0 No fundo no Grand Canyon! - Blog da Ana - 1000 dias

No fundo no Grand Canyon! - Blog da Ana - 1000 dias

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No fundo no Grand Canyon!

Estados Unidos, Arizona, Grand Canyon

Trilha em meio à grandiosidade do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos

Trilha em meio à grandiosidade do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos


Todos nós conhecemos as imagens do Grand Canyon, uma das 7 maravilhas naturais do Planeta Terra, este imenso cânion recortado pelo Rio Colorado e esculpido pelas eras glaciais, ventos e intempéries do tempo.

O sol de fim de tarde ilumina as paredes coloridas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

O sol de fim de tarde ilumina as paredes coloridas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


O que ninguém realmente pensa é como será olhar para cima e enxergar esta grandiosidade de onde nós, indubitavelmente, somos apenas um pequenino grão de areia. Lá de baixo é de onde temos a proporção da nossa pequeneza diante do processo geológico e do tempo que fazem parte desta paisagem.

Já no final da tarde, subindo a trilha do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Já no final da tarde, subindo a trilha do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Rio Colorado no canion interior do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Rio Colorado no canion interior do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Lá do alto muitas vezes imaginamos, será que alguém um dia já esteve lááá embaixo, nas entranhas do Grand Canyon? Bem, vocês sabem que o ser humano é movido por uma curiosidade, um instinto e principalmente pelo desafio. O primeiro europeu a se aventurar pelo South Rim foi o conquistador espanhol Francisco Vásquez de Coronado, em 1540, seus soldados, porém, não tiveram sucesso em descer até o rio. Mais de 200 anos se passaram até que outro europeu tentasse fazer a travessia do Grand Canyon com a ajuda dos indígenas da Nação Hualapai, que até hoje vivem nos arredores do West Canyon. Porém foi em 1869 que o Major John Wesley Powell, 9 homens e suplementos para 10 meses de expedição, partiram do Green River em Wyoming, encontrando as águas do Rio Colorado em Utah e percorrendo as corredeiras do Rio Colorado por mais de 3 meses até chegar ao “Big Canyon”. Foi Powell, lá do alto da sua pequeneza, que pela primeira vez usou o termo “Grand Canyon” ao se referir ao grandioso acidente geográfico.

O Rio Colorado, visto da parte norte do desfiladeiro, no Grand Canyon,  no Arizona, nos Estados Unidos

O Rio Colorado, visto da parte norte do desfiladeiro, no Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Nós chegamos ao Grand Canyon no inverno, com temperaturas de -18°C durante a noite, e mesmo assim não nos passou pela cabeça, nem por um minuto, em não descer esta trilha para conhecer uma das mais antigas entranhas do nosso continente. Só nos demoveria desta ideia algum ranger bem informado e muito convincente, com dados recentes sobre as condições da trilha e da previsão de tempo.

Auto retrato durante a subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Auto retrato durante a subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


A boa notícia é que enquanto o South Rim está a 2.100m de altitude, a base do cânion está a apenas 800m sobre o nível do mar, ou seja, muito mais quente. A má notícia (principalmente para os preguiçosos) é que nós temos que descer 1.300m até o Rio Colorado e depois temos que subir os mesmos 1.300m! A rota até pode ser feita em um dia, mas além de não ser indicado, por somarem mais de 26 km de extenuante caminhada, não vale a pena descer uma das trilhas mais lindas que você já fez na sua vida, para voltar correndo e não aproveitar a paisagem, ficando sem tempo de explorar um pouco mais das vistas, trilhas e cânions que existem lá embaixo.

Cruzando ponte sobre o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Cruzando ponte sobre o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Existem duas trilhas para acessar a base do cânion e normalmente os hikers utilizam uma delas para descer e a outra para subir, fechando o circuito e conhecendo todo o caminho. A rota mais utilizada, principalmente no inverno, é a descida pela South Kaibab Trail e a subida pela Bright Angel Trail.

