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Adi Barbosa (23/03)
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Na Gruta da Santa, no Parque Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, fronteira com Passa e Fica - RN
Começamos o nosso dia com uma caminhada tranqüila de 3 horas pelas grutas do Parque Estadual Pedra da Boca. Junto a nós estava uma família e dois amigos de João Pessoa que haviam acabado de chegar ao parque. O roteiro das grutas é super conhecido e inclui algumas passagens mais “picantes”, que divertem e dão uma emoção maior ao trajeto.
Despedida dos amigos no Parque Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, fronteira com Passa e Fica - RN
O Seu Tico foi nos guiando, grande conhecedor de técnicas de sobrevivência utilizando fauna e flora locais, além de e plantas medicinais do agreste e da caatinga. Revimos aqui grande parte daquele conhecimento que adquirimos com o Márcio, nosso guia da Serra do Catimbau. Pinhão-Brabo como antiinflamatório e cicatrizante, cactos comestíveis e plantas suculentas que armazenam água. Além de provar, vimos também como usar o coquinho catolé para apito e, na necessidade mesmo, até uma formiga tanajura pode servir como alimento hiper protéico.
Ninho de gafanhotos no Parque Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, fronteira com Passa e Fica - RN
A trilha é tranquila e foi bastante divertida com a companhia de Sávio, Thiago e Daniel. Mais bacana ainda o companheirismo entre eles e os pais de Sávio que encararam toda a aventura com grande espírito esportivo. Na travessia de um poço d´água nos apoiando nas duas paredes com o que o Rodrigo apelidou de “técnica ponte”. Eu mesma já fiquei na dúvida se iria, mas fui, quando vi a Dona Marcina já estava lá, lépida e ligeira! Nós, as únicas mulheres, fomos nos encorajando a cada gruta, morcego e buraco em que nos esgueirávamos.
Ultrapassando obstáculo com a técnica da "ponte", no Parque Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, fronteira com Passa e Fica - RN
Todas as grutas foram formadas por desmoronamentos de granito, as pedras se encaixam formando paisagens lindíssimas! Passamos pela Gruta do Aventureiro, a única que precisamos de lanterna, Gruta da Mesa do Caçador e outras um pouco menores.
Entrando em caverna no Parque Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, fronteira com Passa e Fica - RN
A região foi habitada por homens pré-históricos, já foram encontradas algumas pinturas rupestres no local, assim como pedras polidas, mais ou menos no mesmo estilo do Lajedo do Pai Mateus.
Descansando na sombra (com seu Tico, nosso guia) no Parque Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, fronteira com Passa e Fica - RN
As principais pinturas ficam na Pedra da Santa, local onde um antigo fazendeiro da região prometeu erguer um altar a Nossa Senhora de Fátima, caso curasse suas enfermidades. Promessa feita, promessa cumprida. Contam que em uma das missas rezadas lá as abelhas italianas que habitam a gruta atacaram dezenas de fiéis e por isso foi a missa passou a ser celebrada em uma capela próxima.
Altar de Nossa Senhora construído na frente de pinturas rupestres milenares no Parque Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, fronteira com Passa e Fica - RN
Hoje o santuário é local de peregrinação e no dia 13 de maio, dia da santa, chega a receber mais de 10 mil fiéis para a celebração de uma missa. Foi retirado um morro inteiro que estava em frente à pedra para construírem um teatro de arena para esta celebração. Um estupro à natureza, uma obra imensa que hoje está largada às traças durante o ano todo, ainda que receba visitações fora da época de homenagens.
Oferendas à Nossa Senhora em santuário no Parque Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, fronteira com Passa e Fica - RN
Bela surpresa encontrarmos aqui já na divisa do RN e Paraíba um lugar como este. Os apenas 157 hectares do Parque Estadual Pedra da Boca abrigam várias histórias e ótimas opções de trilhas e aventuras.
Com o Seu Tico, nosso guia no Parque Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, fronteira com Passa e Fica - RN
Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá
Hoje começamos a nossa empreitada rumo ao Alasca! São 2.813km de estrada entre Hinton, em Alberta, até Fairbanks, no Alasca, passando pelos estados canadenses da British Columbia e o distante Yukon e cruzando a fronteira com o 49º estado americano.
Nosso longo caminho até o Alaska
A Alaska Highway, também conhecida como ALCAN (Alasca-Canada Highway), foi construída no ano de 1942 em plena Segunda Guerra Mundial em tempo recorde! Foram 8 meses desde a primavera (08/03/42) até o dia 28 de outubro de 42, no final do outono. Mais de 11 mil trabalhadores foram contratados, 5 mil caminhões, 904 tratores, 374 niveladoras e 174 escavadeiras para colocar a estrada de terra, suas pontes e novas curvas trafegáveis por veículos militares. Sim, esta foi literalmente uma operação de guerra. Até o ano de 1948 a estrada foi utilizada apenas pelo Exército Americano para o transporte de mantimentos militares para a base aérea de onde saiam os aviões exportados e vendidos para a aliada União Soviética. Aumentar a presença americana no Alaska era uma questão de segurança nacional, principalmente na costa, que chegou a ter territórios ocupados nas Ilhas Aleutas. A estrada foi aberta para uso civil após o término da guerra em 1948.
Lendo painéis explicativos ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
Cuidado com bisões! (Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá)
1° DIA - Hinton/ Fort Nelson (915 km)
Ponto inicial da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, pequena cidade na British Columbia, no Canadá
Como vocês já devem ter notado, o turismo aqui na América do Norte é muito forte, por isso até na menor cidade por onde passamos encontramos estrutura turística, um centro de informações e um museu com a história da vila que enaltece a sua importância regional, nacional e mundial! Dawson Creek não é diferente e após 462 km chegamos à “Mundialmente Famosa Alaska Highway!”.
Km 0 - Dawson Creek | British Columbia | Canadá
Aqui começa a Alaska Highway. 2.275 km entre montanhas, cruzando rios e riachos que dá acesso a uma das áreas mais selvagens do planeta. Na cidade uma parada para foto na placa de início da rodovia e coleta de informações importantíssimas para os próximos dois dias: onde há hospedagem, comida e combustível ao longo da estrada. Estarão abertos? Fomos bem alertados que nesta época do ano os negócios locais começam a fechar para a estação de inverno e abrem novamente só no ano que vem! O centro de visitantes tem um pequeno museu, vários guias da região e nos forneceu uma lista com todas estas informações e suas respectivas quilometragens. Profissional!
Pensativo, saindo do centro de informações no marco zero da rodovia Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá. Só faltam 2.400 quilômetros...
Placa informativa sobre a Alaska Highway, em Dawson Creek, na British Columbia, no Canadá
Km 72 - Fort St John | British Columbia | Canadá
A região de Fort St John possui várias atrações, trilhas para caminhadas e pedaladas, lagos e rios para remo e pesca, além de prometer uma rica vida cultural e artística. Ansiosos para chegarmos logo ao Alasca, nós nem paramos, mas se você tiver tempo, é uma boa base para explorar a região nordeste da British Columbia.
