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Despedidas Uruguaias - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Despedidas Uruguaias

Uruguai, Punta del Diablo

Dia de céu azul na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Dia de céu azul na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Era uma vez, em 1935, uma família uruguaia de classe média de sobrenome Rocha. Os Rocha, que viviam no interior do país, tinham um filho que sofria de forte asma. O médico da família os avisou que, para ajudar o filho, deveriam morar na costa. Os ares marinhos fariam bem a ele. Pais conscienciosos, a família comprou um grande rancho de frente ao mar em uma área desabitada, litoral norte do país, a menos de 50 quilômetros da fronteira com o Brasil. Nascia Punta del Diablo.

Ainda muito cedo, praia vazia em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Ainda muito cedo, praia vazia em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


O dia acaba de nascer e ninguém ainda chegou à escola de surf na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

O dia acaba de nascer e ninguém ainda chegou à escola de surf na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Uma década depois, aquele trecho de mar começou a ser muito frequentado por pescadores vindos de Valizas, a cidade mais próxima na costa, quarenta quilômetros ao sul. O mar ali era realmente piscoso e o movimento aumentava. Os Rocha viram aí uma boa oportunidade e foi aberto a Hosteria del Pescador, em 1949. Agora, os amantes da pesca podiam vir a passar temporadas por ali. Suas esposas, sem muito o que fazer, começaram a se dedicar ao artesanato com matéria-prima local, como pedras, madeira e estrelas-do-mar.

A praia de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

A praia de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


A praia de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

A praia de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Atrás de sol, mar, peixe fresco e artesanato, agora era a vez dos turistas começarem a chegar. No início, apenas uruguaios. Mas a notícia vai se espalhando de boca em boca e logo vieram os argentinos, que tem no Uruguai sua segunda casa. Em seguida, brasileiros, principalmente aqueles do vizinho Rio Grande do Sul. Praias tão belas assim, não há por lá, exceto na distante Torres, no norte do estado. Por fim, foi a vez de mochileiros europeus, na sua eterna busca por lugares desconhecidos, chegarem à Punta del Diablo. A essa altura, os Rocha já faziam fortuna loteando e vendendo partes de seu antigo rancho.

Monumento na ponta de pedra da Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Monumento na ponta de pedra da Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Dia de sol e movimento na praia de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Dia de sol e movimento na praia de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


O impulso final veio em uma reportagem da revista Lonely Planet, uma espécie de bíblia do turismo internacional. Em 2009, a revista decretou que a cidade era um dos 10 melhores lugares do mundo para se visitar e investir. Assim, não é a toa que a população de Punta del Diablo, que não passa de 1.000 pessoas no inverno, chegue aos 25 mil durante a temporada de verão.

Caminhando até o monumento na ponta de pedra na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Caminhando até o monumento na ponta de pedra na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Pescadores na ponta de pedra na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Pescadores na ponta de pedra na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Nós chegamos aqui no início da tarde de anteontem, um sábado, e deu para perceber logo o movimento. Não estava fácil achar lugar em algum hotel, mas encontramos algo bem melhor: uma casa! Falei disso no post anterior, mas isso é algo que se tornou bem comum durante a temporada: locação de imóveis. Nós “locamos” o nosso e, desde então, nossa única preocupação foi ir e voltar da praia, a um quarteirão de distância. Foram nossos dias derradeiros nesse querido país, uma mini-temporada de que não mais vamos nos esquecer.

O mar bate contra as rochas da Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

O mar bate contra as rochas da Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Pscador na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Pscador na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


O tempo colaborou conosco, céu azul e pouco vento. Logo na nossa primeira tarde, já fomos explorar a cidade e, principalmente, a praia. Ela pode ser cheia para padrões uruguaios, mas jamais para padrões brasileiros. Areia firme de andar, boa para uma pelada no fim de tarde e também para um mergulho. Do lado da praia, não faltam bares para uma cerveja gelada e nem barraquinhas para alugar cadeiras de praia e guarda-sol.

Na ponta de pedra da Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Na ponta de pedra da Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


O Joca e a Ixa na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

O Joca e a Ixa na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


A praia termina em uma grande ponta rochosa, a tal Punta del Diablo. Podemos caminhar até lá e ficar admirando a eterna luta entre o mar e as pedras, as ondas estourando forte nas rochas e levantando espuma bem alto. Mais um milhãozinho de anos e, quem sabe, conseguem erodir aquilo tudo?

