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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Caminhando na deliciosa Alamo Square, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
San Francisco é mesmo uma cidade diferente do padrão americano. A começar pelo relevo. Construída sobre dezenas de colinas, mas com ruas sempre retas, não é de se estranhar que haja tantas ladeiras. No topo de quase todas elas, um parque com uma bela vista dos arredores. Entre as colinas, as diversas vizinhanças que, apesar de uma origem étnica diferente, como italiana ou chinesa, acabaram por se misturar ao longo do tempo.
Andando nos famosos bondinhos de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Outra coisa interessante é que várias dessas vizinhanças tem vida própria, uma arquitetura distinta e suas próprias atrações e restaurantes. Enfim, é quase como se fossem várias cidades dentro de uma só cidade. E cada uma dessas “pequenas cidades” merece ser visitada e bisbilhotada. Algumas tem como ponto forte seus museus, como a região do SOMA (SOuth ou MArket St.), outras o burburinho, como North Beach, outras a vista, como Fisherman’s Wharf, e algumas por sua história, como Chinatown e a região da Haight Street.
Andando nos famosos bondinhos de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Para ir de um bairro a outro, é preciso enfrentar as ladeiras ou dar uma longa volta pela orla. Pode-se, também, usar o eficiente e charmoso sistema de transporte público da cidade. O mais famoso (e caro!) deles é o Cable Car, ou bonde, que leva do Fisherman’s Wharf ao centro, ladeira acima, local de tantas cenas de filmes de cinema ou de seriados de TV. Quantas vezes já não vi carros de polícia em perseguição a bandidos (ou mocinhos!) por essas mesmas ladeiras...
Eu amo San Francisco! (Califórnia, nos Estados Unidos)
Outra opção é o trólebus (custa um terço dos seis dólares do bonde), que segue por toda a orla e nos deixa na Market Street, a principal rua do centro. Tem sempre também a opção dos táxis, de uma bicicleta alugada e, claro, das boas e velhas pernas. Com tantos bairros a serem explorados, muitas deles vizinhos entre si, a melhor opção é uma mescla de todos esses meios de transporte.
Ringue de patinação no gelo na Union Square, centro de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Por exemplo, é quase obrigatório pegar o bonde pelo menos uma vez. Afinal, só andar nele já é a própria atração turística. E foi assim que começamos nosso dia de ontem. Como já havíamos caminhado por North Beach e Chinatown no dia anterior, ontem foi a vez de pegar o bonde diretamente para o centro e, a partir de lá, botar as pernas para trabalhar. Pegamos o bonde a dois quarteirões do nosso hotel, subimos até o alto da Lombard Street, com direito a vistas magníficas da baía e da Golden Gate, muitas poses para fotos e seguimos até o centro, mais precisamente até a Union Square (o bonde nos deixou a duas quadras de lá).
O pomposo City Hall de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
A praça é cercada de grandes magazines e, nessa época do ano, tem uma concorrida pista de patinação no gelo. Depois das fotos de praxe e admirando a decoração natalina das vitrines de lojas de marca, seguimos caminhando para a Market Street, uma verdadeira avenida e, no seu lado sul, ao SOMA. Aí estão dezenas de museus e galerias de arte, concentrados principalmente ao redor da simpática praça de Yerba Buena. O sol que batia em seus jardins era irresistível e nós compramos um lanche numa saborosa boulangerie ali do lado e fizemos nosso piquenique observando o movimento da cidade, a torre da igreja de St. Patrick e as linhas modernas do MOMA (Museum of Modern Art), todos ali do lado. Alimentados, deixamos a visita aos museus para o dia seguinte e seguimos caminhando para a região do City Hall.
Casas vitorianas na Alamo Square, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
A prefeitura é o prédio mais vistoso da cidade, reconstruído logo depois do grande terremoto do início do século XX. Arquitetura clássica, colunas e cúpula em forma de abóboda, bem no meio de uma enorme praça. Muito fotogênico, mas a região é meio estranha, muitos mendigos e um clima meio pesado no ar.
Admirando arte de rua na mítica Haight Street, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Continuamos no mesmo sentido, deixando o City Hall para trás e entrando em um bairro bem mais amigável, casas no estilo vitoriano. Subindo a ladeira, chegamos à Alamo Square, uma das mais belas praças da cidade. A luz do fim de tarde batia na fileira de casas ao seu redor, toda a cidade espalhada em volta da praça, lá embaixo. Foi joia! “Um bom lugar para morar!” - logo imaginamos.
