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As Minas de Potosí

Bolívia, Potosí

Atravessando parte mais estreita da Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Atravessando parte mais estreita da Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


As minas de prata de Potosí sustentaram o vasto império espanhol por séculos . Por volta de 1560 o metal foi descoberto no Cerro Rico, uma montanha que chega aos 4.500 metros de altitude. Quase que instantaneamente a população da então pacata e isolada vila começou a se multiplicar, transformando-a numa das maiores cidades das américas, chegando a ter, naquela época, quase 200 mil habitantes.

Entrada da Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Entrada da Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


Os espanhóis transformaram a descoberta numa verdadeira indústria. Fala-se que, naquela época, a quantidade de prata era tão grande que ela chegava a aflorar na superfície. Utilizando-se do trabalho forçado dos indígenas, que chegavam a trabalhar dezoito horas por dia nas piores condições, toneladas e toneladas do metal eram retiradas e enviadas para a Espanha, via Argentina. Em Potosí se diz que a quantidade de prata retirada seria o bastante para pavimentar uma estrada de ida entre a cidade e a Espanha. A estrada de volta seria pavimentada com o suor e sangue dos que aqui morreram para escavar esse metal.

Pronta para entrar na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Pronta para entrar na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


O consequência de toda essa mineração foi transformar Potosí na mais rica cidade do continente. Dezenas de igrejas e palacetes foram construídos. Mas, finalmente, a prata se acabou e a cidade entrou m franca decadência. Afinal, se não for pela prata, de que adiantaria se viver numa cidade a 4 mil metros de altitude? Pois é, esse foi o dilema de Potosí até que, em meados do século passado, outro metal ganhou importância no mercado mundial: o estanho.

Com nossa guia Roberta, na mina em Potosí - Bolívia

Com nossa guia Roberta, na mina em Potosí - Bolívia


Com isso, a cidade ganhou renovada importância e a população voltou a crescer, chegando novamente aos 200 mil habitantes. As condições de trabalho continuam terríveis, mas o uso do mercúrio, que tantos índios matou, acabou. Mesmo assim, a expectativa de vida de um minerador continua muito baixa, principalmente pelo pó que se respira dentro das minas, que destrói pouco à pouco os pulmões.

Explorando a Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Explorando a Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


As minas são uma das grandes atrações turísticas de Potosí e todos os dias dezenas de turistas entram montanha adentro para ver de perto como as pessoas ainda hoje trabalham. Agências organizam grupos, advertem sobre as condições claustrofóbicas, ajudam na compra de presentes para os mineiros e levam curiosos turistas para o Cerro Rico.

Com o protetor espiritual da Mina Rosário, o diabo 'Tio Jorge', em Potosí - Bolívia

Com o protetor espiritual da Mina Rosário, o diabo "Tio Jorge", em Potosí - Bolívia


E assim fomos nós, guiados pela Roberta, apenas nós três. Ela nos levou à uma venda onde compramos folhas de coca, para nós e para os mineiros e também refrigerantes. Ali ela também nos mostrou explosivos, detonadores e álcool, todos ítens de primeira necessidade para esses trabalhadores. De lá seguimos para um depósito onde nos vestimos apropriadamente para entrar nas minas, botas, macacão e capacete com lanterna.

Afloração de estanho na mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Afloração de estanho na mina Rosário, em Potosí - Bolívia


Subimos então até os 4.300 metros, onde está a entrada da Mina Rosário, uma das muitas dentro do Cerro Rico. Um dos primeiros grupos à chegar, fomos logo entrando naqueles túneis escuros e apertados. No início, ainda há paredes de pedra do tempo dos espanhóis. Impossível não imaginar as milhares de pessoas que já passaram por ali nesses quase 450 anos de funcionamento da mina. Quantos não morreram lá dentro? Como era a vida e os sonhos dessas pessoas? Que realidade viviam? Os pensamentos e sentimentos parecem ecoar pelas paredes. Ahhnnn se elas falassem...

Junto aos mineiros na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Junto aos mineiros na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


Caminhamos mais de um quilômetro pelos túneis da mina. Alguns mais largos, outros mais estreitos. Quanto mais para dentro, mais quente fica. Nos pontos onde estão os trabalhadores, o calor chega a 40 graus! os turistas não chegam até lá. Cruzamos com mineiros descansando um pouco em áreas menos quentes. Ou então, andando apressados para seus postos de trabalho ou conduzindo carros lotados de minério pelos trilhos que seguem pelos túneis. Quando se ouve o barulho deles chegando o negócio é pular logo para o lado, se encostar nas paredes e esperá-los passar. Se não, passam por cima mesmo! Tem mais o que fazer do que ficar pajeando turistas...

