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Playa Blanca, na Colômbia
Um tour famoso nos arredores de Cartagena, Playa Blanca e Islas Rosário são as melhores opções de praia e snorkel para quem vai visitar Cartagena, no litoral norte colombiano. Cartagena mesmo possui algumas praias de águas turvadas pelo encontro do rio e o movimentado porto, com uma estreita faixa de areia e completamente abarrotadas de gente, principalmente nos finais de semana.
Pela manhã, turistas começam a chegar à Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
A Playa Blanca está localizada na Isla Barú, a maior ilha da Colômbia quase colada ao continente e com acesso via terrestre, há pouco menos de uma hora de Cartagena. O passeio de barco, porém, é muito mais charmoso e dá a impressão de estarmos mais distantes de tudo.
Nossa casa e nossas "camas" (as redes com mosquiteiro) na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Saímos da Baía de Cartagena pela Boca Chica, estreita passagem que protegeu a cidade no período colonial com três fortes estrategicamente posicionados para proteger a passagem, o Forte de San José, San Luis e San Fernando.
Um dos fortes que protege a entrada de Boca Chica, em Cartagena, na Colômbia
Assim que deixamos a baía, as águas escuras dão lugar à um mar colorido em diversos tons de verde e azul e logo avistamos ao longe as areias brancas que dão nome ao nosso destino. Deixamos um grupo de turistas lá e seguimos mais 40 minutos de barco até as Ilhas Rosário, que nas segundas-feiras não abre o museu e o aquário aos turistas. Lá chegando, prontos para um snorkel, tivemos uma grande discussão com os nossos guias, que queriam cobrar 25 mil pesos a mais por pessoa só para nos deixar cair na água. Nós tínhamos as nossas máscaras e não queríamos acompanhamento do guia e eles se recusaram a nos deixar mergulhar sem o pagamento extra. Descemos na praia e nadamos 10 minutos até a barreira de corais, enquanto o restante do grupo, também indignado, conseguiu negociar um valor menor pelo aluguel das máscaras e guia. A água estava um pouco turva e os corais já meio sem vida, mas ainda conseguimos ver alguns peixinhos e nos divertir.
Carrinho de bebidas na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia. Até "Kay Piriña" eles vendem!
No retorno à Playa Blanca almoçamos e nos separamos da turma, que voltaria no mesmo barco à Cartagena e é aqui que tudo começa a ficar mais interessante. A Playa Blanca recebe centenas de turistas todos os dias. Eles se entulham nas dezenas de barraquinhas, tomando seus coco-locos, andando de banana boats e jet-skis.
Chegando à Playa Blanca, na Colômbia
A movimrntada Playa Blanca, na Colômbia
Depois das três, quatro horas da tarde é que a praia começa a recobrar a sua personalidade original, uma vila de pescadores, tranquila e aprazível, com alguns poucos backpackers mais descolados que dormem acampados ou nas redes alugadas por aqui. Alguns também alugam chalés e quartos simples, mas nós preferimos as redes da Dona Ana, à brisa fresca do relento e com redes mosquiteiras. Ver a praia vazia foi quase como presenciar um milagre, o clima da praia se transforma, a farofa vai embora e fica apenas a natureza pura e a vida simples dos que hoje vivem do turismo de massa.
Ana, dona da nossa "pousada" na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Vendedor de bebidas e coquetéis, na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Dona Ana prepara um franguinho a la plancha com purê ou tostones e nós nos deliciamos calmamente observando a tempestade tropical sob a barraquinha de palha. Água doce é escassa, para beber vale a pena trazer de Cartagena, mas para banhar-se ela é cobrada por galão, então a chuva veio bem a calhar. Tomamos um banho no chuveiro natural que caía dos céus, corremos e dançamos como se fosse a primeira vez.
Muito bem instalado em quiosque na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
A noite caminhamos e chegamos aos bares do canto direito da praia. Assim que cruzamos a grande árvore encontramos uma comunidade de mochileiros que se renova a cada dois dias ou semana. Franceses, ingleses, americanos, argentinos e brasileiros que acharam aqui o seu mundo perfeito, pelo menos por uma noite.
Totl tranquilidade na noite iluminada por relâmpagos, na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
A noite silenciosa, porém, me pregaria uma peça. Um grupo de colombianos vindo de Barranquilla chegou tarde da noite, jantou um peixinho da Dona Ana e se aboletou em uma mesa ao lado das nossas redes. Beberam a noite inteira sem nem se dar conta que alguém ali ao lado tentava descansar. Eu imaginei que eles cansariam e não falei nada, mas eles resistiram até as 5 ou 6 horas da manhã, quando finalmente foram embora. Um deles quase sentou em cima de mim, achando que a rede estava vazia e quando perguntou “Que hay aqui?” Ouviu um sonoro “Alguien que está intentando dormir!!!” Bueno... nada é mesmo tão perfeito.
