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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Um momento mágico: a luz do sol penetra a névoa bem encima da floresta de árvores mortas, na região do Mt. St. Helens, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Ontem de manhã era o dia de começarmos nossas explorações pelo Mt. St. Helens, o vulcão que explodiu de forma espetacular e devastadora em 1980 no maior “evento vulcânico” da história dos Estados Unidos. A história dessa erupção está detalhada no post anterior e aqui vou me ater mais às nossas próprias experiências e explorações.
Nosso percurso ao redor do Mt. St. Helens
A região do vulcão, considerada “Monumento Nacional”, pode ser acessada por estradas vindas do leste, sul e oeste, esta última a entrada principal. Nós estávamos na pequena Morton, cidade ao norte do parque. Nossa primeira intenção era dar a volta no parque e entrar por todas as estradas possíveis, cada uma levando a um mirante diferente. Mas, já acostumado com as estradas fechadas nessa época do ano, resolvi pedir a opinião do gerente do nosso hotel. Ele foi taxativo: as estradas do lado leste e sul estão fechadas! Siga diretamente para a entrada principal do parque que ela já será o suficiente para você ver o que há de interessante por ali.
Dirigindo nas belas estradas rurais ao norte do Mt. St. Helens, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Felizmente, o nosso GPS não concordava com isso. Mais ainda, ele nos mostrava uma misteriosa entrada norte, através da zona rural. Com estamos aqui para explorar, resolvemos seguir nosso amigo. Ele nos levou por estradas de terra por uma região absolutamente maravilhosa. Uma região que foi devastada há apenas 30 anos, mas que a natureza soube renovar com primor, um verdadeiro colírio para os olhos. Matas, lagos, rios, relvas, um sol que se esforçava para sair e cores especiais para se fotografar. Seguimos até um ponto onde uma placa no meio do nada advertia: “Não se chega ao St. Helens por aqui! Estrada particular!”. Alguém precisa avisar nosso GPS sobre essa história de estradas particulares, mas esse nosso pequeno detour valeu por dois aspectos. Primeiro, como disse acima, pela chance de conhecer essa maravilhosa zona rural, longe de tudo e de todos. E segundo porque uma placa ainda na estrada de asfalto deixava claro que as entradas leste e sul estavam sim, abertas!
A bela região ao norte do Mt. St. Helens, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Beleza, para lá seguimos!. A entrada leste realmente estava aberta e, melhor ainda, sem absolutamente ninguém! Pudemos dirigir por essa incrível estrada através das matas que foram destruídas na erupção vulcânica de 1980, mas cujos troncos continuam de pé. Uma visão inesquecível! Em algumas partes, uma nova mata está crescendo, se misturando à antiga mata fantasma. Em outras, os esqueletos de árvores se erguem sob uma relva colorida e brilhante, um símbolo da morte sobre um símbolo da vida. Pura renovação, ali na nossa frente! Por fim, quando voltamos no fim da tarde, nessa mesma estrada, uma névoa encobria a mata de árvores mortas, tornando o cenário mais macabro. Mas era um “macabro do bem”, algo realmente mágico!
A nova floresta e as antigas árvores ao redor do Mt. St. Helens, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Foi nessa estrada também que começamos a aprender os detalhes do evento de 18 de Maio de 1980. Um mirante marca o ponto onde o fotógrafo Gary Rosenquist (junto com amigos) tirou sua famosa sequência de fotografias da erupção. Tudo muito detalhado em cartazes e nas próprias fotografias. Quase podemos reviver aqueles tensos 40 segundos antes que eles saíssem correndo para salvar suas próprias vidas. Nos relatos, uma das coisas que mais impressiona (e isso se repete nos relatos de outros sobreviventes) é o fato de que o gigantesco evento não teve som. Era como um cinema mudo! A explicação para esse aparente absurdo está no fato de que a explosão gerou camadas de ar com temperaturas distintas. Temperaturas distintas, densidades diferentes, mudando a forma como as ondas de som se espalham. O resultado final foi uma mortífera “zona do silêncio” ao redor da explosão, enquanto a mesma era ouvida a centenas de quilômetros de distância.