Junto aos mineiros na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Junto aos mineiros na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


Conversamos com alguns deles. Parecem resignados ao seu trabalho. Alguns já estão lá há vinte anos, São os mais experientes, responsáveis pelos trabalhos de maior responsabilidade e técnica, como a detonação de explosivos. Outros são bem jovens, às vezes adolescentes. Fazem o trabalho mais pesado, carregando peso para lá e para cá. Todos mascam coca continuamente. Nos intervalos, bebem bebidas fortes. Até mesmo álcool puro.

Sulfato de cobre na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Sulfato de cobre na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


Quem os protege é o Diablo. Cada parte da mina tem o seu. São os chamados "tios". Na parte que visitamos, quem reina é o "Tio Jorge". Para ele se fazem oferendas e pedidos. Uma estátua o simboliza e nós também o homenageamos. Com várias fotos!

Potosí - Bolívia, vista do Cerro Rico

Potosí - Bolívia, vista do Cerro Rico


Três horas de mina foram o suficiente para nós. Saindo, cruzamos com grupos grandes de turistas, de até 15 pessoas. A visita deve ficar bem mais difícil, assim. Mas o resultado é o mesmo, para nós e para eles. Quem entra naquela mina pela primeira vez certamente sai diferente. É um tapa na cara, bem dado, sobre um modo de vida bem mais duro do que possamos imaginar, sem ter estado lá. É incrível cmo o ser humano se adapta. Quatrocentos anos de história de muito sofrimento para muitos e riqueza para poucos. mas as minas continuam lá, atraindo trabalhadores jovens de toda a Bolívia. A produção precisa continuar. Prata ou estanho, alguém tem de fazer o serviço...

Trabalhador de 16 anos na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Trabalhador de 16 anos na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Bolívia, Potosí,

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Potosí

Comentários (5)

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  • 22/02/2019 | 23:58 por José Carlos macieM filho

    por gentileza poderia me auxiliar como entrar em contato com alguém na Nivia referente a prata pois pretendo comprar os preços no Brasil são muito altos achei a reportagem excelenteuito obrigado José Carlos

  • 26/09/2013 | 11:29 por Luiz Leduc Júnior

    Olá, Rodrigo:
    Meus cumprimentos por este magnífico trabalho seu, muito instrutivo.
    Em 2007, eu escrevi um livro sobre a vida de meu falecido pai, Luiz Leduc que, entre 1907 e 1910 foi fotógrafo da Comissão Rondon, livro esse intitulado "Luiz Leduc e a saga na Comissão Rondon".
    Antes, portanto, de ler este seu trabalho, eu havia lido que os espanhóis buscavam a prata nas minas de Potosí, na Bolívia e eu havia feito a menção desse fato, para explicar a origem dos nomes Argentina, Rio da Prata e Estuário do Prata, metal que vinha da Bolívia, das minas de Potosí.
    Agora, numa revisão que estou fazendo nesse meu livro, peço vênia para estender um pouco mais o assunto, baseado nas explicações mais detalhadas constantes deste seu blog.
    as. Luiz Leduc Júnior
    Petrópolis, 26.09.2013

    Resposta:
    Olá Luiz

    Muito legal o assunto do seu livro, como deve ter sido também a história de vida de seu pai! Será uma grande honra para mim que as informações do blog te auxiliem na revisão do livro!

    Um grande abraço

  • 04/08/2011 | 19:36 por ricardo gil

    Quantas vezes a fiona parou, se é que parou com defeito ? Quantas paradas para manutençao?

    Resposta:
    Olá Ricardo
    A Fiona só parou nesses 50 mil km duas vezes, por pneu furado. E outras duas vezes, precisamos do guincho também!
    Defeito mecânico, acendeu a luz do óleo uma vez, mas ela continuou andando muito bem. Consertamos (troca de filtro de combustível) em Caxias do Sul.
    Temos feito as revisões a cada 10 mil km. Uma em cada lugar, nessa ordem: Curitiba (0 km), Belo Horizonte (10.000), Feira de Santana (20.000), Macapá (30.000), Rio Verde (40.000) e agora em Salta, Argentina (50.000)
    Enfim, até agora, nada a reclamar. E olha que pegamos cad estrada pelo caminho...
    Abs

  • 30/07/2011 | 22:32 por Patricia

    Oi Rodrigo e Ana, depois de Assunção vcs já foram planície afora, das profundezas das minas , às alturas.Saudades Bjin

    Resposta:
    Olá sogra querida!
    Saudades da companhia!
    Temos pensado muito em vc e no quanto vc gostaria de ter visitado também as planícies e minas!
    Beijão

  • 30/07/2011 | 09:14 por Lurdes-Lajeado-RS

    Bom dia viajantes,estou adorando esta viajem,realidade nua e crua,como nós Brasileiros somos felizes......que aprendizado....Um abração Lurdes

    Resposta:
    Olá Lurdes
    É isso aí, aprendemos todos os dias! Ainda mais numa viagem como essa, quando conhecemos paisagens e realidades tão distintas das nossas. Tem sido incrível!
    Abraços

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