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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
As incríveis ruínas da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
A vinda da Patrícia conosco nesse reinício de viagem nos fez alterar o circuito que imaginávamos fazer aqui no Paraguai. Ao invés de seguirmos diretamente para Assunción, resolvemos vir para o sul do país, para a região das Missões Jesuíticas. Nosso plano era visitar essa região bem mais tarde na viagem, junto com a visita que faremos às missões no Rio Grande do Sul. Mas quisemos mostrá-las agora, para a Patrícia. Foi uma ótima idéia e nós três ficamos absolutamente fascinados com as ruínas na pequena cidade de Trinidad.
Visitando as incríveis ruínas da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
As incríveis ruínas da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
As chamadas "Missões", ou "Reducciones" em espanhol, foram os aldeamentos indígenas organizados e administrados pelos padres jesuítas no Novo Mundo, principalmente no que é hoje o oeste do Rio Grande do Sul, leste do Paraguai e nordeste da Argentina. Eram em larga medida auto-suficientes, dispunham de uma completa infraestrutura administrativa, econômica e cultural que funcionava num regime comunitário, onde os nativos foram educados na fé cristã e ensinados a criar arte às vezes com elevado grau de sofisticação, mas sempre em moldes europeus. O sistema missioneiro buscou introduzir o Cristianismo e um modo de vida europeizado, integrando, porém, vários dos valores culturais dos próprios índios, e estava baseado no respeito à sua pessoa e às suas tradições grupais, até onde estas não entrassem em conflito direto com os conceitos básicos na nova fé e da justiça.
Árvore frondosa em meio às incríveis ruínas da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
Ruínas da igreja maior da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
Prosperaram por cerca de 100 anos e chegaram a ter uma população de 150 mil pessoas. Para muitos historiadores, teria sido o mais perto que grupos humanos chegaram da utopia. Mas nem tudo era tão utópico. As Missões estavam constantemente ameaçadas por bandeirantes, do lado português, e "encomienderos", do lado espanhol, em busca de mão-de-obra (escravos!) para suas respectivas sociedades. Por volta de 1760, a pressão de setores da sociedade colonial, aliado com intrigas e disputas internas na igreja católica decretaram o fim do poder dos jesuítas nas américas e a expulsão da ordem religiosa do continente. Foi o fim das Missões, seus habitantes mortos, escravizados ou expulsos de volta para as matas. Muitos indigenas tentaram reagir, mas foram massacrados pelos exércitos conjuntos de Espanha e Portugal. Um fim trágico para uma história tão bela, muito bem retratado no excelente filme inglês "A Missão", com Robert De Niro, da década de 80.
Ruínas da igreja maior da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
As incríveis ruínas da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
Hoje, nos três países, restaram as antigas construções jesuíticas, testemunhos mudos de uma época de glória. No lado paraguaio, a mais bela dessas Missões é a de Trinidad, onde viviam 5 mil índios. As construções são imponentes e hoje descansam serenas no meio de um grande campo gramado. Um Patrimônio Cultural da Unesco no qual podemos caminhar sozinhos por entre paredes, colunas e cômodos, admirando a solidez e beleza das construções ao mesmo tempo em que tentamos ouvir o eco do passado. Para mim é incrível que hoje saibamos e glorifiquemos o nome dos bandeirantes sanguinários que perseguiam e destruíam os que aqui viviam, gente como Raposo Tavares ou Fernão Dias, mas que não conheçamos um só nome dos que ajudaram a construir essa sociedade igualitária que aqui viveu por mais de um século. É como se diz por aí: a história só tem uma versão oficial: a dos vencedores.
Esculturas decorativas nas paredes da igreja maior, nas incríveis ruínas da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
No alto do campanário das incríveis ruínas da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
Para nós foi um prêmio chegar até esse lugar tão pouco conhecido e poder caminhar por suas premissas, praticamente sós com nossos pensamentos e divagações. Bem ao lado das ruínas há um simpático hotel onde nos hospedamos e isso nos possibilitou a surpresa final do dia, completamente inesperada para nós: uma visita noturna guiada às ruínas, devidamente iluminadas com luzes especiais e com som ambiente das maravilhosas músicas da época, que saíam de auto-falantes estrategicamente colocados ao longo das ruínas. Pelo caminho, o guia, um apaixonado pela história das Missões, foi nos ilustrando com fatos, dados e histórias da época. A música ao fundo era absolutamente emocionante, assim como a visão noturna das construções. Foi memorável! E eu, que já era fã desse capítulo interessantíssimo da história do nosso continente, agora então...
Iluminação noturna valoriza ainda mais as incríveis ruínas da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
E assim terminou nosso primeiro maravilhoso dia no Paraguai. Se antes era apenas uma suspeita, agora posso dizer com certeza: o país é muito mais do que o destino de nossos carros roubados ou fonte de mercadorias de origem duvidosa. Cabe a nós enxergar por detrás da péssima propaganda e descobrir o grande vizinho que temos.
Iluminação noturna valoriza ainda mais as incríveis ruínas da Missão de Trinidad, no sul do Paraguai
Rodrigo, muito legal seu comentário sobre a percepção errônea que temos do Paraguai, aliás isso também cabe à representação que temos de outros países da América (sub) desenvolvida. Em dezembro de 2010 fiz mochilão pelo Chile-Bolívia e Peru e vi muitas belezas: as manifestações grevistas de funcionários públicos em Santiago, uma assembléia de trabalhadores indígenas em Uyuni, passeata pela não corrupção em La paz... Vi um povo super simpático em Lima... vi que não valorizamos as belezas desses países principalmente porque a mídia destrói tais belezas e constrói uma imagem de pobreza desses povos. Sou uma admiradora declarada dessa América desconhecida.
Resposta:
Oi Luciana
Pois é, por enquanto, nossa experiência no Paraguai tem sido fantástica, não só as paisagens mas também o povo. Educado, hospitaleiro, curioso, amigo. Tudo o que um viajante poderia pedir!
Temos certeza que assim será nos outros países da nossa América Latina, terra que, como vc, adoramos!
Abs
Olá Ana e Rodrigo,venham ver nossas ruínas tb pk são um espetáculo histórico.boa viagem
Resposta:
Oi Lurdes
Nós vamos passar aí sim, nas Missões brasileiras. Mas ainda vai demorar um pouquinho, no segundo semestre do ano que vem, pelos nossos planos
Abs
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