0 O Trem da Morte e o Caminho até La Paz (1990) - Blog do Rodrigo - 1000 dias

O Trem da Morte e o Caminho até La Paz (1990) - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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O Trem da Morte e o Caminho até La Paz (1990)

Brasil, Mato Grosso Do Sul, Corumbá, Bolívia, Cochabamba, Santa Cruz de La Sierra

Viajando na antiga linha de trem entre Bauru, no interior de São Paulo, e Corumbá, no Mato Grosso do Sul, fornteira com a Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Viajando na antiga linha de trem entre Bauru, no interior de São Paulo, e Corumbá, no Mato Grosso do Sul, fornteira com a Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Nós não estivemos no Trem da Morte durante os 1000dias. Mas como esta é uma viagem icônica dentro do nosso continente, resolvi fazer um relato de uma outra viagem em que passei por aí, em 1990. As fotos são todas da época, quando ainda era um estudante universitário

Talvez, um dos maiores consensos que existe entre direitistas e esquerdistas, idealistas e pragmáticos, liberais e estatistas, radicais e reacionários, seja a necessidade do Brasil aumentar, em muito, sua malha ferroviária, seja de carga, seja de passageiros. Desde minhas aulas de geografia na 5ª série que ouço isso. Uma coisa tão lógica, tão gritante, mas que entra ano, passa ano, entra governo, passa governo, não muda. Ao contrário, só piora. Vemos mais e mais caminhões nas estradas e nem um trenzinho para viajarmos. Tantas linhas que já houveram, no tempo de nossos pais e avós, completamente abandonadas e se deteriorando com o tempo. Uma pena!

Nossa viagem do Brasil a La Paz, na Bolívia. Começamos pela antiga linha de trem Bauru-Corumbá. Já na Bolívia, o famoso Trem da Morte, até Santa Cruz de La Sierra. Daí até Cochabamba e La Paz, de ônibus

Nossa viagem do Brasil a La Paz, na Bolívia. Começamos pela antiga linha de trem Bauru-Corumbá. Já na Bolívia, o famoso Trem da Morte, até Santa Cruz de La Sierra. Daí até Cochabamba e La Paz, de ônibus


Um bom exemplo é a antiga linha de passageiros que unia Bauru, no interior de São Paulo, com Corumbá, no Mato Grosso do Sul, fronteira com a vizinha Bolívia. Essa, pelo menos, ainda tive a sorte de conhecer e usufruir. Foi em seus últimos anos, início de Julho de 1990. Eu, meu primo Haroldo e nosso amigo da UNICAMP, o Marcelo, embarcamos nesse trem para nosso primeiro mochilão pela América do Sul. Naquela época, assim como hoje, a viagem a Machu Picchu era como um batismo para estudantes brasileiros que começavam a se aventurar em viagens ao exterior. E nenhuma viagem a Machu Picchu era completa se não incluísse a viagem no Trem da Morte, a famosa linha de trem que liga Quijarro, na fronteira com o Brasil, com Santa Cruz de La Sierra, já no coração da Bolívia. A partir daí, uma combinação de ônibus, trem e barco nos leva até La Paz, o lago Titicaca, Puno, Cuzco e, enfim, a cidade perdida dos incas. O roteiro dessa viagem icônica não mudou nos últimos 25 anos.

