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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Os tradidionais barcos que levam as pessoas pelos canais de Xochimilco, na Cidade do México
Uma grande cidade é formada por bairros com personalidade. É assim com Nova York, Paris, Rio, Buenos Aires e é assim também com a Cidade do México. Cada bairro tem vida própria, características distintas e atrai uma tribo diferente. São como pequenas cidades dentro da grande cidade.
Visitando a Casa de Frida Kahlo e Diego Rivera, em Coyoacán, bairro de Cidade do México
Aqui na Cidade do México, já tínhamos visitado dois desses “bairros com personalidade”, entre tantos que existem. Foram o agradabilíssimo La Condesa e o boêmio Roma. Dois lugares que moraríamos tranquilamente! Mas outros dois bairros, duas das mais famosas vizinhanças da cidade, deixamos para visitar apenas hoje, na véspera de partirmos. O bairro de Coyoacán, famoso por ter sido o lugar onde moraram Frida Kahlo e Diego Rivera, e o bairro Xochimilco, último lugar na Cidade do México aonde se encontram os canais de navegação, da mesma maneira que era Tenochtitlán, a capital dos astecas.
Foto tradicional na Casa de Frida Kahlo e Diego Rivera, em Coyoacán, bairro de Cidade do México
Os dois bairros ficam na região sul da Cidade do México, facilitando que sejam conhecidos num mesmo dia. Ainda mais que estávamos acompanhados do Rodrigo, que já conhece bem os dois lugares. Aproveitou o sábado para poder nos acompanhar na programação. Mais do que isso, nos servir como guia! Assim, seguimos os três no seu carro através das freeways que cortam a cidade em direção à Coyoacán.
As típicas Catrinas mexicanas, aqui representando os artistas famosos na Casa de Frida Kahlo e Diego Rivera, em Coyoacán, bairro de Cidade do México
Logo no início do bairro de grandes casas centenárias está a casa onde viveram os consagrados artistas Frida e Diego. Hoje a tal casa (a famosa “Blue House”) é um museu, um dos mais visitados da capital mexicana, principalmente depois do sucesso do filme “Frida”, há alguns anos. Nessa casa, nasceu, viveu e morreu essa fantástica personagem que soube tirar do sofrimento inspiração para a sua arte e para a sua vida. Frida teve poliomielite quando criança, o que a deixou com uma perna mais grossa que a outra, e um terrível acidente de ônibus na adolescência que a deixou com sequelas pelo resto da vida. Além da dor quase constante e da impossibilidade de ter filhos, o acidente acabou por tirar-lhe uma perna e a vida ainda jovem, antes dos 50 anos.
A movimentada praça central de Coyoacán, bairro da Cidade do México
Além de suas instigantes obras de arte (pinturas), chama a atenção a relação apaixonada e turbulenta com outra grande gênio mexicano, Diego Rivera. O casal viveu uma relação de amor e ódio, de idas e vindas e de traições e festas, divorciando-se e casando-se novamente. Apesar dos chifres recíprocos, incluindo um com León Trotski e outro com a irmã de Frida (esses foram os dois chifres mais doloridos!), o amor entre eles era claro e fica explícito não só pelas frases ditas ao longo de suas vidas, mas também pelo fato de estarem sempre se perdoando. A difícil relação acabava também por nutrir e enriquecer a arte de ambos.
Com o Rodrigo em almoço rápido em Coyoacán, bairro de Cidade do México tornado famoso por Frida e Diego Rivera
Como boa parte dos turistas na Cidade do México, nós também fomos bater cartão na Blue House, onde se pode ver admirar quadros, fotos, objetos e textos de Frida, além de admirar a própria casa em que receberam tantos amigos ao longo da vida conjunta. Como a própria Frida nota, era difícil algum vez em que a Blue House não estivesse ocupada por hóspedes ou reuniões. Era uma casa aberta, assim como continua hoje. Só que hoje é pago. Mas vale a pena!