A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Km 453 – Fort Nelson | British Columbia | Canadá
Esta foi a nossa base para primeira noite na Alaska Highway. Depois de 915km nós só queríamos encontrar um lugar para comer e descansar. A rodovia é a rua principal da cidade que começou a voltar seus olhos para o turismo há pouco tempo. Além de todos os esportes ligados à natureza que a rodeia, suas principais atividades são a caça esportiva e a especialidade de pesca conhecida como fly-fishing. Nós jantamos em uma Boston Pizza e soubemos que ontem a noite o pessoal pode ver daqui as luzes da Aurora Boreal. Passamos a noite esperando por ela, mas a lua muito brilhante não foi muito amiga.
A linda paisagem da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
2° DIA - Fort Nelson/ Whitehorse (951 km)
Km 707 – Muncho Lake | British Columbia | Canadá
Saímos de Fort Nelson e antes mesmo de cruzar a fronteira com o Yukon passamos pelo Northern Rockies Lodge procurando um lugar para um pips e encontramos um lago caribenho nas montanhas do Yukon! Um barco e um hidroavião estacionados às margens do lago com um azul inacreditável! Vale a pena parar nem que seja apenas para uma foto!
Hidroavião em um dos mais belos lagos ao longo da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Fiona resolve se refrescar na água gelada e aproveita para posar ao lado de um barco e um hidroavião, em lago ao longo da Alaska Highway, na British Columbia, no Canadá
Km 981 - Watson Lake | Yukon | Canadá
Watson Lake está quase na fronteira entre os estados de BC e Yukon. Cercada de lagos, rios, mais de 65 de trilhas, é a porta de entrada para o Nahanni National Park e possui um dos monumentos mais curiosos do caminho, a Sign Post Forest.
A famosa Sign Post Forest, em Watson Lake, pequena cidade na Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
Tudo começou quando um soldado americano que trabalhava na construção da rodovia, saudoso de sua casa, resolveu coloca uma placa com a distância daquele ponto para Danville, Illinois. Outros seguiram os seus passos e hoje, mais de 60 anos depois, mais de 10 mil placas formam uma florestas de placas gigantesca! Nós não poderíamos passar por ali e não deixar a nossa marca! Mesmo à revelia de Rodrigo, coloquei a nossa placa americana reserva e um adesivo do 1000dias, marcando a nossa passagem pela Alaska Highway!
A Ana prepara-se para deixar a marca da Fiona na sign POst Forest, em Watson Lake, trecho da Alaska Highway no Yukon Territory, no Canadá
Placa da fiona, junto com milhares de outras, na Sign Post Forest, em Watson Lake, cidade do Yukon Territory, no Canadá, por onde passa a Alaska Highway
Km 1.421 – Whitehorse | Yukon | Canadá
A capital do Yukon abriga 75% da população do estado, em torno de 26 mil habitantes. A história da cidade remonta aos tempos da Corrida pelo Ouro no norte do estado, quando esta serviu de ponto de passagem para os stampeders (mineiros), que cruzavam a região. Chegamos no finalzinho do dia, ou melhor, da noite. Já eram 21h30 e o céu ainda estava claro, mas os estabelecimentos comerciais já estavam todos fechados. Encontramos um lugar para comer, não foi dos mais baratos, mas impressionou! É sensacional chegar em uma cidade tão distante como esta e encontrar um lugar descolado, com cozinha gourmet fusion internacional e Tinglit, nação indígena que habita o estado. Alaskan Style Salmon e uma Yukon Red, cerveja artesanal amber para brindar ao nosso segundo dia de travessia!
Chegando à Whitehorse, no Yukon, no Canadá, ao longo da Alaska Highway. Fairbanks ainda está longe...
No nosso motel um senhor simpático nos recebeu e dando corda, não parou mais de falar! Me contou de suas aventuras fotográficas por Dawson e pela Dempster Highway, explicou como funciona a Aurora Boreal e dos planos para a próxima viagem ao Chile, onde irá encontrar sua namorada virtual pela primeira vez! “Tenho 66 anos, mas não estou morto!” Hahaha! Ele foi o primeiro a nos dar uma dica primordial para enteder a aurora em um primeiro olhar: às vezes ela parece uma nuvem, bem fininha e branca pelo céu, mas com um formato diferente. Outra dica boa foi o site canadense de previsão de aurora boreal. Bingo! Esta noite foi a nossa noite mágica! Estavam uns - 4°C às 3 horas da manhã quando o Rodrigo me acordou aos gritos: “Ana! Vem! Eu acho que estou vendo a aurora!” Me vesti ainda meio tonta de sono, câmera e tripé na mão e lá estava ela, branda, mas esverdeada, fazendo um lindo arco ao norte da cidade. Momentos mágicos que eu nunca irei esquecer!
Absolutamente maravilhados com a nossa inesquecível primeira Aurora Boreal, em Whitehorse, Yukon Territory, no Canadá, ao longo da Alaska Highway
Nota: Em tempo, entre Waston Lake e Whitehorse existem alguns detours que dizem valer muito a pena. As cidades de Teslin, Atlin e Carcross, com muita história, cultura dos povos indígenas, aqui chamados de First Nations, ou as primeiras nações e até um pequeno deserto! Se tiver tempo se informe, confira e depois nos conte como é!
A fabulosa paisagem ao longo da Alaska Highway, no Yukon Territory, no Canadá
3° DIA – Whitehorse/ Fairbanks (947 km)
Km 1.869 – Beaver Creek | Yukon | Canadá
Saímos de Whitehorse com um único objetivo, chegar ao Alaska! Para ser mais precisa, queríamos mesmo era chegar na cidade de Fairbanks, mais pra lá do final da Alaska Highway! No caminho paramos em um posto de gasolina onde conhecemos Rubens e Ísis, os nossos companheiros de estrada que nos acompanhavam desde Whitehorse. O casal alemão de aproximados 70 anos comprou uma trailler aqui no Canadá e está rumando para o Alasca. Ele é fotógrafo e está começando uma viagem de 3 meses para fotografar a sua paixão: ursos. Rubens já lançou um livro com suas melhores fotos dos últimos 10 anos de viagens ao Alasca, Alberta, British Columbia e Hudson Bay, com fotos maravilhosas de grizzlies, spirits, ursos pretos e até ursos polares! Perguntei à sua esposa se ela não sente medo e ela toda querida me respondeu: “Ele me protege.” Que amor, que exemplo! Agora seu objetivo é fotografar os Ursos Kodiak, um tipo de ursos marrons que só existem na ilha de Kodiak no Alasca. Eles são maiores que os grizzlies e só perdem em tamanho para os ursos polares, mas a briga é boa! São estes viajantes que encontramos pelo caminho e nos ensinam e enriquecem a viagem e a nossa história.
