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Karina (27/09)
Olá, também estou buscando o contato do barqueiro Tatu para uma viagem ...
ozcarfranco (30/08)
hola estimado, muy lindas fotos de sus recuerdos de viaje. yo como muchos...
Flávia (14/07)
Você conseguiu entrar na Guiana? Onde continua essa história?...
Martha Aulete (27/06)
Precisamos disso: belezas! Cultura genuína é de que se precisa. Não d...
Caio Monticelli (11/06)
Ótimo texto! Nos permite uma visão um pouco mais panorâmica a respeito...
Escultura do patrono da igreja de San Francisco de asis, em Taos, no Novo México, nos Estados Unidos
Depois da nossa temporada em Boulder, no Colorado, era a hora de rumar para o sul, para um novo estado. O penúltimo da nossa estadia aqui nos Estados Unidos. Estou falando do Novo México, por onde já passamos uma vez e nos maravilhamos com Santa Fé, no começo do ano passado. Agora, passamos aí pertinho, outra vez. Mas o destino era outro: a cidade de Las Vegas. Não aquela famosa, dos cassinos, que fica em Nevada, mas uma outra, mais antiga e charmosa, a primeira Las Vegas do país.
Fiona em frente ao nosso hotel na histórica Las vegas, no Novo México, nos Estados Unidos
Até por isso, na verdade, a “outra” Las Vegas é aquela famosa. Essa aqui é a original. Nascida no tempo que o Novo México ainda fazia parte do velho México. Essa é a explicação da cidade ter uma grande praça central, cercada de prédios pomposos, bem ao estilo espanhol. Aliás, para quem não é fã de cassinos e nem está atrás de mega shows ou baladas, a Las Vegas do Novo México é bem mais charmosa que a Las Vegas de Nevada. Tão simpática que já atraía grandes nomes do faroeste americano, gente como Wyatt Earp, Jesse James e Billy the Kid. Todos eles frequentaram Las Vegas nos áureos tempos da ferrovia, momento em que a cidade viveu seu auge.
Estátua na praça central de Las Vegas, no Novo México, nos Estados Unidos
Tradicional hotel da pequena Las Vegas, no Novo México, nos Estados Unidos
A ferrovia se foi e a cidade se acalmou. Desde a década de 50 que ela parou de crescer, retendo o charme de antigamente. A praça central é uma delícia, assim como o hotel Plaza, o mais tradicional de Las Vegas. Com um enorme pé direito, cada um de seus antigos quartos é um deleite e uma viagem no tempo. Nós viemos só para passar a noite, mas como decidimos visitar o pueblo de Taos, mais ao norte, acabamos dormindo uma segunda noite.
Nossa rota de Boulder (CO) para Las Vegas (NM) e depois, de volta para Taos
Pois é, depois de termos chegado à Las Vegas, resolvemos retroceder um pouco e visitar a histórica Taos, um pouco ao norte. O que nos fez retroceder foi descobrir que essa pequena cidade é, nada mais nada menos, a mais antiga cidade continuamente habitada dos Estados Unidos.
Lago completamente congelado perto da histórica Las Vegas, no Novo México, nos Estados Unidos
Taos foi ocupada aproximadamente no ano 1200, mas ninguém sabe ao certo. O que se sabe é que os primeiros habitantes vinham do norte, da região do Four Corners. Exatamente daquela área que visitamos recentemente, que deixou belíssimas cidades hoje protegidas pelo Mesa verde National Park. Resumindo, os habitantes de Taos são descendentes dos pueblos, a civilização que tanto me surpreendeu alguns dias atrás. Diante disso, nós não poderíamos deixar de ir lá!
A tradicional e centenária igreja de San Francisso de Asis, em Taos, no Novo México, nos Estados Unidos
Oferendas nos muros da tradicional igreja de San Francisco de asis, em Taos, no Novo México, nos Estados Unidos
A estrada secundária que liga as duas cidades passa ao lado de lagos congelados e chega na “Nova” Taos. “Nova” é jeito de dizer porque ela é do tempo da colonização espanhola, do século XVII. Ou seja, mais antiga que 99,9% das outras cidades americanas. A cidade tem um centrinho histórico atraente, mas o prédio mais interessante fica na periferia, uma igreja multicentenária, também do tempo espanhol, em honra a São Francisco de Assis. Arquitetura típica da região, construção em adobe. Nos muros ao redor, diversos sacos de papel, homenagens à parentes e familiares mortos e enterrados no município. Um charme só, tanto na sua simplicidade interna como na sua formosura externa.
A tradicional e centenária igreja de San Francisso de Asis, em Taos, no Novo México, nos Estados Unidos
Conhecida a nova, partimos para a velha, toda em adobe, casas geminadas em legítimo estilo Pueblo, chegando a ter cinco andares, uma mistura de pombal com colmeia, tendo ao fundo a belíssima montanha de Taos, um centro de esqui da região.
Chegando ao mais antigo pueblo dos Estados Unidos, Taos, no Novo México, nos Estados Unidos
Para nossa grande sorte, chegamos lá bem em dia de festa. Não é muito comum ao longo do ano, mas nessa época até que tem bastante, nos disseram. Poderíamos assistir a danças sagradas, mas a nossa sorte tinha um preço: em dias de festa, máquinas fotográficas são estritamente proibidas. Assim, a experiência maravilhosa que lá tivemos ficará para sempre marcada em nossas memórias, mas não teremos uma bendita foto de lá. Ainda perguntamos se poderíamos fotografar depois que a festa acabasse, mas eles foram irredutíveis. A proibição não era apenas para a festa, mas para o “dia de festa”.
