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San Blás - O Paraíso dos Kunas

Panamá, San Blás, Portobelo

Mais uma das ilhas de San Blás, na costa do Panamá

Mais uma das ilhas de San Blás, na costa do Panamá


Após a tormenta sempre tem a calmaria... ou seria ao contrário? Enfim, 38 horas de navegação depois chegamos a San Blás!

Uma das ilhas paradisíacas do arquipélago de San Blás, na costa do Panamá

Uma das ilhas paradisíacas do arquipélago de San Blás, na costa do Panamá


Arquipélago na costa do Panamá com 378 ilhas, sendo apenas 49 delas habitadas. É uma província autônoma gerida pelos índios Kuna, que mantém suas tradições, costumes, língua e artesanatos, já adaptaram e modernizaram parte do seu estilo de vida.

Índias Kuna se aproximam do nosso veleiro para vender artesanato, em San Blás, na costa do Panamá

Índias Kuna se aproximam do nosso veleiro para vender artesanato, em San Blás, na costa do Panamá


Convivendo com o “homem branco” desde a chegada dos espanhóis na América, passando pela construção do Canal do Panamá e Segunda Guerra Mundial, os Kunas já estão um tanto quanto escolados e sabem bem defender o seu espaço. Um bom exemplo é a histórias de um gringo que construiu uma casa em uma das ilhas paradisíacas, com a ajuda e o conhecimento dos Kunas, até que quando ficou pronta os indígenas tomaram a casa e o expulsaram dali.

Indígenas Kuna, os habitantes das ilhas de San Blás, na costa do Panamá

Indígenas Kuna, os habitantes das ilhas de San Blás, na costa do Panamá


A sociedade é matriarcal, a mulher é o pulso firme, quem organiza e define os rumos de cada família e sociedade. Cada família possui uma ilha, que as vezes podem ser habitadas por mais até 3 ou 4 famílias. A pesca, o coco, o artesanato e o turismo são as principais atividades econômicas, podendo ser encontrados em algumas ilhas hotéis e áreas de camping. Os hotéis seguem o estilo e a arquitetura Kuna, são simples, feitos de madeira, bambus, redes no lugar de camas, luz e banheiro comunitário.

Moradias Kuna em San Blás, na costa do Panamá

Moradias Kuna em San Blás, na costa do Panamá


O artesanato é vendido de barco em barco pelas mulheres, que só se deixam ser fotografadas por 10 ou 15 dólares ou se você comprar uma de suas peças. Longas pulseiras multicoloridas, feitas de miçangas e mola-molas, coloridos tecidos trabalhados com uma técnica de recorte, sobreposição e bordados maravilhosos. É claro que eu não agüentei e acabei levando um com a representação de um cão com asas kuna.

Índia Kuna, representante da tribo que há séculos habita San Blás, na costa do Panamá

Índia Kuna, representante da tribo que há séculos habita San Blás, na costa do Panamá


As ilhas são um pedaço de areia com dezenas, quiçá centenas, de coqueiros. A maioria das vezes você pode dar a volta a pé em menos de 20 minutos. As suas águas esmeralda, areias brancas são a tradução perfeita do paraíso.

Muito sol e mar esverdeado no nosso segundo dia no arquipélago de San Blás, na costa do Panamá

Muito sol e mar esverdeado no nosso segundo dia no arquipélago de San Blás, na costa do Panamá


Sob as águas quentes do mar do Caribe, encontramos arraias chitas, naufrágios e toda espécie de vida marinha. Algumas ilhas possuem fundo de areia e plantas aquáticas que contribuem para o verde intenso da água.

Barco afundado em uma das ilhas de San Blás, na costa do Panamá

Barco afundado em uma das ilhas de San Blás, na costa do Panamá


Outras possuem costas rodeadas por arrecifes com diferentes formações e espécies de peixes. O scuba dive é proibido no arquipélago, mas só com uma máscara e um snorkel a diversão é garantida. No naufrágio encontramos milhares de christmas trees, nudibranchs e até um cardume de lulas, difícil de ser encontrado normalmente.

Banho de mar nas paradisíacas ilhas de San Blás, na costa do Panamá

Banho de mar nas paradisíacas ilhas de San Blás, na costa do Panamá


Explorando barco afundado em uma das ilhas de San Blás, na costa do Panamá

Explorando barco afundado em uma das ilhas de San Blás, na costa do Panamá


O veleiro aportou na primeira ilha no nosso terceiro dia pela manhã, aproveitamos o dia nadando e explorando as ilhas e as águas nos arredores. Una barbacoa de pollo na praia deserta e uma noite maravilhosa sob o céu de estrelas. No dia seguinte navegamos para a próxima ilha, onde encontramos os kunas e nadamos para a praia, onde tomamos a nossa primeira Balboa no barzinho da pousada. Nosso último dia nos reservava ainda uma surpresa.

Churrasquinho no fim de tarde em uma das ilhas de San Blás, na costa do Panamá

Churrasquinho no fim de tarde em uma das ilhas de San Blás, na costa do Panamá


O encontro com a Dana, mineira de Guaxupé, radicada em San Blás. Após alguns anos vivendo na Espanha, Dana e seu marido decidiram comprar um veleiro e hoje operam charters em San Blás. O barco é lindo, super confortável e o cardápio preparada pela chef deve ser de comer ajoelhado! Pena que só descobrimos no último dia... Mas fica a dica para quem quiser conhecer o arquipélago com boas companhias e um serviço especial!

Encontro fortuito com a brasileira Dana, que está morando e trabalhando em San Blás, na costa do Panamá

Encontro fortuito com a brasileira Dana, que está morando e trabalhando em San Blás, na costa do Panamá


Velejamos a ultima noite em direção à Porto Belo, noite tranquila, primeira em que não choveu e que pudemos dormir com janela e ar condicionado natural funcionando a noite inteira. Noite especial para ficarmos com as melhores memórias dessa aventura no paraíso na costa do Panamá.

Uma das ilhas paradisíacas do arquipélago de San Blás, na costa do Panamá

Uma das ilhas paradisíacas do arquipélago de San Blás, na costa do Panamá


Explorando uma das praias paradisíacas de San Blás, na costa do Panamá

Explorando uma das praias paradisíacas de San Blás, na costa do Panamá

Panamá, San Blás, Portobelo, Comarca Kuna, Indígendas, Kunas, Veleiro

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Viajando no México

México, Monterrey

Chegando perto da fronteira EUA-México, na região de Laredo, ao sul de San Antonio, no Texas

Chegando perto da fronteira EUA-México, na região de Laredo, ao sul de San Antonio, no Texas


Sempre que contamos que estamos viajando pelas três Américas uma das perguntas mais frequentes é “Vocês cruzam todo o México? Não é perigoso?”. Vejamos, a maioria das notícias internacionais do Brasil, afora dos recentes temas da Copa do Mundo e das Olimpíadas, é sobre a pobreza e a violência nas favelas brasileiras, tráfico de drogas, as UPPs e a ação do exército invadindo as favelas para lutar contra os traficantes. O Brasil não parece nada seguro por este ponto de vista, mas, bem ou mal, 200 milhões de brasileiros vivem no país, seguem suas vidas e uma minoria vivencia essa violência dos noticiários. Aqui no México não é diferente. O país é imenso, tem cidades lindas em todas as regiões e a violência está localizada em alguns estados onde os cartéis de drogas têm maior influência.


Visualizar Roteiro no México em um mapa maior

Na nossa passagem pelo México rumo aos Estados Unidos passamos por uma destas regiões, na costa do Pacífico, onde estão os Cartéis de Sinaloa, Michoacan e Guerrero, bem conhecidos por suas atrocidades. Em Guadalajara chegamos a estar bem perto de um grande motim onde os traficantes queimaram mais de 20 ônibus pela cidade depois de terem um de seus líderes preso pelo exército mexicano. Chegamos pela única estrada que dá acesso à cidade que eles não fecharam, não vimos nada e só fomos saber do ocorrido no dia seguinte através dos jornais. Agora chegamos novamente ao México em uma das áreas mais temidas pelos viajantes e inclusive por todos os mexicanos, o nordeste do país. Entramos pelo estado Taumalipas e cruzamos para Nuevo León, área comandada pelos Zetas, que dominam praticamente todo o Golfo do México até a península do Yucatán.