Encontro com o fotógrafo de ursos alemão e sua esposa na Alaska Highway, no Yukon, no Canadá
Km 1.962 – Fronteira Canadá – EUA | Chegamos ao Alaska!
Uma placa antes mesmo de chegar aos oficiais de fronteira anunciava, chegamos ao Alasca! Depois de 840 dias na estrada e 100 mil quilômetros rodados, finalmente entramos ao território mais boreal da América! Boreal não só por suas auroras, mas por suas latitudes e fronteiras: ao norte o Oceano Ártico, a oeste o Mar de Bering e ao sul o Golfo do Alasca e à leste os Northwestern Tterritories e Yukon, no Canadá! Só lugar frio pra caraca! Aqui rola aquela parada obrigatória para a foto clássica, que todos os viajantes, overlanders, roadtrippers, motociclistas ou easy riders devem fazer! Click!
Chegando ao Alaska, depois de mais de 2 mil quilômetros na Alaska Highway através do Canadá
Km 2.102 – Tok | Alasca | Estados Unidos da América
Tok é uma pequena vila que marca a divisão da Alaska Highway. Daqui você deve escolher qual será o seu destino dentro do Alasca: à esquerda, Anchorage, rumo ao litoral sul e maior cidade do estado. À direita, ao norte, rumo às terras selvagens, distantes e frias para os lados de Fairbanks. Uma dica é parar no centro de visitantes, onde a simpática senhora nos ajudou com informações sobre todo o Alaska, dados sobre as estradas, datas de fechamentos dos parques nacionais e dicas para o norte gelado.
Nosso prineiro fim de tarde no Alaska, trecho final da Alaska Highway
Km 2.275 - Delta Junction | Alasca | Estados Unidos da América
Chegamos ao fim da Alasca Highway. Nada muito interessante por aqui a não ser que a quilometragem zera! Ah! Quilometragem não, não esqueça que cruzando a fronteira as placas passam a ser em milhas! (1 milha = 1,6km).
Fairbanks está cada vez mais próxima, na Alaska Highway. Mas agora, as distâncias voltam a ser em milhas!
MP 95 / Km 152 – Fairbanks | Alasca | Estados Unidos da América
Dirigimos mais 152 quilômetros e chegamos à Fairbanks. No caminho paramos na cidade do Papai Noel, North Pole (Polo Norte), para garantir uma junky food no Pizza Hut, já que a nossa geladeirinha estava vazia. Levamos quase uma hora procurando uma pousada em Fairbanks, ruas escuras, metade da cidade em obras e todas as pousadinhas fechadas. Acabamos caindo em um motel de rede perto do aeroporto, não foi dos mais baratos, mas nos garantiu uma noite de sono para seguirmos viagem.
Antes de chegar à Faibanks, no Alaska, passamos pelo Polo Norte! (na Alaska Highway)
Total: 2.813km. Missão cumprida!
Percorrendo o Saco do Mamanguá, região de Parati - RJ
Há muitos anos eu tenho vontade de conhecer os fiordes, uma formação geológica muito comum na Noruega e em parte do Chile. São entradas de mar imensas, de 3, 4 km ou mais, por entre montanhas e paredes rochosas. Até alguns anos atrás eu não sabia que o Brasil possuía um, foi conversando com a minha cunhada que descobrimos e nos apaixonamos. Lembro quando eu e Rodrigo viajamos de avião sobre o litoral em direção à Recife e ficamos brincando de localizar as praias do litoral sudeste. Quando sobrevoamos o Saco do Mamanguá foi fácil reconhecê-lo e lá de cima falamos “nos aguarde”, pois logo chegaremos aí. Chegou a hora, depois de um dia e meio de espera, agora temos as condições favoráveis de vento e o barco disponível.
Dia nublado no Saco do Mamanguá, região de Parati - RJ
Saímos de Paraty-Mirim em direção ao Mamanguá. Reinaldo foi o nosso barqueiro, caiçara de 40 anos nascido em Praia Grande. Sua família vive na região há gerações e ele foi ao Mamanguá pela primeira vez quando tinha apenas 12 anos. Nesta época o fiorde possuía somente alguns moradores caiçaras. Hoje praticamente todo o Mamanguá está tomado por construções. São comunidades caiçaras em contraste com mansões imensas em praias particulares pertencentes a milionários paulistas e cariocas. Eu confesso que fiquei surpresa, pois achava que seria um lugar mais desabitado, uma vez que o acesso se dá somente por barco ou trilhas longas e íngremes.
Percorrendo a região de mangue do Saco do Mamanguá, região de Parati - RJ
Indo mais longe, quando o mar encontra as montanhas ao fundo, chegamos ao Saco do Mamanguá propriamente dito, uma área de reserva ambiental. Nesta área a fiscalização é mais intensa e as únicas construções que encontramos são as casas da aldeia Guarani. A aldeia e uma pequena cachoeira ficam quase no início de um canal formado no manguezal e mais 15 minutos de caminhada mata adentro.
"Mulatas", pequenos carangueijos no Saco do Mamanguá, região de Parati - RJ
Fomos até lá conhecer a aldeia, mas o Roque, chefe da tribo não estava presente, demos uma olhada distante e conversamos com um deles rapidamente. Até onde chegamos vivem três famílias em casas de pau-a-pique, algumas de tijolo e telha e todos os aparatos da vida moderna. Ali próximo vivem 50 guaranis que continuam utilizando a língua guarani entre eles, embora quase todos falem português. A FUNAI presta assistência para educação, saúde e inclusive financeira para a população indígena, recebem uma espécie de bolsa família que varia conforme a quantidade de filhos. Retornamos pela trilha e chegamos a um delicioso poço com uma pequena cachoeira e uma árvore fazendo um cenário ainda mais bonito.
Cachoeira e poço no Saco do Mamanguá, região de Parati - RJ
Este lugar é realmente maravilhoso, faltou dizer apenas que vimos tudo isso sem um raio de sol, o que apenas abrandou a sua beleza. Só imaginem com sol como seria... Sem dúvida um pedaço de paraíso na terra.
"Arvorismo" na cachoeira do Saco do Mamanguá, região de Parati - RJ
Voltamos à Paraty-Mirim e conhecemos Jorge, viajante que vive em sua van adaptada e está na estrada há pelo menos 7 anos. Um caiçara-argentino, como ele mesmo se identifica, viajou toda a América do Sul e se apaixonou por Trindade, praia próxima à Paraty. Acabou ficando por ali e hoje está vivendo em Paraty-Mirim, decidindo qual será sua próxima empreitada, Alaska ou uma nova volta à América do Sul? “O problema é que sou apaixonado pelo nosso país. Digo nosso, pois o Brasil é o meu país por opção.” Eu não preciso ir mais longe para dizer que o entendo muito bem.
