0 Na Carretera de la Muerte - Blog do Rodrigo - 1000 dias

Na Carretera de la Muerte - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Na Carretera de la Muerte

Bolívia, Coroico

São inúmeros precipícios ao longo da Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

São inúmeros precipícios ao longo da Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


Depois do nosso passeio na região de Pampalarama, ainda bem cedo partimos em direção à estrada que liga La Paz à região dos Yungas, no norte da Bolívia. Essa é a famosa Carretera de la Muerte, o início do nosso longo caminho de volta ao Brasil, cruzando todo o norte boliviano.

Rebanho de lhamas parece admirar o lago no Parque de Catapata, onde se inicia a Carretera de la Muerte, que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Rebanho de lhamas parece admirar o lago no Parque de Catapata, onde se inicia a Carretera de la Muerte, que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


Outra vez, um enorme rebanho de lhamas e ovelhas interrompe nosso caminho, no Parque de Catapata, onde se inicia a Carretera de la Muerte, que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Outra vez, um enorme rebanho de lhamas e ovelhas interrompe nosso caminho, no Parque de Catapata, onde se inicia a Carretera de la Muerte, que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


Mas, para chegar até lá, ainda tivemos de cruzar um longo trecho pelas montanhas, sempre em estradas de terra. Um caminho lindo, ladeado de montanhas nevadas e que culminou pela passagem pelo Parque Nacional de Cotopata. O parque protege antigos caminhos pré-colombianos e uma natureza belíssima, sempre acima dos 4 mil metros. Aí, uma vez mais, cruzamos com um enorme rebanho de lhamas fechando a estrada. Elas pareciam entretidas com a beleza de um lago andino ali do lado, água verde e gelada, típico das grandes altitudes.

Parque Nacional de Cotapata, no início da descida dos Andes, na Bolívia

Parque Nacional de Cotapata, no início da descida dos Andes, na Bolívia


Ainda no alto, observando a estrada que desce a cordilheira dos Andes, na Bolívia

Ainda no alto, observando a estrada que desce a cordilheira dos Andes, na Bolívia


Depois de conseguirmos passar pelas lhamas, chegamos ao ponto conhecido como La Cumbre, com 4.650 metros. É justamente aí que começa a descida dos Andes para quem vem de La Paz e se dirige à Coroico, a principal cidade na região dos Yungas. Tínhamos chegado à Carretera de la Muerte.


Saímos de Pampalarama (A), em meio às montanhas e seguimos por uma estrada de terra até Cotapata, onde está La Cumbre (E), a 4.650 metros de altitude. É aí onde se inicia a descida dos Andes e onde encontramos a estrada principal, que vem de La Paz (F). Esta estrada se bifurca mais à frente. Boa parte do trânsito segue por uma estrada moderna (D) até Coroico (C), na região dos yungas. Mas os mais aventureiros preferem a famosa Carretera de La Muerte (B) para chegar até Coroico, a 1.700 metros de altitude. Esta foi a nossa rota!

Essa estrada foi construída na década de 30 utilizando a mão-de-obra de prisioneiros paraguaios da Guerra del Chaco, travada pelos dois países naqueles anos. A ideia era finalmente ligar a capital do país, na região andina, à região amazônica, no norte do país. A parte mais difícil dessa ligação era justamente a descida dos Andes, saindo de altitudes superiores aos 4 mil metros e descendo mais de 3 mil metros para a planície amazônica, tudo isso em um trecho relativamente curto de 60 quilômetros.

Ciclistas se reúnem no Parque de Cotapata para descer a Carretera de la Muerte, em direção à Coroico, na Bolívia

Ciclistas se reúnem no Parque de Cotapata para descer a Carretera de la Muerte, em direção à Coroico, na Bolívia


Cartaz com propaganda da famosa Carretera de la Muerte, que deesce os Andes em direção à cidade de Coroico, na Bolívia

Cartaz com propaganda da famosa Carretera de la Muerte, que deesce os Andes em direção à cidade de Coroico, na Bolívia


Bom, não é de se estranhar que, ao utilizar mão-de-obra escrava num terreno em tão difíceis condições, o resultado fosse esse: a mais perigosa estrada do mundo. Sem pavimento ou guard-rails, ziguezagueando entre precipícios de mais de 200 metros de altura e larga o suficiente apenas para a passagem de um veículo por vez, em boa parte dos trechos mais perigosos. Não é só isso: uma densa neblina costuma cobrir as partes mais altas da estrada durante vários meses do ano, reduzindo a visibilidade à poucos metros. A chuva transforma a terra em lama, tornando-a escorregadia em pontos onde um escorregão será certamente fatal. E não é só com a chuva que os motoristas devem se preocupar com o que vem de cima, pois há constante queda de pedras, das encostas e paredões ao lado da estrada.