É fácil apontarmos os problemas mexicanos, mas esquecemos de que todo este circo está armado, pois o México é o vizinho do maior consumidor de drogas do mundo, os Estados Unidos.

Cruzando a fronteira entre EUA e México, em Laredo, no Texas. Lá estão as bandeiras de Canadá e Estados Unidos, mas onde está a do Brasil?

Cruzando a fronteira entre EUA e México, em Laredo, no Texas. Lá estão as bandeiras de Canadá e Estados Unidos, mas onde está a do Brasil?


O exército mexicano está em uma verdadeira guerra contra o narcotráfico e assim que cruzamos a fronteira é clara sua a presença nas ruas. Cruzamos com vários caminhões e jipes carregados de soldados, todos com suas metralhadoras em punho, encapuzados e alertas para qualquer movimento. Aqui vemos que o exército está realmente trabalhando, tiro o chapéu para estes meninos que, treinados, se enchem de coragem para defender o seu país de uns dos cartéis de drogas mais armados e organizados do mundo.

Números recentes mostram que 12.400 homicídios registrados em 2012 foram relacionados diretamente à guerra entre cartéis. Em resumo os traficantes estão se matando e nós temos que tratar de não estar no meio. Não há mistério, nós nascemos e crescemos em um país onde aprendemos a lidar com insegurança e aqui a regra não é diferente: não viaje durante a noite e fique o mais distante da fronteira possível. Dormimos em Laredo, a cidade fronteiriça do lado americano, para no dia seguinte dirigirmos pouco mais de 5 horas até a capital do estado de Nuevo León, Monterrey.

Depois de 9 meses viajando pelos países do primeiro mundo do nosso continente, sentimos um pouco do choque cultural que um americano deve sentir quando cruza a fronteira para o mundo latino pela primeira vez. Ele sai do seu mundo planejado e quase perfeito, de ruas limpas, cidades organizadas e se depara com a nossa realidade latino-americana. Sujeira, pobreza, desorganização, milhares de fios de luz, telefone, televisão passando de um lado ao outro da rua, com ou sem postes (vulgos gatos), falta de sinalização de tráfego, excesso de sinalização das bibocas dos centros de comercio, gente atravessando a rua em qualquer hora e qualquer lugar, uma loucura. Enfim, chegamos à nossa querida América Latina!

De volta ao visual das ruas latinas, em Monterrey, no México

De volta ao visual das ruas latinas, em Monterrey, no México


Um choque de realidade é sempre bem vindo, temos que lembrar que a maior parte do mundo é assim, pelo menos do nosso mundo. Um mundo que, apesar de todas as dificuldades, tem cor e sabor, tem personalidade, cultura e uma história incrível. Um mundo com alma onde as pessoas são autênticas, venturosas e transpiram alegria sem medo de viver e ser feliz! Bienvenidos a México!

De volta ao México! (em Monterrey, no norte do país)

De volta ao México! (em Monterrey, no norte do país)

México, Monterrey, Estrada, fronteira, roadtrip, roteiro, segurança

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Cruzando o Mar de Cortês

México, Mazatlán, Cabo Pulmo, La Paz Baja California

O sol nasce esplendoroso, na nossa viagem de ferry para a Baja California, no México

O sol nasce esplendoroso, na nossa viagem de ferry para a Baja California, no México


Hoje pegamos o Baja Ferry, ferry que cruza de Mazatlán para a cidade de La Paz na Baja Califórnia, ainda no México. Depois de mais um glorioso café da manhã na Plaza Machado, fechamos os equipamentos e fomos para o Porto de Mazatlán.

Café da manhã na praça, em Mazatlán, no México

Café da manhã na praça, em Mazatlán, no México


Geralmente eu tenho que ficar fora das burocracias portuárias, já que apenas o motorista pode entrar no porto para os trâmites. Aqui me fingi de boba e fui junto! Passamos por uma revista geral com uma perrita linda farejando o carro enquanto os simpáticos (e meio abusados) marinheiros mexicanos nos perguntavam sobre a viagem. Sabe como é, não podem ver uma mulher brasileira que acham que gosta de sacanagem e já vem com umas piadinhas abusadas. A sorte é que não negamos a raça e nosso jogo de cintura logo os desconcerta.

O enorme ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

O enorme ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


Fiona e companheiros aguardam para embarcar no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Fiona e companheiros aguardam para embarcar no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


Chegamos as 13h no porto, embarcamos pouco depois das 14h, a área de passageiros estava vazia ainda, apenas com os motoristas dos vários caminhões e carros que já tinham embarcado. São pelo menos 3 andares de carros, é impressionante como o ferry é imenso!

Dirigindo entre os vários andares do ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Dirigindo entre os vários andares do ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


O ferry oferece também cabines com e sem banheiro, mas já estavam lotadas quando compramos o ticket. Economizamos e aproveitamos para nos atualizar na sessão filmes Baja Ferry. Eu sabia que seriam 17 horas sentada naquele lugar, não tinha nada mais a fazer senão relaxar!

Subindo da garagem para os andares superiores no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Subindo da garagem para os andares superiores no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


Assiti: Buhos, um filme sobre a vida de um mundo de corujas, animação linda seguida por Homem Aranha, que eu já vi umas 2 vezes. Aí seguiram dois filmes, um sobre um menino que começa a jogar na NBA, outro pastelão americano sobre uma despedida de solteiro em Las Vegas, só filme de primeira qualidade! Hahaha!

Salão de passageiros no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

Salão de passageiros no ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


Tentei outras atividades para variar a programação de filmes ruins, mas vi que mesmo em um ferry grande como este eu enjôo se tento escrever, digitar ou ler... Até que, enfim, apareceu um filme interessante e que eu queria assistir há um tempão, o “Comer, Rezar e Amar” com a Julia Roberts. Embora não deva ser tão “profundo” quando o livro, mas passa uma mensagem positiva da vida, curti. Após o jantar de bandejão ainda assisti com o Rodrigo, apaixonado pelo Universo Marvel, o filme X-Man, o Início.

O refeitório do ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México

O refeitório do ferry-boat entre Mazatlán e La Paz, na Baja California - México


Dormir não foi nada fácil, o povaréu se espalhou pelo chão, poltronas e onde mais pudessem se enfiar tentando achar posições mais confortáveis, eu tentava desviar a atenção dos roncadores ou caminhantes noturnos. Após algumas péssimas horas de sono vi o sol nascer no horizonte do Mar de Cortês e ao fundo os primeiros sinais da Baja Califórnia.

Primeira visão da Baja California, no México

Primeira visão da Baja California, no México


Ainda deu tempo de assistir a mais um filme pela manhã, Inimigos Públicos, com o Johnny Deep, sobre bandidos dos anos 30 nos estados Unidos, muito bom! Chegamos no Porto de Pichilingüe perto das 9h da manhã e levamos 3 horas para desembarcar o carro e dirigir os 20km até a cidade de La Paz. Nossa primeira parada foi em uma borracharia, pois o pneu da Fiona vinha manco desde a Cidade do México. Sim, nós vimos ele no chão na casa do Rodz, enchemos e desde então viemos apenas controlando a calibragem. Hoje finalmente convenci o Ro a parar em uma borracharia e descobrimos um imenso parafuso enfiado na patinha da Fiona! Coitada!

