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O famoso Mount Rushmore, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Uma das melhores coisas das viagens de carro são as descobertas que fazemos no caminho. Temos um roteiro macro definido, objetivos e prazos que vão se desenhando durante a viagem, mas na maioria das vezes não sabemos no detalhe onde iremos parar e tudo o que iremos ver. As surpresas do caminho e a flexibilidade do roteiro é que fazem essa jornada ainda mais interessante.
Belíssima plantação de girassóis ao lado do Badlands National Park, em South Dakota, nos Estados Unidos
Hoje foi um desses dias, uma surpresa chamada Black Hills apareceu no nosso caminho. Nós sabíamos que iríamos até o Mount Rushmore, famosa escultura dos presidentes norte- americanos. Sabíamos também que em algum lugar por ali existia uma grande escultura inacabada em homenagem a um Grande Chefe Indígena Americano, mas teríamos que encontrá-la. O que não sabíamos é que ambas estão localizadas em uma região super turística chamada Black Hills.
A Fiona passa sobre o Mount Rushmore, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
As Black Hills são um oásis verde de rios e montanhas no meio das grandes planícies e pradarias em South Dakota, quase na fronteira com o Wyoming. Estradas cênicas, parques estaduais, grandes manadas de bisões, além das controversas esculturas mamutescas que amputam as montanhas negras.
Vestimenta típica da nação Sioux, durante apresentação de música e dança em frente ao monumento Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Ao redor do Mount Rushmore se construiu um novo mercado turístico na região, que de forma impressionante cria monumentos, museus e toda a estrutura de hotéis, restaurantes e gift shops explorando ao máximo o produto e sua grande reputação. Nós geralmente passamos ilesos por essas coisas, mas a nossa sede por encontrar ursos nos fez cair em um programa meio “cara-pálida”. Placas apontavam a quilômetros de distância uma fazenda onde poderíamos dirigir e ver ursos, o Bear Country USA.
Veados descansam no Bear Park, em Rapid City, região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Entramos e em menos de 5 minutos nos arrependemos. Pensamos que seria algo parecido com um safári, mas caímos mais em um zoológico! Enquanto dirigimos pela rua principal os animais estão divididos por espécies, cada um no seu quadrado, mas nenhum com espaço suficiente para ser feliz. Elks, Reindeer (dois tipos diferentes de veados), lobos árticos, bighorns, dall sheeps, mountain goats estavam lá soltos, todos bem alimentados e preguiçosos.
Cabra montesa no Bear Park, em Rapid City, região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Lobos tiram uma pestana no Bear Park, em Rapid City, região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Puma se espreguiçando no Bear Park, em Rapid City, região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Os pumas estavam dentro de cercas e os tão esperados ursos, soltos em uma grande área gramada entre troncos, lagos e pedras. Eles estavam lá, lindos e formosos. Vimos de perto, abrimos a janela do carro para fotografar, o que é proibido e levamos até uma cheiradinha mais de perto, na traseira da Fiona.
Urso Preto no Bear Park, em Rapid City, região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Urso se refresca no Bear Park, em Rapid City, região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Passamos reto no zoo de filhotinhos, mas sinceramente, depois de passar pelo Badlands e ver a maioria desses animais livres, é até um insulto vê-los neste regime semi-aberto.
Urso Preto no Bear Park, em Rapid City, região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Nossa porta de entrada das Black Hills foi o famosíssimo Mount Rushmore. Construído pelo escultor Gutzon Borglum entre 1927 e 1941, um dos maiores monumentos do mundo foi feito em comemoração aos 150 anos de democracia americana.
Chegando ao Mount Rushmore, a famosa montanha dos presidentes, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Quatro dos principais presidentes americanos George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln podem ser vistos da estrada antes mesmo de chegar ao gigantesco memorial construído nos seus arredores. Como tínhamos um dia longo pela frente, pulamos o cerimonial presidencial e seguimos direto para o Custer State Park.