As árvores mortas pela erupção do Santa Helena, em 1980 (estado de Washington, oeste dos Estados Unidos)
Seguindo pela estrada, chegamos ao mirante de onde se pode observar o Spirit Lake. Aquele lago que era um paraíso até antes da erupção, que foi atingido pelo maior desabamento que se tem notícia, que formou uma onda com mais de 150 metros de altura e que foi transfigurado depois do evento. O lago ficou com uma área muito maior, mas oitenta metros mais raso. Com toda uma floresta de troncos mortos boiando, a água apodreceu, entrando em estado de putrefação. Cientistas declaram o fim do lago. Jornais, em manchetes garrafais, anunciaram sua destruição. Não sabem mesmo de nada, as pessoas... Apenas quatro anos mais tarde, para surpresa geral, o lago já estava recuperado, agora com mais vida do que anteriormente. A água, tão limpa como na época em que Harry Trumann alugava seus botes para turistas. Mas uma coisa não mudou: os troncos de árvores continuam por lá, mesmo 3 décadas depois. Sua visão nos lembra constantemente da tragédia de proporções titânicas. Observar dali do mirante a tal onde de 150 metros “lavando” as encostas ao redor deve ter sido uma coisa impressionante. Pena que, quem viu, não sobreviveu para contar a história...
Spirit Lake, aos pés do Mt. St. Helens, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Finalmente, chegamos ao mirante final dessa estrada. Ali, quem nos recebeu de braços abertos foi a chuva. Passamos quase uma hora na Fiona, esperando por um respiro. E ele veio! E nós não perdemos a chance! Subimos uma encosta ali do lado, mais de duzentos degraus para se chegar a um ponto com vista privilegiada. O vulcão até se abriu para nós, para tirarmos nossas fotografias. Pudemos observar todo o Spirit Lake, lá embaixo. Pudemos ver também aonde seria o lodge do Harry Trumann, agora sob muita água e muita terra. Não teve a menor chance. Mas deve ter morrido rapidamente. Observamos, ao longe, o ponto onde o vulcanologista David Johnston estava, o local conhecido como Coldwater. Distante 10 quilômetros, em linha reta, da caldeira do vulcão. Um lugar considerado seguro. Com essa distância toda, eu seria o primeiro a querer ficar lá também, completamente seguro da posição. Doce ilusão. Em menos de dois minutos, a erupção o alcançou. Ele nem se preocupou em tentar escapar.
A Ana sobe encosta ao lado do vulcão Santa Helena enquanto a Fiona nos aguarda no estacionamento (estado de Washington, oeste dos Estados Unidos)
Visita à área do vulcão Santa Helena, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
O Santa Helena, quando explodiu, pouco se importava com velhos teimosos ou jovens corajosos. Não importa o quão boas fossem suas intenções. Não importa sua popularidade na nação ou quantas pessoas rezaram por eles. Simplesmente, era a hora de explodir e ai de quem estivesse na frente. Florestas, lagos, vales, tudo isso é fichinha perto da fúria de um vulcão. Pudemos ver isso com os próprios olhos.
Visita ao vulcão Santa Helena, com o Spirit Lake ao fundo, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Fiona cruza a floresta de árvores mortas, chegando ao Mt. St. Helens, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Felizmente, durante a nossa visita, não era “tempo de explodir”. Ao contrário, era tempo de se mostrar rapidamente para o curioso casal de turistas. Aliás, ele deve ter mesmo se simpatizado conosco. Assim que saímos, o tempo se abriu de uma maneira absolutamente mágica, a luz do sol penetrando pela névoa que subia pelos vales. Um cenário surreal e maravilhoso. Uma das mais belas luzes que pegamos nesses 1000dias. Espetacular! E bem aqui, no Santa Helena, numa estrada que foi nossa, esse dia.
Um momento mágico: a luz do sol penetra a névoa bem encima da floresta de árvores mortas, na região do Mt. St. Helens, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Tanta sorte tivemos que nem achamos ruim de, no dia seguinte, a chuva prevalecer. Esperamos pacientemente no nosso hotel em Cougar, no sul do parque. É daí que parte a rota para quem quer chegar ao cume do vulcão. Com esse tempo, nem pensar! Mas nós esperamos pelo meio da tarde, quando a chuva deu um tempo e seguimos estrada acima, dessa vez pela entrada sul do parque. São duas as grandes atrações dessa área: um túnel e um canyon formado por lava de erupções muito mais antigas que a de 1980, que foi virada para o norte. O túnel tem cerca de dois quilômetros, mas o tempo chuvoso, o adiantado da hora e a preguiça de procurar nossas lanternas nos fizeram desistir de percorrê-lo. Ficamos apenas com as fotos dos cartazes e com a nossa imaginação de quem já percorreu um túnel desses, lá em Galápagos.