O parafuso que estava alojado no pneu da Fiona, retirado em La Paz, na Baja California, no México

O parafuso que estava alojado no pneu da Fiona, retirado em La Paz, na Baja California, no México


Consertamos o pneu, tiramos o cadeado emperrado do nosso step, almoçamos em um restaurante de frente para o Mar de Cortês e pegamos estrada para o sul, nos afastando do nosso objetivo maior, o Alasca.

Hospital da Fiona em La Paz, na Baja California, no México

Hospital da Fiona em La Paz, na Baja California, no México


Normalmente não gostamos de baixar latitude, mas nesse caso o detour se faz necessário! As atrações mais turísticas da Baja Califórnia estão em Los Cabos, ponta da península. Não iremos até a badalada Cabo San Lucas, já está com demasiada infra-estrutura, gente e turistas para nós. Assim decidimos passar nossa primeira noite em um lugar mais íntimo com a natureza, o Parque Nacional Marinho de Cabo Pulmo! Foram duas horas de viagem, nos instalamos e preparamos as atividades do dia seguinte, nosso primeiro mergulho no Mar de Cortês!

Chegamos ao Mar de Cortez, no Cabo Pulmo, sul da Baja California, no México

Chegamos ao Mar de Cortez, no Cabo Pulmo, sul da Baja California, no México


Finalmente os Estados Unidos está aparecendo no nosso horizonte. São mais de 1.800km de estrada, atravessando praias e desertos para chegar até lá, mas a segunda principal barreira já foi ultrapassada, a primeira será a própria fronteira! Mas caaaalma, ainda temos muita história na Baja Califórnia pela frente!

Estrada corta o sul da Baja California, no México, a caminho do Cabo Pulmo

Estrada corta o sul da Baja California, no México, a caminho do Cabo Pulmo



Informações| Baja Ferry - www.bajaferries.com

México, Mazatlán, Cabo Pulmo, La Paz Baja California, América do Norte, Baja Ferry, Ferry, Transportation, Transporte

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Florestas Alagadas

Brasil, Amazonas, Manaus, Novo Airão

Um dos milharess de igapós em Anavilhanas, região de Novo Airão - AM

Um dos milharess de igapós em Anavilhanas, região de Novo Airão - AM


A imagem mais clara que tenho na minha cabeça sobre a Floresta Amazônica é das suas áreas alagadas. Boa parte das florestas passam 6 meses submersas e 6 meses secas. Esta dinâmica de águas desenvolveu no seu entorno uma grande biodiversidade de fauna e flora, o solo de várzea é permeável e as árvores adaptadas a vida embaixo d´água.

Árvore submersa sob mais de 5 metros de água, em Anavilhanas, região de Novo Airão - AM

Árvore submersa sob mais de 5 metros de água, em Anavilhanas, região de Novo Airão - AM


Hoje fomos explorar uma parte destas florestas, dentro do Arquipélago de Anavilhanas. O maior arquipélago fluvial do mundo, da Ilha da Sacada até a Ilha do Jacaré, com cerca de 400 ilhas, lagos, igarapés, igapó e paranás.

Passeando num dos lagos do arquipélago de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM

Passeando num dos lagos do arquipélago de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM


Algumas das ilhas de Anavilhanas ficam exatamente em frente à cidade de Novo Airão, são mais de 50 comunidades ribeirinhas no entorno da estação ecológica. Toda esta área é formada por um mosaico de áreas de preservação, parques nacionais, etc. É feito um grande esforço para aliar os interesses das atividades de subsistência destas populações, como pesca, caça e a exploração turística, à preservação deste ecossistema.

Chegando ao arquipélago de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM

Chegando ao arquipélago de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM


A Floresta Amazônica possui 3.500.000 km2, o equivalente a 40% do território brasileiro. São mais de 50 mil espécies de animais vertebrados, 2000 espécies de peixes, dentre elas o pirarucuu, peixe que chega a quase 3m de comprimento e vive nas áreas rasas próximas às margens. São mais de 300 répteis, sendo 175 espécies as serpentes, além dos lagartos e quelônios. Isso tudo sem falar dos mamíferos, mais de 500 e aves, 30% das encontradas em todo o mundo.

Camaleão vem nos fazer companhia no café da manhã na Pousada Bela Vista, em Novo Airão - AM. Ao fundo, o Rio Negro

Camaleão vem nos fazer companhia no café da manhã na Pousada Bela Vista, em Novo Airão - AM. Ao fundo, o Rio Negro


Vermelho, nosso guia, veio nos buscar com seu barco direto no nosso hotel, dali atravessamos o braço direito do Rio Negro, mais largo e raso, por isso tido como secundário. O braço principal passa à esquerda do arquipélago, em direção à Manaus. Ele é mais fundo e por isso possui um trânsito de grandes embarcações muito mais intenso. Entramos em um Paraná e logo encontramos um bando de botos cinza.

Um dos 'paranás' (grandes canais) do arquipélago de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM

Um dos "paranás" (grandes canais) do arquipélago de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM


Mais alguns minutos entramos em um igapó, um trecho de floresta alagada, passando próximos às copas de árvores imensas e até algumas árvores completamente inundadas. Impressionante é que elas sobrevivem, suas folhas continuam lá, embaixo da água verdinhas se esticando em busca de luz. Ali, entre seringueiras e cipós da orelha de elefante, encontramos um pequeno jacaré de um metro e meio que descansava atrás de uma sapopema, árvore de raízes imensas (parecida com a figueira).

Grande árvore na floresta inundade de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM

Grande árvore na floresta inundade de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM


Açaí, fruta muito comum em Novo Airão e em todo o estado do Amazonas

Açaí, fruta muito comum em Novo Airão e em todo o estado do Amazonas


A sapopema é a árvore utilizada para comunicação entre os índios e caboclos que vivem na floresta, batendo com um pau seu tronco e fazendo um barulho imenso. Nela encontramos também ovas de caramujos, parecia uma fruta do conde verdinha presa ao seu caule.

Grande caramujo na floresta inundade de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM

Grande caramujo na floresta inundade de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM


Seguimos e no caule de outra árvore encontramos uma tarântula dentro do seu casulo, Vermelho a cutucou até sair, toda peluda e terrível! Mais alguns paranás e igapós depois chegamos ao Apacú, o maior lago do Arquipélago de Anavilhanas.

Uma grande tarântula que habita a floresta inundada de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM

Uma grande tarântula que habita a floresta inundada de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM


Um mar que quase não podemos ver a outra margem, na cheia possui diversos acessos, porém na seca há apenas uma saída. Ali mergulhamos no meio do lago de águas escuras, avermelhadas e cada mergulho chamava a atenção dos nossos amigos botos cor-de-rosa, que logo apareceram por ali. Não demorou e os cinzas também apareceram e pudemos ver a rivalidade entre eles, barulhos, batidas e saltos nos deram uma ideia de como acontece este encontro.

O Vermelho, nosso guia e piloto em Anavilhanas, região de Novo Airão - AM

O Vermelho, nosso guia e piloto em Anavilhanas, região de Novo Airão - AM


Já no caminho de volta paramos rapidamente para uma foto em terra seca e vimos aquele lagarto “Jesus”, que se assustou, quando tentei tirar uma foto, e saiu correndo sobre a água! Sensacional a rapidez do bichinho! O passeio foi lindo e só nos deixou com vontade de voltar para conhecer ainda o Parque Nacional do Jaú, com matas ainda mais intocadas e uma noite na floresta.

Um pequeno visitante em nosso barco durante passeio ao arquipélago de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM

Um pequeno visitante em nosso barco durante passeio ao arquipélago de Anavilhanas, região de Novo Airão - AM


Durante o período de seca a paisagem muda completamente, barrancos, campinas, lagos fechados e dezenas de praias de areias claras se formam às margens de cada ilha. Cenários maravilhosos e outro tipo de diversão, com muito calor e água morna.

