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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuÃna é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Maravilhoso pôr-do-sol na Laguna Chaxa, no deserto do Atacama - Chile
Começamos o dia em ritmo lento. A primeira tarefa foi mudar de pousada. Uma de nossas mais tediosas rotinas desses 1000dias é exatamente isso, desarrumar e arrumar mochilas, carregá-las e descarregá-las da Fiona, ocupar e desocupar quartos. Quando chegamos em algum lugar onde pretendemos ficar mais tempo é um paraÃso. O nosso quarto passa a ser o nosso lar. Infelizmente, aqui em San Pedro, onde pretendemos ficar por uns 4-5 dias, isso não ocorreu, já que tivemos de mudar de pousada pela dificuldade de encontrar vagas, ocupadas por chilenos gozando de seu fim de semana esticado pelo feriado. Bom, paciência...
RuÃnas Tulor, no deserto do Atacama - Chile
Mudamos para nossa pousada mais simples, de banheiro coletivo e sem garagem e fomos passear mais um pouco na movimentada San Pedro, depois de trabalhar um pouco na internet. Pelas ruas ouve-se de todas as lÃnguas, especialmente nos horários entre-tours, no meio do dia ou de noite. Durante as manhãs e as tardes, San Pedro fica vazia, ao contrário das vans que partem lotadas em todas as direções. Os franceses dominam (depois dos chilenos, claro!), mas também é bem fácil encontrar brasileiros. A maioria vem de avião, mas tem também aqueles que vem de moto ou de carro.
Reconstrução de moradia Tulor, no deserto do Atacama - Chile
Reconstrução de moradia Tulor, no deserto do Atacama - Chile
O Atacama, junto com a Patagônia, é o principal destino dos raros brasileiros que viajam para o exterior em seus próprios veÃculos. Com uma boa esticada, são cerca de três dias de viagem até aqui. Não é tão longe e, se o caminho for bem escolhido, as paisagens são altamente recompensadoras. É uma coisa que todos deveriam pensar em fazer. Mas, por algum motivo misterioso para mim, brasileiros não gostam de viajar de carro mais de 500 km. Principalmente para o "perigoso" mundo das estradas fora de nossas fronteiras. Enfim, dos poucos que saem, muitos vem para cá. Pudemos comprovar isso pela quantidade de adesivos de expedições brasieliras que encontramos nas cidades entre o Brasil e Atacama e também nos Pasos de Jama e San Francisco.
Vulcões vistos pela janela e pelo retrovisor da Fiona no deserto do Atacama - Chile
Depois do café da manhã misturado com almoço partimos para as atrações do dia. A primeira foram as ruÃnas de Tulor, bem próximas da cidade. Como quase todas as atrações famosas do Atacama, tem de se pagar ingresso. Essa é especialmente cara pelo que oferece, mas não deixa de ser interessante. Antigas casas geminadas, há muito tomadas pelo deserto. Seu povo as abandonou há séculos, junto com o rio que tomou outro curso. As condições quase estéreis do deserto contribuÃram para a sua conservação e hoje só podemos tentar imaginar como era a vida neste local quando havia um rio ali por perto. Hoje, cercadas por quilômetros de areia por todos os lados, elas parecem não fazer muito sentido. Na verdade, o sentido começa a aparecer quando entramos numa das duas casas reconstruÃdas no mesmo adobe original. O frescor interno contrasta com o calor do deserto e nos mostra que não seria impossÃvel morar por lá. Resta saber de onde viria a comida...
O salar do Atacama, no deserto do Atacama - Chile
A próxima atração foi a lagoa Chaxa, em pleno Salar do Atacama, a pouco mais de 40 km de San Pedro. O salar é bem diferente daqueles que vimos na puna Argentina. Aqui, ele é bem rugoso, terreno nada apropriado para veÃculos, a não ser que você tenha um tanque de guerra que se movimente sobre esteiras. Através da rápida evaporação, a água que aflora do solo, vinda por canais subterrâneos diretamente das montanhas dos Andes, forma cristais e colunas de sais com até 70 cm de altura. Mas a água também forma grandes e rasas lagoas, verdadeiros oásis dentro do deserto. Uma dessas lagoas é a Chaxa, atração obrigatória para quem visita a região.
Laguna Chaxa, no deserto do Atacama - Chile
Flamingos na Laguna Chaxa, no deserto do Atacama - Chile
Nas lágoas há um pequeno crustáceo, um tipo de camarão, que faz a alegria de várias espécies de pássaros. Os mais belos entre eles são os flamingos que, de tanto comer camarão, acabam ficando rosas. Na Chaxa podemos ver centenas deles, aparentemente indiferentes à presença humana, mantida à boa distância por força de lei. Todos ficamos ali, a mais de cem metros dos principais grupos de flamingos, torcendo para que os mais corajosos se aproximem um pouco mais. E isso acontece, claro, para delÃrio dos turistas, todos com suas câmeras fotográficas mais ou menos potentes esperando capturar aquele momento especial, de um sobrevôo ou de um mergulho.
Vulcões refletidos na Laguna Chaxa, no deserto do Atacama - Chile
Flamingo sobrevoa a Laguna Chaxa, no deserto do Atacama - Chile
Por si só, esse cenário já seria inesquecÃvel. Mas é muito mais do que isso. No horizonte, uma sequência interminável de vulcões e montanhas nevadas nos observam. A escala de tempo e de espaço dessas "criaturas" nos lembram da nossa pequeneza e insignificância. Estão ali há dezenas de milhões de anos. Seu tamanho descomunal engana completamente nossas impressões de distância. Parecem estar a 20 minutos de carro, mas alguns chegam a estar a 400 km de distância em linha reta! Parecem que podem ser escalados numa subida de final de tarde, mas muitos deles estão 4 km acima de nós, que já nos encontramos acima dos 2 mil metros. Realmente, é um horizonte alucinante, inesquecÃvel para quem teve a chance de observá-lo.
Turistas observam pôr-do-sol na Laguna Chaxa, no deserto do Atacama - Chile
Por fim, para quem vai na hora certa (é claro que as vans chegam neste horário!), ainda tem o impressionante e magnÃfico pôr-do-sol. Com o reflexo na lagoa, as luzes do final de tarde são maravilhosas. Coisa para nunca mais se esquecer! Gostei mais do que o pôr-do-sol visto da duna, ontem. Milhares de fotos tiradas pelas centenas de máquinas presentes. Cada "click" mais do que merecido! Fizemos os nossos também, claro! E aÃ, na hora de ir embora, dirigindo de volta à estrada principal, seguindo em direção aos Andes e à quele horizonte que relatei um pouco antes, eis que uma bola prateada parece nascer por detrás dos vulcões e montanhas. É a lua cheia, esplendorosa. Agora, é a vez dela lembrar aos mesmos vulcões e montanhas que são eles os insignificantes na escala de tempo e espaço. Nós, então... Mas, é a nós que cabe a honra de admirar esse espetáculo inesquecÃvel: a lua nascendo por detrás de um vulcão nevado que desponta quilômetros acima de um dos mais belos desertos da Terra, um deserto que, entre outras coisas, possui lagoas habitadas por multidões de flamingos. Que mundo mágico vivemos...
Lua cheia nasce no deserto do Atacama - Chile
Achei teu site muito bom Rodrigão.
Seus roteiros são inusitados.
Resposta:
Olá Fernando
Legal que vc tenha gostado!
Os roteiros, qualquer dica de algum lugar "inusitado", pode enviar!
Abs
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