Porto fluvial no bairro de Xochimilco, na Cidade do México
Depois da casa de Frida, pelo pouco tempo que tínhamos, tivemos de abdicar das visitas à Casa de Trotski, onde o revolucionário foi assassinado por um agente de Stálin, e da casa de Cortes, onde o conquistador morou por algum tempo após a queda de Tenochtitlán e onde os espanhóis torturaram vilmente o último imperado asteca, Cuahtemóc, para que este dissesse aonde estava o ouro asteca (o que ele não disse!). Ao invés disso, fomos à praça principal do bairro. Num sábado, ela e seus restaurantes e cafés ficam lotados, artistas populares disputando espaço com transeuntes e turistas ao redor dos coiotes que são a marca registrada do bairro (em Nahuatl, a língua asteca, Coyoacán quer dizer “Terra dos Coiotes”). Achamos espaço em um dos cafés e fizemos nosso gostoso almoço tardio ali mesmo.
Os tradidionais barcos que levam as pessoas pelos canais de Xochimilco, na Cidade do México
Alimentados, seguimos então ainda mais para o sul, para o bairro de Xochimilco (“Lugar Onde as Flores Crescem”, em Nahuatl). Uma rede de canais (mais de 100 km) ainda corta o bairro, exatamente como era há 500 anos, antes de chegarem os espanhóis. Esses canais foram formados pela criação de ilhas artificiais no lago de Xochimilco. Essas ilhas foram formadas por nativos que juntavam barro e vegetação e os empilhavam nas águas rasas do lago, para depois usá-las para agricultura.
Com o Rodrigo, observando barco de Mariachis em Xochimilco, na Cidade do México
Hoje esses canais são percorridos por coloridas “trajineras”, ou gôndolas, levadas por um piloto que, ao invés de remar, empurra o chão com um longo bastão. Nos finais de semana, são os próprios mexicanos os maiores clientes desses passeios, famílias inteiras ou grupos de amigos que se reúnem para uma festa ou uma tarde animada. Afinal, as trajineras são grandes o suficiente para umas 20 pessoas, com bancos e mesas. As pessoas levam a bebida e a farofa enquanto o som fica por conta de barcos cheios de mariachis. Esses vem remando até nós, encostam no barco e oferecem seu “serviço”. Há também os barcos com comida e outros com artesanato, um verdadeiro mercado sobre as águas.
Barco de Mariachis em Xochimilco, na Cidade do México
A gente estava bem diretoria, uma trajinera só para nós três, balde cheio de cervejas geladas. Deslizar tranquilamente pelas águas dos canais observando a paisagem à nossa volta e, sobretudo, a festa que se fazia nas outras trajineras foi muito legal, um dos muitos programas imperdíveis e inesquecíveis na Cidade do México. Mais legal e animado que andar de gôndola em Veneza! E o Rodrigo, que estava no “mood” de nos presentear, ainda pagou um barco de mariachis para uma cantoria particular. Para nos sentir mais mexicanos, só faltou o sombrero (aliás, as cervejas eram Corona!).
Passeando de barco pelos canais de Xochimilco, na Cidade do México
Navegamos por mais de uma hora. Na volta, já escuro, a festa continuava nos barcos, as pessoas mais animadas do que nunca. Bonito também são os barcos que se enchem de velas acesas, iluminando a noite e o canal. Uma visão que mistura o sagrado e o fantasmagórico. Que bela mistura!
Programa tradicional para quem visita a cidade, o passeio de barco nos canais de Xochimilco, bairro da na Cidade do México
De volta à terra firme e antes de voltarmos para Santa Fé, já no segundo tempo da prorrogação, ainda fomos conhecer outro bairro famoso da capital, esse por sua vida noturna. Polanco também tem muitos restaurantes bacanas e foi num deles que fomos jantar e jogar conversa fora. Fim de um dia intenso numa cidade intensa. Resta saber se amanhã teremos pique e forças de acordar cedo para enfim pegarmos a estrada que nos levará ao norte do país, aos EUA e, eventualmente, ao Alaska. Veremos...
De noite, os barcos carregam velas pelos canais de Xochimilco, na Cidade do México
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