Com o Jorge e sua "casa", que viajaram por toda a América do Sul, em Parati Mirim - RJ
À tarde tivemos que tomar a triste decisão de cortar do nosso roteiro o Pouso da Cajaíba. Tentamos por 2 dias encontrar um barco que pudesse nos levar até lá por um preço razoável, mas só encontramos valores acima de 150,00 apenas para ida! Esta é uma das poucas desvantagens que temos numa viagem como esta. Provavelmente em um final de semana encontraríamos pessoas para dividir o barco conosco. Seguimos então para Angra dos Reis, já nos preparando para pegar o tempo ruim que está chegando ao litoral sul carioca, em Ilha Grande.
A nossa usina nuclear, em Angra do Reis - RJ
Dedo de prosa com o Jaime e o Nilvan, que nos receberam tão bem na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA
Alto Parnaíba é a última cidade aonde o asfalto chega no sul do Maranhão. Região de produção agrícola intensa, soja, algodão e milho. É também uma das principais regiões responsáveis pela contaminação das nascentes do rio Parnaíba por agrotóxicos que também ocorre nos arredores baianos do Parque Nacional Nascentes do Parnaíba. Formado recentemente (2002), possui uma área de aproximadamente 730 mil hectares, abrangendo 4 estados brasileiros, o extremo sul do Maranhão e Piauí, norte do Tocantins e noroeste da Bahia. Os acessos mais conhecidos estão do lado piauiense pelas cidades de Gilbués e Barreiras do Piauí a sede do parque funciona em Correntes.
Igreja em Alto Parnaíba - MA
Estudando as possíveis rotas entre a Chapada das Mesas e o Jalapão, descobrimos que há uma estrada que cruza este parque, então, por que não unir o útil ao agradável? A estrada está bem marcada no Guia Rodoviário 4 Rodas, o que não garante nada, mas já é um bom começo. Nosso GPS também conseguia calcular uma rota por uma estrada muito semelhante à do mapa consultado, então vamos ver no que dá. Lá em Alto Parnaíba as informações que recebemos não foram das melhores, Seu Zé Batista era o único que conhecia um pouco melhor a região e no início ainda não estava nos indicando seguir por este caminho. “Não quero falar para vocês e depois vocês vão e ficam perdidos”, disse ele. Não tinha muita escolha, nós íamos por ali mesmo, então ele nos deu a dica: “peguem a estrada para Lizarda, quando chegar na comunidade de Morrinhos virem à esquerda em direção à Vila de Bonfim. Lá no Bonfim tentem achar a Dona Conceição, ela tem filhos estudando em São Félix e pode encontrar alguém que queria ir para lá e possa seguir com vocês no carro.”
Plantação de algodão, na estrada para Lizarda, região de Alto Parnaíba - MA
OK! Pegamos a estrada, passamos por plantações de soja e algodão e aos poucos o cerrado começa a dominar a paisagem. A estrada é um areal puro, logo encontramos um Fiat Strada sentado na areia. Ele atolou e estava tentando sair dali há mais de uma hora, sem sucesso. A Fiona entrou em ação, amarramos uma corda e o tiramos do buraco, literalmente. Era tanta areia que na ré todo o pára-choque dianteiro ficou preso e acabou sendo arrancado, com farol e tudo! Bom começo, já vimos que a estrada será uma aventura!
Momento em que o Fiat Strada perde toda a frente, presa na areia (na região de Alto Parnaíba - MA)
Seguimos viagem e logo encontramos uma saída à esquerda, por onde o GPS nos indicava. Foi a maior furada, era apenas um desvio que já estava em desuso, tamanhas as crateras formadas pela erosão. Já estávamos ali, não teve outro jeito, tivemos que passar. Puxamos a pá e as pranchas de alumínio para calçar o carro e depois de uns 15 minutos pelejando conseguimos passar. Chegamos à Bonfim e vimos os carros dos nossos amigos que tínhamos ajudado a desatolar, decidimos parar para dar uma assuntada. Foi a sorte, pois dali o GPS novamente nos mandava para a estrada errada e desativada. Pegamos as novas coordenadas e fomos rumo à Bonfim.
A estreita e longa estrada de areia corta o cerrado no sul do Maranhão, região de Alto Parnaíba - MA
Chegando na comunidade paramos na casa onde mora Pablo, ao lado da escola, perguntamos como estava a estrada para São Félix e ele disse que parecia haver apenas uma ladeira meio complicada, mas era só seguir em frente. Lindo, foi o que fizemos, seguindo o GPS sempre que havia algum desvio ou bifurcação, certo? ERRADO! Foi aí que tudo começou. Após a ladeira havia uma bifurcação, seguimos pelo GPS à esquerda. Descemos um morrinho e chegamos a uma fazenda que acabara de ser cercada. Isso para mim até era bom sinal, civilização à vista. Esta fazenda já está na área do parque, porém ainda sem indenização, continua trabalhando. Cercas novas e inclusive uma nova estrada beirando a propriedade para poder fechar a estrada antiga que passava por dentro das terras. Essa picada nova passa por meio de uma mata, cheia de tocos e ainda pouco batida, até que chega a uma casinha em um lugarejo conhecido como o Ponto dos Bons (leia-se “pontdusbão”). Lá conversamos com a moradora, uma senhorinha que nos explicou: “xiii, vocês passaram da estrada para São Félix, aqui é a estrada para Porto Alegre, chega lá também, mas é muito mais longe. Voltem, subam o morrinho e peguem um atalho à esquerda logo que chegar no topo.” Eram 15h, ainda tínhamos um tempo de luz, mas já estávamos começando a ficar meio impacientes. Voltamos, pegamos o atalho e cruzamos um chapadão por uma estrada praticamente inexistente, abrindo caminho com a Fiona direto e reto em direção a uma serra chapada. Víamos que ali já havia sido uma fazenda, volta e meia encontrávamos uns paus de cerca, mas nada além. Descemos em direção a um baixio e eis que vemos ao longe uma outra estrada, alegria, encontramos!
Fiona enfrenta estrada de areia no P.N das Nascentes do Parnaíba, no extremo sul do Maranhão
Chegamos a uma porteira fechada, passamos e pegamos à esquerda, pois sabíamos que era a direção, já sem rota de GPS, seguimos na direção mais provável. Atravessamos uma ponte e chegamos a outro obstáculo na pista, uma erosão braba. A esta altura já eram umas 16h, não tínhamos certeza se era o caminho correto, acabamos decidindo voltar, pegar a estrada beirando a porteira e ver onde ia dar. Desconfiávamos que esta era a estrada que deveríamos ter pego lá atrás e logo depois, bingo! Chegamos à bifurcação, era ela mesma, confirmamos que estávamos no caminho certo. Porém já não tínhamos tempo hábil para continuar a viagem, decidimos voltar e procurar algum lugar para dormirmos em Bonfim.
