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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Um dos mirantes no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Se ontem só começamos nosso programa no parque às duas da tarde, já que tivemos de dirigir 300 km para chegar lá, hoje já estávamos cedinho na entrada do Talampaya. Isto mesmo, mudamos de parque, do Ischigualasto para o Talampaya, mas os dois são vizinhos e protegem uma área contígua.
Mapa do Parque Nacional Talampaya, na Argentina. Nós fizemos todos esses circuitos a pé.
Com o nosso grupo, início da caminhada no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Os dois parques foram criados mais ou menos na mesma época, meados da década de 70, com o objetivo de proteger um dos principais sítios de fósseis do mundo, além da natureza belíssima. Inicialmente, ambos eram parques provinciais, mas no final da década de 90 Talampaya passou à administração federal. A linha que divide os dois parques é a mesma que divide as províncias de San Juan e La Rioja, mas mesmo estando assim, separados, juntos foram elevados a Patrimônio Natural Mundial pela UNESCO, em 2000.
Com o nosso grupo, início da caminhada no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Aproveitando a sombra para uma pausa na caminhada através do árido Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Um aspecto importante que diferencia os dois parques é a maneira de visitação. Enquanto em Ischigualasto entramos em caravana de carros no parque e assim percorremos o circuito turístico lá dentro, as opções em Talampaya são mais variadas. Aqui, também podemos fazer um circuito de carro, mas tem de ser num veículo do próprio parque. Outra opção é fazer um percurso de bicicleta, o que nos dá um contato mais próximo com a natureza da região. Por fim, há um circuito que pode ser percorrido a pé, cerca de 13 km passando por lugares inacessíveis para quem opta pelo carro ou pela bicicleta.
Entrando em um dos canyons do Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Entrando em um dos canyons do Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Tudo isso aprendemos ali na portaria mesmo, pouco depois das 8 da manhã. Já havia uns cinquenta turistas esperando pela abertura dos portões, o que até nos assustou um pouco. Muita gente trazida de ônibus por agências de turismo de San Juan ou da capital de La Rioja. Só ficamos mais tranquilos quando descobrimos que a grande maioria optou pelo passeio no caminhão com ar condicionado. Sobrou um pequeno grupo que acabou se dividindo entre a bicicleta e a caminhada. Depois de conversar com um guia local, optamos pela segunda opção, pé no chão mesmo, o que percebemos ter sido uma opção acertadíssima ao final do dia.
Admirando os rochedos durante nossa caminhada no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Admirando os rochedos do Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Para aqueles que optaram pela caminhada, nós e mais seis pessoas, pudemos entrar no parque com o nosso carro, ao menos pelos primeiros 13 km de estrada de terra, cortando uma árida planície. Já bem perto de um enorme rochedo, o tal do Talampaya, aí deixamos o carro numa base avançada do parque e começamos a caminhar, guiados pelo animado e inteligente Sergio. Junto conosco, apenas argentinos, uma turma de La Plata e outra de Quilmes, todos interessadíssimos em natureza e cheios de energia para gastar.
Nosso guia nos fotografa no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Nosso guia nos mostra e explica sobre inscrições rupestres no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
O Sergio resolveu nos levar para fazer um circuito grande, entrando pela Quebrada Don Eduardo, nome que homenageia um antigo morador, e voltando pelo monumental Canyon Talampaya, delineado por gigantescas paredes avermelhadas com mais de 100 metros de altura. Um circuito com pouco mais de 13 km para fazermos em 6 horas de passeio, com tempo bastante para as explicações do Sergio, para as fotos, as paradas estratégicas nos lugares sombreados e para um lanche em um mirante. No caminho, muita geologia, vida selvagem e inscrições rupestres.
Caminhando no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Pequeno descanso durante caminhada no incrível Parque Nacional Talampaya, na Argentina
O único trecho mais difícil, justamente pelo calor, é caminharmos do local onde deixamos os carros até a encosta do rochedo e do canyon. A partir daí, vamos sempre na sombra e o visual que nos cerca é tão magnífico que ninguém pensa em cansaço. Mais cansativo ainda deve ter sido pelo pessoal da bicicleta, que passou por nós nesse trecho. O solo é formado por areia solta e deu para ver que eles estavam fazendo força!
Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Paisagem rochosa e avermelhada do Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Depois de descansarmos um pouco na sombra de uma frondosa árvore no início da Quebrada Don Eduardo, o Sergio passou a nos conduzir por trilhas estreitas em pequenos canyons e gargantas rochosas. Era aí que morava o Don Eduardo que se recusou a sair daí mesmo quando a área passou a ser protegida, tornando-se folclórico na região. Completamente isolado do mundo moderno, não deveria ser fácil sobreviver por ali. Até os filhos se foram, mas lar é lar!
Pequenos cactus no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Encontro com o Ñandú, equivalente à nossa ema, no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Muito antes de Don Eduardo, quem também viveu por ali foram os primeiros americanos, há milhares de anos. O clima deveria ser um pouco mais úmido, como atesta a erosão feita por rios e riachos bem mais caudalosos que os atuais. Esses povos deixaram suas marcas e sua arte inscrita nas rochas, o que o Sergio foi nos mostrando ao longo do caminho. Se os fósseis tão mais comuns em Ischigualasto, as marcas da antiga ocupação humana são bem mais comuns por aqui. Provavelmente pela proteção natural que os próprios rochedos e canyons forneciam.