Na estação ferroviária de Bauru, interior de São Paulo, aguardando o trem para Corumbá, na fronteira com a Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Na estação ferroviária de Bauru, interior de São Paulo, aguardando o trem para Corumbá, na fronteira com a Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Com o Haroldo e o Marcelo, embarcando no vagão-dormitório do antigo trem que fazia a linha entre Bauru, interior de São Paulo, e Corumbá, no Mato Grosso do Sul, fronteira com Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Com o Haroldo e o Marcelo, embarcando no vagão-dormitório do antigo trem que fazia a linha entre Bauru, interior de São Paulo, e Corumbá, no Mato Grosso do Sul, fronteira com Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Durante os 1000dias, eu e a Ana não fizemos esse percurso. Afinal, estávamos de carro, a Fiona. É claro que passamos em La Paz, Cuzco, Machu Picchu, mas os roteiros foram outros. Com isso, um relato sobre o icônico Trem da Morte, talvez a viagem de trem mais famosa do nosso continente, ficaria de fora dos 1000dias. Para sanar essa “falha”, resolvi relembrar minha própria experiência nesse percurso, muito tempo antes de conhecer a Ana ou de comprar a Fiona. Como disse, viajava com o Haroldo e o Marcelo, e tentávamos, como os estudantes de hoje, espremer em 20-30 dias o maior número possível de lugares e atrações de Bolívia e Peru. Afinal, o inverno é a melhor época do ano para se viajar a Machu Picchu (o objetivo maior da viagem) e nós, estudantes, além de pouco dinheiro no bolso, só temos um mês de férias nesse período do ano.

Corredor do vagão do nosso trem entre Bauru, interior de São Paulo, e Corumbá, na fronteira com a Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Corredor do vagão do nosso trem entre Bauru, interior de São Paulo, e Corumbá, na fronteira com a Bolívia (viagem de Julho de 1990)


A primeira dificuldade da viagem foi conseguir um bom lugar nesse trem que viajava de Bauru a Corumbá. Uma opção muito mais simpática do que os ônibus interestaduais que os viajantes de hoje tem de tomar. Por sorte, tínhamos uma amiga eu morava em Bauru e ficava de olho, quase que diariamente, na venda de passagens de trens. Em tempos pré-internet, foi ela que conseguiu os lugares para nós. As passagens se esgotavam rapidamente, assim que eram iniciadas as vendas para uma determinada data. Ela ligava lá de tempos em tempos inquirindo sobre as vendas até que, um belo dia, lhe disseram que, não só haviam iniciado a venda, como as passagens já estavam esgotadas. Ela foi para lá pessoalmente, deu em escândalo dizendo que havia tentado no dia anterior e, por passe de mágica, as passagens “apareceram”. Nossa viagem em cabines-dormitório estava garantida! Começaríamos nosso primeiro mochilão internacional com chave de ouro! E assim foi, passamos boa parte das nossas 30 horas de viagem conhecendo pessoas e turistas estrangeiros no vagão-restaurante, conversa sempre regada com muita cerveja. Além disso, tivemos uma boa cama para dormir, muito tempo para fotografar e até uma rápida parada na capital Campo Grande, onde descemos para comprar frutas. Viajar de trem é mesmo uma delícia!

Com amigos holandeses, enchendo a cara no vagão-restaurante do trem que nos levava de Bauru, interior de São Paulo, para Corumbá, na fronteira com a Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Com amigos holandeses, enchendo a cara no vagão-restaurante do trem que nos levava de Bauru, interior de São Paulo, para Corumbá, na fronteira com a Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Por falar nisso, a etapa seguinte da viagem também seria ferroviária. Agora sim, o famoso e temido Trem da Morte. Esse nome tétrico não vem de acidentes fatais ou coisa parecida, mas do fato que o trem foi muito usado para carregar doentes e mortos de uma terrível epidemia de febre amarela que houve no leste da Bolívia já há um século. O apelido, detestado pela empresa, pegou e ficou mundialmente conhecido. Mas, não é pelo fato dele não “merecer” esse nome que faz da viagem um mar de rosas. Mas não é tão mal assim, não. O mais difícil é embarcar. Uma vez dentro do trem, a gente se defende e espera o tempo passar, mais de 15 horas de viagem.