O quintal da "nossa casa", com porcos, vacas e galinhas, na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA
Chegamos às primeiras casas num lugarejo conhecido como Riozinho, colado em Bonfim, e o Nilvan nos recebeu. Engraçado que na vinda tinha uma casinha linda de adobe com palha que eu havia até parado para fotografar. Ele nos viu parando, imaginou que queríamos informação, mas como não o vimos seguimos adiante.
Casa na comunidade de Riozinho. AInda não sabíamos que era exatamente ali que iríamos dormir! (região de Alto Parnaíba - MA)
Contamos a nossa história para Nilvan e ele não titubeou, abriu as portas da casa de Martílio, seu irmão que estava de viagem, a casa que eu havia fotografado. Como é bom chegar em algum lugar. Já estávamos há quase 8h na estrada, nos perdendo e nos achando, mas sem conseguir seguir adiante. Tudo que eu precisava era de um banho! O riozinho corre nos fundos do sítio, fomos até lá e lavamos a alma! Não tínhamos muita comida, mas algumas bolachinhas iam ajudar a tapear a fome. O importante é que tínhamos um lugar para dormir.
Com o Jaime, qie nos recebeu na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA
Resgatamos uma pinga que havíamos comprado em Brejões na Chapada Diamantina, era o melhor que tínhamos para oferecer pela acolhida. Um dedinho de pinga e muuuitos dedinhos de prosa, ele nos convidou para comer um delicioso arroz com abóbora que estava preparando. Logo chegou seu irmão mais velho, Jaime, que conhecia bem dos caminhos na região. Passamos a noite assuntando, conversando sobre a região, política, o Luz para Todos que não chegou e os caminhos da nossa viagem no dia seguinte.
Dedo de prosa com o Jaime e o Nilvan, que nos receberam tão bem na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA
Eles têm uma vida simples, morando nesse sítio o rio é a fonte de água de beber, de banhar e de lavar. Plantam abóbora, milho e arroz que pode ficar estocado para os próximos 3 anos, e tem alguns gados da irmandade. São 11 irmãos, alguns vivem por aqui e outros já mudaram para a cidade, Alto Parnaíba ou São Félix. Quando matam um gado dividem a carne entre os irmãos, como não tem luz, salgam e guardam para comer uma vez por mês. Tudo muito simples, mas muito digno, feito com muito trabalho e muito carinho. A lua iluminava a noite quase como um sol no meio do cerrado. Nos recolhemos aos nossos aposentos para uma merecida noite de descanso.
Hora de se recolher na "nossa" casa, na comunidade de Riozinho, região de Alto Parnaíba - MA
Onde as águas se encontram, na praia de Setiba, em Guarapari - ES
Setiba é uma praia que ficou marcada na minha memória de infância. Tudo começou em uma viagem de carro que eu e minhas irmãs fizemos com os meus pais, rodando o interior de SP, circuito das águas e circuito histórico de MG, litoral do Espírito Santo e litoral do RJ. No Espírito Santo exploramos boa parte do litoral sul, começando por Vila Velha e Guarapari. Setiba é uma das primeiras praias ao norte de Guarapari e foi também uma das primeiras que paramos para conhecer em um tour diário lá em 1992. As três filhas pequenas votaram por passar o dia lá, apaixonadas por suas águas transparentes e tranqüilas. A praia tinha uma geografia diferente de tudo o que conhecíamos, suas águas se encontravam em duas praias formadas por um pequeno morro de pedras ligado por uma estreita faixa de areia.
A Ana na praia de Setiba, em Guarapari - ES
Esta imagem ficou na minha memória durante anos, e principalmente os pedidos incansáveis das filhas para ficar em “Setiiiiba”. Porém alguém tinha que ser racional, estava apenas começando o dia e o tour, tínhamos muitas praias para conhecer ainda e não tínhamos como saber qual seria a mais bonita. Meu instinto me dizia que nenhuma seria mais bonita do que Setiba, mas voto vencido, seguimos para o norte e acabamos parando na praia particular conhecido como Três Praias. Coitada da minha mãe, que teve que aguentar as reclamações das filhas que queriam voltar à Setiba durante muito tempo, inclusive após a viagem. Quando contei para ela que viríamos para cá ela me pediu: “tire muitas fotos, dê um mergulho, aproveite bastante!” Olha que horror, mesmo sendo crianças, conseguimos deixá-la meio traumatizada. Ainda bem que o tempo passa e as distâncias diminuem, hoje aproveitamos bastante, caminhamos pela praia, tomamos banho de mar e até uma sonequinha eu consegui tirar!
Finalmente, depois de 18 anos, nadando na praia de Setiba, em Guarapari - ES
Novamente acho que meu photoshop mental de criança era melhor, pois a praia estava muito mais bonita na minha lembrança do que hoje. Não quero ser injusta com a natureza, pois em 92 nós viemos para cá durante o verão e agora no inverno, com os ventos mais fortes e o tempo mais nublado.
Fim de tarde na praia de Setiba, em Guarapari - ES
Saímos de lá para Guarapari com o sol bem baixo, linda luz de fim de tarde. Não lembro de, naquela ocasião, termos conhecido a Praia do Morro, principal praia de Guarapari. Mas agora quem refrescaria sua memória seria o Rodrigo, demos uma passadinha rápida lá para conhecê-la e relembrar da temporada que ele passou com a família. É, é o Espírito Santo tão forte em nossas lembranças, vai deixando saudades, amanhã continuamos a viagem seguindo para o interior, Cachoeira da Fumaça e Serra do Caparaó, estamos a caminho!
Praia do Morro, em Guarapari - ES
Maravilhoso pôr-do-sol nos alagados entre Roraima e Amazonas
Rota BR-174 de BoaVista à Manaus - esta estrada é longa e cheia de histórias. São mais de 600km entre as cidades de Boa Vista à Manaus, passando pela Reserva Indígena Waimiri Atroari e a cidade de Presidente Figueiredo, até chegar ao Amazonas. Confira um pouco desta história!
O Douglas, Amelie e Clara durante almoço em Bogotá, na Colômbia
Às vezes demora um pouco para o jovem perceber isso, mas chega uma fase da vida em que simplesmente percebemos como os laços de família são muito fortes. Por mais que queira negar, você começa a se reconhecer em cada gesto, cada ato, cada erro e acerto, cada lição de moral, e cada decisão, naqueles que o fizeram essa pessoa tão bacana que você é hoje.
