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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Degustando vinho na vinícola San Huberto, em Mendoza, na Argentina
Mendoza é uma cidade deliciosa de se caminhar. Ruas largas e arborizadas, muitas praças, bares, restaurantes e sorveterias em cada esquina. Mas a principal atração turística, e que tem atraído cada vez mais visitantes à cidade, não está no centro, mas nas cercanias da Mendoza. A região é responsável pela produção de quase 70% do vinho da Argentina, boa parte vinda de pequenas vinícolas familiares com tradição de gerações. Um prato cheio (ou seria melhor dizer “copo cheio”?) para todos os admiradores dessa bebida e do chamado “enoturismo”.
Visita à vinícola San Huberto, em Mendoza, na Argentina
Uma das plantações da vinícola San Huberto, em Mendoza, na Argentina
Era exatamente isso que queríamos no nosso primeiro dia na cidade: passear por algumas das dezenas de vinícolas da região. O problema é que se fôssemos até elas de Fiona, um de nós não poderia degustar os vinhos, pois a lei seca funciona por aqui também! Bem, esse foi um problema fácil de resolver, já que são dezenas de agências de turismo no centro da cidade que oferecem o “wine tour”. Quase todos esses passeios nos levam a duas vinícolas e uma produtora de azeite, outro produto importante da região, afinal o mesmo clima que é bom para as uvas, é bom para as oliveiras e os mendocinos já descobriram isso faz tempo.
Barris de carvalho durante visita à vinícola San Huberto, em Mendoza, na Argentina
Barris de carvalho durante visita à vinícola San Huberto, em Mendoza, na Argentina
A van da operadora foi nos buscar no hotel e junto com outros poucos clientes, seguimos para a periferia da cidade. A cidade de Mendoza tem apenas 150 mil habitantes, mas a grande Mendoza, que inclui os municípios adjacentes, tem mais de um milhão, o que a faz a quarta maior cidade do país, atrás apenas da capital, Córdoba e Rosario. Junto conosco, uma guia simpática e inteligente que foi nos dando aulas sobre a história da cidade, do vinho e das principais uvas que se plantam por aqui.
Equipamentos antigos da vinícola San Huberto, em Mendoza, na Argentina
Visita ás instalações da vinícola Florio, em Mendoza, na Argentina
A produção de vinho se iniciou junto com a colonização, já na segunda metade do séc. XVI. Não era um vinho de qualidade e sim de quantidade. Durante séculos a água que se bebia não era tratada e a melhor maneira de purificá-la era adicionando um pouco de vinho. Era um costume de todo o país, o que fazia da Argentina um dos maiores consumidores per capita do mundo dessa bebida.
Visita à vinícola San Huberto, em Mendoza, na Argentina
Visita à vinícola Florio, em Mendoza, na Argentina
Já no final do séc. XIX, a construção de uma ferrovia ligando a cidade à capital abriu um enorme novo mercado para os vinhos de Mendoza. A água agora já era tratada e não necessitava adição de vinho, mas a bebida era a preferida das classes mais baixas e era a quantidade da produção que ainda importava. O mercado interno absorvia toda a produção enquanto a classe mais abonada e requintada continuava preferindo a qualidade de vinhos europeus.
Equipamentos antigos da vinícola San Huberto, em Mendoza, na Argentina
Aprendendo sobre os vinhos da vinícola Florio, em Mendoza, na Argentina
Foi quando, na década de 60, outra mudança fundamental ocorreu. A cerveja começou a ganhar o espaço do vinho no gosto nacional e as vinícolas, para sobreviver, tiveram de buscar outro mercado: o internacional. Para isso, começou-se a investir em qualidade. Finalmente, e isso foi bem recente, o vinho argentino ganhou as prateleiras internacionais, consequência de muito investimento, paciência e técnicas desenvolvidas. A região de Mendoza liderou esse processo e a uva que mais se adaptou foi a Malbec.