O famoso Trem da Morte chega à estação em Quijarro, na Bolívia. Ele vai nos levar até Santa Cruz de La Sierra(viagem de Julho de 1990)

O famoso Trem da Morte chega à estação em Quijarro, na Bolívia. Ele vai nos levar até Santa Cruz de La Sierra(viagem de Julho de 1990)


Uma vez em Corumbá, precisamos pegar um táxi até a fronteira. Aí, fazemos os trâmites burocráticos e, a pé ou de táxi, seguimos para a “cosmopolita” Quijarro, uma cidade que, pelo menos nessa época, era o fim do fim do mundo. Hoje, parece que melhorou um pouco. Mas temos todos de passar por aí, pois é de onde parte o Trem da Morte, único caminho na época em direção à Santa Cruz. Hoje, já há estradas. As passagens de trem se esgotavam rapidamente e quando chegamos à estação, só havia tickets para daí a três dias. Nós não tínhamos esse tempo de folga e muito menos pretendíamos ficar tanto tempo mofando no fim do fim do mundo. A solução foi o famoso “jeitinho boliviano”. Com tantos turistas querendo deixar a cidade, até as passagens no câmbio negro estavam difíceis e apareceu um boliviano com um esquema de nos colocar dentro do trem na estação seguinte, em Puerto Suarez. Ali, ele era amigo do fiscal. Iríamos sem lugar marcado nas cadeiras, mas conseguiríamos partir naquele mesmo dia. Não pestanejamos!

Paisagens bolivianas vistas das janelas do Trem da Morte, entre Quijarro e Santa Cruz de La Sierra (viagem de Julho de 1990)

Paisagens bolivianas vistas das janelas do Trem da Morte, entre Quijarro e Santa Cruz de La Sierra (viagem de Julho de 1990)


Paisagens bolivianas vistas das janelas do Trem da Morte, entre Quijarro e Santa Cruz de La Sierra (viagem de Julho de 1990)

Paisagens bolivianas vistas das janelas do Trem da Morte, entre Quijarro e Santa Cruz de La Sierra (viagem de Julho de 1990)


Só ficamos meio apreensivos quando fomos num carro baleado, em uma estrada rural, de Quijarro a Puerto Suarez. Se quisessem nos matar e desovar ali mesmo, duvido que conseguíssemos fazer algo. A tensão só terminou quando chegamos á estação. Ali, após um desentendimento sobre preços, acabamos embarcando, para nosso grande alívio. O trem vinha vazio no início da viagem e não foi difícil encontrar assentos livres. Depois, conforme passávamos pelas estações, mais gente entrava e passamos das cadeiras para o chão e, mais tarde, da posição sentada para a levantada, de pé mesmo. As últimas horas foram um sufoco, muito cansados, espremidos, em pé e torcendo para chegar.

mais uma das inúmeras paradas do Trem da Morte, entre Quijarro e Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

mais uma das inúmeras paradas do Trem da Morte, entre Quijarro e Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Brincando com família brasileira em uma das muitas paradas do Trem da Morte, entre Quijarro e Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Brincando com família brasileira em uma das muitas paradas do Trem da Morte, entre Quijarro e Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Mas boa parte da viagem foi gostosa, antes do aperto. Fizemos vários conhecidos, entre bolivianos, gringos e brasileiros. Tinha até um simpático casal com três filas pequenas. Haviam comprado a passagem com vários dias de antecedência e ficaram esperando na muito mais simpática Corumbá. Mesmo com os assentos, o pai acabou se arrependendo de não ter levado as filhas em um avião, ao invés daquele trem apertado. Era interessante também durante as paradas, quando os vagões eram invadidos por vendedores ambulantes que gritavam com toda a força dos pulmões. Muita gente comprava frango com farofa, que vinha dentro de um saco plástico, e comia tudo ali mesmo, com as mãos, deixando o ambiente bem “perfumado”. Nós ficamos apenas nas “mandarinas”, que é o nome que eles dão as mexericas. A paisagem do lado de fora também era bem bonita em alguns trechos, grandes rochedos se erguendo bem acima da planície verde. Volta e meia o trem parava no meio do nada, até por meia hora, para esperar que algum outro trem passasse no sentido contrário. Era ótimo para esticarmos as pernas e socializarmos um pouco com os outros passageiros.

