0 Subindo e Descendo o Villarrica - 2a Parte - Blog do Rodrigo - 1000 dias

Subindo e Descendo o Villarrica - 2a Parte - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Subindo e Descendo o Villarrica - 2a Parte

Chile, Pucón

No topo do vulcão Villarrica, a 2.850 metros de altitude, na região de Pucón, no sul do Chile

No topo do vulcão Villarrica, a 2.850 metros de altitude, na região de Pucón, no sul do Chile


Então, foi com esse espírito que todo o nosso grupo assistiu atentamente às instruções que o guia nos dá antes de começarmos a caminhada. O mais importante de tudo é saber usar o piolet (a pequena picareta) que todos carregamos. Deve estar sempre no braço voltado para a montanha enquanto ziguezagueamos encosta acima e, se cairmos, deve ser fincado firmemente na neve para evitar que escorreguemos e ganhemos velocidade. No caso de uma queda, o procedimento é ficar de bruços e fincar o piolet na neve. Enquanto estivermos lentos, isso certamente evitará problemas maiores. Quase sempre, cair e escorregar não são uma grande preocupação, pois se a neve estiver mole, vamos simplesmente afundar no chão. Mas se ela tiver se transformado em gelo, é o uso correto do piolet que vai nos salvar. Melhor ainda é não cair! Portanto, atenção! Como diz o ditado, “prevenir é melhor que remediar”!

1000dias no topo do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

1000dias no topo do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


A magnífica visão da região de Pucón, no sul do Chile, visto do alto do vulcão Villarrica

A magnífica visão da região de Pucón, no sul do Chile, visto do alto do vulcão Villarrica


Bom, instruções dadas, lá fomos nós. Nós e as outras centenas de pessoas que subiam hoje, divididas em dezenas de grupos. Pucón está a 250 metros de altitude. O van da agência nos leva mil metros acima disso, até uma pequena estação de esqui nas encostas do vulcão e já dentro da área do parque nacional, a menos de 20 km do centro da cidade. Aí há um teleférico daqueles de cadeirinha que pode nos levar por outros 400 metros verticais, já nos 1.600 metros de altitude. A maioria dos turistas opta por isso, mas nem todos...

Turistas caminham pela crista do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Turistas caminham pela crista do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


No topo do vulcão Villarrica, a 2.850 m de altitude, na região de Pucón, no sul do Chile

No topo do vulcão Villarrica, a 2.850 m de altitude, na região de Pucón, no sul do Chile


Quando estivemos aqui em 1992, estudantes com pouco dinheiro no bolso, qualquer economia que fizéssemos já estava valendo. Então, nós optamos por caminhar esse trecho também, todo ele em pedras soltas, nada muito interessante para se ver. Dessa vez, a tradição tinha de ser mantida. Então, lá fomos nós caminhando novamente, eu, o Haroldo e mais um punhado de valentes. A Ana queria vir conosco, mas eu a convenci dizendo que ela levaria a mochila com nosso lanche e máquina fotográfica na cadeirinha. Além disso, teria um ângulo muito melhor para fotografar. Meio a contragosto, ela seguiu no teleférico e, 40 minutos mais tarde, todos nos reunimos lá encima.

Observando a enorme cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

Observando a enorme cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


A amedrontadora cratera do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

A amedrontadora cratera do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Agora sim começava a caminhada de verdade. Bastou uns poucos minutos de caminhada para o nosso guia, o simpático Hector, perceber os diferentes ritmos de caminhada. Aí, procedimento comum de várias agências, ele nos dividiu em dois grupos, o lento e o mais lento, cada um com seu guia, e assim seguimos separados, nos reunindo apenas nos pontos de parada de descanso e de lanche. O Hector é um biólogo especializado em extremófilos (pequenos organismos que vivem em condições extremas de temperatura, pressão ou acidez) e conversar com ele durante a subida foi muito interessante.

O Rodrigo, no canto direito da foto, fica minúsculo perto da enorme cratera do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

O Rodrigo, no canto direito da foto, fica minúsculo perto da enorme cratera do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Na beira da cratera do vulcão Villarrica, a região de Pucón, no sul do Chile, a 2.850 metros de altitude

Na beira da cratera do vulcão Villarrica, a região de Pucón, no sul do Chile, a 2.850 metros de altitude


Para nossa felicidade, a neve estava bem tranquila e nem precisamos colocar nossos grampões. A bota já nos dava segurança o suficiente. Seguimos em interminável ziguezague, muitos grupos acima de nós e outros tantos abaixo. Tem uma passagem da montanha que se chama “pinguinera”, exatamente porque de lá podemos ver essas dezenas de grupos de pessoas, todos andando em fila indiana. De longe, pequeninos contra a imensidão branca da montanha, parecem mesmo grupos de pinguins. Basta olhar algumas fotos nossas da viagem à Antártida para comparar!

