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Eupção do Kilauea, no Volcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
A Big island, no Hawaii, é mundialmente conhecida por seus grandes campos de lava e contínua atividade vulcânica. Ela proporciona, ano após ano, imagens fantásticas e a melhor área para estudos de campo para os volcanólogos de todo o mundo.
Desenho explica as erupções do Kilauea, no Vulcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
A cadeia de ilhas havaianas possui uma história de mais de 70 milhões de anos de atividade vulcânica. A Placa do Pacífico está sobre um hot spot se tornando, em tempos geológicos, uma fábrica de ilhas e tem como resultado a Emperor Seamount Chain.
O processo de formação vulcânica das ilhas havaianas
A placa tectônica está se movimentando basicamente do sul para o norte e conforme a placa se move, um novo ponto de tensão é criado sobre o hot spot, que através da pressão e do calor abre um caminho na placa tectônica para expelir a lava, criando um vulcão submarino que eventualmente irá emergir e se tornar uma nova ilha. As ilhas mais antigas por sua vez, estão em processo de erosão, pelo mar e pelo tempo e aos poucos estão afundando. Outras ilhas já estiveram na superfície e novas ilhas já estão em formação.
As primeiras plantas a colonizarem o campo de lava (Volcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí)
Maui, por exemplo, já foi tão grande quanto a Big Island, somada às suas ilhas irmãs Molokai, Lanai e Kaho´Olawe. Olhando a ilha do alto de um avião é fácil de perceber que a área conhecida como West Maui deve ser a próxima ilha a se separar do corpo principal.
Maui e as ilhas adjacentes, no Havaí
Bem voltando à Big Island, são duas as principais montanhas vulcânicas que formam a área da ilha, o Mauna Kea e o Mauna Loa. O Mauna Kea é a maior montanha do mundo, da sua base no fundo do Oceano Pacífico, até os 4.206m de altura sobre o nível do mar. O Mauna Loa é a segunda maior montanha do mundo e ao lado do Kilauea está na lista de vulcões mais ativos do mundo. Diferente de outros vulcões nos Estados Unidos continental, O Kilauea e o Mauna Loa são mais fluidos e menos gasosos e suas erupções são fontes de magma formando belíssimos rios de lava.
Chegando ao parque dos vulcões, em Volcano, na Big Island, no Havaí
O Hawaii Volcanoes National Park é o maior parque nacional no estado do Hawaii, constituído para proteger não apenas as áreas destes dois super vulcões, como todo o complexo habitat formado por eles ao longo de centenas de milhares de anos. Florestas verdejantes, áreas secas e praticamente desérticas e imensos campos de rocha magmática recém-esfriada, formam um mosaico que abriga diversas espécies nativas e endêmicas, que lutam para sobreviver em uma terra cada vez mais invadida por novas espécies trazidas pelo homem.
Antigos havaianos observam uma erupção vulcânica, em belo quadro no museu do parque dos vulcões, em Volcano, na Big Island, no Havaí
Em resumo, se existe um lugar que você tem que conhecer na Big Island, este lugar é o Hawaii Volcanoes National Park. Campos e tubos de lava, crateras vulcânicas de todos os tamanhos, formatos, a maioria com aparência inativa, mas na realidade todas estão potencialmente ativas e algumas delas em erupção.
A gigantesca cratera do Kilauea, em Volcano, na Big Island, no Havaí
Um dia inteiro é pouco para ver o parque, o ideal é planejar no mínimo um dia e meio, se hospedando em Volcano, vilazinha próxima ao parque, ou ainda no lodge do próprio parque nacional. A visita começa logo de manhã cedo com uma parada no Visitor Center. Eles têm informações atualizadas sobre a lava e ótimos filmes com as imagens que esperamos ver ao vivo e que, a não ser que você seja muito sortudo, provavelmente não verá. Os dados atualizadíssimos vem do trabalho de campo de vários vulcanólogos, câmeras, sismógrafos e todo o equipamento que você imaginar. Lembre-se, você estará entrando dentro de um dos vulcões ativos mais estudados do mundo: o Kilauea.
Painel no museu do Volcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
O Kilauea é um shield volcano e seu nome significa “vomitando” ou “muito espalhado” em havaiano. Sua atividade vulcânica foi registrada pela primeira vez em 1823 e há 30 anos ele está em atividade contínua, sendo registrada a última grande erupção em 2003. Sua caldeira está a apenas alguns quilômetros do Jaguar Museum e o fogo da sua lava pode ser visto, principalmente durante a noite do mirante em frente ao museu. Para conhecer a paisagem criada e modificada pelo Kilauea e Pelee, deusa havaiana dos vulcões, você terá que percorrer a Chain of Craters Road.
Uma coluna de fumaça sai de um grande lago de lava, no Vulcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
A estrada de pouco mais de 27km (54km ida e volta) possui diversos mirantes maravilhosos. O parque possui várias trilhas, mas com pouco tempo, nós escolhemos a trilha do Pu´u Loa Petroglyphs, ótima para caminhar sobre a lava e conhecer um pouco da cultura local. A trilha é fácil e leva pouco menos de 2 horas andando tranquilamente e tirando fotos.
Trilha de acesso ao campo de lavas onde estão as antigas pictografias havaianas, perto de Volcano, na Big Island, no Havaí
A história por trás deste sítio arqueológico é tão linda e impressionante como a beleza ao seu redor. A maioria dos petroglifos aqui encontrados foram feitos de 900 anos para cá e continuam sendo desenhados pelas famílias havaianas tradicionais. Eles são buracos cavados na pedra, mais ou menos adornados, para receber o cordão umbilical do bebê recém-nascido.
