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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Ciudad Bolívar, na beira do rio Orinoco, Venezuela. Ao fundo, a grande ponte que atravessa o rio
Bem cedo, antes mesmo do sol nascer, já estávamos na estrada ontem, prontos para a longa viagem de mais de 1.000 quilômetros que nos esperava, dos llanos até Ciudad Bolívar. Entre as várias rotas possíveis, depois de muita conversa com quem conhece as estradas, optamos por seguir até San Fernando de Apure e, de lá, para o sul, até o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, fronteira com a Colômbia. Ali, de balsa, cruzamos o grande e rio e vamos acompanhando o fluxo de água, agora na margem sul, até Ciudad Bolívar, a antiga Angostura, primeira capital da Gran Colômbia, o país do sonho de Bolívar que unia Venezuela, Colômbia, Equador e Panamá, e até mesmo o Perú, na teoria.
Nossa rota cruzando o sul da Venezuela, saindo do Hato El Cedral, indo até San Fernado de Apure, descendo até o rio Orinoco e seguindo até Ciudad Bolívar
Com o sol nascendo, deixamos os llanos rumo à Ciudad Bolívar, mais de 1.000 km adiante
O nascer-do-sol foi visto sobre as planícies alagadas dos llanos, ainda bem próximos do Hato El Cedral, onde passamos dois maravilhosos dias. Depois, viagem tranquila até San Fernando de Apure, homenagem ao nome do rio que é um dos principais afluentes da margem norte do Orinoco. Aí conseguimos abastecer o carro (sempre difícil e sempre barato!), deixamos os llanos para trás e entramos na área de transição para a Amazônia venezuelana.
Cruzando um importante afluente do rio Orinoco, na região de Pueto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia
Pois é, esse país tem mesmo de tudo! Caribe, Andes, Saara, Pantanal e agora, Amazonia! Mas o “Amazonas” (rio) daqui não se chama “Amazonas”, mas “Orinoco”, um dos mais caudalosos rios do mundo. Aliás, esse foi o sinal para percebermos que tínhamos mudado de ecossistema: enormes rios e pontes com centenas de metros para atravessá-los. E olha que esses eram apenas os afluentes do Orinoco!
Balsa para cruzar o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, na Venezuela
Balsa para cruzar o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, na Venezuela
Rumávamos diretamente para o sul, para a fronteira de Venezuela e Colômbia, uma cidade chamada Puerto Ayacucho. Mas não chegamos até lá, nossa querida Colômbia ficando ainda a uns poucos quilômetros de distância. Fomos apenas até a balsa que cruza o grande rio e, já do lado de lá, tomamos o rumo nordeste, agora em direção à antiga Angostura (gosto mais do nome original que da homenagem ao grande libertador).
Reencontro com rios amazônicos, na estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela
Reencontro com rios amazônicos, na estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela
O Orinoco é o terceiro rio mais caudaloso do mundo, atrás apenas do Amazonas e do Congo. Em média, são 33 mil metros cúbicos por segundo de água despejada no mar do Caribe, mais do que qualquer afluente do Amazonas, incluindo o Rio Negro ou o Madeira, mas ainda bem longe do próprio Amazonas, que despeja 220 mil no Atlântico. Bem superior também aos 5 mil do Nilo, os 7 mil do Danúbio, os 16 mil do Mississipi-Missouri e até que os 32 mil do Yangtze, o maior da Ásia. Enfim, um rio de respeito!
