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Mergulhando na parte interna do navio-cruzeiro Bianca C, naufragado em 1961 em Granada
O mergulho em naufrágios é uma das especialidades mais curiosas do mergulho. Talvez pela história que cada navio traz no seu passado, talvez por ter ares um tanto quanto fantasmagóricos, ou apenas por que, uma vez no fundo do mar, o barco vira parte do ambiente marinho e se torna um novo recife (artificial) para abrigar milhares de espécies.
Mergulhando na parte externa do enorme naufrágio Bianca C, em Granada
Dez embarcações se destacam na lista de naufrágios explorados para mergulho recreacional na costa de Granada, que é considerada a Capital dos Naufrágios do Caribe. Cargueiros, veleiros, navios militares (caça-minas) e até um imenso cruzeiro fazem parte da lista de dive sites na ilha.
Mergulhando na parte externa do enorme naufrágio Bianca C, em Granada
“O Titanic do Caribe” foi à pique em 22 de outubro de 1961 quando uma das caldeiras do navio explodiu. Com 18 mil toneladas, 183m de comprimento e 17m de altura, Bianca C era um navio de cruzeiro de grandes dimensões para aquela época. A comparação com o Titanic só não é completa, pois felizmente todos os 400 passageiros e 200 tripulantes foram evacuados do navio são e salvos.
Explorando a piscina do Bianca C, o enorme navio-cruzeiro naufragado em Granada
O navio foi arrastado por um navio da marinha britânica para fora do porto de St. George´s onde afundou e hoje o seu deck principal está a uma profundidade de 40m. Podemos visitar uma das piscinas, ver suas milhares de janelinhas de cada cabine e nadar até a frente do convés principal. Como programamos apenas um mergulho recreacional não descompressivo, nossos limites de tempo e profundidade nos permitem ter apenas uma ideia do quanto o naufrágio pode ser explorado. A vontade é de voltar para um mergulho técnico, preparados para descer aos 50m e em um dia de verão, quando a visibilidade das águas de Granada melhoram muito. Ainda assim esta exploração no Bianca C tem que ser bem estudada, pois o navio já está se desmantelando e a penetração não é indicada.
Mergulhando na parte externa do enorme naufrágio Bianca C, em Granada
Uma curiosidade: durante os meses chuvosos a visibilidade em Granada é em torno de 15m, o que não é muito para padrões caribenhos e a água tem um tom mais esverdeado. O motivo? A pequena ilha a menos de 200m da costa da Venezuela é afetada pela foz do Rio Orinoco, o terceiro maior rio da América em volume de água, lançando mais de 33 milhões de litros de água no Oceano Atlântico.
Vista para o lado caribenho, no alto do parque Grand Etang, em Granada, no Caribe
Este foi o nosso primeiro mergulho do dia e mesmo sendo um mergulho rápido, vale muito a pena conhecer o Bianca C. Sua grandiosidade impressiona e a vida marinha que já se formou ao seu redor e que se esconde nas suas entranhas de ferro são sensacionais. Corais negros, moreias verdes imensas, barracudas, grandes cardumes e com sorte até uma visita inesperada de um grupo de arraias.
uma enorme e linda moréia verde ao lado do naufrágio Veronica L, em Granada
O segundo mergulho foi no Veronica L, um pequeno cargueiro de 25m que naufragou próximo a St. Georges e foi movido para perto do Boss Reef, que está a pouco mais de 12m de profundidade.
Como um navio fantasma, o Veronica L repousa no fundo do mar em silêncio, em Granada
Mergulhando no pequeno cargueiro Veronica L, em Granada
Um mergulho raso e muito bacana, novamente as imensas moreias verdes são grande atração, com pelo menos uns 15cm de diâmetro! Outra diversão para os mergulhadores é a bolsa de ar que se formou em um dos compartimentos do Veronica L, então conseguimos tirar o respirador, respirar e falar, lá aos 10m de profundidade! O ar tem um cheiro meio podre, mas a frequência de mergulhadores por ali está sempre renovando a reserva de ar.
Respirando em uma bolha de ar a quase 10 metros de profundidade, no naufrágio Veronica L, em Granada
Mergulhando no Veronica L, em Granada
Um intervalo de superfície longo, com direiro a almoço na beira da praia e uma visita ao Grand Etáng National Park. Lá no alto um lago vulcânico formado no alto das montanhas de Granada e informações sobre a fauna e a flora da ilha.
A belíssima praia de Grande Anse, ao sul de St. George's, em Granada, no Caribe
Antiga cratera vulcânica, hoje um lago no centro do parque Grand Etang, em Granada, no Caribe
As vistas dessa estrada são lindas e vale a pena uma visita para conhecer também a vida das montanhas em uma ilha caribenha. Fizemos uma parada rápida na Anandel Falls, a cachoeira mais popular da ilha e e voltamos a descer, agora ao norte de St. Georges, nas águas da Dragon Bay. Infelizmente só tivemos um dia para explorar o parque de naufrágios da ilha, mas as explorações submarinas ainda não haviam terminado!
A cachoeira de Annandele Falls, em Granada, no Caribe
Vista panorâmica de St. George's, capital de Granada, no Caribe
Olá gostei muito de sua viagem a Grenada, adoro mergulho e naufrágios, mas infelizmente parece que a visibilidade de lá não é tãõ boa né.. que pena...! abçs
Resposta:
Oi Sergio! Grenada é o paraíso dos naufrágios e vale muito a pena visitá-la se você curte este tipo de mergulho. Só programe a sua viagem para o verão, quando a visibilidade está BEEEEM melhor. O segredo é que no inverno a água suja pela proximidade com a costa da Venezuela, que despeja vários rios, dentre eles o imenso Orinoco. Me disseram que no verão a visibilidade é caribenha (20, 30m!). Beijos e boa viagem!
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