Antigas pictografias havaianas em pleno campo de lavas endurecidas, ao longo da Chain of Craters Road, em Volcano, na Big Island, no Havaí
A crença havaiana é que a partir deste momento/ritual o novo membro da família estará conectado com a terra e protegido pelos deuses, que lhe garantirão sucesso, força e saúde por toda a vida.
Antigas pictografias havaianas em pleno campo de lavas endurecidas, ao longo da Chain of Craters Road, em Volcano, na Big Island, no Havaí
Depois da trilha, continuamos pela Chain of Craters Road e vemos o encontro de duas incríveis forças da natureza, a água e o fogo, que aqui travam uma luta há milhões de anos. A cada nova erupção a Deusa Pelee jorra o seu magma e conquista um novo espaço, construindo pouco a pouco novas terras para a ilha.
A contínua batalha entre as deusas dos vulcões e do mar, em pintura no museu do Volcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
Nesta batalha novas paredes de pedra vulcânica são construídas à beira mar. É ali que está o Holei Sea Arch, um arco de lava petrificada que encontra o mar.
O mar molda a costa formada por uma antiga erupção vulcânica, perto de Volcano, na Big Island, no Havaí
A imagem da lava encontrando o mar deve ser fantástica e não é nada incomum por aqui. Existe um tour de barco que leva os turistas até o local onde os rios de lava escorrem e viram uma cachoeira de fogo líquido caindo diretamente no mar. Porém a atividade desta cachoeira varia e quando estivemos lá os rangers nos disseram que ela estava praticamente nula, não valendo a pena pagar 150 dólares pelo passeio.
Costa formada por uma erupção vulcânica recente, perto de Volcano, na Big Island, no Havaí
O ponto alto do passeio foi a trilha de aproximadamente 4 km (ida e volta) sendo 2 caminhando sobre a lava derramada na erupção de 2003, no final da Chain of Craters Road. A lava cobriu mais de 14km de estrada, um trecho da rodovia que cruzava o parque e passava por uma zona rural onde existia uma pequena vila que foi engolida pelo fluxo vermelho e soterrada com até 35m de lava.
Explorando um gigantesco campo de lava endurecida, no Volcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
Durante a caminhada sentimos a força destrutiva e criativa da natureza, que ignorou a estrada e tudo o que havia na sua frente para criar esta paisagem de outro mundo, onde hoje já crescem pequenas plantas que recomeçam o ciclo da vida. Passamos pela placa “Road Closed” presa no meio do magma enrijecido, prova de que um dia a estrada realmente passou por ali.
Pretty obvious! (Chain of Craters Road, em Volcano, na Big Island, no Havaí)
Erupção vulcânica bloqueou uma estrada ao sul de Volcano, na Big Island, no Havaí
Hoje existe um campo de lava ativo na ilha e ele está praticamente no limite do parque nacional, já bem próximo ao município de Kalapana. Esta trilha sobre o campo de lava dentro parque nacional possui em torno de 22km (ida e volta) e se torna ainda mais extenuante, subindo e descendo pequenos cânions formados pela lava já endurecida e completamente negra.
Explorando um gigantesco campo de lava endurecida, no Volcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
Em um dia de sol o calor absorvido por esta rocha pode ser muito perigoso e durante a noite a mesma rocha absorve toda e qualquer luz, tornando muito mais difícil se localizar na trilha que não é bem marcada. Então, se você quer chegar até lá, via parque nacional, o ideal é começar a caminhada com o primeiro raio de sol, carregando muita água, lanternas e pilhas extras para uma emergência, mas planejando para terminá-la ainda com a luz do dia. Outra forma é dirigir pela estrada de Pahoa até Kalapana (1h40 de Volcano) e pagar os guias locais (150 dólares por pessoa) para levá-los por dentro das terras particulares até a lava, uma trilha mais curta, em torno de 8km ida e volta.
O fim da estrada, no Volcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
No retorno pela Chain of Craters Road ainda fizemos uma parada rápida na Pauahi Crater e no lava tube, canal subterrâneo por onde um dia correu um grande fluxo de lava.
Entrando no túnel de lava, no Volcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
A programação noturna é obrigatória, pois é quando vemos o fogo da cratera do Kilauea. Normalmente você poderia voltar no final da tarde até o Jaguar Museum e, enquanto o sol se põe, assistir ao “acender” das chamas. No dia em que estávamos lá, porém, a neblina resolveu atrapalhar um pouco e nós não pudemos ver nada. A sorte é que estávamos hospedados em Volcano, esperamos a noite cair e a neblina se dissipar e voltamos ao parque as 23h, quando o tempo começou a melhorar. Estávamos sozinhos no mirante com uma vista inacreditável do vermelho da lava refletida na fumaça que saía de dentro do vulcão. Lindo!!!
A luz do Kilauea ilumina a noite no Volcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
Um pouco antes da meia noite, observando a erupção do Kilauea, no Volcanoes National Park, em Volcano, na Big Island, no Havaí
As experiências que teremos com a atividade vulcânica e o quanto iremos ver efetivamente de lava dentro do parque nacional são sempre uma incógnita. Esta visita sem dúvida só me deixou com mais vontade de retornar à Big Island para conferir, ainda mais de perto, a verdadeira fúria da Deusa Pelee.
Uma bela representação da deusa havaiana dos vulcões, em Volcano, na Big Island, no Havaí
Eu gostei muito , sou professora de geografia e o texto condiz com que estou dando para os alunos.
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