Dia de céu azul na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Dia de céu azul na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Monumento na ponta de pedra da Punta del Diablo, no litoral do Uruguai. Reproduz uma carta de Artigas a Bolivar, de Julho de 1819

Monumento na ponta de pedra da Punta del Diablo, no litoral do Uruguai. Reproduz uma carta de Artigas a Bolivar, de Julho de 1819


Enquanto isso, a ponta é disputada por turistas e pescadores. Os primeiros, em busca de uma boa fotografia, os últimos atrás de seus peixes, a razão primeira para a Punta del Diablo se tornar conhecida.

O sol nasce na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

O sol nasce na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Mais um dia nasce na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Mais um dia nasce na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


No meio do rochedo, um monumento que homenageia o herói nacional, General Artigas. Ali está reproduzida uma carta do libertador nacional ao grande libertador do continente, Simón Bolívar. Os dois nunca se conheceram pessoalmente, mas se admiravam a distância. A carta é de 1819, uma época em que Artigas se encontrava em maus lençóis, ou numa situação bem difícil. Abandonado, praticamente traído, por seus antigos aliados argentinos, Artigas estava sendo vencido em uma guerra contra o exército luso-brasileiro. Pouco tempo depois, seria exilado para o Paraguai, enquanto o Uruguai, o país que havia liderado na sua luta de independência da Espanha, seria anexado aos domínios portugueses do Brasil, com o nome de Província Cisplatina.

O Rodrigo e sua mãe caminham na praia enquanto o dia nasce em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

O Rodrigo e sua mãe caminham na praia enquanto o dia nasce em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


O Rodrigo e sua mãe caminham na praia enquanto o dia nasce em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

O Rodrigo e sua mãe caminham na praia enquanto o dia nasce em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Mas no momento da carta, ainda havia esperança nas letras do grande líder. Ele pedia à Bolívar para receber bem em seus portos no norte da América do Sul os navios de corsários contratados para combater os navios luso-brasileiros. Naquela guerra de conquista, a superioridade naval portuguesa contra as forças uruguaias era gritante e a única saída foi a contratação de mercenários do mar, os corsários. Para tristeza de Artigas, essa quase-aliança com Bolívar e com os corsários de nada adiantou. O Uruguai caiu e o líder nunca mais voltaria a pisar os pés em sua pátria, depois de fugir para o Paraguai.

A Ixa, mãe do Rodrigo, observa o dia nascer na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

A Ixa, mãe do Rodrigo, observa o dia nascer na Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


A Ana e a Ixa caminhando na praia de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai, logo após o dia nascer

A Ana e a Ixa caminhando na praia de Punta del Diablo, no litoral do Uruguai, logo após o dia nascer


Bom, são tempos idos e quase esquecidos, que monumentos como esse nos ajudam a lembrar. Sempre bom aprender um pouco de história, mas o que queríamos mesmo era aproveitar essa praia onde brasileiros e uruguaios, ao menos hoje, convivem muito bem. Assim, voltamos para a areia e para a água. E lá ficamos também durante o dia de ontem, aproveitando cada momento das nossas últimas horas no país. Era de casa para praia, da praia para casa.

Os primeiros raios da manhã iluminam a praia em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Os primeiros raios da manhã iluminam a praia em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


O dia nasce e os barcos de pesca já saem ao mar, em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

O dia nasce e os barcos de pesca já saem ao mar, em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai


Por fim, hoje, chegou a hora de partir. Mas não sem uma última caminhada na praia, um último mergulho no mar, um último momento de contemplação da natureza especial desse lugar. Por isso, acordamos cedo, bem cedo. A tempo de ver o sol nascer, glorioso, por detrás das águas do Oceano Atlântico. Tiramos nossas fotos da imensa bola vermelha ainda lá na nossa casa e fomos para a praia, onde chegamos juntos com os primeiros raios de sol. Estava absolutamente lindo! Àquela hora, praia bem vazia, exceto por pescadores que já saiam ao mar. Foram momentos mágicos para fechar com chave de ouro nossa temporada no Uruguai, o último país dos 1000dias.

O Rodrigo e sua mãe caminham na praia enquanto o dia nasce em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

O Rodrigo e sua mãe caminham na praia enquanto o dia nasce em Punta del Diablo, no litoral do Uruguai

Uruguai, Punta del Diablo, Praia, Sol, mar, história

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