Descendo a trilha do Grand Canyon em meio a uma paisagem impressionate! (no Arizona, nos Estados Unidos)

Descendo a trilha do Grand Canyon em meio a uma paisagem impressionate! (no Arizona, nos Estados Unidos)


Nós decidimos fazer a caminhada em dois dias, acampando uma noite no Bright Angel Campground, com as temperaturas previstas para 0°C, totalmente suportável com os nossos super sacos de dormir e os novos lençóis térmicos. Empacotamos tudo, nos abastecemos no supermercado da vila e logo estávamos prontos para a nossa aventura. Na manhã seguinte deixamos o carro estacionado no parking do Back Country Office e pegamos o Hikers Bus, shuttle do parque especial para hikers, que passa por ali as 8h05 e as 9h05 da manhã.

No ônibus, a caminho do início da trilha para descer o Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

No ônibus, a caminho do início da trilha para descer o Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Nós e vários outros hikers entramos na trilha nevada pouco mais de 9h30. A maioria estava utilizando freios/stoppers para neve, um aparato que você coloca na sua bota ou tênis de caminhada que te dá mais aderência na neve. Nós compramos um simples, mas decidimos tentar descer sem eles, apenas usando os nossos bastões. Esta trilha está mais tempo no sol, por isso o trecho com neve era menor. Ela já começa com um ziguezague animal, super estreito e inclinado com uma vista surreal do cânion!

Visão de um ensolarado Grand Canyon, antes de iniciarmos a trilha que desce até o rio Colorado, no Arizona, nos Estados Unidos

Visão de um ensolarado Grand Canyon, antes de iniciarmos a trilha que desce até o rio Colorado, no Arizona, nos Estados Unidos


Ali, nos primeiros metros de trilha encontramos um paulista fotografando e já pensando em voltar, desacostumado e um pouco preocupado com a quantidade de neve. Realmente um escorregão ali não é nada bem vindo.

Início da trilha de descida do Grand Canyon, o caminho cheio de neve e gelo, no Arizona, nos Estados Unidos

Início da trilha de descida do Grand Canyon, o caminho cheio de neve e gelo, no Arizona, nos Estados Unidos



A South Kaibab começa em uma elevação de 2.213m e está dividida basicamente assim:
- Trailhead até a Cedar Ridge: 2,4km – 347m de perda de elevação
- Cedar Ridge para Skeleton Point: 2,4km – 274m de perda de elevação
- Skeleton Point para Tip Off: 4,2km – 463m de perda de elevação
- Tip Off até o Bright Angel Campground: 2,4km – 274m de perda de elevação

Total Trailhead até o Bright Angel Campground: 11,3km – 1.457m de perda de elevação.

Início de caminhada, a trilha ainda na sombra enquanto, ao fundo, o sol inunda o Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos

Início de caminhada, a trilha ainda na sombra enquanto, ao fundo, o sol inunda o Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos


Esta trilha é simplesmente maravilhosa! A cada virada, cada passo você está mais próximo de uma parede vermelha, amarela ou terracota, com pedras gigantes, mirantes e paisagens deslumbrantes. Cada curva desvenda novas vistas e novos ângulos do cânion, com a luz diretamente a sua frente, simplesmente perfeita.

Durante a trilha de descida, admirando a paisagem do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos

Durante a trilha de descida, admirando a paisagem do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos


Fizemos uma parada para um lanche, várias paradas para fotos e mais ou menos na metade do caminho conhecemos uns locais, que frequentam esta trilha pelo menos duas vezes ao ano. Steve e sua esposa moram em Phoenix, ela super atlética ia e vinha na trilha para se esquentar e não perder o pique. Passava em frente e voltava para ver “onde estava o marido”, carregando uma mochilona nas costas. Ele super viajado tinha um papo interessante, nos contando de suas viagens de carona, ônibus e barco pelos caminhos da América Latina.