Maras, um grande roedor que vive no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Encontro com guanacos durante caminhada no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Quem dividia este ambiente com esses antigos moradores era a mesma fauna que ainda observamos hoje. No ar se destacam os pássaros grandes, como condores e águias. Na terra, além de pequenos lagartos, vimos também raposas (os “zorros” aqui na Argentina), guanacos (primos das lhamas e vicunhas), maras (um grande roedor) e ñandús (que são as nossas emas). Não parecem ter muito medo de nós, humanos, já que faz tempo que a caça é proibida. Mas não deveria ser assim a uns poucos milhares de anos, quando todos esses animais faziam parte da dieta dos nossos antepassados.
O grupo sobe para um dos mirantes do Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Os enormes paredões avermelhados do Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Nós, depois de mais de uma hora seguindo por pequenos canyons bem estreitos e pitorescos, chegamos ao mirante onde fizemos nosso lanche, visão bem ampla dos vales abaixo para nos embalar. Ficamos só imaginado aquela paisagem toda quando havia mais água por aqui. O próprio caminho que percorremos, hoje completamente seco, deve ter sido cavado por uma água em fúria. Se bem que o Sergio nos disse que, embora quase nunca chova por aqui, quando chove, é muito intenso. Aí, por algumas poucas horas, riachos, corredeiras e cachoeiras ressuscitam, uma lembrança rápida de antigos tempos gloriosos.
Pausa para fotos e lanche do nosso grupo no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Um dos vales do Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Depois do lanche, descemos para o outro lado do vale e começamos a voltar pelo imponente Canyon de Talampaya. O que havia de estreito na Quebrada Don Eduardo, havia de amplidão nesse canyon delimitado por paredes altíssimas. Até cruzamos um pequeno riacho por aí e brincamos muito com o eco das nossas vozes. As paredes reverberavam nossos gritos ainda mais altos do que o original! Incrível!
Curtindo a beleza do cenário do Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Um dos mirantes no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Aí também encontramos muito da fauna que vimos nesse passeio e também o caminhão que faz o tour com os turistas. Passam lá longe, eles descem, tiram umas fotos e seguem em frente. Foi quando tivemos certeza que a nossa opção pela caminhada tinha sido muito melhor, poder caminhar até as imensas paredes, olhar para cima e ter consciência da nossa insignificância na paisagem. É sempre bom nos colocar em perspectiva, hehehe!
Entrando em um vale seco cercado por gigantescas paredes no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Encontro com um raro riacho no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Quando finalmente saímos desse canyon e voltamos ao vale onde havíamos começado nossa caminhada, muitas horas mais cedo, aí era o lugar conhecido como Porta de Talampaya, as paredes do canyon formando uma entrada digna de gigantes. Mesmo os antigos dinossauros iriam se apequenar por aqui. Se bem que, é bom lembrar, os dinossauros são mais antigos do que essa paisagem!
As gigantescas pareds avermelhadas da Puerta de Talampaya, no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
As gigantescas pareds avermelhadas da Puerta de Talampaya, no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Falando em dinossauros, eles ainda estariam no nosso caminho. Após caminharmos de volta aos nossos carros e dirigirmos até a saída do parque, ali do lado da portaria existe um pequeno museu, ou exposição ao ar livre. É o chamado “Parque Triássico”, onde podemos caminhar por entre esses antigos seres que dominaram a Terra por tanto tempo. Várias espécies que viviam por aqui foram reconstruídas em maquetes tamanho natural e muito bem feitas. Só é estranho vê-los no meio de uma paisagem desértica, pois não era assim quando viviam. Mas, enfim, é muito legal vê-los tão de perto!
As gigantescas pareds avermelhadas da Puerta de Talampaya, no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Entrada para a "Trilha do Triássico", no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
E com isso, terminamos nossa visita a esses incríveis parques perdidos aqui no deserto do meio oeste argentino, uma atração ainda tão pouco conhecida dos brasileiros. Aliás, sobre isso vou falar no próximo post, essa “outra” Argentina, tão incrível e ainda tão desconhecida de seus vizinhos (nós!), que preferem se manter no eixo Buenos Aires – Bariloche.
Dinossauros encontrados no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Dinossauros encontrados no Parque Nacional Talampaya, na Argentina
Que maravilha, duas belas sequências de posts! Acho que minha maior vontade atualmente é a Carretera mas a Antartida é também está no alto da minha lista de prioridades!
A propósito, por falar em prioridades, eu tenho pensado muito naquela volta passando por trás dos cerros em El Chalten. :)
Abração!
Helder
Resposta:
Grande Helder
Pois é, esses dois parques um do lado do outro... muito bom mesmo!
mais um pouco, chegamos nos posts da Carretera, mas por enquanto, concentração máxima na Antártida, sonho de qualquer fotógrafo!
Quanto a dar aquela volta pelo Ice Field, sou totalmente parceiro! Mas é preciso estar em forma para ir, pronto para muito frio e suor!
Vamos?
Rapaz, que coisa maravilhosa estes paredões. As regiões do Talampaya e mais em cima perto de Salta estão ganhando muitos pontos comigo e espero não demorar muito a visitá-las. Bonito pra caramba.
Grande abraço e ótimo post, como sempre.
Helder
Resposta:
Grande Helder
Pois é, essa é uma viagem que vc adoraria, a parte norte da Ruta 40, região de Salta até Talampaya. Um paraíso para quem gosta de fotografar!
Legal que vc tenha gostado do post. Mais um pouco e eu chego lá naquela parte que estou devendo para vc: a Carretera Austral!. Mas antes, tem Antártida (acho que vc vai gostar de lá tb!!!)
Abs
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