Rio Negro bem calmo num dia de muito sol em Novo Airão - AM

Rio Negro bem calmo num dia de muito sol em Novo Airão - AM


Despedimos-nos de Novo Airão em um delicioso almoço no restaurante Leão da Amazônia O simpático chefe francês Cristophe e seu sócio cearense possuem dois restaurantes na cidade. Ontem conhecemos a filial do centro, foi uma grande sorte! Chegamos tarde, logo após um evento onde almoçaram o Cônsul da Suíça e o Cônsul do Japão, encontramos queijos e pratos deliciosos já prontos.

Deck sobre o Rio Negro no restaurante Leão da Amazônia, em Novo Airão - AM

Deck sobre o Rio Negro no restaurante Leão da Amazônia, em Novo Airão - AM


Por isso quisemos aproveitar e hoje conhecer a sede principal, o Leão da Amazônia beira rio. Uma salada e um peixe encontro das águas, pirarucu com molho de açaí de um lado e molho branco com vinho e cebola flambada do outro. Tudo isso às margens do lindo Rio Negro. Bela despedida!

Muito bem alimentados, à beira do Rio Negro, no restaurante Leão da Amazônia, em Novo Airão - AM

Muito bem alimentados, à beira do Rio Negro, no restaurante Leão da Amazônia, em Novo Airão - AM


O retorno foi meio penoso, vim dirigindo na estrada tranquila, mas tivemos que ficar mais de uma hora na fila da balsa para Manaus. Sábado, não queríamos deixar de conhecer um lugar que nos foi indicado por Cristophe, o Wyndin Bar. A maior atração é o seu aquário com peixes locais, dois pirarucus de quase dois metros, tambaquis e tartarugas. É simplesmente fantástico. Dá pena ver estes peixes ali, mas é menos sofrido quando sabemos que eles chegaram ali ainda bebês e se acostumaram com aquele espaço. São duas fêmeas, lindíssimas, com quase 2m de comprimento, caudas largas e rosadas maiores de o corpo e a cabeça. Elas parecem ter uma relação ótima, são carinhosas e se acompanham o tempo todo, muito curioso.

Hipnotizado pelo aquário de um restaurante em Manaus - AM

Hipnotizado pelo aquário de um restaurante em Manaus - AM


Um dia mergulhados nas florestas alagadas, animais e peixes amazônicos. Deu para ter pelo menos uma ideia deste imenso e magnífico mundo verde, que estamos apenas começando a explorar.

Pirarucu nada em meio a Tambaquis no aquário de um restaurante em Manaus - AM

Pirarucu nada em meio a Tambaquis no aquário de um restaurante em Manaus - AM



Glossário das Águas
Igarapé – é um riacho que tem como origem uma nascente de água.
Igapó - uma ligação entre dois rios, ou lagos e rios dentro das florestas alagadas e que desaparecem na época de seca.
Paraná – uma ligação entre dois rios, ou lagos e rios que não seca, a não ser em secas excepcionais.

Brasil, Amazonas, Manaus, Novo Airão, Anavilhanas, arquipélago, Boto Cor de Rosa, Rio Negro

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Rota do Cangaço

Brasil, Alagoas, Piranhas

Navegando no rio São Francisco, próximo à Piranhas - AL

Navegando no rio São Francisco, próximo à Piranhas - AL


Partiu de Piranhas o barco que nos levou conhecer a Rota do Cangaço, chamada assim por fazer parte de um dos momentos mais importantes na história deste movimento. Foi logo aqui em frente à antiga Piranhas que lampião e mais 38 cangaceiros desceram o rio em canoas até um novo esconderijo, a Grota do Angico.

Grota do Angico, local onde Lampião e Maria Bonita foram mortos, em Canindé do São Francisco - SE

Grota do Angico, local onde Lampião e Maria Bonita foram mortos, em Canindé do São Francisco - SE


Foi a primeira vez que ficaram neste esconderijo, segundo o guia turístico do local. Lampião liberou os vigílias, já que os macacos pensavam que ele estava em outro esconderijo. O coitero de Lampião foi comprar alimentos na vila para todo o bando e despertou desconfiança entre os moradores da vila que avisaram a volante da cidade. Esta por sua vez reuniu três grupos de volantes das cidades vizinhas e imediatamente foram para o local.

Casa do coitero de Lampião, perto da Grota do Angico, região de Canindé do São Francisco - SE

Casa do coitero de Lampião, perto da Grota do Angico, região de Canindé do São Francisco - SE


As volantes subiram com metralhadoras das mais modernas, doadas pelos EUA para combate de guerrilhas ao Brasil. Lampião morreu com rajadas de metralhadoras e foi decapitado, Maria Bonita não teve a mesma sorte, pois morreu durante a decapitação. Suas cabeças foram expostas em Tapera e diversas cidades da região, como exemplo e represália aos cangaceiros que restaram. Ali não morreram apenas Virgulino e seus comparsas, morreu também o cangaço.

Foto de Lampião e seu bando exposta em restaurante próximo a Grota do Angico, em Canindé do São Francisco - SE

Foto de Lampião e seu bando exposta em restaurante próximo a Grota do Angico, em Canindé do São Francisco - SE


Eram 45 homens, que por mais cuidadosos e silenciosos que fossem, estavam na caatinga, pisando em folhas secas e carregando armamentos, perguntamos: como Lampião e seus homens não ouviram e perceberam a chegada dos policiais?

Navegando no rio São Francisco, próximo à Piranhas - AL

Navegando no rio São Francisco, próximo à Piranhas - AL


Alguns dizem que foi a cachaça que apagou o bando, o que eu duvido já que eram acostumados a beber todos os dias. Outros acham que armaram para eles, colocando alguma droga ou sonífero nas bebidas. O que aconteceu lá ninguém sabe ao certo e sem dúvida alguma esta é uma das faíscas que mantém acesa a chama da curiosidade e paixão pela história deste personagem tão controverso do nordeste e do Brasil.

Com os especialistas em cangaço, na Grota do Angico, região do Canindé do São Francisco - SE

Com os especialistas em cangaço, na Grota do Angico, região do Canindé do São Francisco - SE


Este mergulho na história foi entremeado por conversas divertidíssimas com os nossos amigos historiadores do cangaço, uma dose de pinga com caju e um tucunaré frito às margens do SanFran.

Nadando no São Francisco depois do passeio à Grota do Angico - SE

Nadando no São Francisco depois do passeio à Grota do Angico - SE


Depois de um mergulho e despedidas de tal local histórico foi que demos falta de um dos personagens mais importantes do 1000dias, o nosso querido celular! Voltamos, procuramos no restaurante e não encontramos. Ele só pode ter ficado ali, na mesa, no balcão ou então na trilha. Será este mais um dos mistérios que rondam a Grota do Angico? Lampião decidiu ficar com ele para fazer contatos imediatos de terceiro grau? Nosso amigo Nokia saiu dos 1000dias, mas entrou para a história do cangaço!

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Tartarugas Palasmas

Nicarágua, San Juan Del Sur

Tartaruga recém nascida caminha para o mar na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua

Tartaruga recém nascida caminha para o mar na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua


A Nicarágua é uma das principais áreas de anidação de tartarugas marinhas da espécie palasma, conhecida por nós como Tartaruga Oliva. Só aqui na Nicarágua são 4 praias que recebem centenas de milhares de tartarugas ao ano para depositarem seus ovos. Após viajarem toda a costa do pacífico, muitas vezes do extremo sul até o Alasca, elas retornam ao mesmo lugar onde nasceram para dar continuação ao ciclo da vida.

Placa informativa na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua

Placa informativa na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua


A caminho da famosa Playa Coco, ao sul de San Juan del Sur está localizada o Refúgio da Vida Silvestre La Flor. Uma praia muito especial que recebe sozinha quase 200 mil tartarugas Paslama por ano.