O famoso Mount Rushmore, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Visto de perfil, Washington, um dos presidentes esculpidos no Mount Rushmore, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Subimos a Iron Mountain Road, estrada construída para aproveitar ao máximo o cenário das Black Hills com túneis alinhados ao Mt Rushmore, as melhores vistas para os presidentes e pontes em caracol. Um feito da engenharia, uma atração por si só.
Atravessando um dos estreitos túneis na estrada cênica que corta a região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Na sua continuação pegamos um trecho mais plano da estrada conhecida como Wildlife Loop Road, onde é mais fácil, mesmo que não garantido, encontrar algumas manadas de bisões. O final da estrada passa pelas formações rochosas pontiagudas, um paraíso para escaladores, conhecida como Needles Highway. Eu morro de vontade de escalar, voltar aos treinos de escalada e ficar pendurada nesses paredões de pedra, mas a correria nunca nos permite.
A belíssima região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Já no final do dia fizemos um pequeno detour e seguimos até o monumento do Crazy Horse. Esta região é o lar da Grande Nação Sioux, tribos indígenas que foram aos poucos dizimadas e expulsas de suas terras. Lutando para proteger o seu povo, o líder Crazy Horse foi esfaqueado pelas costas durante uma negociação com os colonizadores. Uma de suas famosas frase ele expressa esse sentimento: “My lands are where my dead lie buried.”, tradução livre “Minhas terras são aquelas onde os meus antepassados descansam.” Ficou seu exemplo de luta pelo povo indígena como símbolo de resistência.
O gigantesco monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
O local escolhido por chefes indígenas é uma montanha sagrada para a Grande Nação Sioux. Provocados pelos homens brancos que haviam construído o Mt Rushmore, o chefe Lakota Standing Bear (Urso em Pé), sugeriu a contratação do Korczac, escultor que havia trabalhado com Borglum e já tinha reconhecimento nacional por sua obra.
Modelo de como deverá ficar o monumento Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos, quando estiver pronto
O americano de origem polonesa abraçou a causa e mesmo sem nenhuma ajuda financeira carregou a obra faraônica por mais de 30 anos, no início sozinho, mais tarde com a ajuda da sua esposa e sete filhos. A escultura continua em execução, apenas o rosto do chefe indígena Crazy Horse está pronto depois de 50 anos de trabalhos. A iniciativa continua sendo privada, sem nenhum tipo de ajuda ou financiamentos públicos. A família ainda está à frente do projeto e segue os passos do pai, um grande sonhador que acreditava na iniciativa e poder de realização individual. A Fundação Crazy Horse aceita doações e o valor pago como entrada é o que dá continuidade ao trabalho. A estátua do Grande Líder Indígena Crazy Horse terá mais de 170m de altura, sendo que só o rosto possui 26 metros! A retirada de pedras à base de dinamite é um trabalho infindável, não há previsão para término, mas chutar aí em torno de 100 ou 200 anos não seria exagero.
Índios fazem perfomance de dança típica Sioux, em frente ao monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
No final da tarde ainda pudemos assistir a um pequeno show de dança indígena apresentado por integrantes da Grande Nação Sioux, como pano de fundo o monumento do Crazy Horse em um belo fim de tarde. Um dia movimentado e bem cansativo, mas cheio de descobertas!
Vestimenta típica da nação Sioux, durante apresentação de música e dança em frente ao monumento Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos
Esses tempos atrás alguém “tuitou” uma frase do Paul Theroux, “Tourists don’t know where they’ve been, travelers don’t know where they’re going.”, que na tradução livre diz “Turistas não sabem onde eles estiveram, viajantes não sabem para onde irão.” Sempre me considerei uma viajante e não apenas uma turista, mas essa frase nunca fez tanto sentido como agora, durante esta viagem. Não sabemos para onde vamos, só sabemos que vamos e que com certeza será um lugar especial.
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