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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
A Ana dá um mergulho na paradisíaca praia da sepultura, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Como bons curitibanos que somos, a Ana natural e eu, adotado, conhecemos e frequentamos bastante o litoral de Santa Catarina. Especialmente na sua parte norte, entre Florianópolis e a fronteira com o Paraná. Nesse trecho da costa, certamente se destaca a península de Bombinhas, com seu litoral entrecortado e cheio de praias, cada uma com personalidade própria. Pouco mais de duas horas de carro (sem trânsito!) nos levam de Curitiba até essa parte do litoral catarinense e fizemos esse passeio diversas vezes antes de começarmos nossos 1000dias. Ainda mais que uma tia da Ana tem casa na praia de Bombas. Além disso, em uma das muitas baías formadas na península, é realizada uma tradicional travessia de nadadores, esporte que eu a Ana sempre adoramos fazer.
Nosso curto caminho entre a península de Governador Celso Ramos e a península de Bombinhas, ao norte de Florianópolis, litoral de Santa Catarina
Enfim, talvez por causa de nos ser tão familiar, deixamos essas praias e esse trecho do litoral brasileiro para os últimos dias da nossa jornada pela América. Agora, depois de já termos batido a mão lá no Alaska e na Terra do Fogo, depois de termos explorado as praias quentes do Caribe e do Havaí e as praias frias da Groelândia e das Malvinas, chegou a vez de “re-explorarmos” nossas velhas conhecidas. Afinal, mesmo sendo nossa vizinha, Bombinhas também é parte da América e, por isso mesmo, do nosso roteiro!
Caiaque na praia de Bombas, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Contornando o costão de pedras entre Bombas e Bombinhas, litoral de Santa Catarina. Ao fundo, a penha praia do Ribeiro
A península fica a umas poucas dezenas de quilômetros ao norte de Florianópolis e a uns poucos quilômetros ao sul de outro colosso do litoral catarinense, Balneário Camboriú (ainda chegaremos lá!). Ela forma o menor município do estado, com apenas 34,5 km2, chamado justamente de Bombinhas, também o nome de sua praia mais famosa. Até 1992, quando o município foi criado, era tudo parte de Porto Belo, a bela cidade (como já diz o próprio nome!) que fica na entrada da península, famosa por suas baías pitorescas e por ser o lar da família Schurmann, aquela que deu a volta no mundo de barco.
No nosso primeiro dia na península, uma caminhada pela praia de Bombas a Bombinhas, passando pela praia do Ribeiro. Depois, praias da Lagoinha e Sepultura e trilha até a ponta de pedra. Seguem-se Retiro dos Padres e Quatro Ilhas. A volta, de noite, foi pe
Nós chegamos ontem de tarde, vindos de Florianópolis com direito à parada nas praias de Governador Celso Ramos. Viemos diretamente para o apartamento da Tia Walkiria, que fica em outra praia da península, chamada Bombas. Engraçado esses nomes, “Bombas” e “Bombinhas”! Pode até parecer que “Bombinhas” tem esse nome porque é uma versão menor da praia de “Bombas”, mas não é isso. “Bombas” vem do barulho que as ondas fazem ao estourar nas pedras que delimitam essa praia. Já o nome “Bombinhas” vem do barulho que ouvimos ao caminhar e pisar nas areias dessa praia, formada por cristais de quartzo.
Depois de contornar o costão de pedras, chegando à praia de Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Bem, chegamos e nos instalamos no nosso lar pelos próximos dias. Tem muita praia para se explorar por aqui, a maioria das quais já conhecemos, mas também aquelas que ainda não tivemos a chance de ir. Dessa vez, nada vai escapar! E para começar, ainda ondem de noite, fomos até as areias da praia de Bombas. O apartamento da Tia Wal está a apenas dois quarteirões do mar e dá até para escutar o barulho das ondas. Irresistível! Então, para lá fomos, a segunda praia mais movimentada de Bombinhas. Nesta hora da noite, deserta como qualquer praia perdida. Mar tranquilo, poucas ondas, exceto em uma de suas extremidades, procurada por surfistas naqueles dias bons. Fizemos um bate e volta em suas extremidades, uma distância de quase dois quilômetros, sempre guiados pela noite estrelada. Tanto esforço foi recompensado com um delicioso jantar em um dos restaurantes a beira-mar.
