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Maré de Lua - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Maré de Lua

Brasil, Bahia, Moreré (Boipeba)

Praia de Moreré na maré baixa, na Ilha de Boipeba - BA

Praia de Moreré na maré baixa, na Ilha de Boipeba - BA


Muita gente associa civilização, entre outras coisas, ao nível de conhecimento. Isso pode ser verdade para algumas coisas, mas para outras é exatamente o contrário. Quando vivíamos em volta de fogueiras, vivendo da pesca e da caça, sabíamos muito mais coisas do céu e do mar que sabemos hoje. Estou falando do cidadão médio, que vive numa grande cidade e não dos cientistas e do conhecimento acumulado nas enciclopédias, claro!

Barcos visitam as pscinas de maré baixa na praia de Moreré, na Ilha de Boipeba - BA

Barcos visitam as pscinas de maré baixa na praia de Moreré, na Ilha de Boipeba - BA


Quem sempre viveu na cidade nunca viu um céu estrelado, não tem a menor idéia como reconhecer as constelações e jamais saberia se orientar no tempo e no espaço (a não ser que tenha um GPS!), se precisasse. Sabe vagamente que existe algo chamado "maré", mas não tem noção de como e porque ela ocorre, e se isso faz alguma diferença para a vida. Foram conhecimentos báscos que fomos deixando para trás, já que são bem menos importantes para nós do que saber dirigir um carro ou mudar o canal da televsão.

Maré baixa em Moreré, na Ilha de Boipeba - BA

Maré baixa em Moreré, na Ilha de Boipeba - BA


Na nossa viagem dos 1000dias, gostamos de passar nos lugares pequenos, onde as pessoas ainda vivem muito mais próximas do ciclo natural das coisas do que nós, habitantes das grandes e iluminadas cidades. Olham para o céu com sabedoria, sabendo a época do ano em que estamos, e para onde ficam norte e sul, se é época de plantar ou de colher. Olham para o mar com sabedoria também, sabendo se é época de maré grande ou pequena, de sardinha ou de caranguejo, de mar bravo ou calmo.

Maré baixa, próximo aos recifes de Moreré, na Ilha de Boipeba - BA

Maré baixa, próximo aos recifes de Moreré, na Ilha de Boipeba - BA


Hoje de noite passei mais de uma hora conversando com um pescador. Eu perguntando, na minha eterna e faminta curiosidade, e ele respondendo. Deu-me uma verdadeira aula sobre a natureza local, mangues e marés, caranguejos e trilhas, mudanças no tempo e na paisagem. Algo que dificilmente eu aprenderia de forma tão clara em algum livro. Conhecimentos adquiridos de forma prática transmitidos por um sábio naquilo e daquilo que vive. Enfim, um espetáculo de aula, de conversa, de simplicidade e de praticidade.

Caminhando de Moreré para a praia de Cueira, na maré baixa, na Ilha de Boipeba - BA

Caminhando de Moreré para a praia de Cueira, na maré baixa, na Ilha de Boipeba - BA


Aqui no Moreré as marés falam mais alto. A cara da vila e redondezas mudam completamente da maré alta para a baixa. O mar recua uns quinhentos metros, deixando esposta uma longa planície de areia. Os pescadores aproveitam para a pesca de polvos e lagostas, presos entre os recifes expostos. Esse ciclo é acentuado nas grandes marés, de lua cheia e lua nova. Assim, todo mês há duas grandes marés e eles fazem a festa. Ao longo do ano, essas grandes marés também se alteram. No verão, são ainda maiores. Aí, é a época de se refestelar nos caranguejos e parentes próximos do mangue. Esses pequenos seres ficam encantados pela lua, saem perdidos por aí, se expondo para garças e pescadores.

Trilha em coqueiral entre a Cueira e Moreré, na Ilha de Boipeba - BA

Trilha em coqueiral entre a Cueira e Moreré, na Ilha de Boipeba - BA


As grandes marés se dão quando Sol, Terra e Lua estão alinhados. As gravidades da Lua e do Sol se unem para "ovalar" a Terra, ou a parte líquida dela (o mar). A face voltada para os astros e também a face oposta ficam mais gordas, com mais água, enquanto as outras duas faces "perdem" água. Como a Terra gira, a face voltada para os astros também vai mudando. Com isso, as marés vão "andando" pelo planeta afora, carregando consigo trilhões de litros d'água. Isso fica bem claro para nós na entrada de baías onde o estreitamento do canal de entrada vira um rio caudaloso, correndo para dentro ou para fora conforme a maré. Ao longo do ano, conforme o eixo da Terra se inclina para lá ou para cá, mudando as estações, isso também afeta as marés, ficando maiores ou menores.

Cruzando o rio para a praia de Cueira, na Ilha de Boipeba - BA

Cruzando o rio para a praia de Cueira, na Ilha de Boipeba - BA


Isso tudo o pescador sabe na prática. Pois é esse ciclo que comanda a sua vida. E comanda também, pelo menos temporariamente, a vida minha e da Ana. Dependemos dele para saber a hora de ir e voltar pelas praias. Na maré alta, o rio fica maior e não podemos cruzá-lo. Na maré baixa, podemos caminha pela areia da praia, e não pela trilha que contorna a montanha. Na maré baixa, pode-se jogar futebol. Na maré alta, talvez o polo aquático...

Campo de futebol na maré baixa, em Moreré, na Ilha de Boipeba - BA

Campo de futebol na maré baixa, em Moreré, na Ilha de Boipeba - BA


Campo de futebol na maré cheia, em Moreré, na Ilha de Boipeba - BA

Campo de futebol na maré cheia, em Moreré, na Ilha de Boipeba - BA

Brasil, Bahia, Moreré (Boipeba),

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Comentários (2)

Participe da nossa viagem, comente!
  • 09/11/2010 | 09:50 por Janaina Pasternack

    Nossa Rodrigo q lugar divino me deu até vontade de correr de São Paulo de verdade msm rsrs até outro post um bjoo

    Resposta:
    Moreré é um lugar especial, anda escondido da civilização. Até quando?

  • 07/11/2010 | 20:21 por Nadja de Carvalho Gomes

    Oi Mineiro, que bom ver estas fotos da região de Boipeba,Itacaré ,Maraú,etc. É ótimo rever estas maravilhas. Fiquei feliz de ver que vocês estão proseguindo com sucesso a viagem. Vou tentar acompanhar mais frequente. Ë que esta época é fogo. Adorei matar um pouquinho a saudade. Beijos aos dois e boa viagem!

    Resposta:
    Oi Nadja
    Que bom te ver por aqui!
    Foi ótimo mergulhar com vc. Esse litoral baiano é mesmo de tirar o fôlego!
    Bjs

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