Descendo os Andes em direção ao início da Carretera de la Muerte, na Bolívia

Descendo os Andes em direção ao início da Carretera de la Muerte, na Bolívia


Em meio à forte neblina, a Fiona percorre a famosa e temida Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Em meio à forte neblina, a Fiona percorre a famosa e temida Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


Essas condições ajudam a explicar porque mais de cem pessoas costumavam morrer anualmente nesse pequeno trecho de estrada. Entre os acidentes mais notórios, a maior da história da Bolívia: na década de 80, um ônibus lotado despencou centenas de metros, matando mais de 100 pessoas!

Em meio às nuvens, a Fiona enfrenta a Carretera de la Muerte, que deesce os Andes em direção à cidade de Coroico, na Bolívia

Em meio às nuvens, a Fiona enfrenta a Carretera de la Muerte, que deesce os Andes em direção à cidade de Coroico, na Bolívia


Para tentar diminuir o número de acidentes e mortes, a estrada tem até regras especiais. Por exemplo, funciona em mâo inglesa, isto é, dirigimos do lado esquerdo da estrada. A razão para isso é simples: os precipícios estão do lado esquerdo de quem desce e a preferência é sempre de quem está subindo a estrada. Como o motorista do carro que desce é que deverá dar passagem a quem sobe, estando mais perto do precipício ele pode controlar melhor, com os olhos, o quão próximo do abismo pode chegar. Tem lógica, mas dá arrepios! Na prática, então, é assim que funciona: vamos descendo de olho se vem algum carro em sentido contrário. Se virmos algum, achamos algum lugar mais largo da estrada, encostamos no precipício e deixamos o carro passar, para depois retomarmos nosso caminho.

Em meio à forte neblina, a Fiona percorre a famosa e temida Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Em meio à forte neblina, a Fiona percorre a famosa e temida Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


Em meio à forte neblina e muitos precipícios, a Fiona percorre a famosa e temida Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Em meio à forte neblina e muitos precipícios, a Fiona percorre a famosa e temida Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


Com esses números e condições aterradoras, aconteceu o inverso do que se esperaria: a estrada virou uma atração turística internacional! Milhares de aventureiros de todas as partes do mundo querem conhecê-la para exercitar sua adrenalina. Acontece que o governo boliviano também percebeu que algo deveria ser feito. E assim, depois de 20 anos de trabalho, construíram uma rodovia muito mais segura para Coroico, devidamente asfaltada e ampla para a passagem simultânea de dois veículos. Desde então, a grande maioria do tráfego se transferiu para essa estrada e a famosa Carretera de la Muerte ficou relegada às traças e aos turistas.

Cortando toda a encosta, a Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Cortando toda a encosta, a Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


Carretera de la Muerte, que deesce os Andes em direção à cidade de Coroico, na Bolívia

Carretera de la Muerte, que deesce os Andes em direção à cidade de Coroico, na Bolívia


Sem o trânsito de caminhões e ônibus, ela ficou infinitamente menos perigosa, já que o maior problema estava em cruzar com esses veículos mais largos. Hoje, só se vê ali alguns poucos carros de turistas (afinal, quantas pessoas viajam à Bolívia de carro?), centenas de ciclistas e seus veículos de apoio. Ciclistas? Pois é, é esta a maneira mais comum que os turistas conhecem a estrada: pedalando!

Carros de apoio à ciclistas descem a Carretera de la Muerte, estrada que liga La Paz  à Coroico, na Bolívia

Carros de apoio à ciclistas descem a Carretera de la Muerte, estrada que liga La Paz à Coroico, na Bolívia


Ciclistas descem a Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Ciclistas descem a Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


São dezenas de agências que oferecem esse passeio. Trazem os turistas até La Cumbre e, daí, para baixo, todo santo ajuda. O primeiro trecho é de asfalto, pista ampla e segura, mas bastante movimentada. Até o ponto onde a estrada se bifurca: a moderna para um lado e a Carretera de la Muerte para o outro. O grosso do tráfego segue o asfalto e os ciclistas e equipes de apoio seguem pela terra. Serão mais de 50 quilômetros downhill, a paisagem se transformando da andina para a amazônica, muita mata e umidade no caminho.