Registro com contagem de tartarugas na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua

Registro com contagem de tartarugas na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua


A principal época de desova é nos meses de setembro e outubro, se estendendo até novembro, porém durante todo o ano algumas mamães solitárias aparecem na praia para fazer seus ninhos. Durante 6 ou 7 dias ao ano, com a lua no quarto-crescente, acontecem as “arrivadas”, quando milhares de tartarugas chegam em massa, todas em um mesmo dia, para colocar seus ovos na mesma praia. O recorde registrado foram 8 mil tartarugas em um mesmo dia! Segundo os moradores locais, existem fotos da praia La Flor inteirinha preta, coberta por mamães palasmas parindo seus ovos, não se vê um só centímetro de areia!

Tartaruga em pleno 'trabalho de parto', na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua

Tartaruga em pleno "trabalho de parto", na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua


O Refúgio da Vida Silvestre La Flor possui funcionários, biólogos e guarda-parques, além de voluntários que ajudam na contagem e diferenciação de espécies, registrando a data de cada ninho para o acompanhamento do nascimento dos pequenos bebês. Um trabalho bem parecido com o do Projeto Tamar no Brasil. Depois de 45 a 60 dias começa a eclosão dos ovos e o nascimento das pequenas tartaruguinhas que irão lutar para chegar ao mar e passar por seus predadores ainda com vida. Suas chances aumentam bastante com a ajuda destes anjos da guarda, que acompanham cada uma delas no seu trajeto para o mar, assegurando que chegarão lá sãs e salvas.

Tartaruguas recém-nascidas e recolhidas na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua

Tartaruguas recém-nascidas e recolhidas na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua


Além dos predadores naturais, infelizmente ainda estão os seres humanos, que possuem o hábito de se alimentar dos ovos de tartarugas, costume dos antigos na região.

Ovos de tartaruga na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua

Ovos de tartaruga na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua


De San Juan del Sur partem tours quase todas as noites de diferentes hostales e custam em média 30 dólares para o transporte e a entrada do parque. Nós fomos de Fiona e pagamos 10 dólares de entrada cada um. Tivemos muita sorte, pois mesmo estando no mês de dezembro, conseguimos acompanhar a desova de uma mamãe palasma e o nascimento de dezenas de bebês! A melhor hora para assistir as tartarugas é a noite, portanto levem lanternas, de preferência com luz vermelha. A luz branca assusta as mamães e confundem as pequeninas que se guiam pela claridade do mar (reflexo da luz da lua na água), para chegar conseguir chegar até lá. Passamos algumas horas acompanhando e ajudando a mamãe a cavar seu ninho, buscando tartaruguinhas perdidas e colocando-as no caminho correto e observando este espetáculo da vida! É emocionante!

Tartarugas recém nascidas caminham para o mar na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua

Tartarugas recém nascidas caminham para o mar na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua


Quando saímos duas outras mamães estavam chegando, uma delas mais receosa, pois a lua cheia deixa a praia muito clara, o que facilita a ação de predadores e as deixa mais confusas, pelo reflexo da luz na areia. Uma delas retorna ao mar e a outra, vagarosamente caminha em direção à areia, buscando um lugar para desovar. Assim a vida continua e no ano que vem a mesma tartaruga estará aqui continuando um dos ciclos de vida mais antigos do planeta.

Logo após colocar os ovos, o duro retorno para o mar, na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua

Logo após colocar os ovos, o duro retorno para o mar, na Reserva del Flor, em San Juan del Sur, na Nicarágua

Nicarágua, San Juan Del Sur, La Flor, Palasma, tartarugas

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Chegando em casa

Brasil, Paraná, Curitiba

Assunto recorrente e pergunta freqüente: ahhh, mas então vocês voltam para casa?!?

Bela araucária no Vale do Matutu - MG

Bela araucária no Vale do Matutu - MG


Alguns retornos estavam no nosso roteiro sim, o primeiro foi para ver a minha sobrinha linda que nasceu durante a viagem. O segundo foi para o casamento de amigos de infância que eu havia prometido que iria antes mesmo que começar a viagem. A terceira vez é um pouco diferente. O nosso roteiro já passaria pelo Paraná para entrarmos no Paraguai, de onde continuaremos para o sul da Bolívia, Argentina e Chile.

Dani e a filhota em Curitiba - PR

Dani e a filhota em Curitiba - PR


Agora, imaginem vocês, estamos a quase um ano longe da família e dos amigos e a apenas 2 ou 3 horas de viagem. É claaaro que vamos dar uma passadinha em casa para vê-los e ainda resolveremos algumas pendências burocráticas da viagem. É, não pensem que viajar 1000dias é fácil, além das saudades, aparecem questões como: renovação de passaportes, regularização de títulos de eleitor, seguro do carro, seguro de saúde, médicos, etc.

Conseguindo a Carteira Internacional de Vacinação, em Fortaleza - CE. Pronta para sair do país!

Conseguindo a Carteira Internacional de Vacinação, em Fortaleza - CE. Pronta para sair do país!


São coisas que podem ser resolvidas em outros lugares, mas com maior dificuldade. Afinal, teríamos que ficar parados 8 dias até receber o novo passaporte em outra cidade qualquer, então por que não em Curitiba?

O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR

O Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba - PR


Entretanto, isso não atrasou a viagem. Diante de tantos questionamentos acabamos fazendo uma votação com os amigos que acompanham o projeto e conhecem bem os meandros de cada pit stop em Curitiba e decidimos: o tempo em Curitiba não será contabilizado. Além disso, estamos reorganizando todo o nosso cronograma de viagem em função dos passaportes e visto do Canadá para o Rodrigo. Iremos antecipar a viagem pelas Serras Catarinenses e Gaúchas enquanto o passaporte está no processo de visto, afinal não temos como sair do Brasil sem ele.

Andando de carro na praia da Juréia

Andando de carro na praia da Juréia


Quando entramos em Curitiba a nossa sensação foi a mais estranha possível. Parecia que nem havíamos saído daqui, é como se a viagem nem tivesse começado! Não é nem aquele sentimento de retrocesso, que muitos (e nós mesmos) se perguntam se teremos quando a viagem acabar. Será que vocês irão agüentar? Ao mesmo tempo em que é uma delícia pararmos um pouco, aproveitarmos as coisas de casa, comidinhas da mãe, reencontro com os amigos...

Conversando com o pai pelo Skype, em Fortaleza - CE. Viva a internet!

Conversando com o pai pelo Skype, em Fortaleza - CE. Viva a internet!


Nós também ficamos com a sensação de que algo está errado, de que temos que ir embora! Nosso modus operandi já mudou, já nos acostumamos a ser ciganos, a não ter casa e não dormir em um mesmo lugar por mais de 3 dias. É confuso realmente. Isso só nos reforça a certeza de que estamos no caminho certo e que terminaremos este projeto daqui 600 dias com a mesma alegria, pique e força com a que começamos.

Andando de carro na praia da Juréia

Andando de carro na praia da Juréia

Brasil, Paraná, Curitiba,

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Trekking Arqueológico

Chile, Ilha de Pascoa, Ilha De Pascoa, Hanga Roa

Parada para admirar a vista desde as encostas do vulcão Maunga Terevaka, na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Parada para admirar a vista desde as encostas do vulcão Maunga Terevaka, na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Quem gosta de caminhar não pode perder a oportunidade de passar por algumas das mais incríveis paisagens da Ilha de Páscoa, repleta de sítios arqueológicos isolados e quase inexplorados pelo turismo na ilha.

Trilha pelas encostas do Maunga Terevaka, no litoral norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Trilha pelas encostas do Maunga Terevaka, no litoral norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


A caminhada começa na cidade de Hanga Roa, passa pelo Tahai e segue a base do vulcão Maunga Terevaka, circundando a costa oeste e norte da ilha até a praia de Anakena. São pouco mais de 20 km dentro do Parque Nacional Rapa Nui, entre ahus (altares cerimoniais), moais (estátuas monolíticas), hare vacas (casas-bote), hare moas (galinheiros de pedra), manavais (hortas cercadas de pedra) e tupas (torres de observação).