Eu já estava neste processo muito antes de começar esta viagem, pensava até que já o estava encerrando. Como se depois disso houvesse um novo ciclo e um novo status de ciência destas relações. Ledo engano. Durante a viagem fui percebendo que a nossa noção sobre estas relações familiares podem mudar, amadurecer e até se enraizar, porém este processo é cíclico e nunca irá terminar. Faz parte da nossa evolução, como espírito e como seres humanos. A distância é um fator catalisador deste processo de reconhecimento, restabelecimento, renovação e reafirmação destes laços. Aos poucos vamos nos reencontrando com nossos pais, irmãos, avós, tios, primos e nos reconhecendo em cada um deles, a cada esquina, seja em Bogotá, Iquique ou lá em Cabaceiras, Paraíba.
Com a Amelie em almoço em restaurante de Bogotá, na Colômbia
Às vezes também, encontramos pessoas que nos identificamos tanto que elas passam a fazer parte destas referências e volta e meia você também os encontrará dentro de ti. Estas pessoas são os nossos amigos. Como dizem alguns, “Os amigos são a família que nós podemos escolher.”
Almoço com a Joana, Douglas, Amelie e Clara em Bogotá, na Colômbia
Esta escolha não é racional e quando vemos, ela já aconteceu! Nós estamos passando justamente por uma experiência como esta. Douglas, Clarita e sua filha de 3 anos, Amelie, são a nossa nova família colombiana.
Matamos as saudades destes momentos, hoje passamos o dia em família. Café da manhã juntos, depois cada um segue em seus compromissos, aulas e trabalhos e se encontra para almoçar. Um belo almoço, diga-se de passagem, fomos a uma parillada tipicamente colombiana. Fomos eu, Rodrigo, Angelo, Joana, Douglas, Clarita e Amelie a nos afundar de comer carne. À noite foi a minha vez de preparar o jantar, massa, queijo, vinho e uma sobremesa beeem brasileira: brigadeiro!
É engraçado como foi tudo muito rápido, muito intenso e muito natural ao mesmo tempo. Não sei se é apenas parte da imensa hospitalidade deles, somada à minha carência e saudades da família, mas a identificação foi tão forte, que hoje já nos sentimos parte da família!
Cemitério de combatentes no Memorial à Batalha do Jenipapo, em Campo Maior - PI
Num início de tarde quente fomos embora de Teresina, nos despedindo das memórias que não tivemos, sentindo uma vontade imensa de ficar para encontrar o que já não existia mais. Infelizmente não há o que fazer, o “Nós” já se foi, será que voltaremos à Teresina? Quem sabe...
Transporte público comum no Piauí, em Campo Maior - PI
A viagem para Parnaíba nos parece um retrocesso, porém “retroceder nunca, desistir jamais!”, seguimos já em clima de batalha para conhecer um lugar que fez parte da história brasileira, porém é totalmente desconhecida. Repetimos apenas um pequeno trecho de estrada até Campo Maior, a cidade que abrigou parte do exército formado por comuns que nunca haviam estado em uma batalha antes, em prol de um mesmo bem, a Independência do Brasil!
Memorial à Batalha do Jenipapo, em Campo Maior - PI
D. Pedro já havia proclamado a independência em 7 de Setembro de 1822, porém Dom João VI, seu pai, planejava manter as terras do norte ainda sobre os auspícios portugueses. Ceará, Piauí e Maranhão recebia as tropas do Major João José da Cunha Fidié, encarregada de manter as províncias fiéis à Coroa. Em Oeiras, a 24 de janeiro de 1823, Manuel de Sousa Martins, futuro Visconde da Parnaíba, proclama a Independência e assume a presidência da Junta do Governo do Piauí e um mês depois Fidié resolve marchar à Oeiras para uma represalha ao independentista.
Memorial à Batalha do Jenipapo, em Campo Maior - PI
Enquanto isso, homens idealistas e revolucionários reuniram as forças nacionalistas na cidade de Campo Maior. Sabendo disso o Major desviou suas tropas e ali, às margens do Rio Jenipapo, deu-se a sangrenta batalha. Estes homens nunca haviam lutado, porém estavam conscientes de sua condição (desfavorável) de luta, com foices, facões e armas para o levante a favor da unidade nacional. Conta a história que as mulheres incentivavam seus maridos, vendiam seus pertences, jóias e o que tivessem para ajudá-los a comprar armas e irem à guerra.
Placa informativa no Memorial à Batalha do Jenipapo, em Campo Maior - PI
Foram 1500 homens contra 1000 soldados às margens do rio Jenipapo. A batalha foi perdida, porém desviou a tropa portuguesa do seu objetivo, Oeiras, a então capital do Piauí que provavelmente sucumbiria ao ataque. Dias depois as tropas de Fidié foram rendidas e ele foi obrigado a se entregar no dia 31 de julho de 1823. Esta foi a única batalha com derramamento de sangue pela Independência do Brasil, estes homens lutaram por um ideal e consolidação do território brasileiro. Existem projetos que defendem a inclusão da Batalha do Jenipapo nos livros escolares de todo o Brasil, um momento histórico que merece ser lembrado.
A longa passarela sobre a Cachoeira do Urubu, entre os municípios de Batalha e Esperantina - PI
Dali, seguimos por uma estrada alternativa que nos levava à cidade de Batalha, onde fica a Cachoeira do Urubu. Não estávamos muito certos do que iríamos encontrar, imaginamos que seria uma cachoeira não muito apetitosa a um mergulho, mas fomos surpreendidos ao chegarmos lá! Um volume imenso de água, atravessados por passarelas que unem os municípios de Batalha e Esperantina.
Cruzando a passarela sobre a Cachoeira do Urubu, entre os municípios de Batalha e Esperantina - PI
Um final da tarde belíssimo, observando os habilidosos Xexéus, construírem seus ninhos. Eles migram para as margens deste rio no inverno, tempos chuvosos, época de reprodução.
Xexéus em árvore ao lado da Cachoeira do Urubu, entre os municípios de Batalha e Esperantina - PI
Xexéu visita seu ninho em árvore ao lado da Cachoeira do Urubu, entre os municípios de Batalha e Esperantina - PI
Continuamos viagem pelas estradas “alternativas” e percebemos por que o são, buracos e falta de acostamento, são comuns na pista, além de animais de todos os tipos, cavalos, burros, porcos, cabras, vacas e cachorros. Com a viagem mais lenta acabamos pegando parte da estrada no escuro e finalmente chegamos à Parnaíba. AZUUUL de fome! Reservamos hotel, mas fomos direto para o La Barca, restaurante às margens do Rio Parnaíba, comer um Peixe Delícia com banana e purê de batata. A culinária típica aqui é o caranguejo-açú, que está em período de reprodução e por isso tem a cata, venda e consumo proibidos neste período. Amanhã vamos conferir o famoso Delta do Parnaíba!
Cachoeira do Urubu, entre os municípios de Batalha e Esperantina - PI
A bela praia de Punta Cana, no litoral da República Dominicana
Chegamos ao paraíso dos pacotes turísticos caribenhos, Punta Cana! Longas praias de águas claras, areias branquinhas e dezenas de hotéis all inclusive, para todos os gostos e bolsos.