Placa com o mapa mostrando a nossa localização em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
A Ana dá um mergulho na paradisíaca praia da sepultura, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Hoje, dia de sol, resolvemos dar uma folga para a Fiona e fazer nossas explorações a pé mesmo. As praias do norte da península podem ser conhecidas assim, numa longa caminhada. Começamos por Bombas mesmo, mas apenas o canto leste da praia, sentido das outras praias de hoje. Fomos de sandálias, para poder caminhar nas pedras e trilhas que separam uma praia da outra e descalços enquanto estivéssemos nas areias das praias do caminho.
O fantástico e bucólico visual da praia de Sepultura, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
O fantástico e bucólico visual da praia de Sepultura, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Entre Bombas e Bombinhas há um morro por onde sobe a estrada. Lá de cima, uma bela vista para as duas praias. Foi por aí que viemos de noite, já no nosso caminho de volta. Mas, pela manhã, enfrentamos mesmo o costão de pedras que separa as duas praias. Não é difícil, mas leva um pouco de tempo. Certamente, muito mais agradável do que subir e descer o morro a pé, desde que haja luz do dia para iluminar o caminho. No meio das duas praias mais famosas e urbanizadas da península, dividindo o costão de pedras em dois, a pequena praia do Ribeiro, onde o mar forma quase uma lagoa cercada de muito verde. Um convite irresistível para um mergulho refrescante. Depois, sandálias novamente e mais pedras para chegarmos à Bombinhas.
O fantástico e bucólico visual da praia de Sepultura, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
O fantástico e bucólico visual da praia de Sepultura, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Pouco mais de um quilômetro de areias, orla completamente urbanizada, prédios baixos e muitas famílias frequentando a praia. Assim é Bombinhas. Isso sem falar do mar azul esverdeado que faz a fama de toda a península! Aliás, foi essa beleza que atraiu Leopoldo Zarling, a primeira pessoa a construir sua casa de veraneio por aqui, na praia da Sepultura, em 1966. Hoje esse pioneiro virou o nome da principal avenida que liga Bombinhas a Bombas (aquela estrada que passa em cima do morro!) e daí a Porto Belo. Empreendedor, foi ele também que abriu o primeiro loteamento do município, na praia de Bombas, seguido pelo loteamento na para de Bombinhas. Daí para a emancipação política e para virar nome de avenida, foi um pulo!
O mar tranquilo da praia de Sepultura, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Trilha da Sepultura, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Caminhamos então por toda a extensão de Bombinhas e seguimos adiante. Como sabem, preferimos as praias menos urbanizadas! Um trilha ao longo do costão de pedras nos leva até a pequena praia da Lagoinha. Como já diz o próprio nome, o mar é tão tranquilo por aqui que parece que estamos em uma lagoa. Com muitas pedras e antigos corais, forma um pequeno aquário natural. Por isso, é muito frequentada para se fazer snorkel. Mas o nosso pique era continuar, ainda tínhamos um longo caminho pela frente.
Na ponta da Sepultura, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Na ponta da Sepultura, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Logo após a Lagoinha, está a praia da Sepultura, aquela escolhida pelo pioneiro Leopoldo Zarling. O nome sombrio, aparentemente, vem da sepultura de um escravo que morreu aqui numa briga em meados do séc. XIX. Muito mais importante do que isso é a própria beleza da pequena praia, um lugar idílico, apenas uma minúscula extensão de praia cercada pelo verde da mata e pelo verde do mar. realmente, um pequeno paraíso que faz a alegria de fotógrafos e banhistas. Ponto alto da caminhada! Não é a toa que foi nessa pequena praia que demos nosso mais longo mergulho do dia.