São inúmeros precipícios ao longo da Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

São inúmeros precipícios ao longo da Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


Então, esse foi nosso programa do dia. Chegamos à La Cumbre e já vimos três ou quatro vans lotadas de ciclistas. Ao longo da estrada, veríamos várias outras. Lá de cima, fotografamos a descida que nos aguardava e seguimos até a bifurcação da estrada. Pagamos o pedágio para poder circular nela e enfrentamos vários quilômetros de neblina, tomado o devido cuidado para não despencar por um lado ou atropelar turistas do outro. Raramente cruzávamos com carros subindo, mas sempre encontramos lugares seguros nesses momentos, deixando que passassem.

Armando nossa gol-pró para filmar a Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Armando nossa gol-pró para filmar a Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


Aos poucos, a neblina se dissipou e pudemos admirar melhor a paisagem que nos rodeava e os abismos que nos cercavam. São mesmo impressionantes, um convite à fotografias. Mas o perigo, como já disse acima, ficou mesmo minimizado com a construção da nova estrada. Cruzar com ônibus por ali seria terrível, mas eles já não estão mais na estrada. A Carretera de la Muerte acabou virando uma Disneylândia de ciclistas gringos.

Ciclistas descansam na Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Ciclistas descansam na Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia


Chegamos à Coroico sãos e salvos, prontos para sentir um gostinho da região dos Yungas e dispostos a retomar o caminho no dia seguinte. Ainda falta muito para chegarmos ao Brasil...

Pausa para fotos na Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Pausa para fotos na Carretera de la Muerte, estrada que desce os Andes em direção à Coroico, na Bolívia

Bolívia, Coroico, Estrada

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O Antigo e Verdadeiro Chacaltaya (1990)

Comentários (6)

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  • 04/01/2014 | 16:53 por Vaulber B. Pellegrini

    Eu consegui fazer este passeio de bike quando completei 60 anos. Era um sonho que se realizou.
    Não deixe que matem seus sonhos....você morre um pouco a cada um não realizado!!!! Parabéns a vocês!!!

    Resposta:
    Olá Vaulber

    Parabéns pela realização do sonho. E que sonho legal!

    Concordamos com vc, devemos perseguir nossos sonhos. São eles que nos inspiram através da vida

    Um grande abraço

  • 17/11/2013 | 20:24 por camilo

    é preciso muita coragem e sangue frio para transitar nesta picada. Eu particularmente só trasitaria aí a pé.

    Resposta:
    Olá Camilo

    Parece mais difícil do que é, na verdade. A estrada quase não tem trânsito, o que facilita bastante, hehehe. De qualquer maneira, na hora de cruzar com outro carro, todo cuidado é pouco!

    Um abraço

  • 06/10/2013 | 12:30 por Helder Geraldo Ribeiro

    Rapaz, desde quando comecei a acompanhar o blog de vocês tenho visto dezenas de posts bacanas, mas este extrapola. Adoror estradas, tenho muita vontade de conhecer a carretera de la muerte (quem sabe dirigindo?) e seu post é muito inspirador.

    As fotos da Fiona ficaram excelentes, provavelmente vão pro álbum de família dela. :)

    Parabéns!
    Abraços,
    Helder

    Resposta:
    Olá Helder

    Legal que vc tenha gostado! Tomara que possa um dia dirigir por lá e fazer suas fotos também. Vale muito a pena. Na chegada, a cidad de Coroico também é muito legal e vale uns dias de explorações na região dos yungas. Infelizmente, nós tivemos de passer por lá mais rápido do que gostaríamos...

    As fotos vão para o "album da Fiona", com certeza, hehehe!

    Um grande abraço

  • 05/10/2013 | 11:09 por ciça

    emoção mil , grandioso,desci a caracoles pra Santiago ,CHILE carro , mas essa é mil!!!!!!!!!!!!!!!!.abçss.

    Resposta:
    Oi Cecilia

    Foi mesmo incrível! Muito, muito bonito mesmo!

    Um abs

  • 04/10/2013 | 19:57 por mabel

    Quanta emoção!!!!! Agora quando descer para Ubatuba pela Rod.Owaldo Cruz lembrarei de vocês...

    Abraços

    Resposta:
    Oi Mabel!!!

    hehehehe, a Oswaldo Cruz, perto dessa aqui, parece uma alameda tranquila!

    Um abs

  • 04/10/2013 | 14:23 por Paulo Pereira

    Cruzes! O cenário até pode ser fantástico, mas o perigo de circular na estrada não justifica o risco, na minha óptica (confesso que sou pouco aventureiro, nestas questões de adrenalina).

    Imagino como seria antes, com camiões e onibus. Arrepiante, de certeza.

    Resposta:
    Olá Paulo!

    Parece mais difícil do que é na verdade! Dirgindo devagar, não há problemas. Agora, na época dos caminhões e ônibus, aí sim, devia ser terrível!

    Um grande abraço

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