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Montserrat: a Terra

Montserrat, Little Bay, Plymouth

Visitando o mirante de onde se pode observar o vulcão e a antiga capital, Plymouth, destruída nas erupções dos últimos 15 anos, em Montserrat, no Caribe

Visitando o mirante de onde se pode observar o vulcão e a antiga capital, Plymouth, destruída nas erupções dos últimos 15 anos, em Montserrat, no Caribe


A história de Montserrat seguiu o mesmo padrão das outras ilhas do leste do Caribe: ocupada primeiramente pelos índios Arawaks que acabaram expulsos pelos guerreiros Caribs; descoberta por Colombo, foi ignorada pelos espanhóis; acabou ocupada por ingleses pouco mais de um século mais tarde, que rapidamente se livraram dos Caribs; o plantio original de tabaco foi logo substituído pela cana-de-açúcar, no sistema de plantation; mão-de-obra majoritariamente escrava, trazida da África, mas também havia uma parcela razoável de trabalhadores irlandeses católicos, em condições quase tão severas como a dos negros.

Vulcão fumegante visto do observatório em Montserrat, no Caribe

Vulcão fumegante visto do observatório em Montserrat, no Caribe


Fim da escravidão no início do séc XIX, crise no sistema econômico da ilha. Aos poucos, as coisas vão de ajeitando e o turismo vai ganhando força. Além das belezas de uma ilha caribenha montanhosa, dois outros aspectos atraem estrangeiros: a ilha tem “facilidades fiscais” e rivaliza com as Ilhas Cayman na atração de bancos durante a década de 80; e uma importante gravadora de música se instala na capital Plymouth, atraindo bandas importantes como Rolling Stones e Black Sabbath para vir gravar seus discos aproveitando-se da tranquilidade de Montserrat.

As marcas de um fluxo piroclástico no vulcão de Montserrat, no Caribe

As marcas de um fluxo piroclástico no vulcão de Montserrat, no Caribe


Tudo indicava que Montserrat seguiria o caminho das ilhas vizinhas e conseguira sua independência dentro do Commonwealth em poucos anos. Mas a mãe-natureza tinha outros planos, infelizmente. Em 1989 o furacão Hugo atinge a ilha com força total, ventos com velocidade sustentada acima dos 220 km/h. Quase 90% das estruturas são danificadas. A tal gravadora muda de endereço e as estrelas do rock não aparecem mais. Mas as belezas e tranquilidade da ilha continuam atraindo turistas...

Nosso jipinho em Montserrat, no Caribe, nos leva para perto do vulcão

Nosso jipinho em Montserrat, no Caribe, nos leva para perto do vulcão


Pelo menos até 1995. É quando o vulcão Soufriere Hills desperta, depois de estar adormecido por séculos, desde antes de Colombo. Logo abaixo do vulcão está a vibrante capital Plymouth, com hotéis, bancos, praças e prédios públicos. Boa parte dos 13 mil habitantes de Montserrat vive por lá. O vulcão não está para brincadeira e as autoridades conhecem bem o exemplo do vulcão da Martinica e da enorme tragédia de 1902. Assim, a população é logo evacuada, depois que as nuvens de cinzas começam a enterrar a capital. Pior são os fluxos piroclásticos que descem a montanha destruindo tudo no seu caminho. É o caso da erupção de 97, que mata 19 pessoas.

Visitando o mirante de onde se pode observar o vulcão e a antiga capital, Plymouth, destruída nas erupções dos últimos 15 anos, em Montserrat, no Caribe

Visitando o mirante de onde se pode observar o vulcão e a antiga capital, Plymouth, destruída nas erupções dos últimos 15 anos, em Montserrat, no Caribe


Depois dessa segunda erupção, Plymonth é definitivamente abandonada. Boa parte da população migra para as ilhas vizinhas e, principalmente, para a Inglaterra. De 13 mil, a população baixa para 4 mil pessoas. Uma boa parte dos empreendedores abandona a ilha e quem fica para trás são os mais teimosos, os mais simples, mas também aqueles que mais amam a sua terra.

Chegando à área proibida da ilha de Montserrat, no Caribe

Chegando à área proibida da ilha de Montserrat, no Caribe


É por causa deles que a Inglaterra desistiu de simplesmente fechar a ilha. Acabou optando por criar a “zona de exclusão”, que ocupa toda a metade sul de Montserrat, onde está o vulcão. Quem quiser continuar a morar em Montserrat, deve morar na parte norte! Por arbitrário que possa parecer, foi essa medida que evitou mortes nas erupções de 2003 e de 2010, que acabou por enterrar o antigo aeroporto de Montserrat sob milhões de toneladas de rochas. A mesma erupção que criou a praia em que estive com a Ana na manhã de hoje! Se por um lado destrói, por outro também cria! Além da praia, a ilha ganhou vários novos quilômetros quadrados sobre o mar.

Praia nova em Montserrat, no Caribe, feita de cinzas de vulcão

Praia nova em Montserrat, no Caribe, feita de cinzas de vulcão


Pois é, um mês antes de iniciarmos nossa jornada de 1000dias por toa a América, esse vulcão provocava uma enorme chuva de cinzas que atingiu até suas vizinhas Antígua e Guadalupe. Desde então, tem estado sossegado. Sabe-se lá até quando...