de balsa, cruzando o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia
A bela paisagem da estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela
No rio, quase extintos pela caça feroz do século passado, o maior predador das Américas, o crocodilo do Orinoco, que chegava a mais de 6 metros de comprimento. Tivemos a felicidade de ver alguns deles no El Cedral, mas hoje, vivendo em liberdade, eles se contam apenas às centenas. Outro animal que aqui vive é o boto cor-de-rosa. Logo me perguntei como ele teria chegado aqui, vindo da bacia do Amazonas. Teria dado a volta pelo mar? Que nada! Por mais incrível que possa parecer, as bacias dos dois maiores rios amazônicos são unidas por um “canal natural”, o rio Casaquiare. Ele se bifurca do rio Orinoco, a 120 metros de altitude e, 320 km adiante, desemboca no Rio Negro, a 90 metros de altitude. A humanidade só reconheceu esse caminho na metade do séc. XVIII, mas os botos já transitam por ali há milhares de anos! O engraçado é pensar que todo esse pedaço da América do Sul, entre o Orinoco, o Casaquiare e o Amazonas, que inclui Manaus e as três Guianas é, na verdade, uma grande ilha, como Marajó, por exemplo.
Com o nosso amigo e carona colombiano, o Jorge, em Ciudad Bolívar, na Venezuela
Nossa pousada em Ciudad Bolívar, na Venezuela
Bom, deixando essa viagem do rio de lado e voltando à nossa viagem, logo na saída da balsa demos carona para um simpático colombiano, o Jorge, que trabalha com ouro aqui na Venezuela. Ainda mais falante que a Ana, a conversa não parou um minuto pelas próximas cinco horas até Ciudad Bolívar, onde chegamos no final do dia. Ente tantas conversas, ele que viaja por diversas cidades do país, foi nos dando vários insights sobre a atual situação política. Pelo menos na sua roda de conhecidos, ninguém duvida que a eleição foi totalmente fraudada. Enfim, um dado a mais para a verdadeira salada de informações que vamos recebendo na nossa viagem pela Venezuela...
Rua central de Ciudad Bolívar, na Venezuela, com o rio Orinoco ao fundo
Praça no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela
Chegando em Ciudad Bolívar, fomos tentar achar a mesma pousada onde ficamos seis anos atrás, no coração do centro histórico. Não achamos, mas encontramos outra, bem simpática. O centro histórico está todo renovado, a cidade se preparando para receber o Jogos Panamericanos de 2019. Não sei se a escolha já foi feita, mas andando por aqui, parece que sim!
Arquitetura colorida em Ciudad Bolívar, na Venezuela
Casarão histórico em Ciudad Bolívar, na Venezuela
Na beira do poderoso Orinoco, a antiga Angostura teve seus dias de glória quando foi sede do Congresso que redigiu a constituição da Gran Colômbia, no início da década de 20 do séc. XIX. Foi aqui também que se tramou e executou a separação da Venezuela dessa união. Depois, com a morte de Bolívar, a cidade mudou de nome para homenagear o libertador.
Rua no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela
Igreja no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela
O dia de hoje foi tranquilo, caminhando pelas ruas da cidade, descansando na orla do rio, dando um merecido banho na Fiona, tirando fotos e admirando a vistosa ponte que atravessa o Orinoco aqui do lado, uma senhora obra de engenharia. Estão fazendo uma outra, rio abaixo, na altura de Ciudad Guyana. Obra de empreiteiras brasileiras!
Na orla do rio Orinoco, em Ciudad Bolívar, na Venezuela
Na orla do rio Orinoco, em Ciudad Bolívar, na Venezuela
Mas a principal atividade foi organizar nossa ida à Canaima e ao Salto Angel, a maior cachoeira do mundo. Até lá não chegam estradas e a única opção é seguir de teco-teco. Nós vamos amanhã, três dias e duas noites, uma delas acampados aos pés da cachoeira. Na verdade, é um retorno, pois já estivemos por lá em 2007. Mas, daquela vez, choveu tanto na noite em que estávamos acampados que, no dia seguinte, nem pudemos ver a cachoeira, coberta por nuvens de vapor. Dessa vez, ela não nos escapa!
Um simpático morador de Ciudad Bolívar, na Venezuela
Que belo país, as fotos estão maravilhosas,e esse simpatico morador de ciddade Bolivar, fala por si...
Resposta:
Oi Samuel
O país é mesmo surpreendente, uma diversidade de paisagens impressionante!
O gatinho escolheu bem o lugar onde morar, rsrs
Um abraço
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