Vinte e dois anos mais velhos, o Rodrigo e o Haroldo retornam ao cume do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Vinte e dois anos mais velhos, o Rodrigo e o Haroldo retornam ao cume do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Em foto da viagem de 1992, com o Haroldo e o Pfeifer na subida do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Em foto da viagem de 1992, com o Haroldo e o Pfeifer na subida do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Pouco depois da metade do caminho, paramos em um promontório que forma um verdadeiro mirante natural. Vista magnífica do lago Villarrica, de Pucón e das outras montanhas e vulcões da região. Um dos pontos preferidos no caminho para se tirar fotos. Aí paramos em 92, aí paramos em 2014. Fotos que, quando comparadas, servem para ver os efeitos do tempo. O cabelo está mais branco, mas a saúde continua boa o suficiente para se chegar aqui em cima, hehehe! Vamos ver daqui a 22 anos...

região de Pucón, no sul do Chile

região de Pucón, no sul do Chile


A cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile. Dessa vez, não conseguimos ver, apenas ouvimos o lago de lava escondido nas profundezas do vulcão

A cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile. Dessa vez, não conseguimos ver, apenas ouvimos o lago de lava escondido nas profundezas do vulcão


Mais uma longa sessão de ziguezague e chegamos finalmente ao cume. Ele é grande o suficiente para que os diversos grupos que lá chegaram se dispersem. O cheiro dos gases vulcânicos é forte e assim que chegamos mais perto da cratera, o barulho do lago de lava lá embaixo também. Uma paisagem lunar, solo cheio de cores devido aos diferentes minerais expelidos pelo vulcão: amarelo, vermelho, marrom e todas as tonalidades possíveis entre essas cores. A lava está bem baixa e não conseguimos vê-la dessa vez. O que se vê é apenas a boca no fundo da cratera, como se fosse a boca de um grande gigante. Um gigante adormecido, mas que ronca bem alto. Em 92, a lava estava mais alta e podíamos vê-la com facilidade. O lago borbulhava e, em pequenas explosões, esguichos de lava subiam 10 metros de altura. Hoje, tivemos de nos satisfazer com aquele buraco escuro e amedrontador e o bafo quente que emana de lá.

A cratera esfumaçada do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)

A cratera esfumaçada do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)


O impressionante lago de lava na cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile. Foto de 1992

O impressionante lago de lava na cratera do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile. Foto de 1992


No nosso grupo, havia um casal de mineiros de Belo Horizonte. Chegando lá encima, ele tirou uma bandeira do Cruzeiro (meu time de coração!) da mochila e, orgulhoso, a estendeu para tirar fotos. Não pude resistir e fui tirar fotos também. Por essa, realmente eu não esperava... uma grande bandeira do Cruzeiro no alto do Villarrica. Espetacular!

Os mineiros e cruzeirenses (viva!!!) André e Fabíola subiram conosco o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Os mineiros e cruzeirenses (viva!!!) André e Fabíola subiram conosco o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


O tempo esteve firme e pudemos ficar por ali sem preocupações, tirando nossas fotos, lanchando e admirando a paisagem, para dentro e para fora. Mas chegou a hora de descer. Normalmente, esse é um momento bem chato, quando deixamos para trás o cume de uma montanha. Mas aqui no Villarrica essa história é diferente. Afinal, descer esse vulcão é ainda mais divertido do que subi-lo. Isso porque fazemos skibunda uma boa parte do caminho. Trechos que nos tomaram uma hora para subir, descemos em cinco minutos. É simplesmente sensacional!

Fazendo skibunda, a veloz descida das encostas geladas do vulcçao Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)

Fazendo skibunda, a veloz descida das encostas geladas do vulcçao Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)


Há duas décadas, essa técnica de descida foi uma completa surpresa para mim. Escorregávamos com a calça diretamente na neve. Uma calça que a própria agência fornecia, impermeável. Agora, as coisas evoluíram, a gente leva uma espécie de tapete de borracha para sentar em cima. Como eu já sabia dessa vez a diversão que nos esperava na descida, foi ficando cada vez mais difícil segurar a ansiedade. Mas, a hora chegou e lá estávamos nós, prontos para escorregar trechos de cem ou duzentos metros ladeira abaixo.

Descendo o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Descendo o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


A melhor parte do dia, a descida de 'ski-bunda' pelas encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

A melhor parte do dia, a descida de "ski-bunda" pelas encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Com centenas de pessoas escorregando todos os dias, os trilhos na neve já estão prontos. É só a gente se encaixar neles e deixar a gravidade fazer a sua parte. Com o piolet e os pés, vamos tentando controlar a velocidade de descida. Aos poucos, ganhando mais segurança e aprimorando as técnicas, ficamos mais corajosos e descemos mais e mais velozes. Um show! É como se fosse uma longa, quase interminável sequência de grandes escorregadores. Todo mundo virando criança novamente.

Pura diversão na descida das encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Pura diversão na descida das encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Pura diversão na descida das encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Pura diversão na descida das encostas geladas do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Por fim, chegamos ao final da neve e nas pedras já não é mais possível escorregar. Sem alternativas, temos mesmo é de nos levantar e voltar a caminhar. Para baixo, ninguém mais vai de teleférico e, no meio de tanta conversa, nem notamos que já estamos chegando ao estacionamento. Ali nos espera a van da agência para nos levar de volta à cidade. Olho para trás e fito o Villarrica. Mais uma vez, a montanha foi maravilhosa comigo, mais memórias para o resto da vida. Será que voltarei outra vez? Como será que o mundo vai ser em 2036? Alguém tem alguma ideia? Não sei aonde eu vou estar, mas o Villarrica, certamente estará aqui!

A Ana perto da boca do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

A Ana perto da boca do vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

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Subindo e Descendo o Villarrica - 1a Parte

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Diminuindo Um Pouco o Ritmo

Comentários (1)

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  • 17/09/2016 | 14:07 por Leidiane

    Que relato sensacional. Maravilhoso!!

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