A praia em frente ao nosso hotel em Punta Cana, no litoral da República Dominicana
As praias de Punta Cana tem águas azuis-esverdeadas, afinal estamos no Mar do Caribe. Mas depois de passarmos por todas as ilhas (sim, foram todas) sinto em contar-lhes que o Caribe tem milhares de praias mais bonitas do que esta. A principal diferença começa pela cor da água que é azul-esverdeada, mas é quase opaca, pois como são praias longas e mais desprotegidas acabam tendo maior influência de marés e do vento. Talvez por isso Isla Saona seja tão procurada, mas este tour à ilha não está incluído no pacote. (Quer ver uma ilha caribenha mesmo? Adicione uns 100 dólares por pessoa). O segundo motivo é que aqui em Punta Cana, dentro ou mesmo fora dos hotéis, você não encontrará nada da cultura caribenha. O passo relaxado, os sotaques, a culinária, a música, nada aqui é original, esse mundo da fantasia onde até pedras cantam nos jardins do hotel, poderia ser aqui, no Brasil ou no sudeste asiático e você nem notaria a diferença.
Aproveitando as piscinas do hotel em Punta Cana, no litoral da República Dominicana
Nos caminhos do hotel, muitas caixas de som disfarçadas de pedra (em Punta Cana, no litoral da República Dominicana)
Pois é, e a nossa curiosidade não conseguiu nos deixar de fora desta, afinal queríamos entender por que este é um dos destinos caribenhos preferidos, não apenas dos brasileiros, mas de russos, chineses, norte-americanos e um punhado de europeus. Os preços sem dúvida são convidativos, mas será que eles correspondem às suas expectativas? Pois além do gosto ser relativo, as expectativas de cada um é que irão dizer se você irá gostar ou não deste paraíso artificial. Eu confesso a vocês, foi aí que eu pequei. Eu tinha uma grande expectativa sobre Punta Cana, pois mesmo que não seja muito a nossa praia essa coisa de resort, aqui poderíamos, pelo menos, descansar e trabalhar muito nos nossos blogs. Foi o que fizemos, mas não sem passar alguma raiva de ter me metido nessa.
Praia em frente ao hotel em Punta Cana, no litoral da República Dominicana
Vou direto ao ponto: eu não suporto serviços padronizados e mal feitos. Cheguei à conclusão que resort para mim só se for 4 ou 5 estrelas. Minha única experiência de resort antes dessa foi no Ibero Star na Praia do Forte, onde fui de esposa em um evento que o Rodrigo foi convidado. Eu nem sei quantas estrelas tem, mas o que estou analisando são pura e simplesmente os serviços prestados pelo hotel. Lá tivemos acesso aos restaurantes à la carte, bebidas de boa qualidade e um atendimento impecável. Dessa forma não houve nada que pudéssemos reclamar e nem saímos do hotel nos 3 dias que ficamos por lá.
Turistas se divertem em Punta Cana, no litoral da República Dominicana
Aqui o que faltou para mim foi informação, eu pesquisei em vários blogs de viagem, li e reli todas as descrições do trip-advisor e dos próprios sites dos hotéis e no final me senti enganada. Faltou uma informação de alguém que pudesse me dizer: Barcelo Dominican Beach é o mais básico de todos os resorts. Ponto, ou nós já iríamos para lá com essa expectativa ou nós gastaríamos um pouco mais e escolheríamos algo melhor. Mas sentir-se enganado, ou pior, ver que você estava “mal informada” é o fim da picada!
Piscina principal do nosso hotel em Punta Cana, no litoral da República Dominicana
A praia em frente ao hotel era uma farofa só, o buffet ok, várias vezes bem desfalcado e pedir reposição era quase um crime. Os atendentes olhavam com uma cara como quem diz “Ihh minha filha, já acabou.” Pior do que o serviço de má qualidade é ver que as pessoas que te atendem não estão felizes... (com algumas raras exceções).
Restaurante de buffet do hotel em Punta Cana, no litoral da República Dominicana
A regra de agendamento dos restaurantes foi outro ponto de tensão. Chegamos no hotel perto das 17h e descobrimos que só poderíamos fazer as reservas até o meio-dia. São 6 restaurantes, um brasileiro, um italiano, um mexicano, um japonês, um espanhol e um de frutos do mar. No segundo dia as 8 da manhã eu estava lá para agendar e não havia nenhuma vaga, pois a agenda não é apenas pela manhã, mas sim um dia antes! Quer dizer que das nossas 3 noites, apenas uma poderia ser em um restaurante à la carte, que a propósito foi um churrasco brasileiro fake que me deixou passando mal no dia seguinte. Nos bares as bebidas eram todas as “da casa”, sabe Deus o que tinha lá dentro. Tomamos rezando para sobreviver no dia seguinte, afinal, só bebendo para se divertir aqui.
Nosso bar predileto no hotel em Punta Cana, no litoral da República Dominicana
As primeiras 24 horas foram de adaptação, passada a revolta e ajustada às regras (mesmo não concordando com várias delas), finalmente relaxei. Pegamos uma piscininha, tomei um banho de mar e até fiz uma aulinha de hidroginástica! É bein, se tem uma coisa que aprendi nessa viagem é que o ser humano se adapta a tudo!
Jardim do nosso hotel em Punta Cana, no litoral da República Dominicana
O final de tarde era sempre no bar da piscina principal, o único que ficava aberto até as 18h, e por isso também o mais animado. Na primeira tarde no bar fizemos amizade com um grupo de jovens equatorianos em graduação do colegial (hoje conhecido como ensino médio) e um bando de porto-riquenhos bêbados e sem vergonhas. Também conhecemos um dominicano super querido, treinador do time juvenil nacional de vôlei e uma russa corajosa, que veio para cá sem falar uma palavra de inglês e nem de espanhol. Depois de muitas mímicas até que conseguimos alguma interação, mas foi mais tarde no buffet, com a ajuda do ipad e um tradutor, que a conversa fluiu melhor. No segundo dia conhecemos na piscina um grupo do exército argentino que está trabalhando no Haiti, eles aproveitaram a semana de folga para sair da loucura do trabalho na área de Gonäive (bem barra pesada) para descansar sem se preocupar com nada aqui no all inclusive de Punta Cana. Como eles encontramos alguns brasileiros da Missão Haitiana, que antes de voltar para casa conseguiram aproveitar para pegar uma prainha.
Bar da piscina do hotel em Punta Cana, no litoral da República Dominicana
É minha gente, no final até que tudo acabou bem. Como diria um antigo conhecido meu: pobrete mas alegrete! Ou ainda “Nóis ganha pouco mas se diverte.” No nosso caso, que não ganhamos nada, prefiro continuar com a nossa vida de viajantes alternativos e selecionando bem os restaurantes e pousadas aonde vou gastar cada centavo do nosso escasso dinheirinho.