Despedida de amigos na trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos 'afluentes' do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Despedida de amigos na trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos "afluentes" do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Isso é uma coisa ótima aqui nos EUA, sempre encontramos pessoas de todas as idades nas trilhas, jovens senhores super atléticos como eles (que beiravam os 60 anos) e jovens avós como o Pat, de 45 anos, que veio do Kansas para conhecer o Grand Canyon e já voltava para casa, afinal em poucos dias será o Natal e ele tem a família e seus 3 netos o esperando em casa. Pat nos acompanhou até a primeira vista do Colorado River, ponto alto e emocionante da trilha. Lá do alto já pudemos avistar os barcos de rafting que cruzam o Rio Colorado em expedições de uma semana ou mais, acampando ao longo do rio, deve ser uma delícia!

Acampamento de expedição que navegava pelo rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Acampamento de expedição que navegava pelo rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Nós mal percebemos, mas esta última descida é a mais íngreme e exposta da trilha, com vista direta para o Colorado e vários ziguezagues, ora olhando para as montanhas, ora para a ponte que nos leva ao outro lado do rio, ora para um dos principais pontos de referência de todos os hikers dentro do cânion, o Templo de Zoroastro.

Com um companheiro de trilha, admirando a parte interna do Grand Canyon,  no Arizona, nos Estados Unidos

Com um companheiro de trilha, admirando a parte interna do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


A chegada ao rio nos reservava ainda uma passagem ainda mais simbólica, um túnel feito na rocha, dando acesso à Kaibab Bridge, ponte que atravessa o Rio Colorado. É como se estivéssemos entrando em um portal do tempo, um lugar encantado que poucos privilegiados têm a sorte de estar.

Ponte cruza o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Ponte cruza o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Ponte cruza o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Ponte cruza o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Chegamos ao camping um pouco antes das 14h30, montamos a barraca, organizamos o acampamento e saímos novamente para uma caminhada ao longo do Bright Angel Creek, e subimos um trecho da trilha do Clear Creek. Subimos por quase uma hora para vermos lá de dentro do cânion o pôr do sol contra as paredes multicoloridas que nos rodeavam. Lá do alto vemos novamente o rio Colorado serpenteando entre as montanhas, ao longe as altas paredes do South Rim de onde vinha o cintilar dos flashes dos turistas, minúsculos em seus confortáveis mirantes.

O sol de fim de tarde ilumina as paredes coloridas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

O sol de fim de tarde ilumina as paredes coloridas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Magnífica vista do rio Colorado, no alto da trilha Clear creek, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Magnífica vista do rio Colorado, no alto da trilha Clear creek, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Foi daqui que tivemos a noção do tamanho da encrenca do Tip Off, trecho exposto da trilha, vendo dois hikers minúsculos que enfrentavam cada uma das curvas como se fossem despencar da trilha.

Vista da parte final da trilha que nos levou até o fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Vista da parte final da trilha que nos levou até o fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Voltamos ao acampamento, pegamos nossas lanternas, luvas e gorros e fizemos mais alguns quilômetros de caminhada para ver as estrelas aparecerem no céu, às margens do Rio Colorado. Momentos inesquecíveis, quando celebramos os nossos 1000dias de viagem, sem o fim do mundo, no fundo do Grand Canyon. Retornamos ao acampamento morrendo de frio, fizemos nosso jantar, macarrão ao molho gorgonzola e logo nos enfiamos em nossos sacos de dormir. Ainda era cedo, convidei o Rodrigo para ir ao Phanton Ranch, que abre suas portas a todos depois das 20h para uma cervejinha ao redor da lareira, mas mal tive tempo de terminar o convite e ele já estava roncando quentinho, estreando o seu novo saco de dormir de plumas de ganso. Eu demorei a dormir, entrei com roupas quentinhas dentro do lençol térmico e mais dois sacos de dormir, o meu (que suporta até -5°C) e mais o antigo saco de dormir do Rodrigo, que eu resolvi carregar morro abaixo e morro acima, como garantia. Uma noite na barraca nunca é uma noite bem dormida, mas esta, meus amigos, foi um inferno gelado. Demorei a pegar no sono, mas uma vez que todas as camadas fizeram efeito e o frio foi embora finalmente pude descansar.