Ao longo da trilha na costa norte da ilha, encontro com ruínas da antiga civilização da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Ao longo da trilha na costa norte da ilha, encontro com ruínas da antiga civilização da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Se você quiser encurtar a caminhada em uns 5 ou 6 km, a dica é pegar um táxi até o início da trilha, próxima de Ana Kakenga (Ana = caverna em Rapa Nui), é uma volta de carro por isso a viagem não será tão barata, saindo em torno de 15 mil pesos (30 dólares). Nós decidimos andar, saímos da vila perto do meio dia, após um mergulho maravilhoso no Alcantilado (detalhes no próximo post). Aviso desde já, é uma caminhada longa, então se quer ir tranquilo para explorar e tirar fotos, comece mais cedo! Nós somos meio doidos mesmo, caminhamos rápido e acabamos correndo mais do que eu gostaria, preocupados em chegar ainda com luz e numa boa hora para conseguir um táxi ou uma carona de volta à cidade.

Saímos do centro da cidade, então a primeira parte da caminhada já deverá ser conhecida para a maioria dos visitantes, o porto de Hanga Roa e os 15 minutos até o Ahu Tahai e o Hanga Kio´e. Daí em diante seguimos por trilhas e estradas rurais, quase sempre com vista para o oceano, cruzando sítios, cavalos selvagens, subidas e descidas, um grupo grande de cachorros que resolveu nos acompanhar por um trecho da caminhada, quase como se nos indicassem o caminho.

Caminhando na estrada que liga, pela costa, Hanga Roa com o antigo vulcão Maunga Terevaka, o mais alto da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Caminhando na estrada que liga, pela costa, Hanga Roa com o antigo vulcão Maunga Terevaka, o mais alto da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Finalmente chegamos à área das cavernas de Ana Kakenga e uma longa subida na estrada off road que dá acesso à área. No topo desta subida encontramos o Ahu Tepeu, uma fazenda e a placa de entrada do Parque Nacional, que sinaliza o início da trilha. O caminho não está muito bem demarcado, seguimos instintivamente pelo alto da montanha, tentando acompanhar o caminho mais batido até que encontramos uma cerca. Pulamos a cerca e continuamos, no tato, sem trilha, mas com um campo imenso que desvendava novos altares, moais e paisagens incríveis.

Ao longo de toda a trilha que contorna o Maunga Terevaka, são comuns os encontros com cavalos selvagens (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)

Ao longo de toda a trilha que contorna o Maunga Terevaka, são comuns os encontros com cavalos selvagens (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)


Caminhamos, caminhamos e caminhamos sem ter certeza se aquele era o caminho correto ou o mais curto, mas estamos em uma ilha arredondada, se seguíssemos pela costa, respeitando os precipícios, tínhamos certeza de que chegaríamos lá. A certa altura encontramos um casal de alemães, eles haviam começado onde nós começamos e já retornavam ao carro. Conversar com eles nos encorajou ainda mais a seguir, ele falava sobre ahus perpendiculares ao mar, moais caídos no chão e ruínas de casas barcos em perfeitas condições! Seguimos ainda mais empolgados, com o vento na cara e aquela sensação de sermos os primeiros a pisarmos ali.

Parada para admirar a vista desde as encostas do vulcão Maunga Terevaka, na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Parada para admirar a vista desde as encostas do vulcão Maunga Terevaka, na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


A trilha sobe e desce as entranhas do vulcão Maunga Terevaka, no caminho vales e montanhas, um campo imenso e um pasto. Como estas vacas vieram parar aqui eu não tenho ideia, mas sei que elas não foram as únicas. Um dos sítios arqueológicos mais impressionantes, como o alemão havia descrito, uma hare-vaka perfeita, em frente ao piso de pedras que Patrício havia nos mostrado, onde é secado o peixe, Umu (fogão), hare moas, manavais e uma gruta imensa com portas de entrada conectadas e protegidas por pedras.

Resquícios de habitação da antiga civilização que habitava a Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Resquícios de habitação da antiga civilização que habitava a Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Olhamos dentro dela e não vemos o fundo, se entrarmos ali não teremos como sair, mas eles, sem dúvida, a utilizaram para proteger-se de guerras entre as tribos. Será que alguém já entrou lá para ver o que há? Algum esqueleto, cerâmicas, ferramentas, alguma pista sobre quem viveu aqui? Cadê o Patrício para nos responder tudo?

Observando poço que servia de habitação para antigos moradores da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Observando poço que servia de habitação para antigos moradores da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Seguimos, começamos tarde e não podemos perder o foco, ainda tínhamos muito pela frente. Continuamos caminhando subindo e descendo, nos esgueirando nas encostas infindáveis do vulcão, com vistas distantes do horizonte pacífico que descansava lá embaixo diante dos nossos olhos. Uma baleia poderia aparecer! Pensava... fixava os olhos e imaginava o que pensavam estes antigos ao olhar para este mar sem fim. De lá eles vieram, sabiam que algum lugar naquele oeste distante estaria a sua origem, a ilha mítica onde os Rapa Nuis nasceram.

Explorando antigas ruínas da civilização que floresceu na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Explorando antigas ruínas da civilização que floresceu na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Sem um mapa detalhado, tentávamos nos localizar pelos poucos nomes de baías que estavam no mapa. Hanga O´Pea e Hanga Omohi, entre elas dezenas, centenas de ahus, moais, vilas e mais vilas, construções cilíndricas parecidas com pequenos faroletes, seriam para sinalização e localização para os pescadores? Mais tarde venho a saber que eles demarcavam as terras, a linha imaginária entre uma torre e outra não poderia ser ultrapassada a risco de morte para o infrator! Vizinhos tensos estes rapa nuis.

Explorando antigas ruínas da civilização que floresceu na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Explorando antigas ruínas da civilização que floresceu na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Em uma das vilas fizemos uma parada para um lanche, olhando ao redor sem acreditar na quantidade de construções que víamos a nossa volta. A ilha era quase uma grande São Paulo, com casas por todos os lados e aqui, longe pra caramba de tudo o que vimos ontem, um lugar de difícil acesso mesmo por terra e cheio de ahus e moais... Como estes moais vieram parar aqui?!

Um antigo Moai na trilha que contorna o Maunga Terevaka, no norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Um antigo Moai na trilha que contorna o Maunga Terevaka, no norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Novamente tentamos ter uma ideia de onde estamos e usando o sol vemos que finalmente estamos deixando ele nas nossas costas, estávamos chegando ao norte da ilha. No mapa esse ponto tem um nome bem sugestivo, Vaimatá! Não me diga! Hahaha!

Longa caminhada pelo norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Longa caminhada pelo norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Enfim, uma nova esperança nos enche de energia e seguimos a caminhada, agora em uma descida interminável rumo a mais uma vila de antigas ruínas e lá, ao fundo, uma fazenda às margens de uma baía protegida por uma imensa parede do vulcão. Pela distância que caminhamos imagino que seja Hanga Oteo. Cavalos, vacas, cercas aramadas e uma casa com plantação de banana, taro e outras hortaliças bem verdinhas nos mostra que o local é mantido e foi utilizado recentemente. Estas casas de campo são locais de férias dos nativos da ilha. Todos eles dizem saber ainda qual é a região em que viviam seus antepassados e mesmo que vivam na cidade, tendem a frequentar estas áreas, não apenas para trabalhar a terra, mas também para prestar homenagens aos seus familiares.

Um Ahu, ou altar, da antiga civilização da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Um Ahu, ou altar, da antiga civilização da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Subimos um morro e lá do alto esperamos avistar a praia! Ainda não foi desta vez, mas o vento e a paisagem mudaram e algo nos dizia que não estávamos assim tão longe. Cruzamos uma área de pedras e vemos finalmente o nosso primeiro coqueiro. O coqueiro não é nativo da ilha e está localizado principalmente na praia de Anakena. A praia, portanto, não poderia estar longe dali... alguém deve ter trazido este coco, ou como ele teria chegado até aqui? Subimos e descemos, sempre esperando quando veremos a praia, até que encontramos um novo pasto, este bem cuidado com água e comida para as vacas, sinal de civilização!