Mercado orgânico sob as imagens dos famosos roqueiros dos anos 60, na Haight Street, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Daí, seguindo para o sul e ladeira abaixo novamente, fomos para a rua mais famosa da cidade, a Haight. Essa foi a meca hippie dos anos 60 e 70, um ícone do movimento da paz e amor. Os hippies envelheceram, abriram seu próprio comércio, ficaram um pouco mais responsáveis, mas o espírito do movimento continua por lá. Desde simpáticos mercados de comida orgânica até lojas de discos de vinil com clássicos da década de 70, passando pelas lojas de marijuana e todos os seus derivados possíveis, a Haight ainda é um lugar muito especial, principalmente no seu cruzamento com a Ashbury, local tão frequentado por gente como Janis Joplin e Jimmy Hendrix.
Uma das mais famosas esquinas do mundo, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
A famosa Haight Street, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
As tais lojas de marijuana são uma atração à parte. Aqui na Califórnia, com a devida receita médica, pode-se comprar e consumir a maconha. E ela é vendida em todas essas lojas da Haight. Para quem não tem a receita, pode-se comprar camisetas que fazem apologia das benesses da planta, granola que a usa como um dos ingredientes e até linha para costura, feita com a fibra da marijuana. Têm também dezenas de cremes, cachimbos e tudo o que possa se relacionar com ela.
Na Haight St. pode-se encontrar várias lojas como essa! (em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos)
Marijuana, só com prescrição médica! (na Haight St., em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos)
Para quem quiser algo menos controverso, vários bares se espalham pelo quarteirão, com boa cerveja e boa comida. Nós ficamos tentados, mas ainda resolvemos dar uma corrida até o parque ali do lado, o maior da cidade, o Central Park de San Francisco, o Golden Gate Park (apesar da ponte não estar ali!). Já era bem tarde quando chegamos lá, pois nessa época do ano, aqui em San Francisco, o sol está se pondo antes das cinco da tarde (que saudade dos dias longos, com luz até as 10 da noite...). Então, só caminhamos por uma parte desse imenso parque. Atrações como o Jardim Botânico e o Japonese Tea Garden já estavam fechadas. Mas nossos quarenta minutos por lá foram mais do que o suficiente para se ter uma ideia da imensa e agradável área verde que é essa, quase na região central da cidade. A comparação com o Central Park de Nova Iorque é bem justa!
Um dos muitos produtos feitos com a Cannabis, vendidos em lojas na Haight St., em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Japonese Tea Garden no Golden Gate Park, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Já estava escuro quando saímos do parque. Engraçado como nesse país, mesmo em áreas ermas, temos a sensação de segurança. Se estivéssemos na nossa querida América Latina, em algum lugar parecido, certamente estaria mais preocupado. Mas, enfim, 10 minutos mais tarde e já estávamos de volta às luzes e movimento da Haight. Aí, instalamo-nos em um dos movimentados bares, lubrificamos as gargantas e comemos um delicioso prato de salsicha feita na casa. Falamos ao telefone com o Sidney também e ele estava animado para uma nova noitada.
O lindo céu de fim de tarde em caminhada no Golden Gate Park, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Então, resolvemos nos dividir. A Ana seguiria com o Sidney e eu, fiquei com uma vontade louca de voltar ao nosso hotel caminhando, cruzando toda a cidade. Pouco mais de 5 quilômetros através de vários bairros, subindo e descendo ladeiras. Foi uma delícia! Passei por ruas desertas e outras bem movimentadas, pela Alamo Square novamente e até lá no alto da Lombard Street, de onde tive magnífica vista da baía. Àquela hora, praticamente sem turistas, desci calmamente a rua mais torta do mundo. Só está faltando voltarmos aqui de dia, com a Fiona, para o devido registro! Dali para o hotel foram mais quinze minutos (a caminha toda deve ter durado 90 minutos). Foi só o tempo para tomar um banho e me acomodar na cama que minha esposa chegava também...
