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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuÃna é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
A precária estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana
Hoje era o dia de uma grande jornada: atravessar a Guiana de norte a sul, saindo da capital Georgetown e indo em direção à fronteira com o Brasil. Quanto mais perto chegássemos, melhor. A distância nem é tão grande, um pouco menos de 600 km. Mas boa parte do trajeto é em estrada de terra e não sabÃamos as condições em que ela se encontrava.
A ponte que liga Linden ao sul da Guiana
SaÃmos ainda no escuro, um pouco depois das cinco da manhã. Depois de conversar com várias pessoas no dia anterior, já tÃnhamos pego todas as dicas sobre como sair da cidade e aonde encontrarÃamos postos de combustÃvel. Assim, não foi difÃcil vencer os primeiros 50 km, chegando perto do aeroporto internacional do paÃs e, de lá, pegar a estrada para Linden, a segunda maior da Guiana. Aproveitamos também para encontrar os primeiros postos abertos e encher não só o tanque da Fiona, mas também o galão extra de 30 litros que temos.
O único posto nos 450 Km entre Linden e Lethem, na Guiana
Outra coisa que tivemos de fazer foi tirar a água do filtro de combustÃvel. Desde que saÃmos de Curitiba, em maio do ano passado, ainda não tÃnhamos tido problema com a qualidade do combustÃvel. Não é que hoje, de madrugada, saindo de Georgetown, o carro começou a reclamar? Lei de Murphy total! Justo no escuro, atravessando a sombria periferia de Georgetown! Justiça seja feita, o combustÃvel no tanque ainda era do Suriname... Bom, "sangramos" o filtro (tem uma tornerinha para isso) lá no posto e seguimos viagem.
Encontro fortuito com o casal brasileiro do projeito "Bordas do Brasil" no único posto nos 450 Km entre Linden e Lethem, na Guiana
Seguimos na boa estrada até Linden, pouco mais de 100 km ao sul de Georgetown. AÃ, entramos na cidade, compramos um lanche e seguimos em frente, prontos para enfrentar a estrada de terra que começava logo depois da cidade. Cerca de 450 km até a fronteira com o Brasil. O único posto no caminho daà a 80 km. A famosa estrada que já foi conhecida como a "pior da América do Sul", ou a "grande aventura sulamericana", dependendo do ponto de vista, bem ali, à nossa frente.
A deserta estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana
Dizem que a estrada já foi bem pior do que é hoje. E na época chuvosa, ainda fica muito ruim. Aqui na Guiana, assim como no Suriname e Guiana Francesa, o mês de Abril é conhecido como veranico, dividindo duas estações muito chuvosas. É um mês de refresco. Deste modo, acabamos enfrentando muito mais poeira do que barro. Buracos também, claro. Dá para manter uma velocidade média de uns 40 km/h. Em alguns trechos melhores, quase o dobro disso. Mas, quando a gente empolga, aparece um buracão e é aquela cacetada...
Propaganda dos festejos na cidade de Lethem, na fronteira de Guiana e Brasil. Muita poeira e barro pela frente...
Ainda antes de chegar no posto, a Fiona voltou a reclamar do combustÃvel. Dessa vez, fizemos um "sangramento" mais minucioso do filtro, tirando muita água lá de dentro. Depois dessa limpeza, ela não reclamou mais. E assim, seguimos até o posto, região onde a estrada era um pouco melhor. No posto, compramos mais um lanche e estávamos tirando umas fotos quando, para nossa surpresa, apareceu mais um carro brasileiro!
Depois de mais de 200 km de terra, chegamos à travessia de balsa do rio Essequibo, no caminho para Lethem, na Guiana
Era também uma expedição com um casal, o pessoal do www.bordasdobrasil.com.br. Como o próprio nome indica, eles estão dando a volta no Brasil. SaÃram no inÃcio do ano e já fizeram uma boa parte do trajeto. Só falta descer do Amapá até o EspÃrito Santo e, de lá, voltar para Minas, de onde eles são. Aliás, que sotaque gostoso, hehehe! O site deles é muito legal e recomendo uma visita! Já deu para pegar várias dicas lá! Por falar em dicas, nós também demos várias para eles. Afinal, eles não tinham encontrado ninguém na internet que tivesse feito esse trajeto que acabávamos de fazer. Enfim, foi um encontro muito jóia, muita troca de informações e fotos. E que coincidência! A gente se encontrar justo naquele posto, o único da longa estrada. As únicas expedições brasileiras a cruzar esses paÃses em tanto tempo, sem combinar nada, sem se conhecer, acabar se encontrando ali. É... o que tem de acontecer, acontece!
Socializando na travessia do rio Essequibo, Ã caminho de Lethem, na Guiana
Eles nos recomendaram muito que a gente dormisse no meio do caminho, que a estrada para frente estava muito ruim. O próximo ponto de referência era uma passagem por balsa do maior rio do paÃs, o Essequibo. A gente decidiu que, pelo menos até lá, irÃamos. Há uma balsa de hora em hora e conseguimos pegar a balsa das duas. Juntos conosco, mais uns cinco carros, todos indo até Lethem onde, nesse feriado de páscoa, acontece um grande rodeio, festa que movimenta todo o paÃs. Tanto que todo mundo que conversávamos, desde que entramos no paÃs, nos perguntava se estávamos na Guiana por causa do rodeio. Também em Georgetown, quando fomos procurar agências para nos levar à Kaiteur, ficamos sabendo que não haveria passeios durante o feriado porque todos os aviões estavam fretados para irem até Lethem. E os mais corajosos indo de carro. Assim, a estrada estava "movimentada". Para os seus padrões, claro! Ao invés de um carro a cada meia hora, tinha um carro a cada 10 minutos!