No caminho para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o Trem da Morte vai ficando cada vez mais e mais cheio (viagem de Julho de 1990)

No caminho para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o Trem da Morte vai ficando cada vez mais e mais cheio (viagem de Julho de 1990)


Por fim, já no escuro e extenuados, chegamos à Santa Cruz. Tínhamos ficado amigos de um estudante boliviano no Brasil que voltava para sua casa em Cochabamba. Fomos com ele a um hotel bem tranquilo, perto da estação mesmo. Aí desmaiamos em nossas camas e, no dia seguinte cedo, o Haroldo foi com ele à rodoviária. Daqui para frente não há mais trens, apenas no Peru. Ele ajudou o Haroldo a comprar passagens de ônibus até La Paz, com uma parada rápida em Cochabamba, para o início da tarde. Com o pouco tempo que tínhamos para ir até Cusco, Arequipa, Lima, Cordilheira Blanca (Huaráz) e Iquitos, na Amazônia peruana, de onde retornaríamos ao Brasil de barco pelo rio Amazonas, nossa ideia era passar o mais rápido possível por esse início de viagem. O primeiro lugar em que pretendíamos fazer algum turismo era mesmo na capital boliviana. Assim, aqui em Santa Cruz, fomos direto para a gostosa praça central, principal atração dessa que é a segunda maior cidade do país. Segunda maior, mas a primeira em força econômica. Santa Cruz não se parece em nada com La Paz, muito menos indígena que a capital e construída numa altitude “civilizada” de 600 metros. Passamos momentos agradáveis aí e eu me diverti com um bicho-preguiça que se movimentava com aquela sua pressa característica nas árvores frondosas que dão sombra à praça. Em frente, está a catedral metropolitana, arquitetonicamente a construção mais interessante de Santa Cruz.

A praça central e a catedral de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

A praça central e a catedral de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


O Haroldo descansa na praça central de Santa Cruz de La Sierra, enquanto aguardamos o horário de nosso ônibus para Cochabamba, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

O Haroldo descansa na praça central de Santa Cruz de La Sierra, enquanto aguardamos o horário de nosso ônibus para Cochabamba, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Embarcamos no nosso ônibus que faria a longa viagem até La Paz. Hoje, essa estrada está toda asfaltada, mas naquele tempo, pelo menos até Cochabamba, era praticamente tudo de terra. Ainda muito cansados, dormimos boa parte das 13 horas de viagem, só acordando com os gritos dos vendedores ambulantes, que invadiam o ônibus da mesma maneira como invadiam o Trem da Morte, nas paradas. Também tivemos de lidar com um fiscal que queria nos vender uma “autorização para estrangeiros viajarem na Bolívia”. Os recibos que ele tinha só faziam referência a autorização para menores de idade viajarem, nada a ver com estrangeiros. Para sua fúria, mandamos ele plantar batatas. Ele jurou e ameaçou que teríamos de descer mais adiante e só ficamos mais tranquilos depois que esse incidente ficou meia hora para trás. Os outros passageiros nos confidenciaram que aquilo não estava certo. Enfim, na manhã seguinte chegamos aos 2.600 metros de altitude de Cochabamba, a quarta maior cidade do país, com 600 mil habitantes, metade de Santa Cruz.

A paisagem árida e os sinais de pobreza na viagem de ônibus subindo para o  altiplano, entre Cochabamba e La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

A paisagem árida e os sinais de pobreza na viagem de ônibus subindo para o altiplano, entre Cochabamba e La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


A paisagem árida e os sinais de pobreza na viagem de ônibus subindo para o  altiplano, entre Cochabamba e La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

A paisagem árida e os sinais de pobreza na viagem de ônibus subindo para o altiplano, entre Cochabamba e La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)