O fluxo piroclástico deixou apenas a torre de observação do antigo aeroporto à vista, perto de Plymouth, em Montserrat, no Caribe

O fluxo piroclástico deixou apenas a torre de observação do antigo aeroporto à vista, perto de Plymouth, em Montserrat, no Caribe


Pudemos observar o vulcão e seus estragos mais de perto a partir de ontem, depois do almoço, quando alugamos um carro. A primeira parada foi no “Observatório do Vulcão”, local onde ficam os estudiosos que permanentemente estudam e vigiam a montanha fumegante. De lá, temos uma incrível visão desse monstro. Também há vídeos e material informativo sobre as erupções e processos geológicos, mas a gente chegou meio tarde para ver isso.

A impactante visão apocalíptica da antiga capital, Plymouth, destruída pelo grande vulcão de Montserrat, no Caribe

A impactante visão apocalíptica da antiga capital, Plymouth, destruída pelo grande vulcão de Montserrat, no Caribe


Mas a visão mais impactante é aquela que se tem do alto da Garibaldi Hill, de um mirante onde se pode observar a antiga capital, Plymouth. É dali que podemos ver as marcas dos fluxos piroclásticos descendo as encostas do vulcão e cobrindo boa parte da cidade. Dessa distância, podemos ver a real escala das coisas, de como as casas, ruas e até mesmo a cidade são minúsculas ao lado do vulcão e de como, em pleno séc XXI, ainda somos completamente indefesos frente às grandes forças da natureza.

A impactante visão apocalíptica da antiga capital, Plymouth, destruída pelo grande vulcão de Montserrat, no Caribe

A impactante visão apocalíptica da antiga capital, Plymouth, destruída pelo grande vulcão de Montserrat, no Caribe


Uma visão parecida tivemos na manhã de hoje, quando fomos na praia nova, feita de cinzas da última erupção. Ali estamos bem perto do antigo aeroporto, atingido em cheio pelo último fluxo piroclástico. Tudo o que se pode ver é a ponta da antiga torre de controle do aeroporto. Impressionante!

Restos de uma casa no caminho de um fluxo piroclástico, em Montserrat, no Caribe

Restos de uma casa no caminho de um fluxo piroclástico, em Montserrat, no Caribe


Impressionante também foi cruzar, ontem, de carro, o caminho aberto na mata por um desses fluxos piroclásticos. Um cenário de guerra. Ali no meio, os restos do que foi uma casa. Não é o lugar para se estar, na hora errada!

Nosso amigo portuário que nos salvou com uma carona no dia anterior, em Montserrat, no Caribe

Nosso amigo portuário que nos salvou com uma carona no dia anterior, em Montserrat, no Caribe


Mas o vulcão não destruiu tudo. Apenas o que estava no seu caminho! O que estava fora dele ainda está lá. Florestas verdejantes, lar do gigantesco sapo conhecido como “mountain chicken”, que nossa amiga bióloga de ontem tenta salvar da extinção. Lar também de galináceos de verdade, selvagens, que nos acordavam todas as manhãs com a sua cantoria.

Nos admiradores em restaurante no interior de Montserrat, no Caribe

Nos admiradores em restaurante no interior de Montserrat, no Caribe


Mais do que isso, a ilha é o lar de um povo orgulhoso e feliz de onde mora, gente que não troca Montserrat por nenhum outro lugar do mundo. Pessoas que estavam sempre querendo nos ajudar, curiosos sobre nossas aventuras e certos de que essa ilha seria o nosso lugar predileto nesse enorme continente. Predileto, não sei... mas especial, isso sim, com certeza! Tanto que, no final da tarde, quando sobrevoávamos as belíssimas praias de Antígua e seu cenário caribenho típico, ainda eram as montanhas de Montserrat que ocupavam nossas mentes.

A bela visão aérea de Antígua e do Mar do Caribe. chegando no pequeno avião de Montserrat

A bela visão aérea de Antígua e do Mar do Caribe. chegando no pequeno avião de Montserrat


Vamos ver até quando... De volta à Antígua, jantamos numa pizzaria mais arrumadinha no centro e fomos dormir cedo, pois madrugaremos amanhã. Nosso voo para a Europa sai às 06:30. Europa? Pois é, um voo de 25 minutos nos levará para Guadalupe, um pedaço da França em pleno Caribe. Já estou tentando mudar meu canal de línguas no cérebro. Mas tenho a impressão que ainda vou sonhar esta noite com Montserrat. Bom, se o sonho for em francês, já vai estar valendo!

A bela visão aérea de Antígua e do Mar do Caribe. chegando no pequeno avião de Montserrat

A bela visão aérea de Antígua e do Mar do Caribe. chegando no pequeno avião de Montserrat

Montserrat, Little Bay, Plymouth, Praia, vulcão

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Comentários (1)

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  • 11/06/2012 | 18:21 por Lurdes

    Olá Ana e Rodrigo,vejo que estão bem e curtindo estas ilhas maravilhosas,continuem nos brindando com belas imagens estou sempre acompanhando vcs,um abração Lurdes

    Resposta:
    Oi Lurdes

    Estamos ótimos e com saudades dos seus cometários!

    Viajando por aqui, não é difícil conseguir boas imagens, hehehe

    Bjs

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