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Ciudad BolÃvar, na beira do rio Orinoco, Venezuela. Ao fundo, a grande ponte que atravessa o rio
BolÃvar é um nome comumente visto pelas ruas, placas e na história da República Boliviariana da Venezuela. O nome de um estado, o nome de uma cidade e o nome de um ideal, o herói Simón BolÃvar lutou pela independência dos paÃses sul-americanos do norte, enquanto San MartÃn vinha desde a Argentina consolidando esta posição nos paÃses do sul. Seu ideal ainda é o principal combustÃvel para a revolução socialista que iniciou Hugo Chávez, se colocando ao lado do mártir da independência como o novo herói da nação, que sonha com um paÃs livre e independente dos domÃnios europeus e americanos. Fotos-montagens de BolÃvar e Chávez lado a lado, estão por todas as praças do paÃs e hoje, finalmente, chegamos ao principal quartel general deste lÃder latino-americano, Ciudad BolÃvar.
Praça no centro histórico de Ciudad BolÃvar, na Venezuela
Fundada em 1764, Santo Tomás de la Guayana de Angostura, está nas margens do principal rio do paÃs, o Rio Orinoco. O importante porto se tornou o quartel militar de Simón BolÃvar logo depois de sua chegada em 1817. Foi daqui, da antiga Angostura, que partiram as forças de BolÃvar unidas à Legionários Britânicos para a batalha que libertaria a Colômbia. Foi também aqui, na Casa do Congresso em 1819, que nasceu a República da Gran Colômbia, que compreendia Venezuela, Colômbia e Equador. Em 1846 a cidade foi renomeada em homenagem ao herói nacional e passou a chamar-se Ciudad BolÃvar.
Casarão histórico em Ciudad BolÃvar, na Venezuela
Hoje a cidade é a capital do maior estado venezuelano, o Estado BolÃvar, e junto à Ciudad Guayana é uma das principais cidades da região. Seu charmoso centro histórico é sempre um deleite aos turistas vindos de qualquer canto do paÃs, ruas tranquilas e bem coloridas que se destacam perante a selva de pedras de Caracas ou as desorganizadas zonas urbanas comuns ao redor do paÃs.
Arquitetura colorida em Ciudad BolÃvar, na Venezuela
Rua no centro histórico de Ciudad BolÃvar, na Venezuela
O Paseo Orinoco é um calçadão que margeia o rio, lotado de lojinhas e restaurantes, que há alguns anos atrás ainda tinha um certo charme para os turistas. Hoje a decadência já é clara, encontrar uma panificadora para o café da manhã já foi uma vitória e infelizmente resta pouco para defende-lo a não ser a beleza natural do rio.
Com o nosso amigo e carona colombiano, o Jorge, em Ciudad BolÃvar, na Venezuela
Já estivemos aqui na nossa viagem de 2007, vindos da Gran Sabana após o trekking do Monte Roraima e 18 horas de ônibus desde Santa Elena de Uairén. Hoje a nossa chegada foi mais confortável, mas não menos cansativa. SaÃmos do Hato El Cedral as 6h da manhã e cruzamos a cidade de San Fernando de Apure, há 2 horas de Mantecal e seguimos rumo ao Amazonas mais duas horas, passando pelo Parque Nacional Cinaruco-Capanaparo. Uma região de pântanos, rios e florestas belÃssimos!
Com o sol nascendo, deixamos os llanos rumo à Ciudad BolÃvar, mais de 1.000 km adiante
Cruzando um importante afluente do rio Orinoco, na região de Pueto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia
Finalmente chegamos à Cidade de Puerto Paez, quase na fronteira com a Colômbia, e encontramos um dos poucos lugares onde podemos cruzar o grande Rio Orinoco. Na balsa conhecemos Jorge, um jovem colombiano que trabalha aqui com seus primos durante as suas férias da universidade. Jorge esperava o ônibus que o levaria à Ciudad Guayana e que sairia apenas às 4 horas da tarde.
Balsa para cruzar o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, na Venezuela
de balsa, cruzando o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia
Daqui ele seguiu conosco, trazendo uma visão bem interessante de quem está viajando por todo o paÃs e vendo tudo o que está acontecendo na economia, na polÃtica, no comércio e no dia-a-dia da já nem tão nova República Boliviariana da Venezuela. Manipulação de resultados e eleitores fantasmas são só a parte bonita do que se escuta pelas ruas do paÃs. A falta de suprimentos e itens de primeira necessidade serão o estopim de uma revolução popular que já não poderá ocultar e se enganar de que este governo está a defender os interesses da população mais pobre.
A bela paisagem da estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad BolÃvar, na Venezuela
Reencontro com rios amazônicos, na estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad BolÃvar, na Venezuela
Foram muitos quilômetros e umas 8 horas de conversa entre Puerto Paez e Ciudad Bolivar. Chegamos a tempo de comer um prato-feito no restaurante em frente à Pousada Don Carlos, onde nos hospedamos no centro histórico. No dia seguinte aproveitamos para rever a cidade, o Paseo Orinoco e o Mirador Angostura antes de nos despedirmos de Jorge. À tarde passeamos pela Plaza BolÃvar e toda a Zona Colonial totalmente reformada com suas casas coloridas na campanha para a cidade sediar os Jogos Panamericanos de 2019. Pena que a reforma é apenas de fachada, literalmente, pois das várias casas do centro que eram restaurantes e pousadas, poucas continuam em funcionamento nos dias de hoje.
Um simpático morador de Ciudad BolÃvar, na Venezuela
Rua central de Ciudad BolÃvar, na Venezuela, com o rio Orinoco ao fundo
Aproveitamos o dia também para fazer a troca de filtro e óleo da Fiona, que ganhou uma garibada geral enquanto nós organizávamos o nosso tour para um dos pontos altos da nossa passagem pela Venezuela, o Salto Angel! Este é o único trecho do nosso roteiro de 2007 que decidimos repetir nesta viagem. Importante dizer, que se tivéssemos tempo repetirÃamos tudo! Voltamos 6 anos depois não apenas pela aventura ou beleza do Parque Nacional Canaima, mas por ter ficado entalado na nossa garganta uma visão parcial, quase nula, da maior cachoeira do mundo! Pois então vamos tentar a sorte novamente, o lugar é tão incrÃvel que vale o investimento e todo o esforço!
Na orla do rio Orinoco, em Ciudad BolÃvar, na Venezuela
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