Ao longo de toda a trilha que contorna o Maunga Terevaka, são comuns os encontros com cavalos selvagens (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)

Ao longo de toda a trilha que contorna o Maunga Terevaka, são comuns os encontros com cavalos selvagens (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)


Andamos mais meia-hora e vemos finalmente um carro, um pai e duas crianças descendo o morro para ir pescar com os seus filhos, ainda não tenho ideia de onde estamos, mas gosto de pensar que estou localizada no mapa e deve ser Vai Tara Kai Ua, ou até mais adiante! Falta pouco! Subimos e agora encontramos estradas, mais cercas e uma tiazinha nativa caminhando. Ela nos disse que veio da praia e que devem ser uns 4 quarteirões dali. Bem... aqui não existem quarteirões, então qual será a medida de quarteirões que ela está usando? Outros 30 minutos de caminhada e vimos que seja lá qual for a medida que ela usa, é completamente diferente da minha! Mas a esta altura já não faria nenhuma diferença, já avistávamos as montanhas ao fundo da baía de Anakena. Os carros refletiam a luz do sol ao longe e logo veríamos palmeiras, ondas e a Praia de Anakena! Que jornada!

Finalmente, depois de uma longa caminhada pelo norte da ilha, a praia de Anakena aparece no nosso horizonte! (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)

Finalmente, depois de uma longa caminhada pelo norte da ilha, a praia de Anakena aparece no nosso horizonte! (Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico)


Mais de 20km caminhados em aproximadas 6 horas, boa média se contarmos as paradas e o caminho totalmente cru que encontramos pela frente. Que aventura boa! Melhor ainda quando ela termina bem, regada a uma boa cerveja tahitiana no boteco em frente à praia. Comemos uma empanada e dali tínhamos que encontrar como voltar à cidade.

Celebrando mais um dia fantástico na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico, com uma cerveja do Tahiti

Celebrando mais um dia fantástico na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico, com uma cerveja do Tahiti


Um dos bares na praia de Anakena, na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Um dos bares na praia de Anakena, na Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico


Detalhe importante! Da Praia de Anakena não existe transporte público para te trazer de volta à Hanga Roa. Então se você quer ficar tranquilo que terá transporte a melhor forma é agendar um táxi para busca-lo (em torno de 30 mil pesos ou 60 dólares). Vai se acostumando com os preços da ilha... infelizmente é assim mesmo. Nós economizamos e contamos com a sorte, chegando lá existia uma remota possibilidade de encontrarmos um táxi que teria levado algum passageiro e então cobraria só a volta (quase metade do preço acima), ou ainda o bom e velho dedão! Ao final nós conseguimos uma carona com um casal super querido, Alicia, uma cantora rapa nui, Marcus, seu marido sueco e seu filhinho de pouco mais de um ano. Casal super descolado e viajado hoje vive na ilha, ela canta em bares e em algumas apresentações típicas Rapa Nui, enquanto ele trabalha como guia de turismo, organizando tours para estrangeiros em inglês e sueco. Alicia se apresentou nesta noite em um dos bares mais agitados da cidade e nós havíamos ficado ir conferir a apresentação, mas depois que chegamos à pousada e tomamos um banho nós capotamos na cama e nem fomos jantar! É esse trekking arqueológico nos odeu uma canseira!

Alegria ao chegar à praia de Anakena, fim da nossa longa caminhada pelo norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

Alegria ao chegar à praia de Anakena, fim da nossa longa caminhada pelo norte da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico

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A Lapa

Brasil, Paraná, Lapa

Biscoito com receita centenária na Lapa, no Paraná

Biscoito com receita centenária na Lapa, no Paraná


A Lapa sempre foi para mim sinônimo de cultura. Engraçado, não sei exatamente de onde veio isso, certamente foi uma imagem criada ao longo do tempo com os comentários que escutava de amigos, professores e pessoas à minha volta.

Um dos muitos prédios históricos da Lapa, no Paraná

Um dos muitos prédios históricos da Lapa, no Paraná


Seu conjunto arquitetônico colonial bem preservado é patrimônio histórico e já serviu como cenário para diversas produções regionais de cinema e televisão. A praça central reúne alguns dos prédios históricos da cidade, como o Teatro São João e a Igreja Matriz de Santo Antônio, que tem missas especiais de longa duração todas as quartas-feiras, das 8 da manhã às 9 da noite.

Venda de algodão doce em frente a igreja da Lapa, no Paraná

Venda de algodão doce em frente a igreja da Lapa, no Paraná


Chegamos justamente em uma quarta-feira, a praça estava movimentada e a igreja incrivelmente lotada, cena rara nos dias de hoje. A feira na pracinha foi o nosso almoço, empadas, pastéis e sucos, ao lado de uma ação ambiental do Rotary, que distribuía mudas de árvores para os moradores.

Praça central da Lapa, no Paraná

Praça central da Lapa, no Paraná


Fui acusada pelo marido de “paranaense de meia-pataca”, pois eu nunca havia estado lá... pelo menos não que alcance a minha memória. Mas uma vez que adentrei o teatro São João passei a entender melhor aquela visão que eu havia formado da cidade.

Entrada do Teatro São João, na Lapa, no Paraná

Entrada do Teatro São João, na Lapa, no Paraná


O teatro foi construído pelo Associação Literária Lapeana, formado em 29 de julho de 1873 e que em 1880 já contava com a coleção de 1.500 livros seletos que foram doados por seus sócios. Uma joia de 10 mil réis era cobrada para associar-se ao clube, imaginem o significado desta soma na época! E ainda assim o clube era um sucesso na pequena cidade. Hoje no acervo do Teatro São João restaram pouco mais de 500 exemplares destes livros, que viram passar por ali grandes artistas como a espanhola Perla Ruiz e o grande Paulo Autran, governantes como Don Pedro II e sua esposa Dona Leopoldina e até uma grande batalha!

O charmoso Teatro São João, na Lapa, no Paraná

O charmoso Teatro São João, na Lapa, no Paraná


O Teatro São João serviu como enfermaria em um dos episódios mais heroicos da história do Paraná. No ano de 1894, aqui na Lapa, 639 pica-paus, como eram chamados os oficiais republicanos e civis que se aliaram às tropas, lutaram contra 3.000 maragatos, os federalistas. O cerco durou 26 dias e, embora uma batalha perdida, ele foi essencial para que as tropas republicanas pudessem ser reunidas em Curitiba para defender a capital do estado.

Panteão em honra aos herois do 'Cerco da Lapa', no Paraná

Panteão em honra aos herois do "Cerco da Lapa", no Paraná


Ali, próximo ao teatro, está o Panteón dos Heróis do Cerco da Lapa, com restos do General Carneiro e dos combatentes que morreram defendendo a união e soberania do Estado Brasileiro. Terá sido a Lapa uma das responsáveis por nós sulistas ainda sermos brasileiros?

Pequeno parque na Lapa, no Paraná

Pequeno parque na Lapa, no Paraná


Uma cidade com tanta história e apreço pela cultura é cenário ideal para festivais de cinema e música, como o Festival da Lapa, que premia Filmes de Época e o Festival Lapa em Canto, lançado em julho deste ano. Estes festivais de música e artes são um grande espaço para novas bandas paranaenses se apresentarem e foi em um destes festivais que uma tragédia aconteceu, no início de 2004. Um acidente envolvendo a van da banda que voltava da Lapa e um outro carro, já na cidade de Curitiba, levou a vida de um grande amigo e colega de faculdade Bira, vocalista da Banda Extromodos. Bira era uma pessoa especial, querido por todos ao seu redor, sonhador e batalhador finalmente havia gravado o primeiro CD da banda que estava decolando para uma carreira nacional. Alma evoluída, ele já havia cumprido seu aprendizado aqui na terra e deixou para os que ficaram exemplos, suas músicas (essas serão imortais) e muitas saudades!