A bela praia de Punta Cana, no litoral da República Dominicana
Venerável árvore que já era grande des a época em que a civilização maya floescia na península do yucatán (em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México)
No nosso caminho para Chiquilá passamos por um pequeno povoado, Solferino. Curiosamente aquele lugar perdido no estado do Yucatán tinha ares diferentes, uma praça principal mais ajeitadinha que outras vilas do mesmo porte, projetos de arte infantil espalhados pelos muros da cidade e uma placa que não sairia da nossa cabeça: El Árbol Centenário.
Venerável árvore que já era grande des a época em que a civilização maya floescia na península do yucatán (em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México)
No carnaval de Holbox eu conheci uma figura super curiosa, uma artista plástica croata que viajou o mundo com uma mochila nas costas no final da década de 70 e inicio de 80 e que a 13 anos decidiu morar aqui no México. Vera se apaixonou por esta árvore e decidiu que iria viver ali, embaixo dela.
Indo conhecer a "árvore sagrada dos mayas", em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
No retorno passamos novamente por esta placa e desta vez decidimos parar. A árvore centenária de Solferino é uma Ceiba, a árvore sagrada dos mayas. Com mais de 500 anos de idade esta Ceiba é uma das poucas que restou em toda a península, devido a grande exploração de madeira levada à exaustão tanto pelos mayas, quanto pelos colonizadores. A Ceiba tem um significado muito especial para os mayas, que acreditam que ela é um portal para o inframundo, uma forma de se comunicar com seus ancestrais. A Ceiba é um únicos seres vivos que está presente em todos os níveis do universo espiritual maya. Seus troncos e seus galhos seriam os pilares de sustentação do Mundo Superior e seus 13 níveis. Suas profundas raízes a sua ligação com os 9 níveis do Inframundo ou Mundo Inferior, o mundo aquático do Deus Chac, deus maya da chuva, e lugar onde todos iremos depois de morrer. Dentro das cavernas os mayas acreditavam que as estalactites eram as raízes das ceibas, que dão suporte ao mundo onde nós vivemos e fazem parte do seu universo místico durante as cerimonias e rituais.
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Coleção de flores no terreno da árvore sagrada dos mayas, em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
Esta Ceiba em particular tem uma história super curiosa, uma lenda que Don Garcia garante ser uma historia real, contada e vivida pelo seu avô. A árvore na época era bem menor e em certa ocasião viu passar por ali uma cobra imensa, com 8 metros de comprimento e grossa como um pé de mamão adulto. Seu avô e seu tio teriam corrido e com um espeto de ferro e arpoado a cobra contra a Ceiba, que ao passar dos anos cresceu aprisionando a cobra e o arpão de ferro. Hoje ainda podemos ver as cicatrizes do acontecido, verdade ou não sabemos agora, como nasce uma lenda.
A Fiona descansa tranquilamente sobre a quase milenar árvore do tempo dos mayas, em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
Don Garcia é o herdeiro destas terras, apaixonado por plantas e pela vida ele foi um dos responsáveis pela preservação deste belo exemplar da árvore sagrada. "Ao invés de cortá-lo para vender e nunca mais receber nada por ela, resolvi preservá-la para mostrar a todo mundo, e transformei o meu terreno em um jardim botânico". A simplicidade e a sabedoria de Don Garcia são cativantes. Hoje escolas e turistas vêm de toda a região para conhecer sua ceiba sagrada e o ajudam com doações a manter o seu pequeno jardim botânico. Percorremos o jardim com ele que nos mostrava, orgulhoso, todas as orquídeas e plantas que ele cultiva.
O dono do terreno onde está a árvore sagrada dos mayas e a coleção de orquídeas, em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
Depois da visita fomos à casa de sua vizinha, Vera. Ela nos recebeu em sua casa-atelier como sempre com muitas histórias para contar e acabou nos convencendo a tomar uma rota diferente no nosso caminho para Mérida, o caminho das salinas.
Casa e ateliê da artista plástica europeia que veio morar embaixo da árvore sagrada dos mayas, em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
Visita à amiga artista que mora sob a sombra da quase milenar árvore maya, em Chiquila, costa norte do Yucatán, no México
Lá fomos nós, ziguezagueando pelo norte da península, passando de pueblito em pueblito, vendo as mulheres mayas em seus trajes típicos, saias coloridas e blusas rendadas, ocupadas com os seus afazeres diários. Cozinhar o milho, ralar e preparar as tortillas, lavar as roupas, carregar a água e cuidar das crianças, carregando as menores em seus sacos nas costas ou bem encaixados em uma rede presa no cocoruco da cabeça, mestres do equilíbrio.
O agitado mar do Golfo do México, no litoral norte do Yucatán, no México
Continuamos pela rala floresta do Quintana Roo, passamos às margens da reserva do Rio Lagarto, até chegar ao mar. Aqui sim a água já esta mais barrenta, não pelo golfo, mas pelo desague do rio lagarto a poucos quilômetros dali. O vento forte nos mostra que estamos no caminho certo, dali em diante entramos em outra parte da história importante para a civilização Maya: as salinas.
O agitado mar do Golfo do México, no litoral norte do Yucatán, no México
A região norte da península é repleta de lagoas e manguezais, onde a água salgada seca rapidamente e se acumula, formando cristais de diferentes cores. O vermelho das salinas faz um lindo contraste com o azul do céu e nos recorda que estas águas são ricas em vitaminas e alimentos para algumas espécies. É nesta água extremamente salgada que vivem alguns crustáceos que são o alimento preferido dos flamingos, pássaros imponentes comumente vistos na região.
Salinas e região de flamingos no litoral norte do Yucatán, no México
O sal era um bem muito empregado pelos antigos mayas, não apenas na sua culinária e na preservação dos alimentos, mas principalmente na sua economia. Ele foi utilizado como moeda nos seus mercados e nos negócios feitos no corredor marítimo até Belize e Guatemala, aceito por todas as cidades-estados no mundo Maya.
Salinas e região de flamingos no litoral norte do Yucatán, no México
Próximos a Progresso encontramos um mirante turístico para avistamento das salinas e dos flamingos, mas não tivemos a sorte de encontrá-los. Progreso é uma das cidades litorâneas mais turísticas nas proximidades de Mérida, com seus balneários, ruínas, cenotes e grutas.
Salinas e região de flamingos no litoral norte do Yucatán, no México
É sempre interessante como uma mera mudança de estradas pode enriquecer uma viagem. Um roteiro que nos levou pelo antigo e pelo atual mundo maya, viajando por suas árvores sagradas, salinas e histórias. E você, prefere o caminho mais rápido ou o mais bonito?
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