Do alto de Twin Peaks, a bela visão noturna de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
O conhecida região de Castro, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Eles estiveram na famosa região do Castro, o bairro que virou o quartel general do movimento gay nos anos 70. Com os preços de casas na área da Haight muito altos e com problemas de segurança, os gays que se mudavam para San Francisco naquela época descobriram essa nova região, com preços em baixa, antigas casas vitorianas, charmosas e com muito espaço. Foi aqui também que apareceu a figura de Harvey Milk, o maior símbolo do movimento civil de direitos dos gays. Teve uma história de vida impressionante e que, infelizmente, terminou em tragédia. Foi assassinado em 78, junto o com o próprio prefeito da cidade, por outro funcionário da prefeitura, num crime que comoveu San Francisco e todo o país. Figura emblemática, era muito querido, não só na comunidade, mas também por vários outros setores. Combateu com sucesso uma ridícula proposta de lei que obrigaria a demissão sumária de todos os professores do país que fossem ou defendessem os direitos dos gays. Um bom exemplo de como sua atuação não se restringia a esse setor, foi de sua autoria a lei que obrigava as pessoas limparem as fezes de seus próprios cachorros, quando os levassem para passear. Portanto, é a ele que devemos agradecer quando podemos caminhar despreocupados pelas trilhas dos diversos parques e praças da cidade por onde tantos cães também passam.
Harvey Milk, um dos grandes heróis de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
O Financial District de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
O dia de hoje também foi de caminhadas, embora não tão longas. Dessa vez, fomos até o centro de Street Car (trólebus) e descemos no Financial Districit. Pois é, San Francisco também tem seus prédios altos e executivos engravatados. Caminhamos daí até a Yerba Buena pela movimentada Market Street. Voltamos à nossa boulangerie preferida para nosso almoço tardio e, em seguida, para os museus. Tentamos primeiro o interessante museu sobre a diáspora africana, mas para nossa decepção, estava fechado em plena terça-feira. Então, nova divisão de forças: a Ana, para o excelente e caro MOMA e eu para o barato e sem graça museu de cartoons. Ainda bem que a máquina fotográfica ficou com ela, hehehe.
O MOMA, Museu de Arte Moderna, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
O MOMA, Museu de Arte Moderna, em San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Reunidos de novo, nova caminhada até o bar onde seria comemorado o aniversário do Sidney. Muita gente interessante, de todas as cores, credos, idades e sexos. Ficamos muito amigos de um simpático senhor de 65 anos de idade, para quem o Sidney trabalha de vez em quando. Ele e várias outras pessoas com histórias de vida tão distintas e interessantes fizeram dessa nossa noite uma verdadeira aula. Foi muito legal e ainda teve bolo de aniversário com velas e tudo, ao final.
Conversando com o simpático "Bongo", no aniversário do Sidney em bar de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Quer dizer, não foi bem o final, pois daí ainda seguimos para outro bar, onde havia uma apresentação de legítimo forró brasileiro. Na verdade, mais legítimo ainda, forró pé de serra nordestino! Muito bem cantado e “sanfonado” pelo Seu Francelino, com seu baião e trajes do sertão. Difícil acreditar que estávamos em San Francisco e não em Campina Grande, Paraíba. Para completar a noite brasileira, ainda voltamos de táxi para nosso hotel com um motorista brasileiro. Ele é goiano, como a grande maioria dos brasileiros que vivem em San Francisco. Só na empresa que ele trabalha, são 400 (isso mesmo, quatrocentos!) motoristas goianos. Veio um primeiro, que chamou um amigo, que chamou um parente, que chamou outro amigo e hoje, San Francisco é praticamente a capital de Goiás. Vivendo e aprendendo, não tinha a menor noção disso!
A hora do bolo no aniversário do Sidney, em bar de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
Amanhã, é dia de despedida da cidade. Nos planos, uma visita à Alcatraz e, depois, já de Fiona, um pulinho na Lombard e outro na Golden Gate. Nossa querida companheira merece conhecer esses lugares também! Depois, já de tarde, Berkeley! E a vida não para...
Autêntico forró na noite de San Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos
A sua caminhada me lembrou a caminhada do personagem Gil em Meia Noite em Paris.....só faltou o teletransporte para alguma cena do passado. Pelos seus relatos tenho certeza que vc ia adorar rsrsrsrsrs
PS: Alguma novidade do livro?! Estou na espera para comprá-lo hauahauhau
Resposta:
Puxa, quanta honra! Ser comparado ao Woody Allen já é demais, hehehe! Nossa, mas como eu adoraria poder me teletransportar para algum lugar no passado. Já pensou, 1000dias por toda a História?
Então, ainda estamos na fase de planejamento do livro. Difícil resumir 1000dias com tantas histórias em 200 páginas. Mas ele vai sair, pode ter certeza! E vai ser mais de um!
Um abraço
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