A Lapa é uma cidade com um potencial turístico, artístico e histórico subutilizado por nós paranaenses, já era hora de conhecer essa pequena joia, tão próxima e as vezes tão esquecida.

A pacata cidade da Lapa, no Paraná

A pacata cidade da Lapa, no Paraná

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Bolívar!

Venezuela, Ciudad Bolívar

Ciudad Bolívar, na beira do rio Orinoco,  Venezuela. Ao fundo, a grande ponte que atravessa o rio

Ciudad Bolívar, na beira do rio Orinoco, Venezuela. Ao fundo, a grande ponte que atravessa o rio


Bolívar é um nome comumente visto pelas ruas, placas e na história da República Boliviariana da Venezuela. O nome de um estado, o nome de uma cidade e o nome de um ideal, o herói Simón Bolívar lutou pela independência dos países sul-americanos do norte, enquanto San Martín vinha desde a Argentina consolidando esta posição nos países do sul. Seu ideal ainda é o principal combustível para a revolução socialista que iniciou Hugo Chávez, se colocando ao lado do mártir da independência como o novo herói da nação, que sonha com um país livre e independente dos domínios europeus e americanos. Fotos-montagens de Bolívar e Chávez lado a lado, estão por todas as praças do país e hoje, finalmente, chegamos ao principal quartel general deste líder latino-americano, Ciudad Bolívar.

Praça no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela

Praça no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela


Fundada em 1764, Santo Tomás de la Guayana de Angostura, está nas margens do principal rio do país, o Rio Orinoco. O importante porto se tornou o quartel militar de Simón Bolívar logo depois de sua chegada em 1817. Foi daqui, da antiga Angostura, que partiram as forças de Bolívar unidas à Legionários Britânicos para a batalha que libertaria a Colômbia. Foi também aqui, na Casa do Congresso em 1819, que nasceu a República da Gran Colômbia, que compreendia Venezuela, Colômbia e Equador. Em 1846 a cidade foi renomeada em homenagem ao herói nacional e passou a chamar-se Ciudad Bolívar.

Casarão histórico em Ciudad Bolívar, na Venezuela

Casarão histórico em Ciudad Bolívar, na Venezuela


Hoje a cidade é a capital do maior estado venezuelano, o Estado Bolívar, e junto à Ciudad Guayana é uma das principais cidades da região. Seu charmoso centro histórico é sempre um deleite aos turistas vindos de qualquer canto do país, ruas tranquilas e bem coloridas que se destacam perante a selva de pedras de Caracas ou as desorganizadas zonas urbanas comuns ao redor do país.

Arquitetura colorida em Ciudad Bolívar, na Venezuela

Arquitetura colorida em Ciudad Bolívar, na Venezuela


Rua no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela

Rua no centro histórico de Ciudad Bolívar, na Venezuela


O Paseo Orinoco é um calçadão que margeia o rio, lotado de lojinhas e restaurantes, que há alguns anos atrás ainda tinha um certo charme para os turistas. Hoje a decadência já é clara, encontrar uma panificadora para o café da manhã já foi uma vitória e infelizmente resta pouco para defende-lo a não ser a beleza natural do rio.

Com o nosso amigo e carona colombiano, o Jorge, em Ciudad Bolívar, na Venezuela

Com o nosso amigo e carona colombiano, o Jorge, em Ciudad Bolívar, na Venezuela


Já estivemos aqui na nossa viagem de 2007, vindos da Gran Sabana após o trekking do Monte Roraima e 18 horas de ônibus desde Santa Elena de Uairén. Hoje a nossa chegada foi mais confortável, mas não menos cansativa. Saímos do Hato El Cedral as 6h da manhã e cruzamos a cidade de San Fernando de Apure, há 2 horas de Mantecal e seguimos rumo ao Amazonas mais duas horas, passando pelo Parque Nacional Cinaruco-Capanaparo. Uma região de pântanos, rios e florestas belíssimos!

Com o sol nascendo, deixamos os llanos rumo à Ciudad Bolívar, mais de 1.000 km adiante

Com o sol nascendo, deixamos os llanos rumo à Ciudad Bolívar, mais de 1.000 km adiante


Cruzando um importante afluente do rio Orinoco, na região de Pueto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia

Cruzando um importante afluente do rio Orinoco, na região de Pueto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia


Finalmente chegamos à Cidade de Puerto Paez, quase na fronteira com a Colômbia, e encontramos um dos poucos lugares onde podemos cruzar o grande Rio Orinoco. Na balsa conhecemos Jorge, um jovem colombiano que trabalha aqui com seus primos durante as suas férias da universidade. Jorge esperava o ônibus que o levaria à Ciudad Guayana e que sairia apenas às 4 horas da tarde.

Balsa para cruzar o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, na Venezuela

Balsa para cruzar o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, na Venezuela


de balsa, cruzando o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia

de balsa, cruzando o rio Orinoco, na região de Puerto Ayacucho, fronteira de Venezuela e Colômbia


Daqui ele seguiu conosco, trazendo uma visão bem interessante de quem está viajando por todo o país e vendo tudo o que está acontecendo na economia, na política, no comércio e no dia-a-dia da já nem tão nova República Boliviariana da Venezuela. Manipulação de resultados e eleitores fantasmas são só a parte bonita do que se escuta pelas ruas do país. A falta de suprimentos e itens de primeira necessidade serão o estopim de uma revolução popular que já não poderá ocultar e se enganar de que este governo está a defender os interesses da população mais pobre.

A bela paisagem da estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela

A bela paisagem da estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela


Reencontro com rios amazônicos, na estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela

Reencontro com rios amazônicos, na estrada entre Puerto Ayacucho e Ciudad Bolívar, na Venezuela


Foram muitos quilômetros e umas 8 horas de conversa entre Puerto Paez e Ciudad Bolivar. Chegamos a tempo de comer um prato-feito no restaurante em frente à Pousada Don Carlos, onde nos hospedamos no centro histórico. No dia seguinte aproveitamos para rever a cidade, o Paseo Orinoco e o Mirador Angostura antes de nos despedirmos de Jorge. À tarde passeamos pela Plaza Bolívar e toda a Zona Colonial totalmente reformada com suas casas coloridas na campanha para a cidade sediar os Jogos Panamericanos de 2019. Pena que a reforma é apenas de fachada, literalmente, pois das várias casas do centro que eram restaurantes e pousadas, poucas continuam em funcionamento nos dias de hoje.

Um simpático morador de Ciudad Bolívar, na Venezuela

Um simpático morador de Ciudad Bolívar, na Venezuela


Rua central de Ciudad Bolívar, na Venezuela, com o rio Orinoco ao fundo

Rua central de Ciudad Bolívar, na Venezuela, com o rio Orinoco ao fundo


Aproveitamos o dia também para fazer a troca de filtro e óleo da Fiona, que ganhou uma garibada geral enquanto nós organizávamos o nosso tour para um dos pontos altos da nossa passagem pela Venezuela, o Salto Angel! Este é o único trecho do nosso roteiro de 2007 que decidimos repetir nesta viagem. Importante dizer, que se tivéssemos tempo repetiríamos tudo! Voltamos 6 anos depois não apenas pela aventura ou beleza do Parque Nacional Canaima, mas por ter ficado entalado na nossa garganta uma visão parcial, quase nula, da maior cachoeira do mundo! Pois então vamos tentar a sorte novamente, o lugar é tão incrível que vale o investimento e todo o esforço!

Na orla do rio Orinoco, em Ciudad Bolívar, na Venezuela

Na orla do rio Orinoco, em Ciudad Bolívar, na Venezuela

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