Degustando vinho na vinícola San Huberto, em Mendoza, na Argentina
Bom para nós, brasileiros, que hoje não só temos bons vinhos argentinos em nossas cidades a um preço bem acessível, como ainda podemos viajar para Mendoza e nos presentear passeando em suas vinícolas. O clima seco, o frio das montanhas e a água medida na quantidade exata, já que vem toda ela de irrigação, sem o risco de uma temporada de chuvas, fez daqui o paraíso dessas vinícolas.
Chegando à vinícola Florio, em Mendoza, na Argentina
Parreiral na vinícola Florio, em Mendoza, na Argentina
Tudo isso aprendemos como nosso guia até chegarmos às vinícolas. Tipicamente, eles nos levam a uma vinícola grande, já quase industrial, e outra menor, ainda bem familiar. Em ambas, fazemos um tour pelas plantações e depois pelas instalações onde as uvas são processadas. Por último, o aguardado momento da degustação, quatro ou cinco tipos de vinhos, entre brancos e tintos. É claro que não provamos das linhas mais caras, mas as garrafas estão lá, a venda, nos tentando. Enquanto isso, a gente tenta se satisfazer com as linhas mais baratas e intermediárias.
Oliveiras da produtora de azeite Laur, em Mendoza, na Argentina
Árvore carregada na produtora de azeite Laur, em Mendoza, na Argentina
Depois das vinícolas, seguimos para uma fazenda de produção de azeites. Nessa viagem, nós já havíamos estado em vinícolas em vários países, como Brasil, EUA e Canadá, mas produção de azeite, hoje foi a primeira vez. Oliveiras são árvores lindas e apenas passear entre elas já vale a visita, mas fazemos muito mais do que isso.
Antigo equipamento utilizado na produtora de azeite Laur, em Mendoza, na Argentina
Venda de azeitonas na produtora de azeite Laur, em Mendoza, na Argentina
Eu nunca gostei de azeitonas, mas aprendi a gostar de azeite na vida adulta e, com a idade, passei a adorá-lo. Desde que tenha qualidade, claro! Nossa lua de mel foi na Turquia e lá percebi que eu poderia viver por um bom tempo só de pão, queijo de cabra e azeite (Hmmm... só de me lembrar, dá água na boca!). Mas, enfim, nunca tinha feito uma degustação de azeite, que foi como fechamos nossa visita. Eles servem pão também, embora o recomendado seja provar o azeite puro. Eu até tentei, mas bom mesmo é com pão e, ao final, foi assim que me esbaldei ao mesmo tempo em que aprendia as especificações de “virgem” e “extra-virgem”. Se for para viver só de pão e azeite, escolha o extra-virgem!!!
Hora da degustação na visita à produtora de azeite Laur, em Mendoza, na Argentina
Linha de produtos da produtora de azeite Laur, em Mendoza, na Argentina
Muito vinho e azeite depois, fim do passeio. A van nos trouxe de volta ao hotel onde descansamos um pouco para enfrentar outra vez a night mendocina. É uma das baladas mais agitadas do país, dezenas de bares e restaurantes com mesas para fora aproveitando o clima sempre ameno. Lugar ótimo para ver gente bonita e animada. Encontramos um bom lugar para comer e ficamos ali, vendo a vida passar. A comida estava boa, assim como a bebida, mas as fotos que aparecem nesse post são da noite de ontem, quando comemos e bebemos com qualidade. Hoje, depois de tanto vinho, ficamos na cerveja mesmo.
Vinho e couvert para ir abrindo o apetite em jantar em Mendoza, na Argentina
Delicioso jantar no Azafrán, em Mendoza, na Argentina
Amanhã, começamos o dia fazendo turismo na cidade mesmo. Aproveito então para contar um pouco da história daqui, que nossa guia nos ensinou hoje. Depois, vamos a mais uma vinícola e iniciamos nossa longa viagem cruzando o país, rumo a Buenos Aires. Mais uma vez, estamos com viagem marcada e temos data para chegar. Mais um assunto para o próximo post, mas adianto que tem a ver com uma certa viagem de barco rumo a um certo continente gelado, hehehe.
Celebrando nossa chegada à Mendoza, na Argentina, terra dos vinhos hermanos
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