouca agilidade em terra é compensada cum uma extrema graciosidade dentro d’água, não ficando nada a dever para golfinhos, focas e peixes. Por falar em peixes, chegam a profundidades superiores a 100 metros atrás deles, de pequenas lulas e camarões que formam a base de sua alimentação.

O que significa isso??? (em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul)

O que significa isso??? (em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul)


Curiosidade de pinguim em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Curiosidade de pinguim em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Em terra, felizmente não tem de enfrentar mais pessoas em busca de travesseiros e nem ursos polares famintos, como era o caso do Auk. Aqui, ao contrário, convivem muito bem com lobos e elefantes-marinho, todos dividindo o mesmo espaço da praia.

Pinguins rei, um albatroz e uma skua em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Mitch Jasechk)

Pinguins rei, um albatroz e uma skua em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de Mitch Jasechk)


Momento tenso entre um albatroz e um pinguim rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de France Dione)

Momento tenso entre um albatroz e um pinguim rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de France Dione)


Quando entramos planície adentro, já não vemos mamíferos marinhos e a companhia dos pinguins é formada por outros pássaros, como os inofensivos albatrozes e as temíveis skuas. Estas, estão sempre de olho em ovos deixados para trás e filhotes desgarrados. Já os pinguins adultos ou já crescidos, apesar da aparência amigável, sabem muito bem se defender de aves de rapina. Para o seu tamanho, os pinguins são desproporcionalmente fortes e valentes.

Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo

Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo


Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo

Salisbury Plain, na Geórgia do Sul, a 2a maior colônia de pinguins rei do mundo


Um grande grupo de filhotes de pinguins rei, ainda com a penagem marrom, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Um grande grupo de filhotes de pinguins rei, ainda com a penagem marrom, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Por fim, caminhando mais um pouco e chegando ao pé da encosta, nos deparamos com pinguins marrons. Com tamanho parecido aos pinguins rei e até mais gordinhos, temos a nítida impressão de tratar-se de uma outra espécie. Foi o mesmo que pensaram os primeiros exploradores: duas espécies de pinguins vivendo em harmonia, uma mais bonita e a outra, bem esquisita, o “patinho feio” dos pinguins.

Os filhotes de pinguins rei tem a penagem marrom (em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul)

Os filhotes de pinguins rei tem a penagem marrom (em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul)


Ainda com a penagem marrom, filhotes de pinguins rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Ainda com a penagem marrom, filhotes de pinguins rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Ainda com a penagem marrom, filhotes de pinguins rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Ainda com a penagem marrom, filhotes de pinguins rei em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Mas bastou observá-los um pouco para descobrir quem são na realidade: os filhotes crescidos dos pinguins rei ainda com as penas da infância. Apurando os olhos, logo percebemos a interação entre pais e filhos, os elegantes pinguins rei alimentando no bico os desajeitados pinguins marrons, seus filhos super crescidos. Alguns já começam a trocar de penas e não demorará muito para que todos estejam juntos no mar em busca de comida.

Pinguins rei, um adolescente e dois filhotes, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei, um adolescente e dois filhotes, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Filhotes de pinguim rei, ainda com as penas marrons, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Filhotes de pinguim rei, ainda com as penas marrons, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Pinguins rei de diferentes idades e penagens socializam em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei de diferentes idades e penagens socializam em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Passear no meio desses milhares de pinguins foi um grande prazer. Uma sensação de estar no mundo deles, e não no nosso. Aqui, somos simplesmente visitantes. Apenas nas últimas décadas temos aprendido a nos comportar como tal. A lembrança do Auk desaparecido entristece ao ver com os próprios olhos como a natureza sabe cuidar de si quando é deixada em paz. Exatamente como estão esses pinguins de Salisbury que, a essa altura, já se acostumaram com os pinguins amarelos que vêm visita-los de quando em quando. Enfim, o passado pode ser triste, mas o futuro, pelo menos aqui, cercado de uma pujante natureza, parece sorrir...

Pinguins rei confraternizam em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei confraternizam em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Pinguins rei caminham pela praias de pedras de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul

Pinguins rei caminham pela praias de pedras de Salisbury Plain, na Geórgia do Sul


Os belíssimos pinguins rei, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de JPSalakari)

Os belíssimos pinguins rei, em Salisbury Plain, na Geórgia do Sul (foto de JPSalakari)

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Comentários (2)

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  • 26/08/2014 | 21:47 por Helder Geraldo Ribeiro

    Rapaz, novamente aprendendo um pouco da vida dos pinguins no seu post, muito legal. Gostaria de parabenizá-los pelo ótimo uso de profundidade de campo nas fotos dos pinguins. Cada foto melhor que a outra, coisa de profissional! E eu como nerd adoro pinguins, é o simbolo do meu sistema operacional preferido. :)

    Grande abraço,
    Helder

    Resposta:
    Oi Helder

    Pois é, a Ana está ficando craque nas fotos mesmo! Enquanto isso, eu vou me aprofundando na ciência e história dessas simpáticas aves. SE vc gosta tanto delas, não vai poder deixar de viajar para cá!!! Depois de ver alguns milhões deles, das mais variasdas espécies, chegamos a ficar até um pouco enfasteados, hehehe

    Abs

  • 14/07/2014 | 21:16 por mabel

    Que lindos!!!!!!! Podem ser desengonçados para andar, mas parecem muito elegantes!!!
    Muito triste a extinção dos pinguins do norte.

    Acho que ainda não li algum post, vocês sempre falam em segunda maior colonia de pinguins reis, e a primeira?

    Abraços

    Resposta:
    Oi Mabel

    Eles são mesmo muito elegantes, hehehe!

    Então, a maior colônia também fica na Geórgia do Sul e nós também passamos por lá! Logo vai aparecer no post!

    Um abraço

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