Admirando e curtindo um espetacular fim de tarde no fundo do Grand Canyon, na parte alta da Clear Creek Trail, no Arizona, nos Estados Unidos

Admirando e curtindo um espetacular fim de tarde no fundo do Grand Canyon, na parte alta da Clear Creek Trail, no Arizona, nos Estados Unidos


Acampando no Bright Angel Canyon, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Acampando no Bright Angel Canyon, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


No dia seguinte sair de todo este ninho quentinho foi outro exercício de coragem. A luz da manhã entrando nas frestas do cânion era ainda mais bonita que a luz do final de tarde. No caminho do banheiro encontramos uma família de veadinhos, fofos demais, comendo algum de seus capins prediletos. Tomamos um chá e resolvemos colocar o pé na trilha novamente, antes de desmontar acampamento. Fomos à North Kaibab Trail, ao longo do Angel Creek, para conhecer um pouco do cânion mais estreito dentro do cânion, dentro do Grand Canyon.

Encontrando um pequeno cervo no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Encontrando um pequeno cervo no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Percorrendo trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos 'afluentes' do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Percorrendo trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos "afluentes" do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Andamos até a terceira ponte e eu decidi voltar tranquilamente, alongando e fotografando. O Rodrigo ainda decidiu correr até a quinta ponte. Encontrei novamente nossos amigos de Phoenix, que nos esperaram para a cervejinha no calor do Phanton Ranch ontem à noite. Nos despedimos do casal de aventureiros, ainda com uma esperança de, quem sabe, estender a nossa estada naquele mundo encantado no fundo do Grand Canion. Mas o dever e o tempo falaram mais alto e voltamos correndo desmontar o acampamento para começar o nosso caminho de volta.

O rio Colorado no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

O rio Colorado no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Estávamos na trilha pouco antes das 13h e agora pegaríamos a Bright Angel Trail para subir até o South Rim. A trilha é mais longa, pois tem trechos mais planos e no final um longo ziguezague. Começamos a caminhada ao longo do Rio Colorado, atravessando a Silver Bridge, dando um até logo à base do Grand Canyon. Beleza pouca é bobagem!

O rio Colorado no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

O rio Colorado no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Agora, precisávamos nos concentrar e subir esta trilha acelerados! Não queríamos chegar ao trecho nevado da trilha sem luz. Aí vai o perfil da trilha:

Bright Angel Trailhead (elevação 2.093m):
- River Resthouse to Bright Angel Campground: 2,4 km – 0m de ganho de elevação
- Indian Garden Campground até a River Resthouse: 5,2 km – 402m de ganho de elevação
- 3 Mile Resthouse até o Indian Garden Campground: 2,7 km – 289m de ganho de elevação
- 1 ½ Mile Resthouse até 3 Mile Resthouse: 2,4 km – 299m de ganho de elevação
- Trailhead até 1 ½ Mile Resthouse: 2 km – 345m de ganho de elevação

Total Bright Angel Campground à Trailhead: 15,3km – 1.335m de ganho total de elevação

Paisagem a meio caminho do fundo do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos

Paisagem a meio caminho do fundo do Grand Canyon no Arizona, nos Estados Unidos


Cruzamos diversas vezes o Bright Angel Creek até chegar ao platô onde está o Indian Creek Campground. A esta altura a máquina fotográfica já estava na mochila, bem longe do meu alcance, caso contrário não chegaríamos lá em cima a tempo. Andamos em passos acelerados, eu, bem orgulhosa do meu ritmo, morro acima e com o peso da mochila nas costas. Confesso que no início eu estava preocupada com o tempo e já vinha trabalhando o meu psicológico para uma possível noite de sono no Indian Creek Campground com temperaturas nada agradáveis.