Hora de acordar, na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Na manhã seguinte, para acordar e relaxar da noite mal dormida, resolvi dar uma nadadinha no mar azul do nosso quintal. Com a mente livre, fui nadando paralelo à praia decidida a parar quando encontrasse o Rodrigo, que estava correndo. Como não o vi, nadei até o final da praia, mais de um quilômetro e voltei correndo, no meu mini duatlon particular.
Um belo fim de tarde na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
No caminho encontrei o casal de ingleses fazendo uma aula bem peculiar: como construir castelos de areia. Porém não são quaisquer castelos! São castelos detalhados, com portas e janelas, pontes e telhados perfeitos! Seu professor é o Alonso Gomes, colombiano que viveu mais de 15 anos do Brasil e com um histórico de vida de dar inveja a muito figurão!
Um magnífico castelo de areia na Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Ele já viajou mais de 20 países construindo castelos de sonhos, mostrando que uma arte aparentemente tão simples e efêmera pode mudar a vida de muitos à sua volta. Tudo começou quando, sem dinheiro e logo após quase perder a sua perna, ele sai de um hospital da ilha de San Andres e senta na areia. A alegria em ter se curado era imensa, mas ele não sabia como faria para sobreviver dali em diante e para passar o tempo começa a construir um castelo com um palito de sorvete encontrado no chão. O seu castelo ganhou forma, detalhes e destaque e em poucos dias já era uma atração na praia, que todos os turistas queriam fotografar. Foi quando um artesão que acompanhava toda a história lhe disse, “Peça dinheiro para tirarem as fotos” e lhe doou o seu primeiro baldinho de gorjetas. A história deu certo, ele começou a investir e se aprimorar na técnica e assim ele sobreviveu da sua arte e viajou por toda a América Latina, até chegar às areias de Copacabana.
O Alonso mostra a sua arte nas areias da Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Ele tinha um castelo imenso e um garotinho da favela do Pavãozinho ficou curioso e intrigado com aquele cara, esculpindo um castelo na areia. Rogean era muito esperto, olhou atenta e cuidadosamente e desafiou o Alonso, “Eu também posso construir um castelo como este aí!”. Alonso respondeu, “Não, eu não acho... Eu acho que você consegue construir um castelo ainda mais bonito do que o meu!” e o convidou para voltar no dia seguinte para ensinar-lhe como fazer. O menino voltou com mais 4 amigos e a partir daí passaram a acompanhar Alonso, aprendendo as suas técnicas e desenvolvendo aos poucos a sua própria trajetória. Rogean tinha 8 anos e, ao invés de ficar nas ruas e entrar na escola dos bandidos e traficantes, ele cresceu sendo assistente de Alonso. Através da arte ele se tornou um homem e como todo bom aluno, superou o professor. Hoje Rogean é o presidente da Associação Castelo de Areia, uma ONG que ensina crianças e jovens esta arte e dá uma opção de vida aos que nascem e vivem em meio aos problemas sociais que enfrentam as favelas cariocas. A Associação é sustentada pelos trabalhos desenvolvidos por Rogean e seus alunos, que são contratados para criar esculturas de areia para grandes eventos e empresas, no Rio de Janeiro e em todo o Brasil.
O Alonso mostra a sua arte nas areias da Playa Blanca, em Baru, na Colômbia
Através de Rogean, Alonso conheceu as favelas do Pavão e Pavãozinho, onde viveu durante 15 anos, casou e teve um filho. Há três anos Alonso voltou à Colômbia para visitar a sua família e há um ano recebeu a visita de Rogean, que veio, desta vez, não mais como aluno, mas como filho, matar as saudades do seu pai por opção, do homem que lhe ensinou a viver uma vida digna e que bastava acreditar para poder fazer a diferença.
O Tour
Nosso barco, no caminho de Cartagena à PLaya Blanca, na Colômbia
O tour para Playa Blanca e o Parque Nacional Marinho de Islas Rosário sai do muelle turístico, vizinho à entrada principal da Cidade Amurallada. Ele custa entre 40 e 50 mil pesos colombianos e inclui um passeio até a ilha principal do arquipélago das Islas Rosário, onde está o Aquário, e uma parada para almoço na Playa Blanca.
Turista aguardam a sua vez de abordar no cais em Cartagena, para seguirem à Playa Blanca, na Colômbia
Os valores variam bastante conforme a negociação e podem incluir ou não o almoço e o snorkel nos arrecifes das Islas Rosário. Se quiser pular as ilhas e ir direto para a praia, sem incluir o almoço você pode negociar por até 30 mil pesos, o melhor preço que vimos entre os turistas que estavam no nosso barco. Lembre-se de deixar bem claro todo o pacote que você está adquirindo e pedir para que seja tudo especificado no seu recibo. Como são muitos vendedores e operadoras diferentes é comum desentendimentos com os barqueiros na hora de entregarem o serviço. O snorkel, impostos do muelle e entradas no parque nacional geralmente são cobrados à parte, a menos que seja especificado na negociação.
Barcos se alinham no cais em Cartagena para levar centenas de turistas à Playa Blanca, na Colômbia
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