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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
A Fiona com seus novos passageiros, o Joca e a Ixa, os pais do Rodrigo, em Montevideo, no Uruguai
Chegamos ao aeroporto de Montevideo, capital do Uruguai, tranquilos e ansiosos ao mesmo tempo. Tranquilos porque tínhamos conseguido hotéis para os próximos dias, tanto na capital como em Colonia del Sacramento, e isso era uma preocupação a menos na nossa cabeça. Agora, era só curtir, passear e explorar, quando muito preocupados em escolher um bom restaurante entre as tantas boas opções dessas duas cidades. Ansiosos porque finalmente receberíamos nossas “visitas”, nossos companheiros de viagem pelas próximas duas semanas que estavam chegando diretamente de São Paulo em voo comercial, meus queridos e viajados pais.
Chegando ao moderno aeroporto de Montevideo, no Uruguai
Muita gente aguardando a chegada de amigos e familiares no aeroporto de Montevideo, no Uruguai
Pessoas me perguntam de onde vem esse meu gosto por viajar. Gosto de responder que está no sangue, talvez alguma herança longínqua dos antepassados portugueses, exploradores que enfrentaram mares desconhecidos, cinco séculos atrás, em busca de novos mundos, culturas e oportunidades, e que inventaram uma das mais belas palavras do nosso idioma: saudade. Essa é uma explicação uma tanto quanto poética, reconheço, e acho que motivos mais palpáveis estão bem mais próximos de mim, no tempo e no espaço.
O Rodrigo registra a chegada dos país ao aeroporto de Montevideo, capital do Uruguai
Chegada dos pais do Rodrigo ao aeroporto de Montevideo, capital do Uruguai
Cresci numa família ouvindo as histórias das viagens de meus avós. Do lado materno, um avô que “não sossegava o facho”, mudando-se constantemente de uma cidade à outra, sempre em busca de novas e promissoras oportunidades. Do lado paterno, avós que pegaram gosto por viagens na fase adulta, já com sete filhos nas costas. Podem ter começado tarde, mas isso não os impediu de irem longe e irem muitas vezes. Europa, Estados Unidos e até mesmo destinos bem mais exóticos, principalmente para aquela época, como Japão, União Soviética ou Egito. Minha memória de infância é cheia de fotografias em preto e branco e relatos de histórias interessantes desses países exóticos.
A chegada dos pais do Rodrigo ao aeroporto de Montevideo, no Uruguai
A chegada dos pais do Rodrigo ao aeroporto de Montevideo, no Uruguai
Não é à toa ou por falta de influência que meus jovens pais, ainda estudantes e solteiros, se mandassem para a Alemanha para continuar seus estudos por lá. Hoje isso parece mais fácil, normal. Mas naquela época, a Alemanha ainda era um país recém-saído da 2ª Guerra, o vilão do mundo. Brasileiros por ali se contavam na mão e, talvez por isso, os dois não tenham demorado a se conhecer. Estarem na mesma Alemanha foi apenas o primeiro ponto de atração de tantos outros que acabaram por levá-los a uma união sólida que esse ano completa seu 55º aniversário.
O Rodrigo recepcionando seus pais, Seu Gustavo e Dona Nilza (Joca e Ixa, para os íntimos!) no aeroporto de Montevideo, no Uruguai
O Rodrigo recepcionando seus pais, Seu Gustavo e Dona Nilza (Joca e Ixa, para os íntimos!) no aeroporto de Montevideo, no Uruguai
Uma longa história e com muitos e muitos milhares de quilômetros no retrovisor, claro! Minha família cresceu em Belo Horizonte, mas as férias eram sempre em Poços de Caldas, Ribeirão Preto ou alguma praia. Tudo isso a mais de 500 km de distância da cidade natal. Então, viagens de carro com mais de 5 horas de duração foram uma constante em minha infância e início de adolescência. Para meu pai, então, que ia e voltava todos os finais de semana enquanto a família ficava no destino de férias o mês (ou meses) inteiro, nem se fala. Por isso, mais velho, quando era eu a sair em alguma viagem de carro mais comprida, sempre estranhava o estranhamento dos amigos, invariavelmente desacostumados às longas viagens. Para mim, mesmo inconscientemente, era o “normal”. Para eles, era uma aventura, algo muito especial e que requeria cuidado, planejamento e coragem, enfrentar sozinho tantos quilômetros de estrada.
A Ana recepciona os sogros, Joca e Ixa, na Fiona, ainda no aeroporto de Montevideo, no Uruguai
A Ana recepciona os sogros, Joca e Ixa, na Fiona, ainda no aeroporto de Montevideo, no Uruguai
Pois é, sempre achei viagens de 5 horas uma coisa corriqueira. Viagens ao exterior também, comum ver meu pai, que trabalhava em uma multinacional, ir e voltar da Europa a trabalho. Mas, mesmo assim, fiquei bastante impressionado quando, junto com minha mãe e um casal amigo de alemães, eles partiram em 1982, num possante Passat TS, rumo à Fortaleza e diversas cidades no caminho, numa viagem de muitos milhares de quilômetros e dois meses de duração. Na época, acompanhávamos a viagem por cartões postais e algum eventual telefonema. Fotos e relatos mais detalhados, só depois, pessoalmente. Antes disso, era só a imaginação a as asas que dávamos a ela. Será que meus pais imaginavam que começava a nascer ali a Fiona e os 1000dias? Afinal, se dá para chegar até Fortaleza num Passat e nas estradas da década de 80, porque não seria possível chegar ao Alaska trinta anos mais tarde e num carro “ligeiramente” mais robusto?
1000dias com os pais do Rodrigo em Montevideo, capital do Uruguai
O Joca e a Ixa, pais do Rodrigo, chegam a Pocitos, bairro de Montevideo, no Uruguai
Pois bem, foi com esse carro mais “robusto”, vulgo Fiona, que fomos buscar meus pais e inspiradores no aeroporto de Montevideo. Nas próximas semanas, vou ter o prazer de beber de toda essa experiência, 55 anos de estradas na bagagem, eles mesmos herdeiros de seus pais em andanças pelo mundo ainda mais antigas. Se puxar pelo condão, é bem capaz que eu chegue naqueles portugueses de 500 anos atrás ou, mais além, nos vikings (minha mãe tem sangue sueco!) que chegaram à América outros 500 anos antes. Mas, por enquanto, quero ficar é no Uruguai mesmo, no aqui e agora, na mais rica companhia que poderia imaginar.
Celebrando com um legítimo vinho uruguaio da uva tannat a chegada dos pais do Rodrigo, o Joca e a Ixa, a Montevideo, capital do país
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