Metade do caminho na subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Metade do caminho na subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Que nada! Em boa passada chegamos logo até ele e o pior ainda estaria por vir. Cruzamos casais e famílias inteiras, uma delas com uma menina de 7 anos e um bebê com menos de dois anos na cadeirinha nas costas do pai. A certa altura este bebê começou a chorar e ele não parou enquanto não chegou ao topo. Foram pelo menos duas horas de choro para o desespero dos pais, que tentaram de tudo para acalmá-lo, mas ele não lhes dava opção, “eu quero chegar, o que estou fazendo aqui?” devia estar pensando o menino.

A trilha serpenteia desfiladeiro acima, na subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

A trilha serpenteia desfiladeiro acima, na subida do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Outra famíla no caminho inverso descia lentamente e já bastante atrasada, um menino de 6 anos e sua grande mochila de explorador e sua irmã de uns 10 anos, que olhava para mãe e perguntava: “o que faremos se não conseguirmos chegar hoje?”. Eu não quis me meter, mas fiquei curiosa com qual seria a resposta. Pelo menos o parque nacional é bem estruturado, estas quebras no roteiro fazem os objetivos mais alcançáveis e o psicológico muito mais confiante.

Pausa para lanche e dscanso, subindo a trilha do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Pausa para lanche e dscanso, subindo a trilha do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Enfim, já quase no topo, ainda pegamos longos trechos de neve, parte com gelo, no interminável ziguezague de resthouses a resthouses. Chegamos ao Bright Angel Lodge exatamente 17h15, completamos os 15,3 km de trilha (morro acima) em menos de 5 horas, um ótimo tempo!

Já quase no alto, trecho de neve da trilha que sobre o Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Já quase no alto, trecho de neve da trilha que sobre o Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Já quase escuro, chegando ao alto do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Já quase escuro, chegando ao alto do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Dois dias em uma das trilhas mais lindas do mundo, logo após de termos feito a Kalalau Trail no Hawaii, eleita pela National Geographic uma das trilhas costeiras mais bonitas do mundo. Sem dúvida não há como compará-las, são belezas cênicas completamente diferentes e com cenários que não cansam de te impressionar e fazer valer cada passo e cada gota de suor deixada no caminho.

Pela primeira vez, observamos diretamente o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Pela primeira vez, observamos diretamente o rio Colorado, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos



Organizando o Trekking para a Base do Grand Canyon

Vista do acampamento no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Vista do acampamento no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


O tempo ideal de estada na base do cânion é de pelo menos duas noites, assim você pode aproveitar para fazer algumas das várias trilhas na base do cânion, como a Clear Creek (10 a 12 km ida e volta) ou a trilha em direção ao North Rim até a Ribbon Falls (23km ida e volta - plana).

Percorrendo trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos 'afluentes' do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Percorrendo trilha ao longo do Bright Angel Canyon, um dos "afluentes" do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


A primeira parada para organizar um trekking à base do cânion, portanto, é o Back Country Office, próximo ao Bright Angel Lodge na Grand Canyon Village. Lá eles te fornecem um mapa, dão informações atualizadas sobre as condições da trilha e fazem a reserva do espaço para a área de camping. Na alta temporada (que significa todas as épocas, menos no inverno), é preciso reservar antes, pois o camping é bem concorrido. O permit para acampar é de 10 dólares (taxa) + 5 dólares por dia por pessoa.

Acampando no Bright Angel Canyon, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Acampando no Bright Angel Canyon, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


A área de camping é bem organizada, dividida e numerada, todas são bem planas, tem mesas e caixas anti-ratos para a comida (um problema no camping), água potável e um banheiro, porém não oferece chuveiros.

Um dos alojamentos do Phanton Ranch, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Um dos alojamentos do Phanton Ranch, no fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Se dinheiro não for problema e você preferir fazer a caminhada mais leve, sem carregar mochilas pesadas com comida, equipamento de camping, etc, você também tem uma opção. Reserve com antecedência através do Bright Angel Lodge um quarto e as refeições no Phanton Ranch. O rancho na base do cânion oferece quartos comunitários (beliches com banheiro compartilhado) ou ainda chalés com banheiro privativo, quentinhos e bem confortáveis (Quartos de 89 a 135 dólares, café da manhã 24 dólares, lanche/almoço 12 dólares, jantar de 27 a 40 dólares. Os preços podem variar conforme a temporada).