Observando garganta do Lava Canyon, ao sul do Mt. St. Helens, no estado de Washington, nos EUA
Observando o forte rio que cavou o Lava Canyon, ao sul do Mt. St. Helens, no estado de Washington, nos EUA
Seguimos para o canyon, então. Era completamente desconhecido, encoberto por uma mata densa, até que um dos lahares (avalanche de lama) de 1980 abriu caminho pela mata revelando o canyon para olhos humanos. Uma verdadeira obra da natureza, um pequeno riacho ardorosamente escavando o vale que já foi aberto e fechado pela lava diversas vezes. Muitas cachoeiras, penhascos e pontes-pênsil para atravessar tudo isso. Uma aula de geologia e uma prova incontestável das inúmeras erupções ocorridas no passado, indicação fortíssima de que novas virão, no futuro.
Subindo em antiga lava solidificada no Lava Canyon, ao sul do Mt. St. Helens, no estado de Washington, nos EUA
Passamos a noite novamente em Cougar para, no dia 31, no nosso retorno à Seattle (próximo post), finalmente ir conhecer a entrada principal do parque. O tempo estava fechado de vez, o que nos fez desistir de seguir por toda a estrada para ver um cenário completamente tomado pela neblina. Mas o Centro de Visitantes era logo ali, no comecinho do caminho. Aí, além de web câmera que nos fez ter certeza da inutilidade de seguirmos até o alto, pudemos assistir a um filme e a diversas exposições que completaram nosso entendimento desse grande evento.
Atravessando ponte pênsil sobre o Lava Canyon, ao sul do Mt. St. Helens, no estado de Washington, nos EUA
Já no carro, chegando à Seattle, só podíamos agradecer a chance que tivemos dois dias antes, a sós, tão perto do vulcão. Paisagens fantásticas para combinar com os eventos memoráveis que ali se passaram. Aquele menino de dez anos de idade que assistiu tudo pela TV não poderia imaginar que, um dia, ao vivo e à cores, tudo faria muito mais sentido. Talvez por isso, meio inconscientemente, ele nunca tenha esquecido do nome “Santa Helena”.
Esquentando-se ao sol em frente ao vulcão Santa Helena, no estado de Washington, oeste dos Estados Unidos
Verdade
Essa travessia de 1 dia pelo Tongariro está na listinha..
Resposta:
Oi Oscar
Tem de estar no lugar mais alto da "listinha", hehehe!
Outra dica, que vale ouro: quando forem fazer a caminhada, tem de fazer a side trip para ir até o alto do Ruapehu. Foi uma das vistas mais bonitas que já tive na minha vida. De lá, vc pode ver o Ngarohoe e o Tongariro por trás; É ALUCINANTE!!!
A caminhada, normalmente, começa com a subuda do Ngarohoe. A vista lá de cima é incrível também, mas é uma subida bem puxada. Se vc achar que não vai dar tempo subir os dois, a subida do Ruapehu é mais tranquila e a vista é mais especial. Pelo menos no meu tempo, quase todo mundo se matava para subir o primeiro e, depois, não tinham tempo de subir o segundo. Eu e meu primo tivemos de fazer correndo, mas valeu muuuito a pena!
Enfim, só faça o programa com a certeza de tempo limpo e. se tiver de escolher, suba o Ruapehu. Quero só ver o seu post e fotos!
Um grande abraço
Post fantastico...
Para nos que nao temos vulcões ativos no Brasil esse é um tipo de passeio único.. Também viajo nessas coisas aqui na NZ e em alguns parques que visitamos nos EUA
Resposta:
Oi Oscar
Uma dos parques mais maravilhosos que já visitei na vida foi aí na Nova Zelândia, na ilha do norte. O parque de Tongariro e a caminhada entre os três vulcões é considerada uma das mais belas one-day treks do mundo. Eu assino embaixo!
Enfim, como vc disse, nós, brasileiros, adoramos vulcões!
Grande abraço
Imagino a sensação que vocês sentiram ao ver tão de perto o que foi uma erupção e saber que poderá ter outra, a qualquer hora....que esperamos não estar perto rsrsrsrsrs
Quanto fui ao Vesúvio tive uma sensação esquisita rsrsrsr
Resposta:
Oi Mabel
Pois é... é assim mesmo.
E aqui, talvez porque a tragédia foi mais recente, esse sentimento é ainda mais forte!
Abs
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