A precária estrada de terra de 450 km entre Linden e Lethem, na Guiana
Enfim, passamos a balsa e resolvemos seguir até a reserva de Iwokrama. Na verdade, ela já começa logo depois da balsa onde há, inclusive, um posto policial onde devemos mostrar nossos papéis. Mas, uns 80 km mais à frante, tem uns lodges onde se pode dormir. Além do lodge, tem o que eles chamam de "canopy walk-way", um longa passarela construÃda sobre a copa das árvores. Não resistimos e resolvemos visitá-la.
Caminhando na mata na reserva de Iwokrama, na Guiana
Um espetáculo! Muito bem construÃda, andamos a mais de 30 metros de altura, observando as árvores lá de cima, as montanhas ao longe e muitos pássaros. Estes, a gente mais ouvia do que via. O local é um paraÃso para os bird-watchers, que ficam horas e horas sobre as plataformas no alto das árvores, com suas lentes telescópicas, observando as dezenas de espécies que habitam a região. São os principais clientes do lodge.
Caminhando sobre a copa das árvores, na reserva de Iwokrama, na Guiana
Nós já ficamos muito satisfeitos só com a caminhada sobre as árvores. O canto dos pássaros foi o bônus. E, depois da caminhada, tivemos um outro bônus: um banho de chuveiro maravilhoso, num banheiro sem teto ou, melhor, cujo teto era o céu e aquela mata linda que tÃnhamos acabado de visitar. Muito legal!
Reabastecendo a Fiona na reserva de Iwokrama, na Guiana
AÃ, renovados pelo chuveiro, resolvemos seguir até Lethem, mais umas três horas à frente. Reabastecemos a Fiona com nosso galão e partimos para aproveitar a última hora de luz do dia. Depois, foi uma longa e paciente viagem até Lethem. De noite, sem a visão dos buracos, a velocidade média caiu bastante. Mas, devagarinho, devagarinho, chegamos! O Brasil já estava ali, do outro lado! Mas, à quela hora, a fronteira já estava fechada. Felizmente, a grande maioria das pessoas que vem para a festa chegarão amanhã e assim não foi difÃcil achar um quarto de hotel para nós. Depois de 15 horas na estrada, nós merecÃamos! Dormimos o sonho dos justos, bem pertinho do nosso paÃs. Como diria um impopular presidente americano: "Mission acomplished!"
Em uma plataforma sobre a copa das árvores, a 30 metros de altura, na reserva de Iwokrama, na Guiana
Mais duvidas:
França ainda exige visto de entrada?
Quantas travessias de balsa são feitas de Georgetown até Bonfim? Travessia é regular? Qual o custo?
Qual é parte "mais delicada" nas Guianas?
Resposta:
Olá Marcos
A França já não pede visto de brasileiro faz tempo, mas a Guina Francesa pede sim. Pelo menos, até o ano passado, pedia. O visto, fora ocasiões especiais, deve ser emitido pelo consulado francês mais próximo de sua cidade. No caso, seria em São Paulo.
Há uma ponte pronta ligando o Amapá à Guiana. Mas, pelo menos pela última notÃcia que tive, a burocracia impedia que ela fosse aberta. Então, só de balsa mesmo.
Entre Georgetown e Bomfim, senão me falha a memória, são duas balsas. As duas são regulares, não há nenhuma didiculdade em passar. Realmente, em todo o Arco Norte, a travessia mais chata, irregular e cara é a do Amapá para a Guiana Francesa.
A parte mais "delicada" foi, talvez, a segurança em Georgetown. Pelo menos, é o que nos disseram. A gente, sinceramente, não teve nenhum problema. Claro que tomando as precauções básicas de não caminhar de noite em lugares ermos.
Espero ter poddido ajudar. Se tiver mais dúvidas, pode mandar!
Um abraço
Adorei os comentários, as dicas e as fotos.
Pretendemos fazer uma viagem de motocicleta, saindo de Curitiba, Belem, Macapá, Oiapoque, Caiena, Paramaribo, Georgetown, Boa Vista....
Se puderem me enviar mais dicas pelo e-mail, agradeço imensamente.
Parabens...
Resposta:
Oi Marcos
Uma viagem e tanto! Tomara que dê certo.
Envie suas dúvidas especÃficas que terei prazer em ajudá-lo, sempre que puder. Uma dica que posso adiantar é a necessidade de visto para a Guiana Francesa e de seguro para as motos, nos três paÃses. O segro, vc consegue por lá mesmo, mas o visto, tem de conseguir antes, a não ser que tenha algum passaporte europeu...
Tem evitar a época de chuvas também, porque o trecho até Oiapoque e aquele que cruza a Guiana ficam bem prejudicados nessa época
um grande abraço
Sou jornalista, rondoniense, mas vivo em Roraima há mais de 35 anos. Li com bastante interesse o roteiro de sua viagem dentro da Guiana. Muito bom o material. Parabéns!
Resposta:
Olá Francisco
Legal que vc gostou!
Ainda vamos passar em Roraima mais uma vez, vindos da Venezuela. AÃ, vamos passaear mais por esse lindo e desconhecido estado da maioria dos brasileiros
Depois, seguiremos para o Amazonas e de lá para a sua Rondônia natal, que também desejamos muito conhecer!
De Rondônia para o Acre, de lá para o peru, BolÃvia e de volta para Rondônia, na famosa estrada que desce de La Paz para a amazônia.
Abs
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