Mulas trazem turistas do fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Mulas trazem turistas do fundo do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos


Se você não é de trekking e caminhar 26km vai ser demais para a sua saúde, ainda há uma forma de conhecer o Grand Canyon por este ângulo. Toda a viagem pode ser feita em mulas. Para organizar a viagem com as mulas contate o Bright Angel Lodge e eles te darão todas as regras e informações necessárias. Que tal conhecer o Grand Canyon de outro ângulo?

Uma majestosa lua nasce sobre as paredes internas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

Uma majestosa lua nasce sobre as paredes internas do Grand Canyon, no Arizona, nos Estados Unidos

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Comentários (12)

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  • 12/12/2015 | 15:55 por Alessandra

    Estamos com viagem e estadia no Grand Canyon South rim entre 3 e 6 de Janeiro 2016. Foi inspirador seu relato. Meu pesar é não poder acampar para completar o circuito q fizeram. Mas o caminho de volta me pareceu de paisagens sem igual. Forte abraço....

  • 05/02/2015 | 13:53 por Juliana Damasceno

    Ei Ana! Adorei o seu relato! Em maio/15 eu e minha namorada ficaremos 1 mês em san Francisco e queremos fazer a mesma trilha que vcs fizeram. Ainda não decidimos se será no início da viagem ou no final. Temos costume de fazer caminhadas longas e cicloviagem, mas não de acampar, por isso tive duas dúvidas: 1)Há necessidade de contratar um guia, uma vez que ele pode, por exemplo, ajudar a montar a barraca? O passeio de dois dias com o guia custa U$800 p/p. 2) Vocês comentaram que não há chuveiro, vcs levaram lenços umidecidos? Muito Obrigada e parabéns pelas viagens maravilhosas!

    Resposta:
    Oi Juliana! Essa é uma das trilhas mais bonitas da América, se puderem fiquem 3 dias, pois é cansativa a descida e mais ainda a subida. Ficando um dia por lá vocês podem fazer trilhas mais curtas no fundo do Cânyon e dar uma descansada. Sobre o guia eu diria que não é necessário, nem pela barraca que é fácil montar, a não ser que façam questão. Outra opção é reservarem com antecedência (final de maio vale tentar reservar logo) um beliche ou mesmo um chalé lá embaixo, aí terão chuveiro e tudo. Não é tão caro e vocês ficariam bem mais descansados. No camping nós usamos lencinhos umedecidos. Maio já é calor, então vocês podem tomar banho frio e quem sabe até no rio. Depois nos conecte lá no facebook para contar como foi e mandar as fotos! Boa viagem e bom trekking! Bjs!

  • 31/07/2014 | 19:11 por Roberto

    Oi Ana, este post foi o incentivo que eu precisava! Já consegui reservar 3 noites no Mather Campground. Mas depois que vi esse relato, quero passar ao menos 1 noite no Rio Colorado.
    Como vcs conseguiram o Permit, demorou, foi difícil, teve lista de espera, foi na hora, foi via fax?
    O que levaram pra comer?
    Que vcs sempre tenham força e coragem pra fazer mais viagens incríveis, namastê!!!

    Resposta:
    Oi Roberto! Nós conseguimos o permit um dia antes lá mesmo no escritório do parque, foi fácil e rápido, mas pq era baixa temporada (inverno). Acredito que você deva garantir com antecipação pelo site do parque nacional http://www.nps.gov/grca/planyourvisit/backcountry-permit.htm, acredito que tenha que ser via fax, mas sem dúvida eles poderão ajudá-lo com as informações via email.

    Sobre a comida, nós sempre levamos maças (que não estragam ou amassam fácil), barrinhas de cereal e chocolates (bem energéticos), sanduíches de pão integral, cream cheese, queijo e presunto para almoço e café da manhã e um macarrão com molho de tomate ou queijo para noite. Aí tem que levar um liquinho e fogareiro pequenininho (1 boca) para cozinhar. Lá embaixo tem água potável, mas para a trilha é importante levar pelo menos 2 litros, a trilha é longa e quente. =)

    Aproveite muito sua caminhada, é maravilhosa.
    Abs!