No fim de tarde, chegando à praia de Quatro Ilhas, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
No fim de tarde, chegando à praia de Quatro Ilhas, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
A praia da Sepultura fica na entrada de uma pequena península com o mesmo nome. A área é uma reserva e uma trilha ecológica nos leva até a ponta da península. Depois da urbanidade da praia de Bombinhas, é um passeio bucólico por bosques e campos abertos até uma pequena ponta de pedras em meio ao mar azul. Uma delícia e um convite a reflexão, ficar sentado ali nas pedras admirando o oceano, embalado com o barulho das ondas.
Praia de Quatro Ilhas, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Depois, meia volta, volver! De volta para a entrada da reserva e daí para outra praia bem pouco frequentada na península, uma espécie de segredo. É a praia dos Ingleses ou o “Retiro dos Padres”. Esse nome vem do fato que, um ano após a chegada de Leopoldo Zarling, que chegou foram os padres salesianos que construíram nessa praia um retiro para eles. Muito bom gosto, tem esses salesianos! A praia não é grande, mas já é bem maior que a Lagoinha e a Sepultura. Muito antes dos padres, ainda no séc. XIX, um barco inglês ficou avariado no local, razão do nome original da praia.
A praia de Mariscal vista do mirante da praia de Quatro Ilhas, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
Para irmos até nossa última praia do dia, não teve jeito. Tivemos de deixar a areia e as pedras para trás e nos conformarmos com ruas e calçadas. Não foi um trecho longo e valeu muito a pena. Afinal, o destino era a mágica praia de Quatro Ilhas. Apesar de sua grande extensão, também ela escapou da urbanização sofrida por Bombas e Bombinhas. Há casas sim, especialmente no lado esquerdo da praia, mas o ar natural ainda predomina. Chegamos aí já no final da tarde, mas ainda tivemos tempo de caminhar pelo quilômetro de areias até sua extremidade sul, trecho mais deserto da praia. Aí, uma trilha sobe o pequeno morro e nos leva até um mirante de onde podemos observar bem todas as ilhas que dão nome à praia. Entre elas, as três que compõe a Reserva do Arvoredo (o nome da maior das ilhas), o principal ponto de mergulho do sul do país. Quer dizer, foi! Desde a criação da reserva, no ano de 2000, que o mergulho recreativo foi proibido por lá. Tristeza para os mergulhadores, alegria para os corais e fauna local, que vêm se recuperando desde então. É claro que o problema maior não estava nos mergulhos, mas na pesca que também era realizada. Hoje, apenas a parte sul das ilhas, fora da área da reserva, ainda permite essas atividades. Mas o mergulho por ali está longe de ter a qualidade que se tinha do outro lado.
No fim de tarde, um pássaro nos sobrevoa curioso, no mirante da trilha de Quatro Ilhas, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
No fim de tarde, um pássaro nos sobrevoa curioso, no mirante da trilha de Quatro Ilhas, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
O que também se pode ver do alto do morro é a próxima praia da costa, Mariscal. Mas essa estava longe demais para o nosso passeio de um dia. Fica para amanhã, de carro, quando vamos explorar essa outra parte da península. Hoje, queríamos mesmo era aproveitar as últimas luzes ali, tranquilos, vendo o mar e sendo observados por aves curiosas com os raros visitantes humanos que chegam até ali. Terminado o espetáculo, de volta para a entrada da praia, onde nos esbaldamos num bar tradicional de um argentino hippie que foi um dos pioneiros da praia. Depois, sem muitas alternativas, o longo caminho de volta para casa, dessa vez sob a segurança da iluminação pública, sempre pela avenida que homenageia o pioneiro empreendedor. Sobe morro, desce morro, estávamos de volta a Bombas e ao nosso lar, felizes com o dia cheio e saudável de praias e caminhadas. Bombinhas está só começando...
Trilha no final da praia de Quatro Ilhas, em Bombinhas, litoral de Santa Catarina
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