O pueblo de taos, no Novo México, nos Estados Unidos (foto obtida na internet)
Na verdade, isso só me fez admirá-los ainda mais. Não estão atrás de dinheiro ou de comercializar sua cultura. Ao contrário, querem é preservar suas tradições. Querem poder dançar tranquilamente sem que desconhecidos fiquem ali, fotografando seus rostos, poses ou fantasias. Não estão na disneylandia ou em algum comercial de TV, mas na casa de seus antepassados. Há 800 anos!
Traje das danças sagradas do pueblo de Taos, no Novo México, nos Estados Unidos (obtido na internet)
Andar pelo Pueblo de Taos foi como sair dos EUA e entrar em outro país. Ruas de terra e cachorros andando livres pelas ruas. Para quem conhece o Tio Sam, sabe que isso não existe por aqui. Pelo menos, não fora de Taos. Realmente, o visual e o sentimento era de estarmos em alguma cidade da América Latina. Depois de tanto tempo, foi como estar mais perto de casa.
Visitando Taos, a cidade mais antiga dos Estados Unidos, com mais de 700 anos, no Novo México
A tal festa consistia em dois ou três grupos de indígenas cantando e dançando em lugares diferentes da pequena cidade. Formavam um grupo compacto, homens ao centro e mulheres em volta, cantando em seu idioma milenar. Para nossos ouvidos destreinados, parece até que só há vogais nesses cânticos. Mas, o mais legal são as fantasias, peles e cabeças de animais, na sua maioria bisões, mas alguns elks também. Os indígenas, principalmente os homens no centro, depois de horas cantando e dançando, parecem estar em transe. Algo devem ter tomado antes.
O céu pintado de vermelho durante um memorável pôr-do-sol nas imediações de Taos, no Novo México, nos Estados Unidos
Para nós, parecia tudo um filme. Um filme muito real, no cenário perfeito e com os atores certos. Difícil explicar a sensação, mas foi, de longe, o mais intenso contato que tivemos com a cultura indígena desse país. A mais verdadeira, a mais real, a mais realista, a mais emocionante. A cada momento, a gente se olhava e dizia: “Nossa! Que sorte estarmos aqui! Que benção ter a chance de presenciar isso! Que oportunidade fantástica! Cadê nossa máquina fotográfica??? Socoooorroooo!!!”.
Aquecendo-se na fogueira, em pleno campo nevado, nas imediações de Taos, no Novo México, nos Estados Unidos
Pois é, ficamos mesmo sem fotos de um dos momentos mais incríveis desses 1000dias. Depois, procuramos alguma coisa pela internet, mas verificamos que os índios são mesmo rigorosos com suas proibições. Não achamos nenhuma foto. Ao mesmo tempo que queria achar, que legal que não achei! Não é a toa que eles já eram tão temidos pelos espanhóis (a cada 20 anos, havia uma revolta e matavam o padre de plantão, além de botar fogo na igreja) e pelos americanos (mataram o governador do Novo México, assim que os americanos tomaram o estado dos mexicanos). O espírito aguerrido vem de longe! E a cultura ainda está aí, nas casas, nas danças e até nos cachorros que andam livres nas ruas. E tem mais: o idioma deles não tem forma escrita. Linguistas até se interessaram em fazer, mas os anciões do povo simplesmente proibiram. Se há milhares de anos ele é apenas falado, passado de pai para filho, para quê escrevê-lo agora? Que personalidade!
O céu pintado de vermelho durante um memorável pôr-do-sol nas imediações de Taos, no Novo México, nos Estados Unidos
De volta para Las Vegas, ainda tivemos uma última e deliciosa surpresa. Ao cruzar um trecho de montanhas nevadas, fomos presenteados por um espetacular pôr-do-sol. O céu vermelho, pegando fogo, sobre a neve branca. Um grupo de esquiadores e motoristas de moto sobre a neve se reuniam ao redor de uma fogueira, em meio a um campo nevado, para admirar o espetáculo. Eu e a Ana ficamos na estrada mesmo, parados no acostamento, embasbacados com o show de luzes, cores e tons no céu. Nos meus pensamentos, a trilha sonora desse momento especial eram os cânticos indígenas da língua sem consoantes e que não pode ser escrita. Que rico ter vivido o dia de hoje...
Um espetacular pôr-do-sol nas imediações de Taos, no Novo México, nos Estados Unidos
Feliz com sua volta aos blogs, regurlamente, embora atrazados.
Quando poderei ficar sabendo por onde andam e o que terão
Feito meus filhos, já no dia seguinte?
Ainda bem que mesmo venturosamente, levam uma vida
sa-U-dável !
As fotos são lindas! Muita emoção! Cuidado com o fôlego!
Saudades e Bjs. Da Mm
Resposta:
Oi Mama
Feliz por voltar a escrever, também!
Agora, força total para tentar ficar mais atualizados. É tudo o que mais queremos!
Continue enviando comentários, pois isso nos serve de estímulo!!!
Beijos e muitas saudades
aqui do sul do México
Que inveja branca !!!!!!!!!!!!!
Resposta:
Oi Daniel
Inveja branca não faz mal, né?
Um abraço
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