  • 26/06/2014 | 17:27 por Tatiana Wolff

    Como sempre, vcs salvando a pátria! Impressionante como falta informação de qualidade sobre os parques americanos! (exceção para o MauOscar, que tb está sendo uma mão na roda) Sensacional o relato!
    bjs!

    Resposta:
    Obrigada Tatiana! Precisando de informações é só avisar! Bjs!

  • 06/06/2014 | 10:52 por Isis

    Ana, parabéns pela matéria! Vocês são espetaculares.
    Estou me organizando para fazer o Grand Canyon em Dezembro, mas para isso estou contratando uma empresa com trekking e camping durante 6 dias/5 noites (rim to rim).
    Minha dúvida são os preços.
    Eles estão me pedindo 250 dólares para "tentar" a permissão do governo com 4 meses de antecedência ao trekking. Dizem que é um tipo de sorteio.
    Isso está correto?
    Além disso, o trekking vai me custar 1.350 dólares com tudo incluído, apesar de eu ter que carregar a barraca e parte da comida.
    Você acha isso razoável?
    A empresa é conhecida e bem conceituada, eu creio: http://www.wildlandtrekking.com. Pelo menos tem boa pontuação no Tripadvisor.
    Obrigada e boas viagens!!!
    Beijos
    Isis

    Resposta:
    Oi Isis! Obrigada!
    Esse trekking da travessia ainda ficou na nossa "to do list" pós viagem. rs! Sem dúvida é espetacular. Em relação à sua dúvida dos permits, nós retiramos o nosso lá no parque na hora e não era caro, agora... dezembro é invernão e o portão norte está fechado, pq as estradas de acesso dele estão cheias de neve, por isso não fizemos e talvez por isso esse pessoal que você está contratando cobre esse valor para "tentar" retirar a permissão. Entre nós eu acho estranho que essa permissão saia com 4 meses de antecedência, pois os parques geralmente querem saber como está a quantidade de neve naquele período, ou seja, saberão dias antes para liberar... Por outro lado qualquer operadora norte-americana deve ser muito séria, americanos não brincam em serviço e cobram por isso, mais do que qualquer outro lugar. Se você quer mesmo fazer o rim to rim nesta época acredito que a operadora seja a sua única opção, mas se preferir pode descer o canyon, rodar as trilhas e fazer tudo isso sozinha por um preço muito menor.
    Espero ter ajudado, qualquer coisa me escreva novamente. Boa viagem e manda as fotos depois! =) Bjs

  • 26/08/2013 | 22:14 por Luiz Rocha

    Oi, sou um cara amador, estou estudando nos EUA, e farei na semana que vem uma viagem ao Grand Cannion.
    Preciso de umas dicas, e se puder me esclarecer duas dúvidas.
    A primeira é: a trilha é perigosa? Corro risco nela??? Li vcs comentando sobre crianças fazendo e fiquei mais tranquilo.

    A segunda é: preciso de algum calçado especial, ou um tênis confortável e em bom estado de conservação é suficiente.
    Desculpe pelas perguntas tolas, é que estou otimizando ao máximo o meu orçamento.

    Resposta:
    Olá Luiz! Desculpe a demora, estamos no Pantanal sem acesso à internet. Você já deve estar chegando ao Grand Canyon agora! Se ainda estiver em tempo, aí vão as respostas: a trilha não é perigosa, apenas longa! O único risco levantado pelo próprio parque é não levar água suficiente, pois é muito quente nos meses de verão aí no Hemisfério Norte. Um tênis bom de caminhada é suficiente, embora botas protejam melhor o seu pé para os 26km de descida + subida. Calcule fazê-la em 2 ou 3 dias, vale a pena ficar um lá no fundo para descansar e aproveitar as vistas e trilhas de lá! Boa sorte e volte nos contar! Bjs!