Aí passamos quase duas horas. Levamos um susto quando o ônibus nos abandonou na rodoviária e foi para a garagem com nossas mochilas dentro. Na volta, para nosso alívio, vimos que elas estavam intactas. Eram preocupações que todos tínhamos, tantas histórias que ouvíamos de quem já tinha feito essa viagem. Na maioria das vezes, exageradas. Mas, melhor pecar pelo excesso do que ao contrário. Bom, o ônibus voltou com nossas mochilas incólumes e nós seguimos para La Paz. Agora sim, saímos de uma paisagem relativamente familiar e entramos em outro mundo: o altiplano. Foi fantástico! Para quem chega lá pela primeira vez, como era nosso caso naquela época, é inesquecível. Paisagem árida, ar limpo, os Andes no horizonte, muita pobreza aparente. A estrada continuou de terra por toda a subia e foi apenas nos aproximando de La Paz que voltou o asfalto. Nossa alimentação nas últimas 24 horas tinha sido apenas de mandarinas e ansiávamos chegar à capital e iniciar, finalmente, a fase de turismo da viagem. Aquelas primeiras horas no altiplano tinham nos prometido todo um mundo novo de paisagens, cheiros, sensações. Sem dúvida, estávamos muito cansados da viagem quase incessante desde que tínhamos partido de Bauru, mas animadíssimos com o que nos esperava pela frente.

Ponto de parada de ônibus no percurso entre Cochabamba e La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)

Ponto de parada de ônibus no percurso entre Cochabamba e La Paz, na Bolívia (viagem de Julho de 1990)



P.S Para quem se interessar, os relatos dessa viagem de 1990 que estão no site dos 1000dias são:

1 - A viagem no Trem da Morte (este post!)
2 - A subida do Chacaltaya, em La Paz
3 - A Trilha Inca até Machu Picchu
4 - Viajando pelo rio Amazonas do Peru ao Brasil

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Veja todas as fotos do dia!

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Comentários (3)

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  • 30/09/2017 | 21:59 por Thiago

    Nossa que belo registro histórico,eu moro em Corumbá na fronteira com Puerto Quijarro!(Não é mais o fim do mundo viu,tem até shopping viu kk) em pensar que muita coisa daí se modificou com o passar dos anos,para melhor né ainda bem,olha me lembrou um pouco nos anos 90 esses aspecto da fronteira era bem feio mesmo,quanto aos dados hoje Santa é a maior cidade da Bolívia,Cochabamba tem o dobro da sua população de 90, e trem não é mais o mesmo,agora é o trem do progresso,climatizados, suítes camas e tudo mais.Contudo heroísmo e aventura dessa época eram enormes recompensadores!

  • 22/11/2016 | 22:26 por Guilherme Zacura Filho

    Tenho 63 anos e também adoro aventurar pelo Brasil e pela América do Sul, desde que era jovem. Também já estive na Amazônia Peruana e no Peru. Adorei seu relato, sua linguagem sincera, despojada de maquiagem pretenciosa.Foi muito agradável acompanha-lo virtualmente.
    Irei ler seus outros relatos, sem dúvida, e enviarei comentarios posteriormente.
    Parabénspelo seu entusiasmo, isto é que torna a vida mais agradável.
    Há um pensamento de uma escritora estadunidense, chamada Margaret Lee Runbeck, que diz o seguinte:
    "Happiness is not a state to arrive at, but a manner of traveling".
    Numa tradução livre, seria:
    A felicidade não é uma estação de chegada, mas um modo de viajar.
    Tem gente que gasta toda sua vida tentando atingir um patamar econômico/social onde seria então feliz, e a grande sacada, e ir sendo feliz sempre que possível. Esse patamar não existe!
    Forte abraço!

  • 28/01/2016 | 15:58 por Kadu

    Meu amigo, sensacional o seu relato. Imagino a nostalgia que deve sentir. Com certeza foi uma grande viagem junto a seus amigos. Parabéns! Hoje em dia as dificuldades são menores, mas quero um dia realizar algo pelo menos parecido! Abraços

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