  • 21/01/2013 | 23:20 por raquel

    beleza, já vou linkar lá agora :)
    o meu é www.meiodatravessia.wordpress.com
    beijos!

  • 14/01/2013 | 07:32 por raquel

    ops: os lugares por onde vocês *VÊM* passando

  • 14/01/2013 | 07:30 por raquel

    que legal encontrar o blog de vocês! pena que o encontrei já meio próximo do dia mil... agora tô aqui relendo as coisas antigas.
    também tirei um tempo pra viajar desde fevereiro do ano passado, mas sem um tempo nem um continente certos, hehe. os lugares por onde vocês vê passando certamente serão inspiração :)
    mantenho também um blog da viagem (embora bem diferente desse aqui). posso linkar vocês lá?
    um abraço e boa viagem!

    Resposta:
    Oi Raquel! Fique tranquila que esses 1000dias vão se estender e tem muita história pela frente ainda! É claro que pode nos linkar, é uma honra! rs! Fiquei curiosa com o seu blog, me manda para viajarmos nas suas viagens também =)
    Obrigada!
    Bjs
    Ana

  • 13/01/2013 | 17:09 por Luciana Bordallo Misura

    Gente, estou aqui babando! Nós infelizmente não podíamos fazer essa trilha porque estávamos com as crianças, mas como falei pro meu marido, voltaremos quando eles tiverem idade suficiente pra isso, porque quero MUITO ver o Grand Canyon lá de dentro, da base. Adorei o relato de vocês, ficou ótimo.

    Resposta:
    Obrigada Lu! Acho o máximo ver os pais descendo o canion com os seus filhos, tenho certeza que os seus também vão adorar! Beijos!

  • 13/01/2013 | 15:18 por Rubens Werdesheim

    Ana , uma pergunta , apesar de termos boa forma , corridas de 5 a 10 k ,eu ea Monica não fizemos trekkings em grandes distancias e menos ainda carregando equipamentos . Qual a sua dica para uma viagem, valendo Brasil, Chile e Argentina ,que nos iniciasse nessa prática ? Tipo ,primeiros passos?

    Resposta:
    Puxa, vários lugares me vieram à mente... mas vou direto nos melhores. No Brasil não sei se você já conhece a Chapada Diamantina, além de um lugar mágico, possui várias trilhas curtas e longas, todas ótimas, lindas, com cachoeiras e a temperatura sempre agradável (calientita, rs!). Destaque para o Vale do Pati, que você pode caminhar por dias! Mais perto de SP tem a região de Delfinópolis (Serra da Canastra) e a Serra Fina, em Passa Quatro, com várias trilhas ótimas de dois ou mais dias de duração.

    Qto ao Chile e Argentina eu conheci (por enquanto apenas o norte de ambos e indicaria no Chile San Pedro do Atacama, que tem diversos vulcões acima de 4 mil metros, que já te dão um pouco da experiência em caminhadas em altitude. Lá alguns vulcões são punks, com gelo e neve, mas é só procurar os mais fáceis que já serão um belo exercício.

    Agora, se vocês correm e gostam de trekking, o Grand Canyon é uma caminhada que sem dúvida poderiam fazer, quem sabe ficando lá no Phanton Ranch, pois aí não precisam carregar todos os equipamentos, ficam bem mais confortáveis e os preços não são assim, tão proibitivos.

    Ajudei?
    Beijos!
    Ana

  • 13/01/2013 | 15:13 por Rubens Werdesheim

    26 k não são para qualquer um , ainda mais com mochilas nas costas .Muito bem !!! De qualquer forma parece tentador .Belíssimo relato e muito bem detalhado. Que tudo continue dando certo por aí !!

    Resposta:
    Pois é! Fiquei orgulhosa também! O que mais me preocupava era a subida com o peso das costas, mas o fator psicológico é importante e neste eu estava bem preparada! rsrs! Obrigada pela torcida Rubens! Abs!

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